JORGE NUNO PINTO DA COSTA: Projecto financeiro aprovado por 63,71%

23-05-2011
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Assembleia geral aprova reestruturação e AcademiaO projecto da Direcção com vista à reorganização da estrutura do universo leonino e correspondente passivo bancário foi ontem submetido à apreciação dos sócios, recolhendo 63,71 por cento de votos favoráveis na reunião que decorreu na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, em Lisboa.Segundo o presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, estes resultados constituem a aprovação do projecto de reestruturação financeira e da transferência de propriedade da Academia para a esfera da SAD, mas não permitem a integração da Sporting, Comércio e Serviços na empresa que gere o futebol leonino, uma vez que esta medida obrigava à aprovação por maioria qualificada de dois terços. Ora, na noite de ontem, entre os cerca de 1200 associados presentes, que representavam um total de 8609 votos, a proposta da Direcção colheu a aprovação dos referidos 63,71 por cento, correspondentes a 5410 votos, tendo sido alvo de 36,29 por cento de votos contra.Em causa estava a proposta de profunda reestruturação do passivo leonino, que ascende aos 234 milhões de euros - de dívida bancária -, ao qual é necessário acrescentar mais 20 milhões dispersos, mas também as implicações que este projecto apresentado pela Direcção contempla: a transferência da propriedade da Academia Sporting/Puma para a alçada da Sporting, SAD, que também passaria a ter a tutela da Sporting, Comércio e Serviços, empresa que possui os direitos de transmissão televisiva dos jogos da equipa principal. Filipe Soares Franco jogava aqui a cartada decisiva para cumprir a terceira etapa do processo de redução da dívida, concretizada através da renegociação do "project-finance" e do lançamento de um empréstimo obrigacionista no valor de 60 milhões de euros, cujos títulos, seriam obrigatoriamente convertíveis em acções da SAD num prazo de cinco anos, implicando um potencial aumento de capital dos actuais 42 milhões de euros para um total de 102 milhões, situação que, a seu tempo, poderia colocar em risco a posição maioritária do clube na empresa que gere o futebol profissional do emblema verde e branco.Agora, e apesar de a proposta ter sido discutida e votada na generalidade, é entendimento dos responsáveis leoninos que a necessidade de maioria qualificada se aplicava apenas à integração da Sporting, Comércio e Serviços, empresa que detém os direitos de transmissão televisiva na SAD, razão pela qual consideram aprovadas as medidas de reestruturação do "project-finance", bem como a transferência da Academia.Recorde-se que, nos dias que antecederam a realização da Assembleia Geral, Filipe Soares Franco garantiu que, cumprindo sempre o seu mandato até final, não estaria disposto a recandidatar-se a novo termo, caso os sócios não aprovassem a proposta da Direcção a que preside. Resta saber se, com o bloqueio do processo de transferência da Comércio e Serviços, essencial para a valorização da empresa que gere o futebol leonino, as restantes medidas podem prosseguir nos mesmos moldes, e ainda qual o caminho a seguir por Soares Franco e seus pares. Soares Franco"O clube é dos sportinguistas"O facto de não ter visto o seu projecto aprovado na íntegra não irá impedir o presidente leonino de cumprir o mandato. Filipe Soares Franco garante que não está "tentado" a propor nova assembleia geral e sublinha que o clube não é do Conselho Directivo, mas sim de todos os sportinguistas."Este resultado implica que a SAD fica privada dos direitos da Sporting, Comércio e Serviços. Não é extraordinariamente importante para que eu não cumpra o meu mandato. Vou cumpri-lo, com os órgãos sociais, até ao fim. Nova AG? Isto não vai por tentativas, não estou tentado a fazê-lo. O Sporting não é do Conselho Directivo, mas sim dos sportinguistas", enalteceu. Dias da Cunha"Trabalhos foram mal conduzidos"FILIPE ALEXANDRE DIAS/RUI MIGUEL GOMESDias da Cunha, principal rosto das críticas à actual Direcção, não usou da palavra durante a assembleia geral, mas, à saída, não poupou críticas à condução dos trabalho, da responsabilidade do presidente da Mesa, Rogério Alves. "Saio triste e preocupado, pois os sócios do Sporting estão a ser manipulados. O presidente da Mesa da Assembleia Geral conduziu pessimamente os trabalhos, pois deveria ter conduzido os tempos de intervenção. Assim não se enfrentam os problemas que pessoas como eu levantaram. As assembleias gerais não são o sítio adequado para explicar projectos destes, razão pela qual tive a preocupação de falar anteriormente na comunicação social. Isto foi um engano", disse o ex-presidente. A intervenção de António dias da Cunha era um dos momentos mais aguardados da noite de ontem, até porque o ex-presidente do clube tem sido o mais acérrimo crítico da Direcção liderada por Filipe Soares Franco e, neste caso, da proposta que o Conselho Directivo ontem submetia à apreciação dos sócios. Esse discurso não chegou, porém, a ter lugar, uma vez que nem chegou a estar inscrito para falar.A condução dos trabalhos gerou polémica, quando Dias Ferreira, outro antigo dirigente, usou da palavra durante mais tempo do que o previsto - cerca de 20 minutos -, altura em que foi entregue, à Mesa, um requerimento que solicitava a imediata passagem à votação da proposta, quando a lista de inscritos para tomar da palavra ainda somava 18 nomes. Estes sócios procederam às respectivas intervenções com a sala de pé, quando o processo de votação já estava em curso, o que gerou acesa discussão. José Roquette"Que o Sporting seja o principal beneficiado"José Roquette foi um dos ilustres leoninos mais notados na assembleia geral do clube. O ex-presidente leonino não teve pejo em admitir que votou a favor da proposta apresentada por Filipe Soares Franco, mas fez questão de frisar que o resultado da votação deve beneficiar, isso sim, o clube."Obviamente, estou ao lado de Soares Franco, portanto votei a favor do projecto de restruturação financeira. A assembleia correu muito bem. Todos sabem que sempre me preocupei com o Sporting, caso contrário não teria vindo hoje, de avião, expressamente de Faro, para vir votar. Espero que o Sporting seja o principal beneficiado da votação de hoje", sublinhou, em declarações a O JOGO.Quanto às afirmações de Dias da Cunha, que assegurou nunca perdoar algumas declarações por si proferidas, garantiu: "Nunca, ao longo de todo este tempo, alguém me ouviu fazer qualquer espécie de comentário às palavras de Dias da Cunha. Não seria agora." Civismo triunfou na AGA assembleia geral (AG) do Sporting decorreu ontem no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, sem a afluência e os tumultos que marcaram a centenária existência do clube de Alvalade num passado bem recente. A reunião magna levada a efeito na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico decorreu num clima bem mais ordeiro do que aquele vivido há mais de dois anos, quando o actual presidente da Direcção e da SAD, Filipe Soares Franco - então sucessor directo na liderança renunciada por Dias da Cunha -, levou, à apreciação e votação dos associados, a venda de património não afecto à actividade desportiva do emblema verde e branco, que movimentou, como poucos outros assuntos, a sua vasta massa associativa, suscitando acesa discórdia. Ao tempo, os leões viram-se mesmo obrigados a utilizar o espaço principal do pavilhão localizado no Parque das Nações para albergar todos os sócios interessados em fazer uso do seu voto, após uma primeira tentativa abortada no Centro de Congressos da capital. Ontem, perante um cenário bem menos concorrido e mais pacífico, compareceram somente 1200 associados do grémio lisboeta.Pese embora a forte contestação de que o presidente da Direcção tem sido alvo por parte das figuras associadas à oposição, as diferentes facções cruzaram-se ontem com a maior normalidade. A chegada das personalidades ligadas às diferentes tendências processou-se com civismo e cordialidade. Dias da Cunha, o mais feroz dos críticos à gestão de Soares Franco, chegou ao local da AG por volta das 20h34, sob o signo do silêncio, e sem sequer ser abordado pelos associados anónimos que não perderam a reunião, que, de resto, começou pelas 21h00, uma hora de atraso em relação ao previsto. Os representantes (e apoiantes) dos actuais órgãos sociais dos verde e brancos também se apresentaram com a maior das serenidades, não destoando, assim, num clima que contrastou positivamente com o vivido há não muito tempo, que chegou a envolver agressões físicas, insultos e a dificuldade em fazer ouvir vozes no púlpito entre coros de assobios. Pelo contrário, ontem, e apesar da importância dos assuntos em discussão, o ambiente foi, acima de tudo, pacífico, sem grande afluência de sócios. PSP esteve de prevençãoA segurança dos intervenientes na Assembleia Geral (AG) leonina não foi deixada ao acaso, como ficou comprovado pela presença de uma brigada da PSP, junto ao edifício, que ficou de prevenção para o caso de algum desacato - algo já aconteceu em AG anteriores. Para além desse facto, foram vários os seguranças que vigiaram as entradas no recinto, tendo inclusive uma acção proactiva no encaminhamento dos associados.Ex-candidatos não faltaramOs ex-candidatos à presidência do Sporting nas derradeiras eleições, Abrantes Mendes e Guilherme Lemos, não faltaram à chamada. Guilherme Lemos chegou primeiro e sozinho às 20h20, enquanto Abrantes Mendes entrou no recinto sete minutos mais tarde, acompanhado por alguns antigos apoiantes. O Jogo 98/24 Qui, 29 Mai 2008

Assembleia geral aprova reestruturação e AcademiaO projecto da Direcção com vista à reorganização da estrutura do universo leonino e correspondente passivo bancário foi ontem submetido à apreciação dos sócios, recolhendo 63,71 por cento de votos favoráveis na reunião que decorreu na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, em Lisboa.Segundo o presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, estes resultados constituem a aprovação do projecto de reestruturação financeira e da transferência de propriedade da Academia para a esfera da SAD, mas não permitem a integração da Sporting, Comércio e Serviços na empresa que gere o futebol leonino, uma vez que esta medida obrigava à aprovação por maioria qualificada de dois terços. Ora, na noite de ontem, entre os cerca de 1200 associados presentes, que representavam um total de 8609 votos, a proposta da Direcção colheu a aprovação dos referidos 63,71 por cento, correspondentes a 5410 votos, tendo sido alvo de 36,29 por cento de votos contra.Em causa estava a proposta de profunda reestruturação do passivo leonino, que ascende aos 234 milhões de euros - de dívida bancária -, ao qual é necessário acrescentar mais 20 milhões dispersos, mas também as implicações que este projecto apresentado pela Direcção contempla: a transferência da propriedade da Academia Sporting/Puma para a alçada da Sporting, SAD, que também passaria a ter a tutela da Sporting, Comércio e Serviços, empresa que possui os direitos de transmissão televisiva dos jogos da equipa principal. Filipe Soares Franco jogava aqui a cartada decisiva para cumprir a terceira etapa do processo de redução da dívida, concretizada através da renegociação do "project-finance" e do lançamento de um empréstimo obrigacionista no valor de 60 milhões de euros, cujos títulos, seriam obrigatoriamente convertíveis em acções da SAD num prazo de cinco anos, implicando um potencial aumento de capital dos actuais 42 milhões de euros para um total de 102 milhões, situação que, a seu tempo, poderia colocar em risco a posição maioritária do clube na empresa que gere o futebol profissional do emblema verde e branco.Agora, e apesar de a proposta ter sido discutida e votada na generalidade, é entendimento dos responsáveis leoninos que a necessidade de maioria qualificada se aplicava apenas à integração da Sporting, Comércio e Serviços, empresa que detém os direitos de transmissão televisiva na SAD, razão pela qual consideram aprovadas as medidas de reestruturação do "project-finance", bem como a transferência da Academia.Recorde-se que, nos dias que antecederam a realização da Assembleia Geral, Filipe Soares Franco garantiu que, cumprindo sempre o seu mandato até final, não estaria disposto a recandidatar-se a novo termo, caso os sócios não aprovassem a proposta da Direcção a que preside. Resta saber se, com o bloqueio do processo de transferência da Comércio e Serviços, essencial para a valorização da empresa que gere o futebol leonino, as restantes medidas podem prosseguir nos mesmos moldes, e ainda qual o caminho a seguir por Soares Franco e seus pares. Soares Franco"O clube é dos sportinguistas"O facto de não ter visto o seu projecto aprovado na íntegra não irá impedir o presidente leonino de cumprir o mandato. Filipe Soares Franco garante que não está "tentado" a propor nova assembleia geral e sublinha que o clube não é do Conselho Directivo, mas sim de todos os sportinguistas."Este resultado implica que a SAD fica privada dos direitos da Sporting, Comércio e Serviços. Não é extraordinariamente importante para que eu não cumpra o meu mandato. Vou cumpri-lo, com os órgãos sociais, até ao fim. Nova AG? Isto não vai por tentativas, não estou tentado a fazê-lo. O Sporting não é do Conselho Directivo, mas sim dos sportinguistas", enalteceu. Dias da Cunha"Trabalhos foram mal conduzidos"FILIPE ALEXANDRE DIAS/RUI MIGUEL GOMESDias da Cunha, principal rosto das críticas à actual Direcção, não usou da palavra durante a assembleia geral, mas, à saída, não poupou críticas à condução dos trabalho, da responsabilidade do presidente da Mesa, Rogério Alves. "Saio triste e preocupado, pois os sócios do Sporting estão a ser manipulados. O presidente da Mesa da Assembleia Geral conduziu pessimamente os trabalhos, pois deveria ter conduzido os tempos de intervenção. Assim não se enfrentam os problemas que pessoas como eu levantaram. As assembleias gerais não são o sítio adequado para explicar projectos destes, razão pela qual tive a preocupação de falar anteriormente na comunicação social. Isto foi um engano", disse o ex-presidente. A intervenção de António dias da Cunha era um dos momentos mais aguardados da noite de ontem, até porque o ex-presidente do clube tem sido o mais acérrimo crítico da Direcção liderada por Filipe Soares Franco e, neste caso, da proposta que o Conselho Directivo ontem submetia à apreciação dos sócios. Esse discurso não chegou, porém, a ter lugar, uma vez que nem chegou a estar inscrito para falar.A condução dos trabalhos gerou polémica, quando Dias Ferreira, outro antigo dirigente, usou da palavra durante mais tempo do que o previsto - cerca de 20 minutos -, altura em que foi entregue, à Mesa, um requerimento que solicitava a imediata passagem à votação da proposta, quando a lista de inscritos para tomar da palavra ainda somava 18 nomes. Estes sócios procederam às respectivas intervenções com a sala de pé, quando o processo de votação já estava em curso, o que gerou acesa discussão. José Roquette"Que o Sporting seja o principal beneficiado"José Roquette foi um dos ilustres leoninos mais notados na assembleia geral do clube. O ex-presidente leonino não teve pejo em admitir que votou a favor da proposta apresentada por Filipe Soares Franco, mas fez questão de frisar que o resultado da votação deve beneficiar, isso sim, o clube."Obviamente, estou ao lado de Soares Franco, portanto votei a favor do projecto de restruturação financeira. A assembleia correu muito bem. Todos sabem que sempre me preocupei com o Sporting, caso contrário não teria vindo hoje, de avião, expressamente de Faro, para vir votar. Espero que o Sporting seja o principal beneficiado da votação de hoje", sublinhou, em declarações a O JOGO.Quanto às afirmações de Dias da Cunha, que assegurou nunca perdoar algumas declarações por si proferidas, garantiu: "Nunca, ao longo de todo este tempo, alguém me ouviu fazer qualquer espécie de comentário às palavras de Dias da Cunha. Não seria agora." Civismo triunfou na AGA assembleia geral (AG) do Sporting decorreu ontem no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, sem a afluência e os tumultos que marcaram a centenária existência do clube de Alvalade num passado bem recente. A reunião magna levada a efeito na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico decorreu num clima bem mais ordeiro do que aquele vivido há mais de dois anos, quando o actual presidente da Direcção e da SAD, Filipe Soares Franco - então sucessor directo na liderança renunciada por Dias da Cunha -, levou, à apreciação e votação dos associados, a venda de património não afecto à actividade desportiva do emblema verde e branco, que movimentou, como poucos outros assuntos, a sua vasta massa associativa, suscitando acesa discórdia. Ao tempo, os leões viram-se mesmo obrigados a utilizar o espaço principal do pavilhão localizado no Parque das Nações para albergar todos os sócios interessados em fazer uso do seu voto, após uma primeira tentativa abortada no Centro de Congressos da capital. Ontem, perante um cenário bem menos concorrido e mais pacífico, compareceram somente 1200 associados do grémio lisboeta.Pese embora a forte contestação de que o presidente da Direcção tem sido alvo por parte das figuras associadas à oposição, as diferentes facções cruzaram-se ontem com a maior normalidade. A chegada das personalidades ligadas às diferentes tendências processou-se com civismo e cordialidade. Dias da Cunha, o mais feroz dos críticos à gestão de Soares Franco, chegou ao local da AG por volta das 20h34, sob o signo do silêncio, e sem sequer ser abordado pelos associados anónimos que não perderam a reunião, que, de resto, começou pelas 21h00, uma hora de atraso em relação ao previsto. Os representantes (e apoiantes) dos actuais órgãos sociais dos verde e brancos também se apresentaram com a maior das serenidades, não destoando, assim, num clima que contrastou positivamente com o vivido há não muito tempo, que chegou a envolver agressões físicas, insultos e a dificuldade em fazer ouvir vozes no púlpito entre coros de assobios. Pelo contrário, ontem, e apesar da importância dos assuntos em discussão, o ambiente foi, acima de tudo, pacífico, sem grande afluência de sócios. PSP esteve de prevençãoA segurança dos intervenientes na Assembleia Geral (AG) leonina não foi deixada ao acaso, como ficou comprovado pela presença de uma brigada da PSP, junto ao edifício, que ficou de prevenção para o caso de algum desacato - algo já aconteceu em AG anteriores. Para além desse facto, foram vários os seguranças que vigiaram as entradas no recinto, tendo inclusive uma acção proactiva no encaminhamento dos associados.Ex-candidatos não faltaramOs ex-candidatos à presidência do Sporting nas derradeiras eleições, Abrantes Mendes e Guilherme Lemos, não faltaram à chamada. Guilherme Lemos chegou primeiro e sozinho às 20h20, enquanto Abrantes Mendes entrou no recinto sete minutos mais tarde, acompanhado por alguns antigos apoiantes. O Jogo 98/24 Qui, 29 Mai 2008

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