JORGE NUNO PINTO DA COSTA: Carteiristas

03-08-2010
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As estatísticas dizem-no: a sociedade está cada vez mais violenta. E, à excepção das vítimas, valora-se menos o chamado pequeno crime, como o praticado pelos carteiristas, sujeitos que criam, nos transportes colectivos ou nas feiras, enfim sempre que há aglomerados, um comportamento de desconfiança replicada. Num ajuntamento, não falta quem, de facto, mire e volte a mirar o parceiro do lado, ora fechando os braços como um passarinho faz às asas em dia de frio, ora abotoando o casaco na tentativa de evitar que lhe surripiem os documentos e os euros.Não se trata de um mero blá, blá, blá. Também o futebol vive um tempo de desconfiança em que todos vêem, no parceiro do lado, um potencial candidato à propriedade alheia por meios ilícitos. E abundam os exemplos...Jorge Ribeiro falhou um penálti no Boavista-Benfica, e sabe-se agora que está contratado pelos encarnados para os próximos quatro anos. Pois... Coincidência: como sucedeu com Makukula antes de deixar o Marítimo para ingressar na Luz. E a este carrossel soma-se ainda a hipótese de Rúben Amorim, já contratado pelas águias, jogar no sábado pelo Belenenses contra a sua próxima entidade empregadora.Ele há coisas do arco-da-velha. E a facilidade de esboço de assassínios de carácter é tudo quanto um homem quer. Inclusive congeminando teorias para a hipótese de, no Guimarães-FC Porto do próximo domingo, poder Jesualdo Ferreira deixar de fora Lucho ou Bosingwa, pouco importando teorizar sobre a inveja que gera, em vários quadrantes, o gabado banco de suplentes dos dragões, a que muitos, com propriedade, preferem chamar banco de reforços.Há, enfim, uma propensão a suspeições - e não se está sequer a salvo de haver também quem ache que Cristiano Ronaldo falhou ontem um penálti no Barcelona-Manchester United em nome de...É isso. Campeia, no futebol, como noutros sectores da vida nacional, um ambiente em que todos se acham rodeados de carteiristas por todos os lados. E de nada valem os comportamentos inatacáveis à luz das leis.Como na história da mulher de César, bem sei que não basta ser sério: é preciso parecê-lo. Mas, mesmo assim, talvez fosse tempo de sermos irrepreensíveis - e menos desconfiados uns dos outros.O Jogo 63/24 Qui, 24 Abr 2008 FERNANDO SANTOSfernando.santos@ojogo.pt

As estatísticas dizem-no: a sociedade está cada vez mais violenta. E, à excepção das vítimas, valora-se menos o chamado pequeno crime, como o praticado pelos carteiristas, sujeitos que criam, nos transportes colectivos ou nas feiras, enfim sempre que há aglomerados, um comportamento de desconfiança replicada. Num ajuntamento, não falta quem, de facto, mire e volte a mirar o parceiro do lado, ora fechando os braços como um passarinho faz às asas em dia de frio, ora abotoando o casaco na tentativa de evitar que lhe surripiem os documentos e os euros.Não se trata de um mero blá, blá, blá. Também o futebol vive um tempo de desconfiança em que todos vêem, no parceiro do lado, um potencial candidato à propriedade alheia por meios ilícitos. E abundam os exemplos...Jorge Ribeiro falhou um penálti no Boavista-Benfica, e sabe-se agora que está contratado pelos encarnados para os próximos quatro anos. Pois... Coincidência: como sucedeu com Makukula antes de deixar o Marítimo para ingressar na Luz. E a este carrossel soma-se ainda a hipótese de Rúben Amorim, já contratado pelas águias, jogar no sábado pelo Belenenses contra a sua próxima entidade empregadora.Ele há coisas do arco-da-velha. E a facilidade de esboço de assassínios de carácter é tudo quanto um homem quer. Inclusive congeminando teorias para a hipótese de, no Guimarães-FC Porto do próximo domingo, poder Jesualdo Ferreira deixar de fora Lucho ou Bosingwa, pouco importando teorizar sobre a inveja que gera, em vários quadrantes, o gabado banco de suplentes dos dragões, a que muitos, com propriedade, preferem chamar banco de reforços.Há, enfim, uma propensão a suspeições - e não se está sequer a salvo de haver também quem ache que Cristiano Ronaldo falhou ontem um penálti no Barcelona-Manchester United em nome de...É isso. Campeia, no futebol, como noutros sectores da vida nacional, um ambiente em que todos se acham rodeados de carteiristas por todos os lados. E de nada valem os comportamentos inatacáveis à luz das leis.Como na história da mulher de César, bem sei que não basta ser sério: é preciso parecê-lo. Mas, mesmo assim, talvez fosse tempo de sermos irrepreensíveis - e menos desconfiados uns dos outros.O Jogo 63/24 Qui, 24 Abr 2008 FERNANDO SANTOSfernando.santos@ojogo.pt

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