JORGE NUNO PINTO DA COSTA: Dois tangos de Lisandro

21-01-2011
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Lisandro López bisou e voltou a estar em grande destaque. O avançado já marcou 24 golos na presente edição da Liga portuguesaNa prática, cumpriu-se o esperado. O F.C. Porto tinha a festa preparada e não a estragou, cabendo ao imparável e inevitável Lisandro deitar os foguetes, com dois belos golos. Quanto ao Benfica, os tempos são negros, somou a terceira derrota consecutiva, ainda deixou uns raios de esperança na primeira parte, sobretudo à custa do perfume futebolístico de Rui Costa, mas caiu, por completo, no segundo tempo, acabando a partida com a marca do desalento e com um jogador a menos, Bynia, por expulsão."Chamem a Polícia", dos portuenses Trabalhadores do Comércio, foi a música escolhida para despedir as águias - numa alusão ao pedido de Luís Filipe Vieira após o jogo do Besa -, assim que terminou o desafio, e os 24 pontos de diferença para o tricampeão foram mais uma nódoa a transportar pela comitiva benfiquista no regresso a Lisboa...Sem adeptos do Benfica no estádio (a claque só chegou ao intervalo), e ritmado ao som dos "olés" que saíam das bancadas, pintadas de azul e branco, foi assim que começou o clássico, com o tiraço certeiro de Lisandro a fazer a diferença. O espectáculo e o colorido viu-se mais fora das quatro linhas, do que propriamente no relvado, com o F. C. Porto a adiantar-se cedo no marcador e o Benfica a pouco fazer para bater Helton. Ao contrário, na segunda parte, o ritmo foi mais elevado e as atenções centraram-se, definitivamente, no tapete verde.Os portistas entraram confiantes e tiveram em Lisandro o jogador-chave - na primeira vez que rematou à baliza, conseguiu marcar. A perder, o Benfica pouco mudou no seu figurino, mas subiu no terreno, tirando partido da gestão dos dragões, que, mesmo assim, nunca deixaram de controlar. Sob a batuta de Rui Costa, que aos 36 anos ainda joga e faz jogar, a equipa de Fernando Chalana teve posse da bola, mas o espaço ganho entre as linhas média e da grande área, mais o jogo macio levado a cabo, esbarraram sempre na forte defesa portista. Rui Costa, um dos menos maus, até podia ter coroado a exibição com um golo, na única clara oportunidade, mas permitiu a defesa de Helton.O futebol benfiquista até era agradável à vista, lateralizado, preferencialmente pela direita, a solicitar Nélson, mas não fazia chegar a bola à baliza do F. C. Porto. Isto, ainda que Rodriguez, um dos mais inconformados, tenha tentado romper. No tricampeão, a assistir sereno à troca de bola do outro lado, a opção foi explorar o adiantamento do adversário, mas as saídas para o ataque não surtiram o efeito habitual.Viram-se as esperadas habilidades de Quaresma, a arrancar algumas faltas e queixas dos adeptos, enquanto que para outro velocista, Tarik, a vida correu menos bem. Foi substituído, com naturalidade, por Mariano González, na segunda parte, quando Chalana reforçou o ataque, mediante a entrada de Cardozo, que, registe-se, nada fez.Após o intervalo, o F. C. Porto aumentou de velocidade e os problemas foram-se avolumando para Quim. O Benfica partiu-se, deixou muito espaço livre para o F. C. Porto atacar, Lisandro foi mais vezes solicitado e Mariano teve importante contributo nesta nova engrenagem. Também Quaresma foi mais afortunado e, por isso mesmo, aquando da sua saída, recebeu uma forte ovação dos adeptos que encheram o Estádio do Dragão.O segundo golo, outro pontapé bem colocado de Lisandro, não constituiu surpresa. Fez-se justiça, diante de um Benfica sem chispa, desalentado, mesmo com um novo avançado em campo (Makukula). Derrotada, e bem, no campo, não parece que chamar a Polícia produza resultados na equipa de Chalana.JN

Lisandro López bisou e voltou a estar em grande destaque. O avançado já marcou 24 golos na presente edição da Liga portuguesaNa prática, cumpriu-se o esperado. O F.C. Porto tinha a festa preparada e não a estragou, cabendo ao imparável e inevitável Lisandro deitar os foguetes, com dois belos golos. Quanto ao Benfica, os tempos são negros, somou a terceira derrota consecutiva, ainda deixou uns raios de esperança na primeira parte, sobretudo à custa do perfume futebolístico de Rui Costa, mas caiu, por completo, no segundo tempo, acabando a partida com a marca do desalento e com um jogador a menos, Bynia, por expulsão."Chamem a Polícia", dos portuenses Trabalhadores do Comércio, foi a música escolhida para despedir as águias - numa alusão ao pedido de Luís Filipe Vieira após o jogo do Besa -, assim que terminou o desafio, e os 24 pontos de diferença para o tricampeão foram mais uma nódoa a transportar pela comitiva benfiquista no regresso a Lisboa...Sem adeptos do Benfica no estádio (a claque só chegou ao intervalo), e ritmado ao som dos "olés" que saíam das bancadas, pintadas de azul e branco, foi assim que começou o clássico, com o tiraço certeiro de Lisandro a fazer a diferença. O espectáculo e o colorido viu-se mais fora das quatro linhas, do que propriamente no relvado, com o F. C. Porto a adiantar-se cedo no marcador e o Benfica a pouco fazer para bater Helton. Ao contrário, na segunda parte, o ritmo foi mais elevado e as atenções centraram-se, definitivamente, no tapete verde.Os portistas entraram confiantes e tiveram em Lisandro o jogador-chave - na primeira vez que rematou à baliza, conseguiu marcar. A perder, o Benfica pouco mudou no seu figurino, mas subiu no terreno, tirando partido da gestão dos dragões, que, mesmo assim, nunca deixaram de controlar. Sob a batuta de Rui Costa, que aos 36 anos ainda joga e faz jogar, a equipa de Fernando Chalana teve posse da bola, mas o espaço ganho entre as linhas média e da grande área, mais o jogo macio levado a cabo, esbarraram sempre na forte defesa portista. Rui Costa, um dos menos maus, até podia ter coroado a exibição com um golo, na única clara oportunidade, mas permitiu a defesa de Helton.O futebol benfiquista até era agradável à vista, lateralizado, preferencialmente pela direita, a solicitar Nélson, mas não fazia chegar a bola à baliza do F. C. Porto. Isto, ainda que Rodriguez, um dos mais inconformados, tenha tentado romper. No tricampeão, a assistir sereno à troca de bola do outro lado, a opção foi explorar o adiantamento do adversário, mas as saídas para o ataque não surtiram o efeito habitual.Viram-se as esperadas habilidades de Quaresma, a arrancar algumas faltas e queixas dos adeptos, enquanto que para outro velocista, Tarik, a vida correu menos bem. Foi substituído, com naturalidade, por Mariano González, na segunda parte, quando Chalana reforçou o ataque, mediante a entrada de Cardozo, que, registe-se, nada fez.Após o intervalo, o F. C. Porto aumentou de velocidade e os problemas foram-se avolumando para Quim. O Benfica partiu-se, deixou muito espaço livre para o F. C. Porto atacar, Lisandro foi mais vezes solicitado e Mariano teve importante contributo nesta nova engrenagem. Também Quaresma foi mais afortunado e, por isso mesmo, aquando da sua saída, recebeu uma forte ovação dos adeptos que encheram o Estádio do Dragão.O segundo golo, outro pontapé bem colocado de Lisandro, não constituiu surpresa. Fez-se justiça, diante de um Benfica sem chispa, desalentado, mesmo com um novo avançado em campo (Makukula). Derrotada, e bem, no campo, não parece que chamar a Polícia produza resultados na equipa de Chalana.JN

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