Funes, el memorioso: O Mundial de 2018

07-08-2010
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Madail lembrou-se de boa.Com o país a exeprimentar uma profunda crise económica e social, que tal tentar convencer os espanhóis a proporem uma candidatura conjunta com Portugal à organização do campeonato mundial de futebol de 2018?Depois de um comentário desencorajador do presidente da república Cavaco Silva, eis que o secretário de estado do desporto, Laurentino Dias, apadrinha a brilhante ideia.Parece que o evento aumentaria as receitas do turismo e contribuiria para uma melhor visibilidade do país no exterior.E não seriam necessárias grandes obras a nível de infra-estructuras porque os estádios construídos de raiz, ou simplesmente remodelados, para o Europeu de 2004 ainda estão novos."Ainda estão" - agora. Mas em 2018 já não estarão, claro. Assim sempre seria preciso remodelá-los a todos e talvez, quem sabe, construir mais alguns.A hipótese da Espanha aceitar a candidatura conjunta é improvável. Que a organização do evento nos fosse outorgada, ainda menos.Mas a simples formulação da ideia irrita, de tão inconsciente.O Euro 2004 não correu mal. Mas o balanço que dele faço, a quatro anos de distância, é claramente negativo.Aumentaram as receitas do turismo, é certo - durante um mês, ou se quisermos ser generosos, durante um Verão.E o que se gastou, em obras, com pessoal e na Segurança?Os estádios estão às moscas, na sua esmagadora maioria. Com excepção do de Guimarães, dos estádios dos três grandes, Benfica, FC Porto e Sporting e, parcialmente, do de Braga, cuja construção se auto-justifica, pela grande e inovadora obra que é e porque o estádio 1º de Maio estava a cair de velho.Mas Sporting e Benfica não deveriam ter tido dois estádios novos, mas sim um único, partilhado entre ambos, como fazem, por exemplo, Inter e AC Milan. Os estádios, assim, só têm utilização de 15 em 15 dias, quando têm. O que isso permitiria que se tivesse poupado!Quanto ao Boavista, que lutava por títulos e dava cartas nas competições europeias até 2004, encalacrou-se e corre o risco de desaparecer, porque se endividou ao extremo com as obras de um estádio que regista sempre com um volume de espectadores de apenas 1/6 ou 1/5 da sua lotação total. Pelo meio alguns meteram as mãos no prato - valentemente.Os estádios do Beira-Mar, do União de Leiria, e do Algarve estão literalmente às moscas. E os clubes em causa vegetam nas divisões inferiores.O da Académica sempre costuma ficar um pouco mais composto de público e o clube permanece na I Divisão, mas também não necessitava de um estádio com tanta lotação.Enfim, o balanço do Euro 2004 é pródigo em elefantes brancos.Consequência: proporem algo parecido para 2018.O director de A Bola, Vítor Serpa, apoia sem reservas, por "motivos económicos, políticos, desportivos" e, pasme-se "sociais"!A selecção nacional para ter boas prestações internacionais não carece de jogar em casa as fases finais, mas sim de ter bons jogadores e um treinador lúcido e competente.O país não tem condiçoes económicas e sociais para organizar esse tipo de eventos.Assim sendo, o autor da proposta merecia bengaladas pelas costas abaixo dadas em frente à Casa Havaneza - e não obter o apoio expresso do secretário de estado.


Madail lembrou-se de boa.Com o país a exeprimentar uma profunda crise económica e social, que tal tentar convencer os espanhóis a proporem uma candidatura conjunta com Portugal à organização do campeonato mundial de futebol de 2018?Depois de um comentário desencorajador do presidente da república Cavaco Silva, eis que o secretário de estado do desporto, Laurentino Dias, apadrinha a brilhante ideia.Parece que o evento aumentaria as receitas do turismo e contribuiria para uma melhor visibilidade do país no exterior.E não seriam necessárias grandes obras a nível de infra-estructuras porque os estádios construídos de raiz, ou simplesmente remodelados, para o Europeu de 2004 ainda estão novos."Ainda estão" - agora. Mas em 2018 já não estarão, claro. Assim sempre seria preciso remodelá-los a todos e talvez, quem sabe, construir mais alguns.A hipótese da Espanha aceitar a candidatura conjunta é improvável. Que a organização do evento nos fosse outorgada, ainda menos.Mas a simples formulação da ideia irrita, de tão inconsciente.O Euro 2004 não correu mal. Mas o balanço que dele faço, a quatro anos de distância, é claramente negativo.Aumentaram as receitas do turismo, é certo - durante um mês, ou se quisermos ser generosos, durante um Verão.E o que se gastou, em obras, com pessoal e na Segurança?Os estádios estão às moscas, na sua esmagadora maioria. Com excepção do de Guimarães, dos estádios dos três grandes, Benfica, FC Porto e Sporting e, parcialmente, do de Braga, cuja construção se auto-justifica, pela grande e inovadora obra que é e porque o estádio 1º de Maio estava a cair de velho.Mas Sporting e Benfica não deveriam ter tido dois estádios novos, mas sim um único, partilhado entre ambos, como fazem, por exemplo, Inter e AC Milan. Os estádios, assim, só têm utilização de 15 em 15 dias, quando têm. O que isso permitiria que se tivesse poupado!Quanto ao Boavista, que lutava por títulos e dava cartas nas competições europeias até 2004, encalacrou-se e corre o risco de desaparecer, porque se endividou ao extremo com as obras de um estádio que regista sempre com um volume de espectadores de apenas 1/6 ou 1/5 da sua lotação total. Pelo meio alguns meteram as mãos no prato - valentemente.Os estádios do Beira-Mar, do União de Leiria, e do Algarve estão literalmente às moscas. E os clubes em causa vegetam nas divisões inferiores.O da Académica sempre costuma ficar um pouco mais composto de público e o clube permanece na I Divisão, mas também não necessitava de um estádio com tanta lotação.Enfim, o balanço do Euro 2004 é pródigo em elefantes brancos.Consequência: proporem algo parecido para 2018.O director de A Bola, Vítor Serpa, apoia sem reservas, por "motivos económicos, políticos, desportivos" e, pasme-se "sociais"!A selecção nacional para ter boas prestações internacionais não carece de jogar em casa as fases finais, mas sim de ter bons jogadores e um treinador lúcido e competente.O país não tem condiçoes económicas e sociais para organizar esse tipo de eventos.Assim sendo, o autor da proposta merecia bengaladas pelas costas abaixo dadas em frente à Casa Havaneza - e não obter o apoio expresso do secretário de estado.

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