Relances

21-01-2011
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Relance 229 Até Sempre, Padre José Vítor ! “Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus “
Mateus 5, 8
Na busca insistente de adquirir mais conhecimentos, dirijo-me varias vezes a livraria Paulista na baixa de Lisboa onde os livros e os dvd’s são o meu fascínio. Uma das vezes, alguém se dirigiu a mim e perguntou-me : “Precisa de ajuda caro jovem?”. No meio do fascínio da leitura de um livro, respondi: “Muito obrigado...”. Estava assim aberta uma porta. A partir dai criei longos laços de amizade, de partilha, com o Pe. José Vítor.
Seguiram-se almoços e jantares que fazia sempre questão de ser ele a pagar, numa atitude de dadiva. Nos dias de maior agitação tinha sempre ali um amigo com uma postura reconciliadora. Não esqueço aquele maravilhoso passeio na Feira do Livro, em Maio.
Alguns meses atrás soube que estava a ficar doente, na verdade nunca acreditei (ou não queria acreditar) que fosse grave. Fiquei animado quando o visitei no hospital pois passei uma tarde agradável, de conversa e partilha, após a operação. Seguiram-se alguns telefonemas e embora começasse a reparar que estava a fraquejar, achava que ele ia recuperar, tanto assim foi que a viajem dele ao Brasil era, para mim, um bom sinal.
Alguns funcionários da Livraria, em conversa, mostraram preocupação, por isso não hesitei e liguei para casa do sobrinho no Brasil. A situação estava a complicar-se. Mesmo assim achava que ia passar, liguei mais algumas vezes mas não conseguia falar directamente com o Pe José Vítor. Uma das vezes alguém me disse : “Já não tem concerto...”. Voltei a ter fé e mais uma vez acreditei que iria passar.
A agitação do dia a dia, fez-me estar sem ligar uma longa semana. Hoje de manhã acordei estranho e a pensar muito no Pe José Vítor. Liguei para o Pe, José Carlos que estava ocupado e prometeu ligar logo que possível. Foi longa a espera, comecei a temer que algo tivesse acontecido.
Quando Pe. José Carlos me disse “O nosso Pe. José Vítor faleceu ontem a tarde”, fiquei em choque. Para mim, isso não era possível. Com quem vou eu conversar quando for a livraria? Quando for a baixa de Lisboa quem me vai aconselhar e dar apoio nas minhas causas?
As lágrimas não param. Esta situação não estava no roteiro da minha historia . Nunca quis acreditar que isso poderia acontecer …. E aconteceu.
Escrevo este texto pela madrugada dentro e já rezei. Descobri, mais uma vez, que nos simples naqueles que, no anonimato fazem o seu trabalho, é que encontro as minhas referências. O Pe. José Vítor era um homem de coração puro e vou ter muitas, mesmo muitas saudades dele.
Reconforta-me o facto de saber que esta no Céu perto daquele que seguimos: Jesus Cristo. Nunca o esquecerei.
Até sempre, amigo Padre José Vítor!
Cláudio Anaia Texto Escrito na madrugada de 26 para 27 de Outubro


Relance 229 Até Sempre, Padre José Vítor ! “Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus “
Mateus 5, 8
Na busca insistente de adquirir mais conhecimentos, dirijo-me varias vezes a livraria Paulista na baixa de Lisboa onde os livros e os dvd’s são o meu fascínio. Uma das vezes, alguém se dirigiu a mim e perguntou-me : “Precisa de ajuda caro jovem?”. No meio do fascínio da leitura de um livro, respondi: “Muito obrigado...”. Estava assim aberta uma porta. A partir dai criei longos laços de amizade, de partilha, com o Pe. José Vítor.
Seguiram-se almoços e jantares que fazia sempre questão de ser ele a pagar, numa atitude de dadiva. Nos dias de maior agitação tinha sempre ali um amigo com uma postura reconciliadora. Não esqueço aquele maravilhoso passeio na Feira do Livro, em Maio.
Alguns meses atrás soube que estava a ficar doente, na verdade nunca acreditei (ou não queria acreditar) que fosse grave. Fiquei animado quando o visitei no hospital pois passei uma tarde agradável, de conversa e partilha, após a operação. Seguiram-se alguns telefonemas e embora começasse a reparar que estava a fraquejar, achava que ele ia recuperar, tanto assim foi que a viajem dele ao Brasil era, para mim, um bom sinal.
Alguns funcionários da Livraria, em conversa, mostraram preocupação, por isso não hesitei e liguei para casa do sobrinho no Brasil. A situação estava a complicar-se. Mesmo assim achava que ia passar, liguei mais algumas vezes mas não conseguia falar directamente com o Pe José Vítor. Uma das vezes alguém me disse : “Já não tem concerto...”. Voltei a ter fé e mais uma vez acreditei que iria passar.
A agitação do dia a dia, fez-me estar sem ligar uma longa semana. Hoje de manhã acordei estranho e a pensar muito no Pe José Vítor. Liguei para o Pe, José Carlos que estava ocupado e prometeu ligar logo que possível. Foi longa a espera, comecei a temer que algo tivesse acontecido.
Quando Pe. José Carlos me disse “O nosso Pe. José Vítor faleceu ontem a tarde”, fiquei em choque. Para mim, isso não era possível. Com quem vou eu conversar quando for a livraria? Quando for a baixa de Lisboa quem me vai aconselhar e dar apoio nas minhas causas?
As lágrimas não param. Esta situação não estava no roteiro da minha historia . Nunca quis acreditar que isso poderia acontecer …. E aconteceu.
Escrevo este texto pela madrugada dentro e já rezei. Descobri, mais uma vez, que nos simples naqueles que, no anonimato fazem o seu trabalho, é que encontro as minhas referências. O Pe. José Vítor era um homem de coração puro e vou ter muitas, mesmo muitas saudades dele.
Reconforta-me o facto de saber que esta no Céu perto daquele que seguimos: Jesus Cristo. Nunca o esquecerei.
Até sempre, amigo Padre José Vítor!
Cláudio Anaia Texto Escrito na madrugada de 26 para 27 de Outubro

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