A Cinco Tons: Évora: "Transparente como a Água? Pouco ou nada", diz o BE

05-08-2010
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"Na passada sexta-feira, reuniu, a pedido do Bloco de Esquerda (BE), a Assembleia Municipal de Évora para discutir os acontecimentos relacionados com a falta de água no dia 5 de Janeiro e seguintes. O Bloco de Esquerda começou por salientar e alertar que a questão da qualidade da água, prende-se, nomeadamente, com a visão que temos desta sociedade, se a temos economicista/capitalista, a questão da qualidade pode passar para segundo plano, motivo pelo qual o BE se baterá sempre por uma Água Pública, pelo que todos os assuntos relacionados como água como bem público, vital, escasso e estratégico merecem ser tratados com transparência total. Foram muitas as questões levantadas pelo Bloco de Esquerda, mas poucas tiveram resposta. O Bloco de Esquerda exigiu, entre outras coisas, saber: Quando é que a CME teve conhecimento de que a qualidade da água estava severamente afectada e que, como tal, o corte do abastecimento da água à cidade era inevitável? Quando é que começou a tomar medidas para minimizar os problemas? E que medidas específicas foram essas? Quando informou a população e por que meios? Que garantias são dadas à população que a situação está controlada? De onde provinha o alumínio presente nas águas de Monte Novo? Qual o Plano de Contingência para este tipo de situações? O Sr. Presidente da Câmara adoptou uma postura de total desresponsabilização. Afirmou ter sabido várias horas antes que a água continha elevados níveis de alumínio, e que dado o “trauma dos eborenses com o alumínio” e uma vez que lhe eram dadas garantias pelas Águas do Centro Alentejo que o problema seria resolvido a tempo, não considerou necessário “alarmar a população”!!! Ou seja, dado o “trauma” existente preferiu anunciar aos eborenses que a água estava cortada após o facto consumado… que bela maneira de prevenir o pânico! Ou apenas falta de respeito? Não só não assumiu qualquer responsabilidade, como responsabilizou os munícipes, após a água ter corrido novamente nas suas torneiras, por terem gasto mais água do que o costume, impedindo que os habitantes dos pontos mais altos da cidade tivessem água mais cedo. Postura vergonhosa, não terá a via e tempo de comunicação do Sr. Presidente a ver com esta gerar de pânico??!! Mas a culpabilização da população não parou por ali… Culpou também alguns munícipes por terem lançado boatos sobre um novo corte de água, e por mais incrível que pareça culpou os directores da escola pela “irresponsabilidade de mandarem os seus alunos para casa”. Vergonhoso! O Bloco de Esquerda condena veementemente esta forma de fazer política, sacando responsabilidades de quem é eleito, colocando-as do lado do povo, que gere as suas angústias com a (pouca) informação que lhes é dada por aqueles em quem depositaram a sua confiança na altura do voto. Ainda assim, lá se conseguiu perceber que este alumínio provinha de lamas depositadas nas margens da Barragem do Monte Novo. Lamas provenientes do tratamento das águas, e naturalmente saturadas em sílica e alumínio, que em vez de serem levadas para o aterro eram ali depositadas. Ora, desde 1997, através da Portaria n.º 335/97 de 16 de Maio, que a Estações de Tratamento de Águas são obrigadas a enviar este tipo de resíduos para o aterro. Não ficou claro se estas lamas foram todas depositadas antes desta data… Ainda assim, o executivo admitiu saber da sua existência, mas só agora em 2010, após este triste acontecimento, serão tomadas “medidas para a remoção das lamas”, em quantidade ainda não estimada, e com um peso orçamental ainda não estimado… Tão pouca informação prestada… tão poucos esclarecimentos… O Bloco de Esquerda insistiu em saber de quem é a responsabilidade deste crime ambiental, mas em nenhum momento alguém respondeu a esta questão. Não nos vamos conformar… Resumindo: as lamas pejadas de alumínio estavam e estão nas margens, e ao longo de todos estes anos os nossos governantes locais acharam improvável chover fortemente no Inverno de forma a arrastar as lamas, e com elas o alumínio, para as águas da Barragem…?! Foram prometidas intervenções nas margens já na Primavera/Verão deste ano. Cá estará o Bloco de Esquerda para averiguar e informar os munícipes dos desenvolvimentos desta triste novela. O Sr. Presidente da Câmara, ao longo da noite, apenas se responsabilizou por uma coisa: ter mandado cortar a água por forma a que a saúde pública não estivesse em risco. No entanto, no final da Assembleia, foi desmentido pelo Sr. Representante do Conselho de Administração das Águas do Centro Alentejo que afirmou ser ele o único responsável por esta tomada de decisão…! Em que é que ficamos?!
E assim corre a nossa água, aquela que (ainda) se diz pública…."
Bruno Martins  (Deputado Municipal do BE)


"Na passada sexta-feira, reuniu, a pedido do Bloco de Esquerda (BE), a Assembleia Municipal de Évora para discutir os acontecimentos relacionados com a falta de água no dia 5 de Janeiro e seguintes. O Bloco de Esquerda começou por salientar e alertar que a questão da qualidade da água, prende-se, nomeadamente, com a visão que temos desta sociedade, se a temos economicista/capitalista, a questão da qualidade pode passar para segundo plano, motivo pelo qual o BE se baterá sempre por uma Água Pública, pelo que todos os assuntos relacionados como água como bem público, vital, escasso e estratégico merecem ser tratados com transparência total. Foram muitas as questões levantadas pelo Bloco de Esquerda, mas poucas tiveram resposta. O Bloco de Esquerda exigiu, entre outras coisas, saber: Quando é que a CME teve conhecimento de que a qualidade da água estava severamente afectada e que, como tal, o corte do abastecimento da água à cidade era inevitável? Quando é que começou a tomar medidas para minimizar os problemas? E que medidas específicas foram essas? Quando informou a população e por que meios? Que garantias são dadas à população que a situação está controlada? De onde provinha o alumínio presente nas águas de Monte Novo? Qual o Plano de Contingência para este tipo de situações? O Sr. Presidente da Câmara adoptou uma postura de total desresponsabilização. Afirmou ter sabido várias horas antes que a água continha elevados níveis de alumínio, e que dado o “trauma dos eborenses com o alumínio” e uma vez que lhe eram dadas garantias pelas Águas do Centro Alentejo que o problema seria resolvido a tempo, não considerou necessário “alarmar a população”!!! Ou seja, dado o “trauma” existente preferiu anunciar aos eborenses que a água estava cortada após o facto consumado… que bela maneira de prevenir o pânico! Ou apenas falta de respeito? Não só não assumiu qualquer responsabilidade, como responsabilizou os munícipes, após a água ter corrido novamente nas suas torneiras, por terem gasto mais água do que o costume, impedindo que os habitantes dos pontos mais altos da cidade tivessem água mais cedo. Postura vergonhosa, não terá a via e tempo de comunicação do Sr. Presidente a ver com esta gerar de pânico??!! Mas a culpabilização da população não parou por ali… Culpou também alguns munícipes por terem lançado boatos sobre um novo corte de água, e por mais incrível que pareça culpou os directores da escola pela “irresponsabilidade de mandarem os seus alunos para casa”. Vergonhoso! O Bloco de Esquerda condena veementemente esta forma de fazer política, sacando responsabilidades de quem é eleito, colocando-as do lado do povo, que gere as suas angústias com a (pouca) informação que lhes é dada por aqueles em quem depositaram a sua confiança na altura do voto. Ainda assim, lá se conseguiu perceber que este alumínio provinha de lamas depositadas nas margens da Barragem do Monte Novo. Lamas provenientes do tratamento das águas, e naturalmente saturadas em sílica e alumínio, que em vez de serem levadas para o aterro eram ali depositadas. Ora, desde 1997, através da Portaria n.º 335/97 de 16 de Maio, que a Estações de Tratamento de Águas são obrigadas a enviar este tipo de resíduos para o aterro. Não ficou claro se estas lamas foram todas depositadas antes desta data… Ainda assim, o executivo admitiu saber da sua existência, mas só agora em 2010, após este triste acontecimento, serão tomadas “medidas para a remoção das lamas”, em quantidade ainda não estimada, e com um peso orçamental ainda não estimado… Tão pouca informação prestada… tão poucos esclarecimentos… O Bloco de Esquerda insistiu em saber de quem é a responsabilidade deste crime ambiental, mas em nenhum momento alguém respondeu a esta questão. Não nos vamos conformar… Resumindo: as lamas pejadas de alumínio estavam e estão nas margens, e ao longo de todos estes anos os nossos governantes locais acharam improvável chover fortemente no Inverno de forma a arrastar as lamas, e com elas o alumínio, para as águas da Barragem…?! Foram prometidas intervenções nas margens já na Primavera/Verão deste ano. Cá estará o Bloco de Esquerda para averiguar e informar os munícipes dos desenvolvimentos desta triste novela. O Sr. Presidente da Câmara, ao longo da noite, apenas se responsabilizou por uma coisa: ter mandado cortar a água por forma a que a saúde pública não estivesse em risco. No entanto, no final da Assembleia, foi desmentido pelo Sr. Representante do Conselho de Administração das Águas do Centro Alentejo que afirmou ser ele o único responsável por esta tomada de decisão…! Em que é que ficamos?!
E assim corre a nossa água, aquela que (ainda) se diz pública…."
Bruno Martins  (Deputado Municipal do BE)

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