A Cinco Tons: O significado político dos 7 a 0 do Portugal

08-08-2010
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Os 7 a 0 do jogo entre Portugal e a Coreia do Norte talvez não tenha qualquer significado para além da equipa portuguesa ter jogado melhor do que os seus parceiros norte-coreanos. Mas para quem, abraçado a essa coisa que dá pelo nome de materialismo dialéctico, se empenha em ver em tudo teses, antíteses e sínteses -  e a mão também da política em tudo - , que ilações tirará deste jogo? A supremacia capitalista face à falta de táctica comunista? A capacidade técnica e física da democracia face à pouca criatividade da ditadura? As vantagens de uma linha aberta e com jogadores que jogam em todas as parte do mundo frente a uma selecção fechada, sem liberdade de circulação, e com pouca experiência internacional? A vitória de uma selecção de um país onde (bem ou mal) há liberdade de imprensa e liberdade política face à selecção de um país onde toda a imprensa é do Estado e o partido único se erige em porta-voz da sociedade?Eu sei que uma coisa não leva necessariamente à outra. Mas para quem gosta de tudo reduzir à política, ou aos posicionamentos políticos, será exagerado concluir que a Coreia do Norte jogou pessimamente à bola e que a ditadura e o comunismo foram derrotados pela democracia e pelo capitalismo? Que faltou estratégia e técnica aos discípulos de Kim Jong Il e sobraram estratégia e criatividade aos pupilos de Carlos Queiróz?Sei que isto é ficção. Mas também me dá algum gozo dedicar este post a quem anda sempre com os contextos, a dialéctica, e toda essa tralha ideológica na língua, e a dizer que tudo pode ser explicado pelos posicionamentos políticos. Ah sim? Então tomem lá!.


Os 7 a 0 do jogo entre Portugal e a Coreia do Norte talvez não tenha qualquer significado para além da equipa portuguesa ter jogado melhor do que os seus parceiros norte-coreanos. Mas para quem, abraçado a essa coisa que dá pelo nome de materialismo dialéctico, se empenha em ver em tudo teses, antíteses e sínteses -  e a mão também da política em tudo - , que ilações tirará deste jogo? A supremacia capitalista face à falta de táctica comunista? A capacidade técnica e física da democracia face à pouca criatividade da ditadura? As vantagens de uma linha aberta e com jogadores que jogam em todas as parte do mundo frente a uma selecção fechada, sem liberdade de circulação, e com pouca experiência internacional? A vitória de uma selecção de um país onde (bem ou mal) há liberdade de imprensa e liberdade política face à selecção de um país onde toda a imprensa é do Estado e o partido único se erige em porta-voz da sociedade?Eu sei que uma coisa não leva necessariamente à outra. Mas para quem gosta de tudo reduzir à política, ou aos posicionamentos políticos, será exagerado concluir que a Coreia do Norte jogou pessimamente à bola e que a ditadura e o comunismo foram derrotados pela democracia e pelo capitalismo? Que faltou estratégia e técnica aos discípulos de Kim Jong Il e sobraram estratégia e criatividade aos pupilos de Carlos Queiróz?Sei que isto é ficção. Mas também me dá algum gozo dedicar este post a quem anda sempre com os contextos, a dialéctica, e toda essa tralha ideológica na língua, e a dizer que tudo pode ser explicado pelos posicionamentos políticos. Ah sim? Então tomem lá!.

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