A Cinco Tons: As pescadinhas ministeriáveis

03-08-2010
marcar artigo


Por esta altura há muito nervoso miúdinho no ar para alguma gentinha que não larga o telemóvel. É que não vá ele tocar e, do outro lado, ouvir-se: "é da parte do engenheiro Sócrates. Ele quer falar consigo". Para alguns (poucos, aliás) sectores da nossa sociedade estes são dias de desespero: vai ou não o telefone tocar? Estou em alta ou já ninguém se lembra de mim? Que vergonha se não for escolhido! São estes os pensamentos que andam na cabeça de algumas dezenas de seres que se julgam predestinados e que passam do governo para as empresas, das empresas para as universidades, das universidades, de novo para o governo. Parecem pescadinhas de rabo na boca, sempre em círculo, de sinecura em sinecura. Quem não se lembra de um antigo ministro da agricultura, que acumulava tachos e mais tachos nos mais diversos conselhos de administração (numa determinada altura chegou a ter 14, acho eu, em simultâneo) - e chegou mesmo a ser do Conselho de Administração da Somincor em Castro Verde, pelo Estado português, ele que devia ser um entendido na matéria.E como nem todos podem ser ministros há também uma outra côrte que não se importava mesmo nada de ser ajudante de ministro, ou como são vulgarmente chamados, secretários ou mesmo subsecretários de Estado. Tudo o que vier à rede é peixe. E fica sempre bem no cartão de visita e no portfolio de candidatura àquela grande empresa onde ambicionam fazer carreira. Os lugares no Governo, em Portugal, ao contrário do que se passa noutros países onde são um corolário de carreiras profissionais bem conseguidas, são apenas degraus para outros vôos. E, olhando para este cenário negro, que mais uma vez se vai repetir, alguém estranha que Portugal esteja na linha vermelha em relação à maioria dos indicadores económicos da zona euro?


Por esta altura há muito nervoso miúdinho no ar para alguma gentinha que não larga o telemóvel. É que não vá ele tocar e, do outro lado, ouvir-se: "é da parte do engenheiro Sócrates. Ele quer falar consigo". Para alguns (poucos, aliás) sectores da nossa sociedade estes são dias de desespero: vai ou não o telefone tocar? Estou em alta ou já ninguém se lembra de mim? Que vergonha se não for escolhido! São estes os pensamentos que andam na cabeça de algumas dezenas de seres que se julgam predestinados e que passam do governo para as empresas, das empresas para as universidades, das universidades, de novo para o governo. Parecem pescadinhas de rabo na boca, sempre em círculo, de sinecura em sinecura. Quem não se lembra de um antigo ministro da agricultura, que acumulava tachos e mais tachos nos mais diversos conselhos de administração (numa determinada altura chegou a ter 14, acho eu, em simultâneo) - e chegou mesmo a ser do Conselho de Administração da Somincor em Castro Verde, pelo Estado português, ele que devia ser um entendido na matéria.E como nem todos podem ser ministros há também uma outra côrte que não se importava mesmo nada de ser ajudante de ministro, ou como são vulgarmente chamados, secretários ou mesmo subsecretários de Estado. Tudo o que vier à rede é peixe. E fica sempre bem no cartão de visita e no portfolio de candidatura àquela grande empresa onde ambicionam fazer carreira. Os lugares no Governo, em Portugal, ao contrário do que se passa noutros países onde são um corolário de carreiras profissionais bem conseguidas, são apenas degraus para outros vôos. E, olhando para este cenário negro, que mais uma vez se vai repetir, alguém estranha que Portugal esteja na linha vermelha em relação à maioria dos indicadores económicos da zona euro?

marcar artigo