CIDADANIA LX: Fabulosos coches....

29-05-2010
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...num fabuloso edifício. Mas atenção....pois se estes interiores voltarem às suas antigas funções, pode tudo terminar em desastre ! "A possibilidade de devolver ao Picadeiro Real - onde desde 1905 funciona o Museu dos Coches - as suas antigas funções já recebeu pareceres negativos. Em 1996, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) considerou que voltar a realizar espetáculos equestres regulares no salão nobre do edifício "não é compatível" com a preservação do mesmo. Ontem, o Bloco de Esquerda pediu explicações urgentes ao ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.Há muitos anos que se fala da possibilidade do Picadeiro - construído entre 1787 e 1816 - voltar a receber espetáculos. Em 2006, a intenção voltou a ser anunciada pelo Governo que fez saber que iria devolver àquele local "a sua função original, para receber exibições da Escola Portuguesa de Arte Equestre", enquanto o novo Museu dos Coches seria instalado num edifício novo. Ontem, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, garantiu que nada está decidido, que tudo está a ser estudado. "O edifício que alberga os coches vai ter um destino em função do que for determinado. Há um outro espaço, que é o Quartel do Conde de Lippe, que tem um picadeiro e que podia ser utilizado para esse fim", admitiu.O relatório provisório do LNEC, de 1996, feito a pedido do Instituto Português de Museus, refere que, dadas as características do edifício, deixar que o seu salão passe a ser palco regular de espetáculos com cavalos com "bastantes pessoas" a assistir terá uma consequência: "a existência de variações mais ou menos bruscas das condições ambientais", nomeadamente ao nível da temperatura, humidade relativa e luminosidade, as quais "têm, necessariamente, repercussões no comportamento dos elementos de construção, nomeadamente nos de madeira e nos de estuque de gesso".Um outro parecer, feito na mesma altura, da restauradora Anna Maria Marcone, do Instituto Centrale per il Restauro, do Ministério da Cultura italiano, concluiu que "parece incompatível com uma boa conservação" das pinturas sobre tela do salão "o reestabelecimento do picadeiro".O deputado do BE José Soeiro apresentou na Assembleia da República um pedido de explicação urgente ao ministro: "Por que razão esses relatórios nunca foram tornados públicos? O Governo pretende, mesmo assim, insistir na construção do Picadeiro no Salão do Museu dos Coches? O Governo considera que a preservação do edifício e da sua ornamentação deve ser sacrificada em nome de eventuais interesses económicos e turísticos?"Ontem, Pinto Ribeiro disse que não conhecia ainda as perguntas do BE. Mas garantiu que todos os estudos serão considerados na hora de tomar uma decisão final. " (foto e texto roubados no Carmo e Trindade)


...num fabuloso edifício. Mas atenção....pois se estes interiores voltarem às suas antigas funções, pode tudo terminar em desastre ! "A possibilidade de devolver ao Picadeiro Real - onde desde 1905 funciona o Museu dos Coches - as suas antigas funções já recebeu pareceres negativos. Em 1996, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) considerou que voltar a realizar espetáculos equestres regulares no salão nobre do edifício "não é compatível" com a preservação do mesmo. Ontem, o Bloco de Esquerda pediu explicações urgentes ao ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.Há muitos anos que se fala da possibilidade do Picadeiro - construído entre 1787 e 1816 - voltar a receber espetáculos. Em 2006, a intenção voltou a ser anunciada pelo Governo que fez saber que iria devolver àquele local "a sua função original, para receber exibições da Escola Portuguesa de Arte Equestre", enquanto o novo Museu dos Coches seria instalado num edifício novo. Ontem, o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, garantiu que nada está decidido, que tudo está a ser estudado. "O edifício que alberga os coches vai ter um destino em função do que for determinado. Há um outro espaço, que é o Quartel do Conde de Lippe, que tem um picadeiro e que podia ser utilizado para esse fim", admitiu.O relatório provisório do LNEC, de 1996, feito a pedido do Instituto Português de Museus, refere que, dadas as características do edifício, deixar que o seu salão passe a ser palco regular de espetáculos com cavalos com "bastantes pessoas" a assistir terá uma consequência: "a existência de variações mais ou menos bruscas das condições ambientais", nomeadamente ao nível da temperatura, humidade relativa e luminosidade, as quais "têm, necessariamente, repercussões no comportamento dos elementos de construção, nomeadamente nos de madeira e nos de estuque de gesso".Um outro parecer, feito na mesma altura, da restauradora Anna Maria Marcone, do Instituto Centrale per il Restauro, do Ministério da Cultura italiano, concluiu que "parece incompatível com uma boa conservação" das pinturas sobre tela do salão "o reestabelecimento do picadeiro".O deputado do BE José Soeiro apresentou na Assembleia da República um pedido de explicação urgente ao ministro: "Por que razão esses relatórios nunca foram tornados públicos? O Governo pretende, mesmo assim, insistir na construção do Picadeiro no Salão do Museu dos Coches? O Governo considera que a preservação do edifício e da sua ornamentação deve ser sacrificada em nome de eventuais interesses económicos e turísticos?"Ontem, Pinto Ribeiro disse que não conhecia ainda as perguntas do BE. Mas garantiu que todos os estudos serão considerados na hora de tomar uma decisão final. " (foto e texto roubados no Carmo e Trindade)

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