A Cinco Tons: Quem fez a República foi a monarquia

05-08-2010
marcar artigo


Em Évora, a Biblioteca Pública deu ontem, o primeiro passo num programa mais vasto de comemorações do Centenário da Répública que está em preparação nesta cidade, como um pouco por todo o país.A abertura da exposição "Quem fez a República" foi mote para uma conferência, ao final da tarde, conduzida por Alfredo Caldeira, administrador do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares e membro do Conselho Geral da mesma Fundação.Logo de início, o orador respondeu à pergunta "quem fez a República ?" afirmando que "foi a Monarquia !" E durante quase duas horas fundamentou a sua resposta.No final, já no período das perguntas, o director da Biblioteca que acompanhava o orador na mesa, sublinhou quanto "são assustadoras as repetições do passado". Foram de facto impressionantes as semelhanças dos primeiros tempos da Répública com a realidade política que é hoje conhecida. Alfredo Caldeira, reportando-se a esse período histórico que disse ter sido ainda pouco estudado, mas com base no seu acesso a um espólio documental previlegiado, justificou as semelhanças: "Como se corrompe é sempre igual. Compra-se e paga-se!"A conversa terminou à hora do jantar mas a exposição está lá na sala do rés -do chão da Biblioteca, à espera de visitas. Eu fui para casa acalentando uma secreta esperança: se as asneiras incontornáveis da monarquia construiram a realidade da República, quem sabe se os erros crassos a que hoje assistimos, não estarão na base de novas possibilidades?


Em Évora, a Biblioteca Pública deu ontem, o primeiro passo num programa mais vasto de comemorações do Centenário da Répública que está em preparação nesta cidade, como um pouco por todo o país.A abertura da exposição "Quem fez a República" foi mote para uma conferência, ao final da tarde, conduzida por Alfredo Caldeira, administrador do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares e membro do Conselho Geral da mesma Fundação.Logo de início, o orador respondeu à pergunta "quem fez a República ?" afirmando que "foi a Monarquia !" E durante quase duas horas fundamentou a sua resposta.No final, já no período das perguntas, o director da Biblioteca que acompanhava o orador na mesa, sublinhou quanto "são assustadoras as repetições do passado". Foram de facto impressionantes as semelhanças dos primeiros tempos da Répública com a realidade política que é hoje conhecida. Alfredo Caldeira, reportando-se a esse período histórico que disse ter sido ainda pouco estudado, mas com base no seu acesso a um espólio documental previlegiado, justificou as semelhanças: "Como se corrompe é sempre igual. Compra-se e paga-se!"A conversa terminou à hora do jantar mas a exposição está lá na sala do rés -do chão da Biblioteca, à espera de visitas. Eu fui para casa acalentando uma secreta esperança: se as asneiras incontornáveis da monarquia construiram a realidade da República, quem sabe se os erros crassos a que hoje assistimos, não estarão na base de novas possibilidades?

marcar artigo