A Cinco Tons: Vidas

05-08-2010
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A lua de meia passa a cheia naquela noite, Com amor e mistérios de amantes fundindo-se Em horizontes sonhados no reflectir ampliados De águas calmas e doces de lago enorme em quase planície, Ou de águas salgadas quase planas em praia então deserta Com luz reflectida em mar imenso em balouço doce, Embalando o amor. A lua de cheia passa a meia no dia seguinte. Na planície a água deixa de ser fresca e começa a evaporar-se. No mar as águas em ondular crescente começam a levantar-se. A luz reflectida da lua começa a esgueirar-se No sumir do lago e no agitar aumentado do mar. O sonho de ontem em lua cheia começa a esfumar-se Por uma neblina difusa soltando-se do lago minguando E do mar em ondular crescente se agigantando. De meia passa a nada a lua na noite seguinte. Não há dia, não há lago, todo ele se evapora, Ficando seco o lugar do lago. Só há agitado e tenebroso mar sem praia E sem vislumbrar esperança boa em cabo. O ser todo se desmorona. Nada! Só há noite. Nem noite quase há por ser de breu a noite. Não há luz. Até o mar a gritar revoltado deixa de se ouvir Abafado por sumidos gemidos na noite incontidos. Buracos negros em terra e céu sugam toda a réstia de luz. Nada! De nada, De nada a lua passa a fina curva de luz de outra lua. Como em sonho, há um clarear no amanhecer de outro dia. Há uma espécie de moinha de destroços, Uma espécie de outra neblina, invertida. A chuva cai e o lago de novo plano se forma. Nos agitados mares, deitam-se de cansaço as marés. Os corpos refrescam-se em água caída de baptismo E o ser dos corpos purifica-se em renovada iniciação. Os barcos encalhados voltam a ondular sem dor Como em noite de lua cheia, Sentindo o agitar partilhado do amor! Évora, 2010-06-27 J. Rodrigues Dias 27 Junho, 2010 16:56


A lua de meia passa a cheia naquela noite, Com amor e mistérios de amantes fundindo-se Em horizontes sonhados no reflectir ampliados De águas calmas e doces de lago enorme em quase planície, Ou de águas salgadas quase planas em praia então deserta Com luz reflectida em mar imenso em balouço doce, Embalando o amor. A lua de cheia passa a meia no dia seguinte. Na planície a água deixa de ser fresca e começa a evaporar-se. No mar as águas em ondular crescente começam a levantar-se. A luz reflectida da lua começa a esgueirar-se No sumir do lago e no agitar aumentado do mar. O sonho de ontem em lua cheia começa a esfumar-se Por uma neblina difusa soltando-se do lago minguando E do mar em ondular crescente se agigantando. De meia passa a nada a lua na noite seguinte. Não há dia, não há lago, todo ele se evapora, Ficando seco o lugar do lago. Só há agitado e tenebroso mar sem praia E sem vislumbrar esperança boa em cabo. O ser todo se desmorona. Nada! Só há noite. Nem noite quase há por ser de breu a noite. Não há luz. Até o mar a gritar revoltado deixa de se ouvir Abafado por sumidos gemidos na noite incontidos. Buracos negros em terra e céu sugam toda a réstia de luz. Nada! De nada, De nada a lua passa a fina curva de luz de outra lua. Como em sonho, há um clarear no amanhecer de outro dia. Há uma espécie de moinha de destroços, Uma espécie de outra neblina, invertida. A chuva cai e o lago de novo plano se forma. Nos agitados mares, deitam-se de cansaço as marés. Os corpos refrescam-se em água caída de baptismo E o ser dos corpos purifica-se em renovada iniciação. Os barcos encalhados voltam a ondular sem dor Como em noite de lua cheia, Sentindo o agitar partilhado do amor! Évora, 2010-06-27 J. Rodrigues Dias 27 Junho, 2010 16:56

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