A Cinco Tons: Presidente e comitiva atravessam a Europa em contactos porta a porta

05-08-2010
marcar artigo


Tenho seguido pela comunicação social a aventura da comitiva presidencial pelas estradas da Europa. Há algo de burlesco e de tragicomédia em tudo isto. Lembra-me aquelas delegações que, há centenas de anos, iam por terra de Lisboa a Roma, lentamente, para prestar vassalagem ao Papa ou a um Imperador qualquer. Aqui é ao contrário. O presidente foi surpreendido pelas cinzas do vulcão islandês em plena Europa Central e, com a comitiva, fez-se à estrada, de carro e autocarro, com uma ministra, uma fadista, empresários, um deles até faz hoje anos (José Roquette), muitos jornalistas e mesmo algumas crianças açorianas. A comitiva vai parando e os jornalistas enviam os seus trabalhos: ficamos a saber que a senhora presidente aproveitou para ler Orhan Pamuk; que o presidente leu jornais e revistas (afinal já lê!); que a ministra da saúde quis ser simpática e foi a Estrasburgo para falar de pediatria e ficou ali retirada e que apanhou boleia da caravana presidencial; que cantaram os parabéns a José Roquette. Através da rádio e dos directos das televisões sabemos, até à exaustão, em cada noticiário, em que local está a comitiva; as paragens que faz; o tempo que falta para chegar a Barcelona. E aqui durante o dia residiu a grande, incomensurável, incógnita: viriam para casa de carro ou de avião? Parece que a coisa está resolvida e que as cinzas do vulcão foram passear para outro lado e que já podem vir de avião. Ainda bem, que já não se aguenta relato tão pormenorizado desta caravana em estradas da Europa. Como se fosse um folhetim a que é preciso ir dando continuidade e fio condutor: mas agora já estou mais descansado - desde que entrou na Catalunha que a caravana está a ser acompanhada por uma escolta policial.
(E se a  moda pega e o presidente gosta da viagem poderemos sempre ter um presidente e um governo itinerantes, em contactos porta a porta, por essa Europa fora. Talvez fosse uma maneira do país progredir mais depressa sem essas, quase sempre, forças de bloqueio, por perto).


Tenho seguido pela comunicação social a aventura da comitiva presidencial pelas estradas da Europa. Há algo de burlesco e de tragicomédia em tudo isto. Lembra-me aquelas delegações que, há centenas de anos, iam por terra de Lisboa a Roma, lentamente, para prestar vassalagem ao Papa ou a um Imperador qualquer. Aqui é ao contrário. O presidente foi surpreendido pelas cinzas do vulcão islandês em plena Europa Central e, com a comitiva, fez-se à estrada, de carro e autocarro, com uma ministra, uma fadista, empresários, um deles até faz hoje anos (José Roquette), muitos jornalistas e mesmo algumas crianças açorianas. A comitiva vai parando e os jornalistas enviam os seus trabalhos: ficamos a saber que a senhora presidente aproveitou para ler Orhan Pamuk; que o presidente leu jornais e revistas (afinal já lê!); que a ministra da saúde quis ser simpática e foi a Estrasburgo para falar de pediatria e ficou ali retirada e que apanhou boleia da caravana presidencial; que cantaram os parabéns a José Roquette. Através da rádio e dos directos das televisões sabemos, até à exaustão, em cada noticiário, em que local está a comitiva; as paragens que faz; o tempo que falta para chegar a Barcelona. E aqui durante o dia residiu a grande, incomensurável, incógnita: viriam para casa de carro ou de avião? Parece que a coisa está resolvida e que as cinzas do vulcão foram passear para outro lado e que já podem vir de avião. Ainda bem, que já não se aguenta relato tão pormenorizado desta caravana em estradas da Europa. Como se fosse um folhetim a que é preciso ir dando continuidade e fio condutor: mas agora já estou mais descansado - desde que entrou na Catalunha que a caravana está a ser acompanhada por uma escolta policial.
(E se a  moda pega e o presidente gosta da viagem poderemos sempre ter um presidente e um governo itinerantes, em contactos porta a porta, por essa Europa fora. Talvez fosse uma maneira do país progredir mais depressa sem essas, quase sempre, forças de bloqueio, por perto).

marcar artigo