PSD defende revisão constitucional contra preconceitos

30-04-2010
marcar artigo

O PSD utilizou a sessão comemorativa para a defesa da bandeira da sua nova direcção nacional. Num dis- curso arrojado que animou o plenário, Aguiar-Branco citou Lenine, Rosa Luxemburgo, António Sardinha e Sérgio Godinho para defender o arranque de uma revisão constitucional capaz de "eliminar os preconceitos ideológicos".

Preconceitos esses que, criticou, tanto existem à esquerda como à direita. "A ala esquerda desta assembleia parece recear a afirmação do sentido da nação, a ala direita parece temer o sentido do uso do cravo vermelho".

Para sustentar a urgência da revisão defendeu que o Estado é já "reaccionário, profundamente reaccionário", entrando "nas nossas casas, nas nossas empresas para reclamar o seu quinhão", comprimindo "direitos e garantias". Recuperou ainda uma fra- se de Rosa Luxemburgo para dizerzer que "liberdade apenas para os membros do Governo e para os membros do partido não é liberdade de todo".

Queria por isso que a revisão fosse a oportunidade de dar ao "povo o poder de produzir, de escolher e de decidir".

Sem se referir ao processo de revisão, o deputado socialista João Soares admitiu existirem problemas com o Estado. "É necessário progredir de forma evidente, compreensível e perceptível, na arrumação do Estado às tarefas que historicamente lhe competem", discursou Soares antes de rematar ser também "necessário prosseguir na construção de um ambiente institucional que favoreça a vontade de avançar na aventura esforçada de cumprir uma vida digna".

Os três D da actualidade

Pelas palavras de José Manuel Rodrigues se percebeu que o CDS é a favor da revisão. "Uma boa Constituição não é um programa nem de esquerda nem de direita. Deve ser, apenas e só, uma lei fundamental para todos e de uma só nação, factor de progresso e não de bloqueio", defendeu.

Ainda assim, a maior parte do dis- curso do deputado centrista foi à vol- ta da reinvenção dos três D dos nossos dias: dívida, défice e desemprego. O desemprego por ser "o mais alto de sempre", o défice por ser "o mais alto dos últimos 30 anos" e a dívida pública porque "ultrapassa a totalidade do produto".

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, optou por defender a urgência "de criar as condições, à esquerda, para uma mudança de estratégia na resposta à crise a partir de um novo sujeito político e social de transformação". Isto após criticar o Plano de Estabilidade e Crescimento por ser "a expressão da falência de uma estratégia" e uma arma contra a "democracia social e a justiça". Por isso mesmo, declarou ser "total e absolutamente inaceitável" aceitar uma revisão constitucional.

Também o PCP se mostrou contra o avanço da reforma. José Soeiro garantiu que "os problemas gravíssimos que afectam o país não resultam da natureza progressista da Constituição", mas antes são o "resultado do incumprimento da Constituição".

Heloísa Apolónia, dos "Verdes", seguiu a mesma linha para garantir que "sem a nossa Constituição seria muito mais simples gerar um quadro político que tornasse mais fácil implementar a lei da selva". N.S.L.

O PSD utilizou a sessão comemorativa para a defesa da bandeira da sua nova direcção nacional. Num dis- curso arrojado que animou o plenário, Aguiar-Branco citou Lenine, Rosa Luxemburgo, António Sardinha e Sérgio Godinho para defender o arranque de uma revisão constitucional capaz de "eliminar os preconceitos ideológicos".

Preconceitos esses que, criticou, tanto existem à esquerda como à direita. "A ala esquerda desta assembleia parece recear a afirmação do sentido da nação, a ala direita parece temer o sentido do uso do cravo vermelho".

Para sustentar a urgência da revisão defendeu que o Estado é já "reaccionário, profundamente reaccionário", entrando "nas nossas casas, nas nossas empresas para reclamar o seu quinhão", comprimindo "direitos e garantias". Recuperou ainda uma fra- se de Rosa Luxemburgo para dizerzer que "liberdade apenas para os membros do Governo e para os membros do partido não é liberdade de todo".

Queria por isso que a revisão fosse a oportunidade de dar ao "povo o poder de produzir, de escolher e de decidir".

Sem se referir ao processo de revisão, o deputado socialista João Soares admitiu existirem problemas com o Estado. "É necessário progredir de forma evidente, compreensível e perceptível, na arrumação do Estado às tarefas que historicamente lhe competem", discursou Soares antes de rematar ser também "necessário prosseguir na construção de um ambiente institucional que favoreça a vontade de avançar na aventura esforçada de cumprir uma vida digna".

Os três D da actualidade

Pelas palavras de José Manuel Rodrigues se percebeu que o CDS é a favor da revisão. "Uma boa Constituição não é um programa nem de esquerda nem de direita. Deve ser, apenas e só, uma lei fundamental para todos e de uma só nação, factor de progresso e não de bloqueio", defendeu.

Ainda assim, a maior parte do dis- curso do deputado centrista foi à vol- ta da reinvenção dos três D dos nossos dias: dívida, défice e desemprego. O desemprego por ser "o mais alto de sempre", o défice por ser "o mais alto dos últimos 30 anos" e a dívida pública porque "ultrapassa a totalidade do produto".

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, optou por defender a urgência "de criar as condições, à esquerda, para uma mudança de estratégia na resposta à crise a partir de um novo sujeito político e social de transformação". Isto após criticar o Plano de Estabilidade e Crescimento por ser "a expressão da falência de uma estratégia" e uma arma contra a "democracia social e a justiça". Por isso mesmo, declarou ser "total e absolutamente inaceitável" aceitar uma revisão constitucional.

Também o PCP se mostrou contra o avanço da reforma. José Soeiro garantiu que "os problemas gravíssimos que afectam o país não resultam da natureza progressista da Constituição", mas antes são o "resultado do incumprimento da Constituição".

Heloísa Apolónia, dos "Verdes", seguiu a mesma linha para garantir que "sem a nossa Constituição seria muito mais simples gerar um quadro político que tornasse mais fácil implementar a lei da selva". N.S.L.

marcar artigo