Exército quer respostas "o mais rápido possível" sobre morte de jovem no Dia da Defesa Nacional

24-05-2011
marcar artigo

"O cabo partiu. Agora vamos avançar para as averiguações. Queremos ter respostas o mais rápido possível", disse ao PÚBLICO o tenente-coronel Hélder Perdigão, porta-voz do Exército, adiantando que, "como garante de rigor e isenção", a investigação está a cargo da Polícia Judiciária Militar (uma entidade externa ao Exército).

A Procuradoria-Geral da República também já confirmou a instauração de um inquérito-crime nos serviços de Vila Nova de Gaia, tal como a lei exige em caso de morte violenta ou de causa indeterminada.

O acidente ocorreu na sexta-feira, mas ontem ainda se sentia o ambiente de luto na academia da Universidade do Porto. Na Associação de Estudantes da Faculdade de Direito, Sara Moreira referia que, além dos três dias de luto, foi enviada uma coroa de flores e uma delegação de quatro pessoas para o velório de Rita Lucas. Cá fora, sentada numas escadas de pedra, está uma jovem vestida de capa preta. Não quer dizer o nome, mas confirma a razão do traje negro. "Sou amiga da Rita. Estudei com ela no Colégio dos Carvalhos (em Vila Nova de Gaia). Estou de luto por ela", disse a estudante da Faculdade de Letras adiantando que cumpriu o dever de comparecer no DDN, na Serra do Pilar, uns dias antes de Rita o fazer. "Não fiz slide. Apesar de já ter feito coisas do género, aquilo não me inspirou", acrescentou.

A comparência de todos os cidadãos portugueses que cumpram 18 anos de idade no DDN - que "visa sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional e divulgar o papel das Forças Armadas" - é "um dever militar obrigatório", porém, as actividades propostas nos vários locais são facultativas. A multa em caso de falta não justificada pode ir dos 249 aos 1257 euros. O Ministério da Defesa confirmou ao PÚBLICO que, na sequência do acidente, as actividades do DDN "foram totalmente suspensas em todos os locais onde estavam previstas, por despacho do ministro da Defesa". "Todo o ciclo 2010-2011 está, assim, suspenso", acrescenta fonte do gabinete do ministro, que esclarece ainda que o mesmo despacho dá à Direcção-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Exército um prazo máximo de 30 dias para que se conclua o inquérito. No dia da queda fatal, os pais de Rita Lucas avançaram com a intenção de processar o Estado numa tentativa de evitar acidentes semelhantes.

Ontem, à margem das cerimónias do Dia da Escola de Tropas Pára-Quedistas realizadas em Tancos, o porta-voz do Exército, Hélder Perdigão, adi- antava que o "acidente anómalo" será investigado pela Polícia Judiciária Militar. Na mesma cerimónia, o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general José Pinto Ramalho, não se comprometeu com prazos para a conclusão do inquérito, mas afirmou que "um mês é mais do que aceitável" para que se encontrem respostas para a origem do acidente.

O Bloco de Esquerda apresentou (pela segunda vez) no final de 2010 uma proposta que queria acabar com a obrigatoriedade de comparência no DDN (este ano, pela primeira vez, as mulheres também foram chamadas). A primeira proposta foi chumbada por todos os outros partidos e a segunda tentativa do BE, subscrita pelo bloquista José Soeiro, não chegou a ir a votos nesta legislatura. "Vamos apresentar esta proposta de novo. Rejeitamos a ideia de que se trata de uma acção de cidadania. Os jovens não devem ser obrigados a comparecer nestas acções de promoção de ideologia castrense", defende José Soeiro, sublinhando que não quer vincular esta proposta ao "acidente gravíssimo" ocorrido na passada sexta-feira, em Vila Nova de Gaia. com Lusa

"O cabo partiu. Agora vamos avançar para as averiguações. Queremos ter respostas o mais rápido possível", disse ao PÚBLICO o tenente-coronel Hélder Perdigão, porta-voz do Exército, adiantando que, "como garante de rigor e isenção", a investigação está a cargo da Polícia Judiciária Militar (uma entidade externa ao Exército).

A Procuradoria-Geral da República também já confirmou a instauração de um inquérito-crime nos serviços de Vila Nova de Gaia, tal como a lei exige em caso de morte violenta ou de causa indeterminada.

O acidente ocorreu na sexta-feira, mas ontem ainda se sentia o ambiente de luto na academia da Universidade do Porto. Na Associação de Estudantes da Faculdade de Direito, Sara Moreira referia que, além dos três dias de luto, foi enviada uma coroa de flores e uma delegação de quatro pessoas para o velório de Rita Lucas. Cá fora, sentada numas escadas de pedra, está uma jovem vestida de capa preta. Não quer dizer o nome, mas confirma a razão do traje negro. "Sou amiga da Rita. Estudei com ela no Colégio dos Carvalhos (em Vila Nova de Gaia). Estou de luto por ela", disse a estudante da Faculdade de Letras adiantando que cumpriu o dever de comparecer no DDN, na Serra do Pilar, uns dias antes de Rita o fazer. "Não fiz slide. Apesar de já ter feito coisas do género, aquilo não me inspirou", acrescentou.

A comparência de todos os cidadãos portugueses que cumpram 18 anos de idade no DDN - que "visa sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional e divulgar o papel das Forças Armadas" - é "um dever militar obrigatório", porém, as actividades propostas nos vários locais são facultativas. A multa em caso de falta não justificada pode ir dos 249 aos 1257 euros. O Ministério da Defesa confirmou ao PÚBLICO que, na sequência do acidente, as actividades do DDN "foram totalmente suspensas em todos os locais onde estavam previstas, por despacho do ministro da Defesa". "Todo o ciclo 2010-2011 está, assim, suspenso", acrescenta fonte do gabinete do ministro, que esclarece ainda que o mesmo despacho dá à Direcção-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Exército um prazo máximo de 30 dias para que se conclua o inquérito. No dia da queda fatal, os pais de Rita Lucas avançaram com a intenção de processar o Estado numa tentativa de evitar acidentes semelhantes.

Ontem, à margem das cerimónias do Dia da Escola de Tropas Pára-Quedistas realizadas em Tancos, o porta-voz do Exército, Hélder Perdigão, adi- antava que o "acidente anómalo" será investigado pela Polícia Judiciária Militar. Na mesma cerimónia, o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general José Pinto Ramalho, não se comprometeu com prazos para a conclusão do inquérito, mas afirmou que "um mês é mais do que aceitável" para que se encontrem respostas para a origem do acidente.

O Bloco de Esquerda apresentou (pela segunda vez) no final de 2010 uma proposta que queria acabar com a obrigatoriedade de comparência no DDN (este ano, pela primeira vez, as mulheres também foram chamadas). A primeira proposta foi chumbada por todos os outros partidos e a segunda tentativa do BE, subscrita pelo bloquista José Soeiro, não chegou a ir a votos nesta legislatura. "Vamos apresentar esta proposta de novo. Rejeitamos a ideia de que se trata de uma acção de cidadania. Os jovens não devem ser obrigados a comparecer nestas acções de promoção de ideologia castrense", defende José Soeiro, sublinhando que não quer vincular esta proposta ao "acidente gravíssimo" ocorrido na passada sexta-feira, em Vila Nova de Gaia. com Lusa

marcar artigo