O Despacho 16066/2008 publicado em Diário da República e ainda assinado pelo ex-Secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, estabelece a preferência de se fazerem contratos de prestação de serviços com pessoas colectivas, leia-se “empresas de trabalho temporário”.A chamada de atenção vem do movimento FERVE.O Ferve tem vindo a denunciar o risco, para os cerca de 100 mil trabalhadores que passam recibos verdes na Administração Pública (AP), de perderem os seus empregos.A estratégia é clara para mim:1. O Estado, através do Governo do Partido Socialista, “despede” os cerca de 100 mil trabalhadores que passam recibos verdes na AP ou grande parte deles;2. Depois … volta a contrata-los, se não esses outros que tais, porque se estão a trabalhar é porque na maioria dos casos o seu trabalho é necessário, através de “empresas de trabalho temporário”.Em conclusão:1. O Estado acaba com esta “mancha negra” da responsabilidade dos sucessivos governos do “Centrão”, não assumindo os deveres e responsabilidades que lhe cabem junto de dezenas de milhares de trabalhadores, que deveriam ser admitidos nos quadros por terem estado a ser ilegalmente “abusados” através de “falsos recibos verdes”;2. Em termos de Orçamento, aparentemente, reduzirá as despesas com “Pessoal” e irá aumentar os custos em “Prestações de Serviços”, custos esses que dispararão porque terão de acomodar para além do mais a margem do intermediário, neste caso leia-se, empresas de trabalho temporário;3. As empresas de trabalho temporário irão encaixar um maior volume de negócios e irão, se bem geridas, ver aumentar os seus lucros;4. O inefável Vitalino Canas, deputado pelo Partido Socialista e seu porta-voz, Provedor do Trabalho Temporário, continuará por certo nesta função, agora com responsabilidades em correlação com o volume de negócio acrescido do sector.Os precários … bem …Continuarão precários, na sua esmagadora maioria;Porventura recontratados através de uma qualquer empresa de trabalho temporário;Beneficiando, ou não, daquela “cunha” simpática, ou sujeitos a uma provável “triagem”, que poderá vir a afastar os mais “incómodos”;… e com menor capacidade reivindicativa porque, a partir de aqui, tudo será “legal”.Continuarão assi com a vida adiada e a juventude perdida.Se situações destas, não são capazes de tocar e mobilizar consciências e vontades para mudar este estado de coisas;Se estes precários, que são na grande maioria jovens, não perceberem que, apesar de precários, continuam a fazer parte do futuro não só da Pátria, mas da Humanidade;Se não entenderem que está na hora da mudança e que eles, apesar de desprezados e humilhados, são parte da mudança e que a podem ajudar a realizar num futuro próximo;Se não se recensearem, influenciarem e mobilizarem os seus familiares e amigos para nas próximas eleições, (100.000, vezes pelo menos 5, valem meio milhão de votos e se for por 10 é 1 milhão de votos) votarem na mudança;Se continuarem no clima do ‘tá se bem” em vez de tomarem posição e irem à luta…Então ficaremos na mesma, será mais uma oportunidade perdida.Mas…“….Mas há sempre uma candeiadentro da própria desgraçahá sempre alguém que semeiacanções no vento que passa.Mesmo na noite mais tristeem tempo de servidãohá sempre alguém que resistehá sempre alguém que diz não.In: “Trova do vento que passa”, Manuel AlegreDeclaração de Interesses:A inclusão deste trecho de Manuel Alegre, não tem significado político.Por enquanto, para mim, Manuel Alegre faz parte do problema e nunca será, por si, a solução.O que não quer dizer que o não admire, considere e respeite e reconheça nele um dos poetas da Resistência que soube cantar a esperança.As suas palavras já o ultrapassaram há muito, sendo hoje património de todos nós, apesar … dos Direitos de Autor.
Categorias
Entidades
O Despacho 16066/2008 publicado em Diário da República e ainda assinado pelo ex-Secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, estabelece a preferência de se fazerem contratos de prestação de serviços com pessoas colectivas, leia-se “empresas de trabalho temporário”.A chamada de atenção vem do movimento FERVE.O Ferve tem vindo a denunciar o risco, para os cerca de 100 mil trabalhadores que passam recibos verdes na Administração Pública (AP), de perderem os seus empregos.A estratégia é clara para mim:1. O Estado, através do Governo do Partido Socialista, “despede” os cerca de 100 mil trabalhadores que passam recibos verdes na AP ou grande parte deles;2. Depois … volta a contrata-los, se não esses outros que tais, porque se estão a trabalhar é porque na maioria dos casos o seu trabalho é necessário, através de “empresas de trabalho temporário”.Em conclusão:1. O Estado acaba com esta “mancha negra” da responsabilidade dos sucessivos governos do “Centrão”, não assumindo os deveres e responsabilidades que lhe cabem junto de dezenas de milhares de trabalhadores, que deveriam ser admitidos nos quadros por terem estado a ser ilegalmente “abusados” através de “falsos recibos verdes”;2. Em termos de Orçamento, aparentemente, reduzirá as despesas com “Pessoal” e irá aumentar os custos em “Prestações de Serviços”, custos esses que dispararão porque terão de acomodar para além do mais a margem do intermediário, neste caso leia-se, empresas de trabalho temporário;3. As empresas de trabalho temporário irão encaixar um maior volume de negócios e irão, se bem geridas, ver aumentar os seus lucros;4. O inefável Vitalino Canas, deputado pelo Partido Socialista e seu porta-voz, Provedor do Trabalho Temporário, continuará por certo nesta função, agora com responsabilidades em correlação com o volume de negócio acrescido do sector.Os precários … bem …Continuarão precários, na sua esmagadora maioria;Porventura recontratados através de uma qualquer empresa de trabalho temporário;Beneficiando, ou não, daquela “cunha” simpática, ou sujeitos a uma provável “triagem”, que poderá vir a afastar os mais “incómodos”;… e com menor capacidade reivindicativa porque, a partir de aqui, tudo será “legal”.Continuarão assi com a vida adiada e a juventude perdida.Se situações destas, não são capazes de tocar e mobilizar consciências e vontades para mudar este estado de coisas;Se estes precários, que são na grande maioria jovens, não perceberem que, apesar de precários, continuam a fazer parte do futuro não só da Pátria, mas da Humanidade;Se não entenderem que está na hora da mudança e que eles, apesar de desprezados e humilhados, são parte da mudança e que a podem ajudar a realizar num futuro próximo;Se não se recensearem, influenciarem e mobilizarem os seus familiares e amigos para nas próximas eleições, (100.000, vezes pelo menos 5, valem meio milhão de votos e se for por 10 é 1 milhão de votos) votarem na mudança;Se continuarem no clima do ‘tá se bem” em vez de tomarem posição e irem à luta…Então ficaremos na mesma, será mais uma oportunidade perdida.Mas…“….Mas há sempre uma candeiadentro da própria desgraçahá sempre alguém que semeiacanções no vento que passa.Mesmo na noite mais tristeem tempo de servidãohá sempre alguém que resistehá sempre alguém que diz não.In: “Trova do vento que passa”, Manuel AlegreDeclaração de Interesses:A inclusão deste trecho de Manuel Alegre, não tem significado político.Por enquanto, para mim, Manuel Alegre faz parte do problema e nunca será, por si, a solução.O que não quer dizer que o não admire, considere e respeite e reconheça nele um dos poetas da Resistência que soube cantar a esperança.As suas palavras já o ultrapassaram há muito, sendo hoje património de todos nós, apesar … dos Direitos de Autor.