E o vencedor é …Por: Lily Hamourtziadou(Tradução livre da minha responsabilidade)In: http://www.iraqbodycount.org/analysis/beyond/week-in-iraq/Não, comecemos antes com os perdedores.Claramente os maiores perdedores desta guerra são os iraquianos.A invasão de 2003 e a ocupação do seu país trouxe-lhes:TerrorPobrezaAnarquiaVulnerabilidadeCaosAqueles que deveriam ter sido os claros vencedores desta guerra, os iraquianos, se alguma coisa do que nos foi contado, antes da invasão, fosse verdade, são, de facto, de longe, os maiores perdedores.Na semana passada, perderam-se 247 vidas civis, 14 das quais foram crianças.Os outros claros perdedores são os jovens, homens e mulheres, mais de 4.000 deles, soldados invasores, principalmente americanos e britânicos, que até agora já perderam as suas vidas.Aqueles homens e mulheres jovens, que se alistaram nas forças armadas dos seus países, dispostos a serem corajosos, a sacrificar a sua vida, para proteger, para salvar, para o bem da sua nação e do seu povo – pais, filhos, amigos, vizinhos.Esses homens e mulheres, em vez disso, morrem de uma morte desonrosa, porque foram sacrificados a uma causa desonrosa. Eles tem sido usados e traídos por aqueles que nunca teriam sacrificado nada do que é seu. Eles têm sido usados e abusados pelos vencedores desta guerra.Quem são os vencedores?George W. Bush e Tony Blair são os vencedores óbvios.Não só parecem ter escapado a qualquer castigo depois das suas mentiras, traições, embustes, crimes contra a paz e possivelmente crimes de guerra que continuam até hoje, mas ainda conseguiram ser reeleitos após invadir e destruir um país, e depois de matar milhares de civis.Assim que as suas mentiras, em relação ás ameaças do Iraque, foram expostas, ambos, muito habilmente, redefiniram a guerra como uma expressão dos valores ocidentais: liberdade, democracia, igualdade.E a lisonja resultou: muitos de nós acreditamos, que nós ocidentais, nobres, liberais, civilizados e justos estávamos numa missão maravilhosa (com os nossos líderes sendo a força motriz dessa coragem moral) para salvar uma população oprimida, que vivia no medo e clamava por ajuda. A nossa ajuda.Acreditámos, porque queríamos acreditar, na nossa intrínseca bondade e nas boas intenções dos nossos dirigentes. Através de nós, a sua vitória foi conquistada e através de nós eles continuam a ser vitoriosos.Os outros vencedores são os extremistas.Aqueles que matam civis no Iraque diáriamente.Aqueles que torturam e matam mulheres que não cubram a cabeça, mulheres suficientemente levianas para usar maquilhagem e as que apenas desejam que as suas filhas frequentem a escola.Aqueles que matam à bomba nos mercados, que matam inocentem à porta das padarias, dentro das escolas, ou enquanto conduzem os seus carros.Aqueles que raptam, torturam e assassinam, até crianças, e que abandonam os seus corpos pelas ruas, nos campos, em lixeiras, como se de lixo se tratasse.Os fanáticos, os assassinos, os terroristas, que têm uma posição estabelecida no Iraque, e tornaram-se naquilo porque o Iraque é famoso. Por aquilo que nenhum outro país quereria ser famoso.Qualquer pessoa que se tornou rico, ou ainda mais rico, ou mais poderoso, como resultado desta guerra é também um vencedor.Empresas americanas e britânicas, "homens do dinheiro", como Raymond Whitaker e Stephen Foley se lhes referiu. (The Independent, 16 de Março).E os britânicos e os americanos? O que é que ganhámos? O que é que perdemos?Até aqui nada, nem mesmo a nossa segurança. E perdemos alguma coisa: um pouco da nossa auto-estima.Um pouco da nossa convicção, na nossa força, nos nossos valores e no nosso papel de defensores de tudo o que é bom e justo.
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E o vencedor é …Por: Lily Hamourtziadou(Tradução livre da minha responsabilidade)In: http://www.iraqbodycount.org/analysis/beyond/week-in-iraq/Não, comecemos antes com os perdedores.Claramente os maiores perdedores desta guerra são os iraquianos.A invasão de 2003 e a ocupação do seu país trouxe-lhes:TerrorPobrezaAnarquiaVulnerabilidadeCaosAqueles que deveriam ter sido os claros vencedores desta guerra, os iraquianos, se alguma coisa do que nos foi contado, antes da invasão, fosse verdade, são, de facto, de longe, os maiores perdedores.Na semana passada, perderam-se 247 vidas civis, 14 das quais foram crianças.Os outros claros perdedores são os jovens, homens e mulheres, mais de 4.000 deles, soldados invasores, principalmente americanos e britânicos, que até agora já perderam as suas vidas.Aqueles homens e mulheres jovens, que se alistaram nas forças armadas dos seus países, dispostos a serem corajosos, a sacrificar a sua vida, para proteger, para salvar, para o bem da sua nação e do seu povo – pais, filhos, amigos, vizinhos.Esses homens e mulheres, em vez disso, morrem de uma morte desonrosa, porque foram sacrificados a uma causa desonrosa. Eles tem sido usados e traídos por aqueles que nunca teriam sacrificado nada do que é seu. Eles têm sido usados e abusados pelos vencedores desta guerra.Quem são os vencedores?George W. Bush e Tony Blair são os vencedores óbvios.Não só parecem ter escapado a qualquer castigo depois das suas mentiras, traições, embustes, crimes contra a paz e possivelmente crimes de guerra que continuam até hoje, mas ainda conseguiram ser reeleitos após invadir e destruir um país, e depois de matar milhares de civis.Assim que as suas mentiras, em relação ás ameaças do Iraque, foram expostas, ambos, muito habilmente, redefiniram a guerra como uma expressão dos valores ocidentais: liberdade, democracia, igualdade.E a lisonja resultou: muitos de nós acreditamos, que nós ocidentais, nobres, liberais, civilizados e justos estávamos numa missão maravilhosa (com os nossos líderes sendo a força motriz dessa coragem moral) para salvar uma população oprimida, que vivia no medo e clamava por ajuda. A nossa ajuda.Acreditámos, porque queríamos acreditar, na nossa intrínseca bondade e nas boas intenções dos nossos dirigentes. Através de nós, a sua vitória foi conquistada e através de nós eles continuam a ser vitoriosos.Os outros vencedores são os extremistas.Aqueles que matam civis no Iraque diáriamente.Aqueles que torturam e matam mulheres que não cubram a cabeça, mulheres suficientemente levianas para usar maquilhagem e as que apenas desejam que as suas filhas frequentem a escola.Aqueles que matam à bomba nos mercados, que matam inocentem à porta das padarias, dentro das escolas, ou enquanto conduzem os seus carros.Aqueles que raptam, torturam e assassinam, até crianças, e que abandonam os seus corpos pelas ruas, nos campos, em lixeiras, como se de lixo se tratasse.Os fanáticos, os assassinos, os terroristas, que têm uma posição estabelecida no Iraque, e tornaram-se naquilo porque o Iraque é famoso. Por aquilo que nenhum outro país quereria ser famoso.Qualquer pessoa que se tornou rico, ou ainda mais rico, ou mais poderoso, como resultado desta guerra é também um vencedor.Empresas americanas e britânicas, "homens do dinheiro", como Raymond Whitaker e Stephen Foley se lhes referiu. (The Independent, 16 de Março).E os britânicos e os americanos? O que é que ganhámos? O que é que perdemos?Até aqui nada, nem mesmo a nossa segurança. E perdemos alguma coisa: um pouco da nossa auto-estima.Um pouco da nossa convicção, na nossa força, nos nossos valores e no nosso papel de defensores de tudo o que é bom e justo.