nortadas: ESQUERDA E TERRORISMO

26-05-2011
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Acho muito bem que o CDS trate temas ditos fracturantes. Acho que o CDS deve e tem de estar permanentemente presente na sociedade portuguesa, com a sua agenda - que não sei qual é - ou com outra qualquer, uma vez que é o único representante de uma direita de valores, muito heterógenea bem sei, conservadora, liberal, moderna, democrática, sem ressentimentos ou saudosismos. Aceito, também, que o CDS possa ter hoje dificuldades em ser ouvido e, por isso, tenha de lançar uns foguetes.Posto isto, não estou certo de que as declarações de José Ribeiro e Castro a propósito do terrorismo e da esquerda mereçam grande aplauso. Aviso, por cautela, que desconheço o contexto em que foram proferidas e o seu teor integral, o que sei sobre o tema foi o que veio nos jornais, o que nem sempre corresponde à realidade, mas duvido imenso da eficácia e utilidade da mensagem. Não discuto que, tradicionalmente, grande parte do terrorismo estava ligado à extrema-esquerda, por convicção ou por conveniência, até porque nos tempos da guerra fria muitas organizações terroristas eram instrumentalizadas pela URSS. Neste sentido, há historicamente uma trágica conexão entre terrorismo e extrema-esquerda. Só que existem muitos outros terrorismos e aquele que hoje mais preocupa o ocidente não creio que esteja relacionado com esse rótulo, apesar de alguma esquerda "simpatizar" com ele. É por isso que sou de opinião que temas complexos não podem ser abordados com conclusões simplistas, nem sei o que é que se ganha com isso. Se é este tipo de intervenções que marca a agenda do CDS, então mais vale continuar a ser discreto. Se as declarações foram corajosas ou não, não sei, mas se o foram, pouco mais há a elogiar. Este tipo de generalizações, vagas e excessivamente abrangentes, é susceptível de inúmeras críticas factuais, muitas delas cheias de razão: onde estava a esquerda em Nova Iorque, Madrid, Bali ou Londres? As pessoas vão avaliar as declarações de José Ribeiro e Castro em função da percepção que têm da realidade e esta não corresponde substancialmente à tese por ele defendida, o que faz com que perca credibilidade. Quem tem tão pouco tempo de antena, como é o caso do CDS e, especialmente, de José Ribeiro e Castro, não o deve desperdiçar com tiros de pólvora seca.


Acho muito bem que o CDS trate temas ditos fracturantes. Acho que o CDS deve e tem de estar permanentemente presente na sociedade portuguesa, com a sua agenda - que não sei qual é - ou com outra qualquer, uma vez que é o único representante de uma direita de valores, muito heterógenea bem sei, conservadora, liberal, moderna, democrática, sem ressentimentos ou saudosismos. Aceito, também, que o CDS possa ter hoje dificuldades em ser ouvido e, por isso, tenha de lançar uns foguetes.Posto isto, não estou certo de que as declarações de José Ribeiro e Castro a propósito do terrorismo e da esquerda mereçam grande aplauso. Aviso, por cautela, que desconheço o contexto em que foram proferidas e o seu teor integral, o que sei sobre o tema foi o que veio nos jornais, o que nem sempre corresponde à realidade, mas duvido imenso da eficácia e utilidade da mensagem. Não discuto que, tradicionalmente, grande parte do terrorismo estava ligado à extrema-esquerda, por convicção ou por conveniência, até porque nos tempos da guerra fria muitas organizações terroristas eram instrumentalizadas pela URSS. Neste sentido, há historicamente uma trágica conexão entre terrorismo e extrema-esquerda. Só que existem muitos outros terrorismos e aquele que hoje mais preocupa o ocidente não creio que esteja relacionado com esse rótulo, apesar de alguma esquerda "simpatizar" com ele. É por isso que sou de opinião que temas complexos não podem ser abordados com conclusões simplistas, nem sei o que é que se ganha com isso. Se é este tipo de intervenções que marca a agenda do CDS, então mais vale continuar a ser discreto. Se as declarações foram corajosas ou não, não sei, mas se o foram, pouco mais há a elogiar. Este tipo de generalizações, vagas e excessivamente abrangentes, é susceptível de inúmeras críticas factuais, muitas delas cheias de razão: onde estava a esquerda em Nova Iorque, Madrid, Bali ou Londres? As pessoas vão avaliar as declarações de José Ribeiro e Castro em função da percepção que têm da realidade e esta não corresponde substancialmente à tese por ele defendida, o que faz com que perca credibilidade. Quem tem tão pouco tempo de antena, como é o caso do CDS e, especialmente, de José Ribeiro e Castro, não o deve desperdiçar com tiros de pólvora seca.

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