O que me leva a escrever este curto texto, através do qual tentarei explicar como surgiu o Nacional-Anarquismo, o que defende e porque o defende; foi finalmente ter-me apercebido, no decorrer duma discussão acerca do Unabomber, de que em Portugal – e não só – há um enorme desconhecimento referente a esta corrente ideológica de vanguarda, uma corrente que pelo menos a Wikipedia, mui relutantemente, já decidiu incluir como uma vertente oficial do anarquismo. Ora bem, é frequente que os Nacional-Anarquistas (N-A) sejam olhados com desconfiança por todo o espectro político – seja de esquerda ou de direita – e mesmo rechaçados tanto pelos nacionalistas convencionais (estadistas, supremacistas e racistas) e os anarquistas convencionais (anti-estadistas, igualitários e anti-racistas). Porquê? Porque os N-A embora se identifiquem parcialmente com alguns pontos, rechaçam na esmagadora maioria os dogmas de ambos os movimentos, assumindo-se como uma revolucionária terceira via. Os dogmas rechaçados Estadismo – o N-A, tal como todas as restantes vertentes anarquistas, rechaça completamente a existência dum Estado regulador, as decisões devem ser tomadas por comunas locais, não por um governo centralizado e políticos que desconhecem por completo as realidades do povo. O N-A é também anti-totalitário e, portanto, antifascista e anticomunista. Supremacismo – o N-A não reconhece qualquer superioridade seja a que raça for, afasta-se portanto deste dogma nacionalista. As raças são diferentes e não podem ser catalogadas, o que é bom para uma não é necessariamente bom para as restantes, o que uma considera evolução e civilização outra abomina como barbarismo. Racismo – o N-A não é racista, não discrimina ninguém com base na sua raça, credo ou cultura, os N-A trabalham com revolucionários de todas as crenças, etnias e raças. Igualitarismo – o N-A não é igualitarista, defende que todas as pessoas são diferentes entre si, ou seja, se eu sou diferente do meu irmão ou da minha própria família só por um acto de imbecilidade não me consideraria diferente de elementos de outro género sexual, racial ou cultural. Cada pessoa é um individuo com diferentes capacidades, a igualdade não existe no mundo real mas o N-A defende, contudo, a igualdade de oportunidades. Anti-racismo – o N-A não sendo racista também não aceita o dogma do anti-racismo, dogma esse que discrimina “positivamente”. O N-A reconhece que existem raças e diferenças que não devem ser fanaticamente eliminadas, como a esmagadora maioria dos anti-racistas defendem. Esquerda/Direita – o N-A desde que surgiu que tem atraído para as suas fileiras tanto ex-direitistas como ex-esquerdistas, é uma ideologia terceirista e como tal encontra-se além da esquerda e da direita, considerando-as realidades ultrapassadas, alguma propaganda N-A realça que o problema não é actualmente de Esquerda vs Direita mas do Estado vs o Cidadão, de pessoas que apoiam o sistema e pessoas que o combatem. O que defende O N-A defende uma ideologia que muitos consideram pessimista e/ou derrotista, considera que a degradação social tem sido tão nefasta que não há como virar o barco, fazendo uma alegoria ao conto “Barcos dos Tolos”. As drogas, o álcool, a MTV e a degradação sexual afectaram tanto a nossa sociedade que é impossível um retorno ao antigamente. O N-A defende o fim dos Estados-Nação como uma necessidade e realça a necessidade do renascimento de um espírito tribal, em que os territórios nacionais serão regionalizados, fragmentados, reduzidos a pequenos territórios nos quais se agregarão pessoas com afinidades étnicas ou culturais que se identifiquem, a noção de nacionalismo dos N-A é redutora: abrange apenas o grupo imediatamente mais próximo (ex.: galaécios, alentejanos, micaelenses, mirandeses, madeirenses, etc.) tanto no campo étnico como no cultural (culturalmente defendemos comunidades autónomas para homossexuais, hippies, vegetarianos, muçulmanos, pagãos, etc.) ou mesmo político (comunidades autónomas para comunistas, anarquistas, ecologistas, social-democratas, etc.). O N-A acima de tudo defende o direito a quem quer que seja a viver comunitariamente com aqueles que lhe são mais próximos ideologicamente, etnicamente, culturalmente ou qualquer outro padrão identitário que os defina como grupo. Deverão ser criadas comunidades autónomas e independentes para cada grupo étnico e cultural, o N-A defende que a fórmula racista proposta pela esmagadora maioria dos partidos nacionalistas referentes à expulsão dos territórios nacionais de todos os imigrantes de étnicas e culturas diferentes é completamente irrealista e ultrapassada pelo mundo real: existem milhões de cidadãos de etnias e culturas extra-europeias a residir na Europa e, caros amigos, eles estão cá para ficar! Portanto as regiões em que existem maiores aglomerados de populações diferenciadas terão direito a criar a sua própria comunidade, e não se trata de nada de novo, já os gregos viviam deste modo, em cidades-Estado autónomas com diferenças culturais flagrantes entre si (comparemos Atenas a Esparta, apenas para exemplificar). Esta posição N-A enfurece particularmente os nacionalistas, mas esperamos que nos proponham outra solução, preferem talvez uma guerra civil total ou uma política de genocídio? Utopia? Isto exposto estão à vontade para considerar o N-A como ideologia utópica, o N-A não é uma ideologia para o tempo presente, é uma ideologia criada já a preparar o terreno para o amanhã, quando o sistema actual se desintegrar com uma saturação de guerras e desastres naturais, como têm vindo a ocorrer nos últimos anos. Não é com agrado que vislumbramos o estado actual do mundo, o N-A é talvez a única saída futura quando tudo isto piorar e, acreditem-nos, isto vai piorar muito mais. Será, pelo menos, a opção mais realista.
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O que me leva a escrever este curto texto, através do qual tentarei explicar como surgiu o Nacional-Anarquismo, o que defende e porque o defende; foi finalmente ter-me apercebido, no decorrer duma discussão acerca do Unabomber, de que em Portugal – e não só – há um enorme desconhecimento referente a esta corrente ideológica de vanguarda, uma corrente que pelo menos a Wikipedia, mui relutantemente, já decidiu incluir como uma vertente oficial do anarquismo. Ora bem, é frequente que os Nacional-Anarquistas (N-A) sejam olhados com desconfiança por todo o espectro político – seja de esquerda ou de direita – e mesmo rechaçados tanto pelos nacionalistas convencionais (estadistas, supremacistas e racistas) e os anarquistas convencionais (anti-estadistas, igualitários e anti-racistas). Porquê? Porque os N-A embora se identifiquem parcialmente com alguns pontos, rechaçam na esmagadora maioria os dogmas de ambos os movimentos, assumindo-se como uma revolucionária terceira via. Os dogmas rechaçados Estadismo – o N-A, tal como todas as restantes vertentes anarquistas, rechaça completamente a existência dum Estado regulador, as decisões devem ser tomadas por comunas locais, não por um governo centralizado e políticos que desconhecem por completo as realidades do povo. O N-A é também anti-totalitário e, portanto, antifascista e anticomunista. Supremacismo – o N-A não reconhece qualquer superioridade seja a que raça for, afasta-se portanto deste dogma nacionalista. As raças são diferentes e não podem ser catalogadas, o que é bom para uma não é necessariamente bom para as restantes, o que uma considera evolução e civilização outra abomina como barbarismo. Racismo – o N-A não é racista, não discrimina ninguém com base na sua raça, credo ou cultura, os N-A trabalham com revolucionários de todas as crenças, etnias e raças. Igualitarismo – o N-A não é igualitarista, defende que todas as pessoas são diferentes entre si, ou seja, se eu sou diferente do meu irmão ou da minha própria família só por um acto de imbecilidade não me consideraria diferente de elementos de outro género sexual, racial ou cultural. Cada pessoa é um individuo com diferentes capacidades, a igualdade não existe no mundo real mas o N-A defende, contudo, a igualdade de oportunidades. Anti-racismo – o N-A não sendo racista também não aceita o dogma do anti-racismo, dogma esse que discrimina “positivamente”. O N-A reconhece que existem raças e diferenças que não devem ser fanaticamente eliminadas, como a esmagadora maioria dos anti-racistas defendem. Esquerda/Direita – o N-A desde que surgiu que tem atraído para as suas fileiras tanto ex-direitistas como ex-esquerdistas, é uma ideologia terceirista e como tal encontra-se além da esquerda e da direita, considerando-as realidades ultrapassadas, alguma propaganda N-A realça que o problema não é actualmente de Esquerda vs Direita mas do Estado vs o Cidadão, de pessoas que apoiam o sistema e pessoas que o combatem. O que defende O N-A defende uma ideologia que muitos consideram pessimista e/ou derrotista, considera que a degradação social tem sido tão nefasta que não há como virar o barco, fazendo uma alegoria ao conto “Barcos dos Tolos”. As drogas, o álcool, a MTV e a degradação sexual afectaram tanto a nossa sociedade que é impossível um retorno ao antigamente. O N-A defende o fim dos Estados-Nação como uma necessidade e realça a necessidade do renascimento de um espírito tribal, em que os territórios nacionais serão regionalizados, fragmentados, reduzidos a pequenos territórios nos quais se agregarão pessoas com afinidades étnicas ou culturais que se identifiquem, a noção de nacionalismo dos N-A é redutora: abrange apenas o grupo imediatamente mais próximo (ex.: galaécios, alentejanos, micaelenses, mirandeses, madeirenses, etc.) tanto no campo étnico como no cultural (culturalmente defendemos comunidades autónomas para homossexuais, hippies, vegetarianos, muçulmanos, pagãos, etc.) ou mesmo político (comunidades autónomas para comunistas, anarquistas, ecologistas, social-democratas, etc.). O N-A acima de tudo defende o direito a quem quer que seja a viver comunitariamente com aqueles que lhe são mais próximos ideologicamente, etnicamente, culturalmente ou qualquer outro padrão identitário que os defina como grupo. Deverão ser criadas comunidades autónomas e independentes para cada grupo étnico e cultural, o N-A defende que a fórmula racista proposta pela esmagadora maioria dos partidos nacionalistas referentes à expulsão dos territórios nacionais de todos os imigrantes de étnicas e culturas diferentes é completamente irrealista e ultrapassada pelo mundo real: existem milhões de cidadãos de etnias e culturas extra-europeias a residir na Europa e, caros amigos, eles estão cá para ficar! Portanto as regiões em que existem maiores aglomerados de populações diferenciadas terão direito a criar a sua própria comunidade, e não se trata de nada de novo, já os gregos viviam deste modo, em cidades-Estado autónomas com diferenças culturais flagrantes entre si (comparemos Atenas a Esparta, apenas para exemplificar). Esta posição N-A enfurece particularmente os nacionalistas, mas esperamos que nos proponham outra solução, preferem talvez uma guerra civil total ou uma política de genocídio? Utopia? Isto exposto estão à vontade para considerar o N-A como ideologia utópica, o N-A não é uma ideologia para o tempo presente, é uma ideologia criada já a preparar o terreno para o amanhã, quando o sistema actual se desintegrar com uma saturação de guerras e desastres naturais, como têm vindo a ocorrer nos últimos anos. Não é com agrado que vislumbramos o estado actual do mundo, o N-A é talvez a única saída futura quando tudo isto piorar e, acreditem-nos, isto vai piorar muito mais. Será, pelo menos, a opção mais realista.