Admirável Mundo Novo: da memória e da solidão

05-08-2010
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Não sei se conhecem o "agregador de amigos" que dá pelo nome de hi5, tenho sido cliente assíduo do mesmo e, como o mundo é pequeno, tenho reencontrado muita gente que em determinado momento fez parte da minha vida, colegas de escola, de liceu, de trabalho, de diversas associações e partidos pelas quais passei. Ao todo já reencontrei quase 150 pessoas - impressionante o número de pessoas que conhecemos ao longo da vida.O mais interessante é constatar as diferenças, companheiros de copos e melhores amigos em determinado período da nossa vida surgem com filhos, casados, já com carreiras a começar e cursos tirados.Mais interessante ainda é quando nos apercebemos - se bem que falo por mim - que algumas pessoas que pareciam ter um papel relevante na nossa vida agora não passam de completos estranhos e, por vezes, nem percebemos quando se cortou a ligação.Lembro-me de ter deixado um comentário no blog do Manuel Azinhal em que questionava, com base nas várias imagens que ele postou de uma vitalidade impressionante do movimento patriótico nos anos 80, por onde andariam essas pessoas e se algumas ainda se lembrariam... surge isto porque notei que me tinha esquecido de algumas pessoas que até me marcaram em determinada altura, mas associei isto a um problema agudo de falta de memória que me tem assolado nos últimos 3 anos e do qual me ando a tratar.Uma pequena busca pelo Google e li algures que o cérebro humano vai "apagando" ou "recalcando" informação para evitar que enlouqueçamos - é um exercício interessante este de tentarmos recordar as nossas memórias mais antigas, consigo ir até aos meus três anos, recordo vagamente ir visitar a minha mãe ao hospital quando nasceu o meu irmão, recordar o que fiz a semana passada é algo um pouco mais difícil. Mas não creio que o mesmo seja válido para esquecer grandes amizades e camaradagens.Voltando à questão, como abandonei a minha terra há quase 5 anos e, sendo pessoa intratável e assumidamente arrogante, não me conseguindo identificar com os meus velhos colegas, amigos e companheiros de várias lutas noto que também não me identifico com as amizades que criei nos últimos anos, falta um passado em comum, talvez uma recordação dos tempos em que eu ainda conseguia rir e chorar - coisa que já não faço por considerar uma manifestação de fraqueza qualquer manifestação externo do estado de espírito. Conversando com uma finalista de psicologia - amiga desde sempre, nascemos no mesmo ano filhos de pais amigos e vizinhos - lá declarou que estou com crise de identidade (?!!). (não que eu a leve muito a sério, porque foi aluna da Joana Amaral Dias e tenho uma péssima opinião de psicólogos e psiquiatras, temática que desenvolverei noutro post.)Ora bem, eu que sempre associei a minha identidade a algo material e identificável - a minha raça, a minha nacionalidade, a minha cultura, coisas materiais que a vista alcança - estou agora a descobrir uma identidade "espiritual", ou quiçá intelectual porque não tivesse eu perdido tempo a pensar no porquê de não manter o contacto com velhos amigos e de não me sentir completamente à vontade com amizades novas nem teria dado por essa "crise de identidade".Com isto ando a recordar, a recordar muito, ando um tanto ou quanto nostálgico, o que é sempre encarado como um passo para a depressão, como quando abandonei a minha terra há 5 anos quase nem olhei para trás só agora estou a dar conta do quanto abandonei e do quanto lá vivi, até me parece muito mais bonita do que quando lá estava, por consequência ando assolado com um pequeno sentimento de solidão - coisa estranha porque mantenho uma vida social muito activa, não estando sozinho sinto-me só.Relendo isto, creio que este postal nem faz grande sentido, considerem-no como um postal terapêutico. Pelo menos devo estar mais próximo de compreender, finalmente, o significado da "raça do espírito" do Julius Evola já que a minha "crise de identidade" não passa por qualquer dúvida quanto à minha identidade física, material e racial.


Não sei se conhecem o "agregador de amigos" que dá pelo nome de hi5, tenho sido cliente assíduo do mesmo e, como o mundo é pequeno, tenho reencontrado muita gente que em determinado momento fez parte da minha vida, colegas de escola, de liceu, de trabalho, de diversas associações e partidos pelas quais passei. Ao todo já reencontrei quase 150 pessoas - impressionante o número de pessoas que conhecemos ao longo da vida.O mais interessante é constatar as diferenças, companheiros de copos e melhores amigos em determinado período da nossa vida surgem com filhos, casados, já com carreiras a começar e cursos tirados.Mais interessante ainda é quando nos apercebemos - se bem que falo por mim - que algumas pessoas que pareciam ter um papel relevante na nossa vida agora não passam de completos estranhos e, por vezes, nem percebemos quando se cortou a ligação.Lembro-me de ter deixado um comentário no blog do Manuel Azinhal em que questionava, com base nas várias imagens que ele postou de uma vitalidade impressionante do movimento patriótico nos anos 80, por onde andariam essas pessoas e se algumas ainda se lembrariam... surge isto porque notei que me tinha esquecido de algumas pessoas que até me marcaram em determinada altura, mas associei isto a um problema agudo de falta de memória que me tem assolado nos últimos 3 anos e do qual me ando a tratar.Uma pequena busca pelo Google e li algures que o cérebro humano vai "apagando" ou "recalcando" informação para evitar que enlouqueçamos - é um exercício interessante este de tentarmos recordar as nossas memórias mais antigas, consigo ir até aos meus três anos, recordo vagamente ir visitar a minha mãe ao hospital quando nasceu o meu irmão, recordar o que fiz a semana passada é algo um pouco mais difícil. Mas não creio que o mesmo seja válido para esquecer grandes amizades e camaradagens.Voltando à questão, como abandonei a minha terra há quase 5 anos e, sendo pessoa intratável e assumidamente arrogante, não me conseguindo identificar com os meus velhos colegas, amigos e companheiros de várias lutas noto que também não me identifico com as amizades que criei nos últimos anos, falta um passado em comum, talvez uma recordação dos tempos em que eu ainda conseguia rir e chorar - coisa que já não faço por considerar uma manifestação de fraqueza qualquer manifestação externo do estado de espírito. Conversando com uma finalista de psicologia - amiga desde sempre, nascemos no mesmo ano filhos de pais amigos e vizinhos - lá declarou que estou com crise de identidade (?!!). (não que eu a leve muito a sério, porque foi aluna da Joana Amaral Dias e tenho uma péssima opinião de psicólogos e psiquiatras, temática que desenvolverei noutro post.)Ora bem, eu que sempre associei a minha identidade a algo material e identificável - a minha raça, a minha nacionalidade, a minha cultura, coisas materiais que a vista alcança - estou agora a descobrir uma identidade "espiritual", ou quiçá intelectual porque não tivesse eu perdido tempo a pensar no porquê de não manter o contacto com velhos amigos e de não me sentir completamente à vontade com amizades novas nem teria dado por essa "crise de identidade".Com isto ando a recordar, a recordar muito, ando um tanto ou quanto nostálgico, o que é sempre encarado como um passo para a depressão, como quando abandonei a minha terra há 5 anos quase nem olhei para trás só agora estou a dar conta do quanto abandonei e do quanto lá vivi, até me parece muito mais bonita do que quando lá estava, por consequência ando assolado com um pequeno sentimento de solidão - coisa estranha porque mantenho uma vida social muito activa, não estando sozinho sinto-me só.Relendo isto, creio que este postal nem faz grande sentido, considerem-no como um postal terapêutico. Pelo menos devo estar mais próximo de compreender, finalmente, o significado da "raça do espírito" do Julius Evola já que a minha "crise de identidade" não passa por qualquer dúvida quanto à minha identidade física, material e racial.

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