Não sou grande especialista em reviews, isso é trabalho de Eurico de Barros, mas apetece-me falar do filme que vi ontem de madrugada já que me fez pensar acerca de algumas coisas quando eu só estava a tentar passar um par de horas agradável (e em boa companhia).O que mais me fez pensar foi a questão da Rodésia, que é completamente secundária e é mencionada apenas de corrida no filme, e toda a questão colonial (Angola é mencionada), fui ao google e encontrei um artigo interessante até, mas referente a Moçambique [Mozambique 1968-72, Rhodesian and Portuguese Cooperation]. A personagem principal interpretada por Leonardo DiCaprio fez parte duma infame secção do Exército da Rodésia considerada racista e fascista, não consegui evitar sorrir à acusação feita à jornalista acerca da revista "politicamente correcta" da mesma.Ao longo de todo o filme agradaram-me diversas citações, uma delas quando as duas personagens principais entram numa aldeia recentemente destruída pelos rebeldes em que, passando por vários cadáveres mutilados, encontram um ancião. No meio de toda aquela destruição devida ao tráfico de diamantes há sempre lugar, aqui e ali, para um certo humor negro. O ancião, preocupado, diz o seguinte: "Esperemos que não encontrem petróleo aqui..."A referência acerca do Apartheid da África do Sul também me agradou, "Nas trincheiras não há Apartheid" fazendo referência a que o exército da Rodésia, apesar de ser acusada de racista, mantinha uma posição patriótica não racial e que negros e brancos combateram lado a lado, dedicadamente, contra o comunismo. Também é feita uma crítica ao suposto anti-comunismo, "Disseram-nos que estávamos a combater o comunismo... mas era uma questão de diamantes, ouro, marfim e de quem lucrava com isso." (a citação pode não ser exacta, estou a citar de memória).A primeira vez que ouvi falar da bravura do exército da Rodésia foi num catálogo que recebi da US Cavalry, a melhor revista/catálogo de artigos militares do mundo, muito apreciada pelos rednecks açorianos, anunciavam orgulhosamente que era um artigo esgotado já por diversas vezes de tão procurado, uma t-shirt com um cartaz de recrutamento que dizia o seguinte: "Be a man among men!" [Tradução livre: sê um Homem entre Homens!".A questão de Serra Leoa também me interessou, convém indicar que fui ver aquele filme por mero acaso e nem sabia acerca do que era. Caso desconheçam os rebeldes que se opunham ao governo amputavam as mãos aos aldeões para que estes não pudessem votar... as crianças-soldado que existem por toda a África são uma realidade incomodativa que foi bem realçada ao longo do filme.Para os teóricos da conspiração, entre os quais me incluo, o assunto do tráfico de armas e de diamantes pareceu-me relevante. Outra surpresa foi Leonardo DiCaprio, sinceramente já estava demasiado habituado a ver este actor em filmes cor de rosa para adolescentes, ainda me lembro de o ver numa sitcom cujo nome nem recordo ainda andava eu na escola, está mais velho - e daí também eu, por coincidência esta semana já encontrei cabelos brancos - e achei-o completamente convincente no seu papel, a redenção final da sua personagem tocou-me um pouco.Por último agradou-me o sentimentalismo não lamechas, há uma história de amor no decorrer do filme e mal damos por ela, creio que nem um beijo é trocado mas sente-se uma química entre o ex-militar dum regime fássista e a jornalista politicamente correcta mas não me prolongo ou ainda vos estrago o filme.Mas aguardo uma review do especialista.
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Não sou grande especialista em reviews, isso é trabalho de Eurico de Barros, mas apetece-me falar do filme que vi ontem de madrugada já que me fez pensar acerca de algumas coisas quando eu só estava a tentar passar um par de horas agradável (e em boa companhia).O que mais me fez pensar foi a questão da Rodésia, que é completamente secundária e é mencionada apenas de corrida no filme, e toda a questão colonial (Angola é mencionada), fui ao google e encontrei um artigo interessante até, mas referente a Moçambique [Mozambique 1968-72, Rhodesian and Portuguese Cooperation]. A personagem principal interpretada por Leonardo DiCaprio fez parte duma infame secção do Exército da Rodésia considerada racista e fascista, não consegui evitar sorrir à acusação feita à jornalista acerca da revista "politicamente correcta" da mesma.Ao longo de todo o filme agradaram-me diversas citações, uma delas quando as duas personagens principais entram numa aldeia recentemente destruída pelos rebeldes em que, passando por vários cadáveres mutilados, encontram um ancião. No meio de toda aquela destruição devida ao tráfico de diamantes há sempre lugar, aqui e ali, para um certo humor negro. O ancião, preocupado, diz o seguinte: "Esperemos que não encontrem petróleo aqui..."A referência acerca do Apartheid da África do Sul também me agradou, "Nas trincheiras não há Apartheid" fazendo referência a que o exército da Rodésia, apesar de ser acusada de racista, mantinha uma posição patriótica não racial e que negros e brancos combateram lado a lado, dedicadamente, contra o comunismo. Também é feita uma crítica ao suposto anti-comunismo, "Disseram-nos que estávamos a combater o comunismo... mas era uma questão de diamantes, ouro, marfim e de quem lucrava com isso." (a citação pode não ser exacta, estou a citar de memória).A primeira vez que ouvi falar da bravura do exército da Rodésia foi num catálogo que recebi da US Cavalry, a melhor revista/catálogo de artigos militares do mundo, muito apreciada pelos rednecks açorianos, anunciavam orgulhosamente que era um artigo esgotado já por diversas vezes de tão procurado, uma t-shirt com um cartaz de recrutamento que dizia o seguinte: "Be a man among men!" [Tradução livre: sê um Homem entre Homens!".A questão de Serra Leoa também me interessou, convém indicar que fui ver aquele filme por mero acaso e nem sabia acerca do que era. Caso desconheçam os rebeldes que se opunham ao governo amputavam as mãos aos aldeões para que estes não pudessem votar... as crianças-soldado que existem por toda a África são uma realidade incomodativa que foi bem realçada ao longo do filme.Para os teóricos da conspiração, entre os quais me incluo, o assunto do tráfico de armas e de diamantes pareceu-me relevante. Outra surpresa foi Leonardo DiCaprio, sinceramente já estava demasiado habituado a ver este actor em filmes cor de rosa para adolescentes, ainda me lembro de o ver numa sitcom cujo nome nem recordo ainda andava eu na escola, está mais velho - e daí também eu, por coincidência esta semana já encontrei cabelos brancos - e achei-o completamente convincente no seu papel, a redenção final da sua personagem tocou-me um pouco.Por último agradou-me o sentimentalismo não lamechas, há uma história de amor no decorrer do filme e mal damos por ela, creio que nem um beijo é trocado mas sente-se uma química entre o ex-militar dum regime fássista e a jornalista politicamente correcta mas não me prolongo ou ainda vos estrago o filme.Mas aguardo uma review do especialista.