Alto Hama: Portugueses elogiam progresso de Angola- 70% dos angolanos não sabem o que isso é

23-05-2011
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Nos últimos três anos a economia angolana subiu a dois dígitos, a reboque do sector petrolífero e mineral, que representa mais de 80% da riqueza do país. E, se – como escreveu Henrique Botequilha, da Lusa - para uma parte da população, sobretudo as comunidades rurais do interior, eleições lembram a guerra, para os homens que fazem da capital um colossal centro de negócios, mantém-se o ‘business as usual’.Só nas últimas dias, a Portugal Telecom lançou em Luanda o portal Sapo Angola, o BFA (detido pelo BPI) promoveu na simbólica fortaleza de São Miguel uma festa de 15 anos de sucesso em Angola, a Bascol anunciou um investimento de 137 milhões de euros em projectos imobiliários no país.A Agência Nacional de Investimento Privado aprovou, nos últimos dois anos, 400 projectos de empresários portugueses conscientes de que, na maior legislatura do continente africano – 16 anos –, as eleições estavam iminentes.Apesar da confiança externa nos actuais actores políticos e económicos, o eleitorado angolano está atento a outros factores.De facto a Angola real, a que voluntariamente não é vista nem pelos empresários portugueses nem pelo primeiro-ministro português, é a que consta do relatório económico da Universidade Católica de Angola que reconhece o crescimento e a estabilização macro-económica do país, mas dirige duras críticas à repartição do rendimento, à corrupção e à máquina do Estado.Ou seja, lembra que 78% do rendimento angolano está em Luanda, que concentra 30% da população do país, o que faz supor que os outros 70% ficam com pouco mais do que nada. Pouco mais do que nada para 70% dos angolanos.Também a ONU afirma que Angola permanece na cauda do ranking do índice de desenvolvimento humano.Por tudo isto não admira que o Governo português e as empreas lusas se desfaçam em elogios a uma governação que, bem vistas as coisas, colocou o país na cauda do ranking do desenvolvimento humano e em que 70% dos angolanos ficam com pouco mais do que nada.É também aqui que está a diferença entre o MPLA (no governo desde 1975) e a UNITA. Para o MPLA, Angola é Luanda e o resto paisagem. Para a UNITA, Angola é tudo.


Nos últimos três anos a economia angolana subiu a dois dígitos, a reboque do sector petrolífero e mineral, que representa mais de 80% da riqueza do país. E, se – como escreveu Henrique Botequilha, da Lusa - para uma parte da população, sobretudo as comunidades rurais do interior, eleições lembram a guerra, para os homens que fazem da capital um colossal centro de negócios, mantém-se o ‘business as usual’.Só nas últimas dias, a Portugal Telecom lançou em Luanda o portal Sapo Angola, o BFA (detido pelo BPI) promoveu na simbólica fortaleza de São Miguel uma festa de 15 anos de sucesso em Angola, a Bascol anunciou um investimento de 137 milhões de euros em projectos imobiliários no país.A Agência Nacional de Investimento Privado aprovou, nos últimos dois anos, 400 projectos de empresários portugueses conscientes de que, na maior legislatura do continente africano – 16 anos –, as eleições estavam iminentes.Apesar da confiança externa nos actuais actores políticos e económicos, o eleitorado angolano está atento a outros factores.De facto a Angola real, a que voluntariamente não é vista nem pelos empresários portugueses nem pelo primeiro-ministro português, é a que consta do relatório económico da Universidade Católica de Angola que reconhece o crescimento e a estabilização macro-económica do país, mas dirige duras críticas à repartição do rendimento, à corrupção e à máquina do Estado.Ou seja, lembra que 78% do rendimento angolano está em Luanda, que concentra 30% da população do país, o que faz supor que os outros 70% ficam com pouco mais do que nada. Pouco mais do que nada para 70% dos angolanos.Também a ONU afirma que Angola permanece na cauda do ranking do índice de desenvolvimento humano.Por tudo isto não admira que o Governo português e as empreas lusas se desfaçam em elogios a uma governação que, bem vistas as coisas, colocou o país na cauda do ranking do desenvolvimento humano e em que 70% dos angolanos ficam com pouco mais do que nada.É também aqui que está a diferença entre o MPLA (no governo desde 1975) e a UNITA. Para o MPLA, Angola é Luanda e o resto paisagem. Para a UNITA, Angola é tudo.

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