CANHOTICES: Torres Novas Cidade 21 anos

26-12-2009
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Em 1985 as pessoas da Zona Alta vinham à vila. E diziam-no quando vinham ao centro! Ainda hoje passados 21 anos, vem-se à Vila.Eram bem diferentes os limites físicos…A Vila terminava junto à Capela de Santo António e, toda as urbanizações circundantes à Av. Sá Carneiro eram inexistentes. O Colégio Andrade Corvo era considerado fora da vila e a Serrada Grande era um lugarejo distante…Do outro lado a Cidade estendera-se timidamente para lá da Escola, com a criação da Av. Manuel Figueiredo que ligava ao Estádio Municipal e ao novo “Ciclo Preparatório” por meio de um olival…Claro que a Silva era apenas uma miragem.Não existiam hipermercados e o grande Supermercado da moda era o Solmira com 2 lojas – uma na av. 25 de Abril e a recém inaugurado na Rua de santo António!!!!De resto eram os mini-mercados que dominavam a venda a retalho!O mercado municipal à terça –feira tinha uma importância vital. Nesse tmpo a vila ainda era invadida por carroças. O mercado diário que funcionava na Praça do Peixe, era ainda pujante com verduras, legumes, talhos e peixe. Quem entrasse pelo lado do túnel ouvia de imediato a velha Pechincha peixeira apregoando a sardinha linda.Pastelarias eram praticamente inexistentes – a Pastelaria Vítor Pinto já encerrara, a Abidis definhava e a Vicente e Madruga estava a dar os primeiros passos. Para se beber café, na zona alta dominavam o Pérola e o Planalto. Cá em baixo, as classes médias frequentavam o Império, mas o grande café da vila, era o Café Portugal. Frequentado democraticamente por pessoas de todas as classes, era ponto de encontro obrigatório. Antes do 25 de Abril, tinha sido ponto de encontro de uma certa intelectualidade e em, 1985 mantinha uma aura respeitável. As mesa de mármore, os azulejos na parede, o balcão, a velha máquina registadora, os empregados ( o sr José, lembram-se) impecáveis na função de bata azul eram uma marca distintiva. Como sinal dos tempos, o Café Portugal deu lugar a um Banco. Por esses tempos também era hábito parar na “Esplanada do Mourão” nos passeios que se davam ao Domingo na Avenida.A poluição do rio parecia um mal crónico. Talvez por isso nascida recentemente a Associação do Património, liderada por José Ribeiro Sineiro lutava afincadamente pelo ambiente em Torres Novas. As suas jornadas do Ambiente nunca deveriam ter terminado. Aliás o movimento associativo nessse tempo era altamente influente. O MIC (movimento Inter colectividades) renascera em 1984.O Cine Clube preparava as bodas de prata. Toda a gente participava no mundo associativo. Até o elitista e burguês “Club Torrejano” mantinha a sua actividade na Praça 5 de Outubro e, só por convite lá se entrava. Mas também nesse tempo havia colectividades como o Núcleo Local da Associação Portugal- RDA, a Associação Portugal-URSS ( em 1985 a direcção era presidida por Joaquim Canais Rocha) que traziam frequentemente ranchos do Leste a actuar, esgotando o Cine Teatro Virgínia.O Cine Teatro ainda não previa a crise do cinema. Aos fins de semana, sem concorrência na região, exibia os grandes filmes de Hollywood enchendo as cadeiras de madeira da plateia, 1º balcão e do piolho. Às Sextas à meia noite, proporcionava notes de prazer, com sessões de cinema Hard-Core, que ajudavam a manter a casa…Lia-se o Almonda, mas descobria-se o prazer de ouvir Rádio. Na altura, em 102,5 MHZ, funcionando clandestinamente nascia a Rádio Local de Torres Novas. Na casa de Fernando Diniz Alves a mão e a voz do Padre Amílcar provocavam uma pequena revolução. Foi também em 1985 pela mão de Amílcar Fialho que nasceu a Feira Nacional dos Frutos Secos em Outubro.A vida nocturna era quase inexistente. Havia a curiosidade da casa de alterne “A Chaminé” num tempo em que não havia imigração de Brasileiras e ucranianas.Mas a grande atracção da região era o FAME CLUB. Um pequeno clube nocturno, tornar-se –ia nesses anos na única Discoteca da região. Torres Novas abria-se ao mundo…mesmo sem auto-estrada!


Em 1985 as pessoas da Zona Alta vinham à vila. E diziam-no quando vinham ao centro! Ainda hoje passados 21 anos, vem-se à Vila.Eram bem diferentes os limites físicos…A Vila terminava junto à Capela de Santo António e, toda as urbanizações circundantes à Av. Sá Carneiro eram inexistentes. O Colégio Andrade Corvo era considerado fora da vila e a Serrada Grande era um lugarejo distante…Do outro lado a Cidade estendera-se timidamente para lá da Escola, com a criação da Av. Manuel Figueiredo que ligava ao Estádio Municipal e ao novo “Ciclo Preparatório” por meio de um olival…Claro que a Silva era apenas uma miragem.Não existiam hipermercados e o grande Supermercado da moda era o Solmira com 2 lojas – uma na av. 25 de Abril e a recém inaugurado na Rua de santo António!!!!De resto eram os mini-mercados que dominavam a venda a retalho!O mercado municipal à terça –feira tinha uma importância vital. Nesse tmpo a vila ainda era invadida por carroças. O mercado diário que funcionava na Praça do Peixe, era ainda pujante com verduras, legumes, talhos e peixe. Quem entrasse pelo lado do túnel ouvia de imediato a velha Pechincha peixeira apregoando a sardinha linda.Pastelarias eram praticamente inexistentes – a Pastelaria Vítor Pinto já encerrara, a Abidis definhava e a Vicente e Madruga estava a dar os primeiros passos. Para se beber café, na zona alta dominavam o Pérola e o Planalto. Cá em baixo, as classes médias frequentavam o Império, mas o grande café da vila, era o Café Portugal. Frequentado democraticamente por pessoas de todas as classes, era ponto de encontro obrigatório. Antes do 25 de Abril, tinha sido ponto de encontro de uma certa intelectualidade e em, 1985 mantinha uma aura respeitável. As mesa de mármore, os azulejos na parede, o balcão, a velha máquina registadora, os empregados ( o sr José, lembram-se) impecáveis na função de bata azul eram uma marca distintiva. Como sinal dos tempos, o Café Portugal deu lugar a um Banco. Por esses tempos também era hábito parar na “Esplanada do Mourão” nos passeios que se davam ao Domingo na Avenida.A poluição do rio parecia um mal crónico. Talvez por isso nascida recentemente a Associação do Património, liderada por José Ribeiro Sineiro lutava afincadamente pelo ambiente em Torres Novas. As suas jornadas do Ambiente nunca deveriam ter terminado. Aliás o movimento associativo nessse tempo era altamente influente. O MIC (movimento Inter colectividades) renascera em 1984.O Cine Clube preparava as bodas de prata. Toda a gente participava no mundo associativo. Até o elitista e burguês “Club Torrejano” mantinha a sua actividade na Praça 5 de Outubro e, só por convite lá se entrava. Mas também nesse tempo havia colectividades como o Núcleo Local da Associação Portugal- RDA, a Associação Portugal-URSS ( em 1985 a direcção era presidida por Joaquim Canais Rocha) que traziam frequentemente ranchos do Leste a actuar, esgotando o Cine Teatro Virgínia.O Cine Teatro ainda não previa a crise do cinema. Aos fins de semana, sem concorrência na região, exibia os grandes filmes de Hollywood enchendo as cadeiras de madeira da plateia, 1º balcão e do piolho. Às Sextas à meia noite, proporcionava notes de prazer, com sessões de cinema Hard-Core, que ajudavam a manter a casa…Lia-se o Almonda, mas descobria-se o prazer de ouvir Rádio. Na altura, em 102,5 MHZ, funcionando clandestinamente nascia a Rádio Local de Torres Novas. Na casa de Fernando Diniz Alves a mão e a voz do Padre Amílcar provocavam uma pequena revolução. Foi também em 1985 pela mão de Amílcar Fialho que nasceu a Feira Nacional dos Frutos Secos em Outubro.A vida nocturna era quase inexistente. Havia a curiosidade da casa de alterne “A Chaminé” num tempo em que não havia imigração de Brasileiras e ucranianas.Mas a grande atracção da região era o FAME CLUB. Um pequeno clube nocturno, tornar-se –ia nesses anos na única Discoteca da região. Torres Novas abria-se ao mundo…mesmo sem auto-estrada!

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