Março 2010

14-07-2010
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Hoje a minha escola recebeu a visita de representantes da Autarquia, DREC e o Presidente da Comissão Provisória do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós. Será que podemos ter esperança? Haverá intervenção na escola Eb2 Dr Manuel de Oliveira Perpétua?

No habitual jantar de sexta, jantar que se realiza todas as semanas há muitos anos, entre amigos que estudámos e vivemos Coimbra, foi-me sugerido a leitura de um texto, via Facebook, sobre o que é isso de ser da Académica. Quando cheguei em 1990 a Coimbra era mais um adepto do SLB, mais porque sim e porque sempre foi assim em casa do que por qualquer outra razão.Nos anos que estive em Coimbra vivi a vida Académica de uma forma intensa, ainda que estudante do ISEC, eu e um conjunto de amigos, FAN´S (Falange de Apoio Negro), seguíamos a Briosa para todo o lado e os fins de semana eram desportivamente preenchidos, desde o futebol, passando pelo hóquei, andebol, basquete,... . Esta vivência fez com que a paixão pela Velhinha Académica crescesse e fosse passada para os meus filhos, hoje continuamos a ir à bola e a sofrer, como aconteceu no sábado.Por isso meus caros amigos, em Abril terei todo o gosto em vos receber no ECC, mas os 3 pontos vão ficar na Lusa Atenas. Aqui fica o texto: Vingança! (ou uma crónica inevitável) A infância traz marcas que nos perseguem, como fantasmas. No meu caso lembro-me distintamente da segunda pergunta que os meus novos amigos me faziam (a primeira era "como te chamas")

-És do Benfica ou do Sporting ?,

nesses tempos distantes em que a capital portuguesa dominava olimpicamente o futebol e a expressão "sociedade anónima" lembrava apenas escritórios mal iluminados nas ruas da Baixa.. A pergunta era aquela, então,"Benfica ou Sporting", as respostas possiveis contidas no enunciado. E a minha era invariavelmente a mesma, sincera e natural como respirar

-Sou da Académica,

algo que me parecia extremamente normal e até motivo de particular

orgulho. Mas não para os meus infantis amigos

-De quem?,

perguntavam, aturdidos pela bizarria, pela excentricidade. Não havia vida futebolística além dos dois grandes rivais lisboetas, com excepção

possível de um Belenenses, clube de vetustos avós, ou - Deus nos livrasse! - do Futebol Clube do Porto. Agora, da Académica, aos seis anos, ninguém era,muito menos alguém nado e criado em Lisboa.

Excepto eu. E ainda o sou, e sempre o serei, até porque acredito que a

Académica de Coimbra é o clube de futebol mais romântico do mundo. Umclube de estetas, de dandies do futebol, que aceitam as derrotas como parte da vida e não existem em função exclusiva das vitórias.

O tempo, felizmente, tem-me vindo a dar razão, e não disfarço algum contentamento com isso. Quero dizer, a parte das derrotas chateia-me de morte, como a todos os apaixonados. A diferença é que quem é da Académica sabe viver com isso, porque tem a certeza de que tanto ganhar como perder faz parte do património do clube.

Porém, no capítulo das solenes embirrações que me assolam sobre esta matéria, uma há que me põe sociopata. É quando alguém replica, após saber da minha filiação clubística, que a Académica é um clube "simpático".

Simpático?! Simpático é o senhor que deixa passar a velhinha para a frente da fila - a Briosa é um clube brilhante, elitista e inteligente, e que conta, como todo o Universo deveria saber, com os melhores adeptos do planeta.

A magia da Briosa é única e entranha-se. A mim, apanhou-me quando vi com o meu pai (academista) uma final da Taça de Portugal - por acaso, uma que ficou na história, a de 1969. Jogámos e perdemos com o Benfica de Eusébio, por dois a um. Tínhamos na altura uma super equipa - em que pontificava,curiosamente, Artur Jorge -, mas o que mais me impressionou (com 5 anos) foi o ambiente que se vivia no estádio. Mais tarde vim a saber que se tratava da célebre greve académica, e que a Briosa era vista como uma equipa "anti-regime". Mas a entrada dos jogadores, vestidos com as capas negras - sim, eles estudavam mesmo! - , o maravilhoso toque de bola e passe curto (marca registada de Coimbra) e a festa que se fez antes, durante e depois no Estádio Nacional marcou-me para sempre.

Não se pode achar "simpatico" um clube assim. Tem que se amá-lo, com o rigoroso exagero da paixão. E vingá-lo, como o agora o faço com décadas de atraso, perante os meus infantis amigos que não sabiam quem era a Académica de Coimbra.

Sara Lourenço - publicado em 2005, na revista Epicur

Apesar do tempo que passou , este texto que elaborei há quase um ano, continua actual! Mais ainda quando o PSD enfrenta a escolha de um líder e de um futuro Primeiro Ministro. " Ultimamente tenho colocado a várias personalidades da vida portuguesa a seguinte questão: “numa agenda eleitoral pesada e com a responsabilidade democrática de fazer escolhas, como vamos distinguir um estadista de um político ?” Invariavelmente as respostas abordam o problema da excessiva importância da imagem, e, a falta de esclarecimento político do cidadão. Nos dias que correm é absolutamente essencial distinguir um do outro. Finalmente uma resposta clara e simples. James Freeman Clark , autor Norte Americano, escreveu no século XIX o seguinte “ um político preocupa-se com a próxima eleição, enquanto que um estadista se preocupa com a próxima geração”. Hélas! Faz toda a diferença. Concentram-se forças e energias no acto eleitoral, elencando promessas que não vão poder cumprir, deixando um vazio de esperança e a democracia cada vez mais fragilizada. Há uma multidão silenciosa insatisfeita com o resultado das escolhas que fez, e, sempre que isso acontece o populismo ou o voto de protesto fazem o seu caminho. O nível de degradação atingido é deveras preocupante.Educação pública e estatal (em litígio e com poucos resultados) , Justiça independente do poder legislativo, (mas alegadamente parcial na aplicação da lei). (...) Todos os dias temos novos episódios : uma lei de financiamento de partidos políticos aprovada por quase todos os Deputados ( 228) mas que todos os líderes ( era na altura líder Paulo Rangel)se apressaram a criticar fora da Assembleia da República. Lamentável. Um primeiro – ministro, alegadamente, acusado de usar as suas relações pessoais e políticas em benefício próprio. Um ministro da economia com uma linguagem pouco adequada ao cargo que ocupa . Um tecido social cada vez mais crispado e cada vez mais endividado. Estamos desconfiados. (...) Mas há esperança .. o professor Adriano Moreira afirmou o seguinte” a crise económica veio agravar esta relação de confiança entre o cidadão e o estado . Contudo, a crise económica resolve-se com estudos, soluções e resultados. Mas a crise de confiança vai demorar gerações a repor” . Absolutamente de acordo. E continuou. Reclama para o seu país, um Conselho Estratégico Nacional: um Banco de Dados Nacional onde seja possível aceder à informação sobre Escolas, Universidades, apoio social escolar, resultados, corpo docente, projectos, etc, para que as famílias e os alunos possam escolher a escola ou a Universidade que desejam frequentar. Deixou ainda como grande desígnio nacional o regresso à máxima de Fernando Pessoa “ A minha Pátria é a minha Língua Portuguesa. Um Estadista" Será o último? in Jornal de Leiria, Maio de 2009

Sábado depois de ter dedicado pouca atenção ao congresso do psd, num último zapping, antes de desligar a televisão, tropecei no Presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Líder recentemente eleito da distrital de Leiria, pelos vistos fundador do partido, que pelo seu discurso me “obrigou” a ouvi-lo. Este senhor foi muito claro, apelou ao consenso, falou da importância que todos os candidatos têm, não quer salvadores da pátria (leia-se Marcelo), destratou diversos dirigentes e ex-presidentes (Santana, Marques Mendes, Rui Manchete, Morais Sarmento, Ferreira Leite, etc..), recordou os 10 anos que esteve na Assembleia da República, malhou em Aguiar Branco e menorizou a vitória nas europeias para criticar Rangel. Dirigiu-se à Comissão Política e frontalmente disse-lhes, Foram vocês que perderam as eleições legislativas! Quando deixaram de fora das listas o jovem Passos Coelho. Claro que o fundador e militante 55, do psd, apoia Passos Coelho, mas logo o avisou, não sou um seguidor. No psd, parece que tudo se resume a listas, nomes, lugares e ele sabe do que fala, não fosse líder de uma das distritais mais suicidárias do psd, basta recordar o que aconteceu em Leiria nas últimas eleições autárquicas. De Portugal o que disse? Deixem-me aumentar os funcionários do Município das Caldas da Rainha. O Congresso do psd envergonha qualquer RGA (Reunião Geral de Alunos) dos idos de oitenta quando se discutiam propinas, politécnico ou licenciaturas, contra os Ministros da Educação de Cavaco Silva. É triste, mas tudo se prepara para Passos Coelho ganhar as eleições no partido, provocar eleições legislativas antecipadas ainda este ano, se conseguir (Cavaco não quer, mas Sócrates pode querer), voltar à guerra das listas, “varrer” os actuais dirigentes e colocar os seus apoiantes (vamos a ver se vai voltar ao parlamento um ex-deputado das Caldas da Rainha), oferecer mais uma provável vitória a Sócrates, dificultar muito a reeleição de Cavaco, demitir-se ou ser demitido e ….. dar mais uma estocada no partido que poderá não aguentar, ter que recomeçar tudo de novo.

estou: desiludido

Com a era das novas tecnologias tudo é mais rápido, a informação chega-nos num ápice e temos contacto com uma imensidão de informação que devemos seleccionar. Se os blogues democratizaram a opinião, todos temos opinião sobre qualquer coisa e cá vai disto, se o twitter é um micro-blogue em que vamos "seguindo" quem queremos para trocar opiniões politicas, ou outras, de forma sintética , já o Facebook é uma ferramenta muito mais completa.Aderi há duas semanas por insistência de amigos e apesar de muitos o utilizarem para jogos de "crianças" para Adultos, outros utilizam-no para reactivar contactos, com eles colocar a "conversa em dia" e partilhar experiências e vivências de vida.Ainda não utilizo o potencial todo da ferramenta ,mas já deu para perceber que é e vai ser utilizado para divulgar o que queremos a quem queremos seja a nível, pessoal, profissional e muito em termos politicos. Não será coincidência que neste momento é utilizado pelos 3 candidatos à liderança do PSD, pelos vários orgãos de soberania, empresas e demais organismos públicos e privados. Era bom que a nível local, também, estas ferramentas fossem utilizadas para trocas de informação e de opinião.É bom ver a disponibilidade que existe em muitos politicos da nossa praça em conversar abertamente com o anónimo contribuinte. Por fim gostaria de dizer que tem sido uma agradável surpresa encontrar amigos que fui fazendo ao longo da vida e que agora conversamos via facebook.

Acabou o congresso . Pelo que ouvi e vi através da Comunicação social o posicionamento dos candidatos não se alterou: os estatutos foram mudados, o País voltou a interessar-se por este partido. Santana Lopes tinha razão para estar satisfeito: foi um bom Congresso. Tão cedo não esquecerei o discurso inflamado de Fernando Costa e a atitude imediata de Alberto João Jardim. Estilos surpreendentes que marcaram este Congresso. Podemos discordar, mas é difícil ser indiferente . Fernando Costa disse tudo o que se sussurra nos corredores, nos cafés e nas redacções dos jornais. Sem medo. Desafiador! Arrebatador. Os jornalistas perguntavam se era Doutor ou Engenheiro, apenas sabiam que era Presidente da Câmara das Caldas da Rainha. Não vai ficar por aqui.

Aí estão as emoções da Fórmula 1 com o arranque da época 2010, no Bahrain. Com novidades, como sempre! Novidades na pontuação, com 25 pontos para o primeiro lugar e uma distribuição mais democrática a espalhar pontos pelo pelotão dentro e na proibição dos reabastecimentos, a confirmar que nada é estático e que tudo se esgota em pouco tempo. Ainda há bem pouco se havia reintroduzido o reabastecimento como factor de espectacularidade que haveria de decidir (como decidiu) corridas… E com regressos. O regresso do campeão dos campeões Michael Schumacher, que uns saudarão e outros nem por isso, o regresso da Mercedes (a parceria de motores com a McLaren não é a mesma coisa) e o da mítica Lótus. Este um regresso que, arrisco que ao contrário do do heptacampeão, todos os amantes da especialidade saudarão. Apareceram com um verde (o verde Jaguar) bem bonito. Mas eu tenho pena que não tenham regressado com aquele imbatível negro dourado … O GP da Bahrain trouxe também um regresso à normalidade, depois de um 2009 de surpresas: um pódio Ferrari (com dobradinha: Alonso e Massa) e McLaren, (Hamilton)! Para quando o regresso a Portugal? Tanto se tem falado de Portimão mas não parece que esse regresso esteja à vista…

Recordo que na minha infância era um dia aguardado pelos adultos e crianças com alguma ansiedade: Os adultos porque, a Quaresma era um tempo de recato e devoção por excelência e a procissão o auge dessa devoção, para as crianças porque, honestamente, era uma seca. Sinceramente, nunca gostei de me ver vestido de anjo (aquelas sandálias de fitas horríveis), de S.Pedro ou de outra figura religiosa. Os pais tinham todo o gosto que os seus filhos participassem, ficavam todos contentes de os ver a “desfilar” na rua e depois no altar da Igreja de S.João. Acredito que muitas crianças até se sentissem bem naquele papel de figurante para dar mais côr à procissão, mas eu nunca gostei, e sei que a minha mãe ficava triste quando lho dizia, mas também por isso, compreensão de mãe, poucas foram as vezes em que participei como figurante. Se bem me recordo (já não vou à procissão há mais de dez anos), a procissão começava a seguir ao almoço e percorria as ruas da vila, parando em locais determinados(estações), fazendo a chamada Via Sacra. Parava depois de uma forma mais prolongada na Praça da República onde era celebrado o encontro entre Jesus Cristo e Maria, havia sempre um padre que celebrava esse encontro com palavras carregadas de emoção, era o momento mais emotivo para as pessoas. Passando por mais umas estações, o cortejo seguia para a Igreja de S.João. Terminava sempre já de noite, as crianças ficavam sentadas numa espécie de bancada na zona do altar e aí eram tiradas algumas fotos. Finda a cerimónia na Igreja, vínhamos calmamente e em silêncio até ao Rossio.

Como sempre, vinham muitas pessoas de fora do Concelho assistir à procissão, presumo que contínua a ser assim.

Para terminar, sendo esta uma manifestação religiosa de grande importância, penso que se podia tornar a semana mais preenchida em termos de eventos religiosos e culturais.Já aqui escrevi, que nesta altura a música era diferente,era interessante ter nesta semana, uma semana musical celebrando esta época. Tenho a certeza que a Banda Recreativa Portomosense e o Grupo Coral "Vila Forte", com os seus contactos, poderiam organizar eventos de altíssima qualidade.Fica mais uma dica.

** escrito em 2008

publicado por Pedro Oliveira às 15:15 endereço do post | comentar | favorito

A celebração dos 450 anos do Juncal como freguesia, que começou há alguns meses com diversos eventos, tem amanhã um momento importante que vai orgulhar todo o Concelho. 15H00 - Mostra dos artistas Juncalenses no Solar do Povo do Juncal A Mostra dos artistas Juncalenses, posso garantir-vos que será uma enorme surpresa pelos trabalhos apresentados, um orgulho para todos os Juncalenses. 16H00 - Celebração Solene (Missa) com a presença do Bispo da Diocese do Leiria É uma enorma honra receber o senhor Bispo da Diocese, os Párocos que passaram pelo Juncal e os padres que nasceram nesta freguesia. 17H00 - Conferência do Professor Doutor Saul Gomes O Professor Doutor Saul Gomes com diversos trabalhos e livros sobre a nossa região falará sobre a nossa terra. A presença do Senhor Bispo, do Senhor Governador Civili de Leiria, do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, do Senhor Presidente da Freguesia do Juncal, do Professor Doutor Saul Gomes será uma enorme honra para todos os juncalenses. Estão todos convidados a juntarem-se a este momento que deixará o Juncal e as suas gentes muito orgulhosos da sua terra. Veja aqui o programa.

estou: em festa em festa

Deixo-vos com um clássico do humor português. Disto é que já não há, mesmo... e é pena. O verdadeiro stand-up comedy ainda antes de existir o conceito. Só mesmo um grande comediante conseguiria fazer humor sobre a Guerra em plena Guerra Colonial.

Já vimos que as bolas se podem multiplicar, que muitas vezes se multiplicam em campo e que até há segundas bolas. Dividir a bola é coisa que parece não bater certo: se há apenas uma bola … não se pode dividir. A bola é como um número primo…. Todavia movimenta-se em ambientes de grande divisão e provoca ela mesma muitas divisões. Por exemplo os portistas estão divididos sobre o destino a dar ao treinador: enquanto uns acham que deve sair já, de imediato, outros acham que deverá sair apenas no fim da época. Mas estão absolutamente unidos na decisão de não levar o seu contrato até ao fim… Também os sportinguistas estão agora divididos sobre o mesmo tema: treinador. Ainda há bem pouco tempo estavam absolutamente unidos sobre a matéria: o contrato precário do Carvalhal era para cumprir. Mas agora já não, estão mesmo muito divididos! Os portistas estão ainda divididos sobre uma matéria que verdadeiramente os angustia. É a questão do segundo lugar no campeonato. Uns torcem pelo Braga para que o Benfica não seja campeão. Outros sabem que o terceiro lugar não dá Champions… Se há tanta coisa dividida no mundo da bola como não poderia haver uma bola dividida? Até o jogo é dividido. É certo que é dividido por dois meios campos e é dividido em duas partes. Que, ao contrário da bola, até é divisível. Mas não é por isso que se fala de um jogo dividido! Ainda no final do jogo do Benfica de ontem Jorge Jesus, que não é grande orador mas de futebol(ês) sabe como poucos, dizia que o jogo tinha sido dividido. Mais, que a eliminatória seria ela própria também dividida. Quer isto dizer que o jogo não se tinha caracterizado por um claro domínio de uma equipa mas pela repartição do domínio e das oportunidades de o ganhar. Como a eliminatória dividida quer dizer está em aberto, sem um sentido claro de favoritismo. Mas isso era já um exagero de expressão porque, pelo que se viu, ela parece já bem inclinada para o lado do Marselha… A expressão bola dividida não tem qualquer analogia com a do jogo dividido. Nem poderia ter, como facilmente se percebe. Num jogo a bola é objecto da mais acesa e mais brava das disputas. É mais disputada que a mais bela das donzelas no baile da paróquia, até porque a relação é-lhe bem mais favorável: uma única para vinte e dois mancebos. Os encantos do jogo jogam-se em grande parte nessa disputa, que milhões de olhos seguem sem qualquer tipo de descrição. Uma disputa que tem vários momentos. É precisamente um desses momentos que determina a bola dividida. A bola é dividida quando está em condições de ser disputada em igualdade de circunstâncias, quando se encontra numa posição equidistante aos dois contendores que a disputam. Quando, pode dizer-se assim, se encontra em terra de ninguém. A bola dividida faz uma certa apologia da livre concorrência e da transparência. Uma bola transportada pelo Di Maria ou pelo Messi, junto ao pé, como se nas botas tivessem um íman que a atrai, está bem de ver que não é uma bola dividida. Essa é como aquela donzela que vai para o baile da paróquia mas já leva o namorado, que não descola e que pode até provocar alguns dissabores a alguém mais atrevido, como canta o Rui Veloso. Tudo é desculpável para discutir uma bola dividida. É por isso que muitas vezes muito boa gente trata por bolas divididas umas que estão bem agarradas, daquelas que vão de braço dado com o namorado. O que evidentemente só pode correr mal. É o caso daquelas entradas a matar, que só podem mesmo dar vermelho, mas que o árbitro desculpa por se tratar de uma bola dividida. E pronto, daqui já se fica mesmo a ver que a bola dividida é assim como o Natal. É quando um homem quiser. Se é um dos nossos que entra com tudo (outra do futebolês) não tem mal nenhum: era uma bola dividida. Se é um do adversário, qual bola dividida qual quê? A bola dividida, a par da segunda bola, constitui ainda um dos principais indicadores de sucesso. Quem ganha mais bolas divididas, a exemplo de quem ganha mais segundas bolas, está mais perto de ganhar o jogo. Por razões óbvias: porque é quem mais se empenha, quem mais luta, em suma, quem mais trabalha. E, também no futebol e ao contrário do dicionário, o trabalho vem antes de sucesso!

A resistência e oposição ao casamento de pessoas do mesmo sexo passa, em grande parte pelo medo que, esta lei, possa abrir portas à adopção pelos mesmos. Não são raras as vezes que me coloco a questão “O que penso sobre o tema?”. Sem grandes dúvidas, mas também sem certezas e verdades absolutas (não tenho essa pretensão), porque este tema, tal como muitos outros que implicam a vida do outro, deve carecer de profunda reflexão, para mim mais do que aferir a questão da sexualidade o importante é avaliar competências parentais, com todo o rigor com que se faz a avaliação (ou deveria fazer) de um casal heterossexual potencial adoptante. Afinal o que faz de nós Mãe ou Pai (com a tal maiúscula que faz toda a diferença) não é a capacidade de procriar, de gerar, mas acima de tudo a capacidade de Cuidar, Amar, Proteger… No fundo ser Pai ou Mãe é conseguir promover o desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual de uma criança desde a infância até à idade adulta e isto, sem dúvida, está intimamente ligado ao Cuidar, muito para além do aspecto biológico da relação. A capacidade de procriar, de gerar biologicamente um filho não transforma as pessoas em bons pais ou boas mães, transforma-nos isso sim em progenitores. A nossa cultura é fundada na função cuidadora, afectiva, mais do que progenitora, ou não fosse S. José um pai adoptante e não biológico de Jesus Cristo. E não é aqui que se fundamenta toda a nossa cultura? Muitos dir-me-ão ou pensarão que a diferença está no facto de um casal do mesmo sexo não o conseguir fazer de forma saudável, pondo em causa o desenvolvimento saudável da criança. Mas, quantos e quantos (lamentavelmente) casais heterossexuais, totalmente defensores dos valores da família não conseguiram fazer crescer crianças saudáveis e felizes? Quantas e quantas crianças são diariamente entregues a casais adoptantes heterossexuais que não vão ser assim tão bons Pais? O que falha? Em muitos casos, falha o rigor na avaliação das competências parentais, mais do que o despiste de perturbações da personalidade ou condições financeiras, ou se são uma família tradicional ou ou… Uma criança, acima de tudo quer sentir que verdadeiramente é amada, cuidada, aceite, que pode contar, hoje e “amanhã” com as suas referências parentais, para que possa crescer com segurança e feliz e isso nenhum estudo traz evidência de que um casal do mesmo sexo não o consegue! Nenhum estudo vem provar mais significativo sofrimento psicológico em famílias não tradicionais, desde que os pressupostos acima referidos estejam presentes. Estudos demonstram que crianças educadas por casais homossexuais não diferem de outras educadas em famílias tradicionais no que diz respeito a competências emocionais, sociais, ao seu saudável desenvolvimento. Muitas das crianças criadas só pela mãe ou pelo pai apresentam, por isso, mais disfunções no desenvolvimento e vêm a ser homossexuais? Por exemplo, as crianças que crescem em instituições sociais, que são cuidadas e criadas apenas por pessoas do mesmo sexo (não há lá homens e mulheres para “reproduzirem o tradicional relação familiar de Pai e Mãe) são por isso homossexuais? As perturbações no desenvolvimento ou o sofrimento emocional de crianças institucionalizadas, não advém do facto de terem sido criadas só por mulheres ou por homens mas sim de muitos outros factores que poderemos abordar noutra altura. No fundo não há evidência científica de que uma criança tenha de ser criada por um pai homem e uma mãe mulher apresente mais disfunções, maior sofrimento emocional. Existe sim evidência da importância da diferença nas duas pessoas, ou seja, que cuidem e amem de formas diferentes e que se possam complementar. Um pai homem e uma mãe mulher que sejam iguais na sua forma de educar, cuidar e amar também não é positivo. A complementaridade e diferença é fundamental para os pilares do crescimento. Quanto ao argumento de que as crianças criadas por casais do mesmo sexo, que vivem uma relação de amor irá ser violentamente discriminada pelos outros… então e conseguimos evitar que as crianças de famílias tradicionais sejam alvo de discriminação, pelo facto de serem altas, baixas, pobres, ricas, gordas, magras, com óculos, sem óculos, sossegadas, endiabradas, filhas de pais divorciados, filhas de pais “demodé”, enfim… tão infinitas são as causas de discriminação seja por adultos ou por pares. Um casal deixa de divorciar-se porque os filhos na escola vão ser “apontados”? Se o fazem não deveriam. O que traz verdadeiro sofrimento é viver e crescer em “falsas” famílias, com falsos afectos, com falsos pilares, porque na verdade, muitas vezes a preocupação não é com o bem-estar e felicidade das crianças, mas sim com a falta de coragem de assumir uma verdade que vai fazer cair por terra toda uma imagem e uma crença perante si próprio, os outros e a sociedade. O bem-estar das crianças muitas vezes fica mesmo lá para o fim de tudo isto. Uma vez mais, uma criança para crescer Feliz necessita de ser Amada verdadeiramente, Cuidada, Protegida, de sentir segurança, de limites e regras, de ser mimada, Amada, Amada, Amada… É urgente deitar abaixo os “muros de betão” que impedem de pensar sem as barreiras da convencionalidade, dos pré-conceitos, dos pré-juízos de valor. E quero deixar bem claro que a minha primeira preocupação é com as crianças, por isso não me venham com a conversa de não me preocupar com as mesmas e sobrepor as minhas ideias de “esquerda de moda” ao superior interesse das crianças.

estou:

O PEC aí está com as receitas esperadas. Lembrando um slogan publicitário poder-se ia dizer que, no sítio do costume, as receitas do costume. Um autêntico livro de facturas. Lá está a factura que cabe a cada um e a todos nós: mais impostos, menos salários, pensões abonos e subsídios. A factura que marca o início do fim das ilusões, das que; à nossa maneira, sempre gostamos de viver e das que, irresponsavelmente, nos têm sido vendidas. Quem paga a crise? As classes médias, como sempre e como não pode deixar de ser. É que ricos, e basta que fixemos para critério o rendimento anual de 250 mil euros, há apenas 4 mil portugueses. Não dá para nada, ao contrário do que muita esquerda gosta de apregoar! Que ao menos tenha essa virtude de acabar com as ilusões e de abrir uma nesga à verdade, que tão arredada anda da nossa vida colectiva. E, se não merece o elogio dos portugueses, já mereceu o da OCDE. Para mim, no entanto, é um PEC cheio de pecados. Pecados mortais, sete como os bíblicos: Atraso aqui já referi por diversas ocasiões. Tarde porque vem depois do Orçamento, quando deveria vir antes (assim perde um ano, o primeiro ano já não é este mas 2011, e tarde para o exterior (mercados e credores). : Um PEC atrasado, que vem muito tarde, comojá referi por diversas ocasiões. Tarde porque vem depois do Orçamento, quando deveria vir antes (assim perde um ano, o primeiro ano já não é este mas 2011, e tarde para o exterior (mercados e credores). Economia : Este PEC esquece que tudo reside na economia e nem sequer toca no modelo económico, um modelo esgotado, que não permite crescimento. Poupança : Um PEC que não se preocupa com a poupança. Que nada faz para promover a substituição de dívida externa por dívida interna, não só mais barata e mais saudável mas ainda instrumento de promoção da poupança numa economia que consome mais do que produz. Falácia da despesa : A medida mais emblemática de controlo de despesa é a famosa regra do 2 por 1 na função pública – entra um novo funcionário por cada dois que saiam. Não só não seria suficiente como é falso – não significa qualquer redução de despesa; antes pelo contrário significa aumento de despesa com o que entra, pois os dois que saem transitam para a reforma, com a mesma despesa. Mentira boleia do PEC. A mais chocante é a de que não há aumento de impostos ou que, quando há, são apenas excepções. A comunicação do governo insiste em que reduzir deduções fiscais não é aumentar impostos, com uma argumentação ofensiva da inteligência humana. “ O caminho mais fácil seria aumentar impostos”, afirma o primeiro-ministro, reafirmando uma “opção política clara de não aumentar impostos”. : A mentira continua a fazer carreira àdo PEC. A mais chocante é a de que não há aumento de impostos ou que, quando há, são apenas excepções. A comunicação do governo insiste em que reduzir deduções fiscais não é aumentar impostos, com uma argumentação ofensiva da inteligência humana. “ O caminho mais fácil seria aumentar impostos”, afirma o primeiro-ministro, reafirmando uma “opção política clara de não aumentar impostos”. Privatizações cócegas na dívida – o seu destino obrigatório – representa apenas a privatização da TAP, dos CTT e dos seguros da CGD. O resto (EDP, REN e GALP), e à excepção da TAP o que realmente conta, são já empresas privadas. Não são privatizações, trata-se apenas de vender, já não os anéis, mas os dedos. E todos sabemos o que isso significa! : O encaixe de 6 mil milhões, atingível ou não nas actuais condições, que não passará de uma pequenasna dívida – o seu destino obrigatório – representa apenas a privatização da TAP, dos CTT e dos seguros da CGD. O resto (EDP, REN e GALP), e à excepção da TAP o que realmente conta, são já empresas privadas. Não são privatizações, trata-se apenas de vender, já não os anéis, mas os dedos. E todos sabemos o que isso significa! Ilusão das grandes obras: Os grandes investimentos, bandeira eleitoral do governo ainda há poucos meses, contra tudo e contra todos, são objecto de adiamento. Não é verdade: terão que ser cancelados, não há mais condições para os levar à prática!

Este vídeo leva-nos aos anos 80, leva-nos às campanhas onde Louçã mostrava a sua essência PSR, a ovelha negra, onde Miguel Esteves Cardoso dava largas à sua irreverência, que confessou recentemente não estarem desligadas da ingestão de certos comprimidos, leva-nos à RTP como única estação do país e leva-nos às míticas pulseiras Tucson que resolviam as dores de cabeça e de reumático, além de outras imagens avulsas sobre as quais convido os nossos leitores a comentar. Sobre as pulseiras Tucson. Alguém que conseguiu acabar com as dores de estômago graças a uma destas milagrosas pulseiras, viu o azar bater-lhe à porta quando algum tempo depois se soltou uma das bolinhas da pulseira. Depois disso regressaram as dores … em metade do estômago. Aconteceu na Marinha Grande.

publicado por Paulo Sousa às 20:00 endereço do post | comentar | favorito

O meu apoio a Paulo Rangel para a presidência do PSD, em parte está sustentado na palavra RUPTURA. Sim! Porque é isso que urge! Romper com práticas antigas de duas décadas. Romper com o 'bloco central de interesses', Romper com uma paz podre (ou guerra aberta?) que consome o PSD e a que ainda recentemente Santana Lopes (dia 26 de Fevereiro) se referiu na entrevista ao Jornal 'Sol'. Romper com o deixa andar e o 'faz que se opõe mas não opõe' que marca os nossos dias. Romper com o calculismo e as solidariedades espúrias, promiscuas e... pornográficas que nos 'mandam' proteger os 'nossos' e atacar os 'deles', mesmo que sejamos todos do mesmo 'clube'. É tudo isto que determina o meu apoio, como há dois anos me levou a apoiar Manuela Ferreira Leite (em nome da VERDADE das coisas) e, há quatro anos, a apoiar Cavaco Silva (em nome da seriedade e da decência na política). Não conheço Paulo Rangel para além de um almoço de campanha em Leiria, dos jornais e das televisões. Ao contrário, curiosamente, dos outros dois candidatos, que conheço e com quem partilhei alguns caminhos, lutas e com quem estão muitos dos nomes “sonantes” do Partido e alguns amigos. Mas não é isso que está em causa. Não está em causa o respeito e a consideração pelo José Pedro Aguiar-Branco ou pelo Pedro Passos Coelho. Nem com muitas e muitos que estão com um ou com o outro. Tentei sempre, na política como no resto da vida, separar os campos. E é isso que estou a fazer. Olhando para o País e para o PSD, acredito que só Paulo Rangel pode fazer o que é preciso (e urgente) fazer. Só Paulo Rangel está em condições de fazer um corte com o passado, com as cumplicidades do passado, com o cruzamento de interesses do passado, com um certo 'fazer' do passado. Sendo um 'novato' no PSD (e precisamente por isso), está desligado destas teias (virtuosas, sem dúvida, algumas delas) que tolhem e condicionam o que é preciso fazer. Paulo Rangel não tem claques nem cliques, é livre para escolher caminhos e pessoas. E, neste passado recente, demonstrou coragem e visão, desassombro e vontade. Mostrou-o no discurso do 25 de Abril e no ponto final que colocou aos 'passeios' de Sócrates à Assembleia da República. Mostrou-o na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, quando contra tudo e contra (quase) todos derrotou o PS e um PSD que até ao dia das eleições clamava por não sei quantos 'messias'. Mostrou-o agora, avançando com a única candidatura que pôs o PS nervoso. 'Velho' que sou nestas coisas da política e do partido, lembro que o PSD só se afirmou verdadeiramente quando rompeu (e SEMPRE primeiro internamente!). Afirmou-se com Francisco Sá Carneiro nos idos anos de 70; sim! contra o Conselho da Revolução, mas também contra os 'urbanos' do Partido: Nasceu a AD e o Conselho da Revolução perdeu o Poder. Afirmou-se com Cavaco Silva nos idos anos de 80; contra o 'bloco central' político, mas também contra parte do PSD: e o salto que Portugal deu foi imenso! Agora, quando o País e a Democracia estão numa situação pior do que naqueles dois momentos não há margem para enganos, para experiências ou para cumplicidades pessoais ou de grupo. Primeiro o País, depois a Democracia e por fim o partido. Como nem todos servem para dar corpo ao legado fundamental de Francisco Sá Carneiro apoio o único que demonstrou perceber o que está em causa. Apoio Paulo Rangel! (Adaptação a texto de Francisco Figueiredo)

O jornal Público está a celebrar os 20 anos de existência. A sua entrada no mercado foi uma pedrada no charco e em reacção a isso toda a imprensa teve de mudar. Podemos ler a nossa história dos últimos 20 anos nas capas do Público. Como estávamos há 20 anos e como estamos agora? Deixo-vos com um excerto da P2 do passado Sábado. "Na capa de um dos números zero do Público, nos primeiros meses de 1990, anunciava-se: 'O garrafão de cinco litros vai acabar.' Nos dias da euforia cavaquista, o país rejubilava com a eliminação de qualquer vestígio de arcaísmo. Depois de conquistada a democracia e a integração europeia, o horizonte do país parecia prometer apenas riqueza e modernidade. Nesse destino certo não haveria lugar para os carros de bois exibidos numa reportagem do El País que por essa altura que fez a nação reagir em ásperos textos de protesto, nem para os garrafões, arados ou socos de madeira que ainda se usavam no interior. Em 1990 a economia crescia mais de sete por cento, a modernização avançava célere e os portugueses começaram a a acreditar que o atraso e a pobreza seriam em breve meras memórias do tempo dos seus avós. Vinte anos depois, olha-se para trás e percebe-se que esses dias optimistas não passaram de uma ilusão pueril. Como se pode constatar até nas tabernas de Lisboa, o garrafão resistiu. Muitas comunidade rurais mantêm ainda hábitos seculares que alimentam uma agricultura inviável e atrasada. Como em tantos outros períodos da história dos séculos XIX e XX, as contas públicas estão na penúria e as tensões políticas prenunciam instabilidade e degradação do regime. E se a modernidade, ou pelos menos alguma modernidade, se garantiu, Portugal vive hoje a sensação de que não tem a energia para retomar o surto de desenvolvimento de há 20 anos. Os mais pessimistas avisam que só a integração na UE consegue evitar os pronunciamentos militares de outras eras."

As grutas de Mira d´Aire estão entre as 21 maravilhas naturais que estão na final e podem ser votadas até 7 de Setembro. Está na hora de votar e "cacicar" amigos para esta "causa". Saber mais AQUI e no Facebook.

No próximo Domingo, 14 de Março, terá lugar a abertura Oficial da Celebração dos 450 anos da Freguesia do Juncal... Ler o resto aqui.

Aprendi há muito tempo que só se encontram boas soluções quando os problemas são bem formulados. Com lucidez, espírito crítico e um quadro de referência informado e inteligente. Os últimos anos da política Portuguesa têm-nos negado tudo isto . Ana Benavente Público quarta-feira, 17 de Fevereiro, de 2010. Aqui, em Porto de Mós, com o Executivo da Câmara Municipal acrescentou-se outro referencial que Ana Benavente não equacionou : morar perto dos problemas. “ Jornal o Portomosense” Estudos para quê? Basta morar perto dos problemas; morar lá, querer contrariar o/os Presidentes anteriores para se decidir em conformidade, não interessa o plano, as indicações, as reuniões do Conselho Municipal de Educação ou alocação do dinheiro apara aquele projecto numa perspectiva de futuro, "com espírito crítico e um quadro de referência informado e inteligente". Isto tudo para chegar à EB2 Dr. Manuel de Oliveira Perpétua e Escola Secundária , hoje sede de Agrupamento de Porto de Mós. Porque só sem plano de futuro e ignorando totalmente o que está nos documentos que a própria Câmara elabora, "pág 157"da Carta Educativa se pode chegar a este estado, quase calamitoso, nestes dois edifícios. O que disse o Conselho Municipal de Educação sobre esta matéria? Já reuniu neste mandato conforme o estipulado no Artº 7º no início do ano lectivo e no final de cada período escolar? Quem faz parte dele? Que conselhos dá ao Presidente e aos Vereadores? Ou estes mecanismos de audição e de aconselhamento são dispensáveis ? Que pareceres elaborou para responder às alíneas g) e h) do decreto-lei, nº 7 /2003, como por exemplo que programas e acções de prevenção e segurança dos espaços escolares ? Ou que exigências fez para intervenções de qualificação e requalificação do parque escolar? Porque a pressão junto do executivo dos órgãos que gravitam à sua volta também deve existir e sobretudo devemos saber quem é quem e quais os pareceres que estes órgãos emitem. É assim em Municípios onde a transparência dos actos é uma realidade. Estão on-line com o nome de todos os membros acompanhado da acta das reuniões e as principais decisões que tomaram. Aqui não se conhece uma linha , uma decisão um parece. É tudo opaco. Voltando à intervenção nas escolas Ainda esta semana me foi assegurado que não está prevista , a curto prazo, qualquer intervenção nas escolas de Porto de Mós . Senhor Presidente da Assembleia soubemos esta semana através da comunicação social nomes que fazem parte do Conselho de Administração da Parque Escolar cuja nomeação é da responsabilidade do Conselho de Ministros. Não vou aqui zurzir nesta empresa poderosa e com poucos travões , há outros fóruns onde o posso fazer, mas convém fixar nomes, e Senhor Presidente como eles não moram cá não sentem os problemas que nós temos, mas traga-os cá : João Sintra Nunes; Teresa Valsassina Heitor, Paulo Grilo Farinha, José Domingues Reis, Gerardo Menezes. E sobretudo Senhor Presidente da Assembleia o que lhes devem explicar é a razão pela qual a escola Secundária da Batalha construída depois da escola Secundária de Porto de Mós vai ser intervencionada primeiro ou a de D. Inês de Castro em Alcobaça mais ou menos da idade da Eb2 ou mesmo Ansião? Fase 2 Alcobaça ES/3 Inês de Castro Bombarral ES/3 Bombarral Caldas da Rainha ES/3 Rafael Bordalo Pinheiro Leiria ES Domingos Sequeira ES Francisco Rodrigues Lobo Marinha Grande ES Eng. Acácio Calazans Duarte Pombal ES/3 Pombal Fase 3 Ansião EB2,3/S Escola Básica e Secundária de Dr. Pascoal José de Mello Batalha ES/3 + EP Escola Secundária da Batalha e Escola Profissional de Artes Ofícios Tradicionais da Batalha Leiria ES/3 Escola Secundária de Afonso Lopes Vieira http://www.parque-escolar.pt/escolas-distrito-concelho.php Explicações exigem-se. Esta proposta aparece, assim, para chamar a atenção de todos, os presentes nesta sala e todos os que estão fora desta sala e que aqui representamos: as nossas crianças merecem mais. Uma escola climatizada, onde a chuva não entre e o sol incida sem esconder o que está escrito no quadro, onde a educação especial tenha mais do que um cubículo sem ventilação, onde os alunos tenham espaço para apresentar os seus trabalhos e não" num vão de escada" como foi dito aqui na última Assembleia Municipal pelo Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária de Porto de Mós. É preciso força e união de esforços para que os nosso jovens tenham igualdade no acesso e de resultados que nos coloquem não a meio da tabela mas nos 20 primeiros lugares a nível nacional. Que mais será preciso fazer ? Pessoalmente já escrevi, pedi, exigi apoios até a organizações de boa vontade como os Rotários ( Rotary Club de Porto de Mós) , para nos ajudarem a construir um movimento de exigência para atalhar rapidamente esta situação. Os meios de comunicação têm divulgado as condições deploráveis em que estamos a trabalhar: fomos outra vez notícia na TVI por razões pouco simpáticas. Não basta ter quadros interactivos e Magalhães nas carteiras quando os quadros não funcionam, as impressoras não têm tinteiro ou os computadores estão semanas sem trabalhar. Solicito, assim a esta Assembleia que aprove e reforce esta proposta aprovando-a por unanimidade e proponho ainda que se crie no âmbito desta Assembleia uma Comissão de Acompanhamento para apoiar , confirmar e divulgar todas as diligências efectuadas para resolver este problema. ( parte da Intervenção que fiz na Assembleia Municipa de Fevereiro de 2010 de Porto de Mós ) Resultado. Proposta aprovada por todos os partidos políticos e Independentes bem como a Comissão de Acompanhamento.

Dá a surpresa de ser.

É alta, de um louro escuro.

Faz bem só pensar em ver

Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem

(Se ela tivesse deitada)

Dois montinhos que amanhecem

Sem Ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco

Assenta em palmo espalhado

Sobre a saliência do flanco

Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.

Tem qualquer coisa de gomo.

Meu Deus, quando é que eu embarco?

Ó fome, quando é que eu como ?

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

Em tempo de crise económica e de desemprego elevado, olhar para notícias como esta faz-nos pensar na direcção que seguimos.

publicado por Paulo Sousa às 11:41 endereço do post | comentar | favorito

Vou relatar duas situações que nos mostarm em que sentido vão os valores da ajuda ao próximo, respeito pelo outro, ajuda na dificuldade e mesmo insensibilidade perante o sofrimento do outro. Devemos todos reflectir sobre o porquê de cá andarmos. Situação 1 (vi e ouvi na tv) Um rapaz foi divertir-se com os amigos e não quis ir de boleia com eles, de volta a casa, preferindo ir de táxi. Segundo testemunhas amigas, disse ao taxista que não estava bem, e só queria chegar a casa, optando por pagar a bandeirada de avanço. Passados uns alguns minutos, poucos, o taxista chegou de novo ao parque de taxis dizendo que tinha expulso (atirado fora do carro) o "gajo" que estava bêbabo porque lhe tinha vomitado dentro do carro. Mais uns minutos depois, chegou a notícia que o tal rapaz que só queria chegar a casa, que até pagou adiantado, tinha sido morto por atropelamento bem no meio da estrada. Situação 2 (vivido por pessoa minha familia) Uma jovem Mãe, casada, a terminar a sua licenciatura em Medicina Veterinária e porque precisa de contribuir para os gastos familiares, concorreu a um part-time num call center da PT em Coimbra. A sua candidatura foi aceite tendo que frequentar um curso de formação, que se encontrava já em curso. Na quinta-feira, depois do almoço, tem a informação que o seu avô materno, que estava em estado terminal tinha falecido. O sofrimento era enorme, mesmo apesar de já se esperar o pior desfecho, mais dia menos dia. O Avô, que foi tão importante na sua educação e da sua irmã, na altura em que os pais precisaram de alguém que estivesse com elas enquanto estavam no seu emprego. Foi assim até irem para a escola, e ao longo das suas vidas foi sempre uma referência para as duas. A jovem Mãe, informou a responsável da formação da situação que lhe foi transmitida, tendo-lhe sido comunicado que, dadas as circunstâncias, poderia sair nesse dia. Posteriormente, seria devidamente reportada a situação aos superiores. Assim que soube a hora e dia do funeral, esta jovem Mãe apressou-se a contactar a sua supervisora de formação para lhe dar conta que iria faltar, mas não teve sucesso nesse contacto. Só no dia seguinte, já à data das cerimónias fúnebres, lhe devolveram a chamada. A jovem mãe informa que o funeral do avô se realiza fora de Coimbra e que terá de faltar, ao que lhe responde a supervisora que nesse caso está excluída da formação e do part-time! A escolha foi fácil, ainda que o momento fosse dificil, estivemos todos a prestar a última homenagem ao "Ti" Narciso. Em contrapartida, foi com agradável surpresa que da empresa onde trabalha a sua irmã mais velha, se pode ver um colega de trabalho com uma coroa de flores, sem que souvesse exactamente onde era o local da homenagem final. Apenas lhe tinham comunicado o nome Belver, longe de imaginarem que alguém poderia ausentar-se do seu trabalho, em plena 6ª feira, um dia bastante difícl para este representante de direcção, percorrer cerca de 260 Km, para assim apresentar os seus sentimentos. Enfim, assim vão os valores que nos guiam diariamente ...

Uma certa intelligentsia da corte do futebol surgiu em força a condenar o público de Coimbra que apupou a selecção nacional de futebol na segunda parte do jogo da última quarta-feira com a selecção da China. Conforme aqui dei eco, pôde ver-se e ouvir-se as bancadas do Estádio Cidade de Coimbra a manifestarem o seu desagrado pelo espectáculo que lhe era servido a troco do bilhete que haviam adquirido. Legitimamente! Por todas as razões e mais uma decisiva e fundamental: a liberdade de expressão. Sim essa mesma que está na ordem do dia mas que, pelos vistos, aquela gente acha que não cabe no futebol. A coisa começou logo com o seleccionador Carlos Queirós, muito a medo como é seu timbre. Logo que viu que pegava, que os membros da corte vinham todos em coro, ninguém mais o calou. Seguiu-se logo o inefável presidente da federação, dizendo que “quem não quer apoiar que não vá aos estádios”. Até que surgiu, hoje mesmo e na RTP, a nova sumidade do futebol em Portugal – Luís Freitas Lobo – a mimosear o público de Coimbra com uma série de impropérios, qualificando-o de ignorante e inculto. Deplorável! “ A nossa equipa não teria sido assobiada na China” – disse Carlos Queirós. A nossa não sei, mas a da China não seria de certeza. Pura e simplesmente porque os chineses não o podem fazer. Porque, apesar de sabermos que os estádios são muitas vezes, em regimes ditatoriais, raras janelas de contestação, na China nem essas janelas se têm aberto. Janela que, por exemplo, se abriu em Portugal na final da Taça de Portugal de 69, envolvendo precisamente Coimbra e a Académica. Mas eles não sabem. Nem sabem que num Estado democrático o direito à crítica é tão legal quanto legítimo!

Em noite de Óscares deixo link ao "passeio aleatório" do Professor Nuno Crato no jornal "Expresso".Todas as semanas o Professor torna a matemática e a ciência em geral acessível e estimulante para quem o lê. Nestas últimas semanas o Professor desvenda alguns mistérios,matemáticos, do filme "Alice no país das maravilhas" que nunca nos tinham sido explicados ,que eu tenha conhecimento, é uma forma divertida de aprendermos mais.

publicado por Pedro Oliveira às 19:08 endereço do post | comentar | favorito

"Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos. Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se. Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido. Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família. Escola sem luto nem explicação Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital". Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos". HELENA TEIXEIRA DA SILVA nota: deixo link a meu texto sobre temática bullying no Vila Forte, AQUI.

Os anos 80 foram os anos de ouro do Rock Português. Os Taxi, uma das bandas de referência, tem um tema sobre a qualidade da TV que nos é dada a ver, cuja letra é actual e talvez mesmo intemporal. Quem nunca bateu o pé ao ouvir 'Quem vê TV, sofre mais do que um WC' que atire a primeira pedra.

publicado por Paulo Sousa às 20:00 endereço do post | comentar | favorito

POIS BEM !

Se um inglês ao passar me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: - Pois bem!

se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,

fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.

Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,

fui eu que t'as cedi num dote de princesa.

E para te ensinar a ser correcto já,

coloquei-te na mão a xícara de chá.

E se for um francês que me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: - Pois bem!

Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa

de ter sido cigarra antes da da Provença.

Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei

Antes de Montgolfier, um século! voei

E do teu Imperador as águias vitoriosas

fui eu que as depenei primeiro, e ás gloriosas

o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,

por essa Espanha acima, até casa a coxear

E se um Yankee for que me olhar com desdém,

Num sorriso de dó eu pensarei: - Pois bem!

Quando um dia arribei á orla da floresta,

Wilson estava nu e de penas na testa.

Olhava para mim o vermelho doutor,

- eu era então o João Fernandes Labrador...

E o rumo que seguiste a caminho da guerra

Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra..

Se for um Alemão que me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: -Pois bem!

Eras ainda a horda e eu orgulho divino,

Tinha em veias azuis gentil sangue latino.

Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...

Siguefredos hei mil, mas de real valor.

Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!

Os Nibelungos meus estão vivos na História.

Se for um Japonês que me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: -Pois bem!

Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!

Sou eu que num baixel levo a Europa á tua ilha!

Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça

belicosa do mundo e do futuro ameaça.

Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda

foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.

Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;

Vejo no firmamento as estrelas de Deus,

e penso que não são oceanos, continentes,

as pérolas em monte e os diamantes ardentes,

que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:

- São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,

extasiado fixou pela primeira vez...

Estrelas coroai meu sonho Português !

P.S.

A um Espanhol, claro está, nunca direi: - Pois bem !

Não concebo sequer que me olhe com desdém. Afonso Lopes Vieira via simecqcultura

A expressão de hoje – jogo partido – tal como todas as expressões que por aqui têm passado, mostra-nos, uma vez mais, que não podemos nem interpretá-la literalmente nem afastarmo-nos por completo do seu sentido comum. O que vem provar que o futebolês tem mesmo regras, quase que poderemos dizer que tem a sua própria sintaxe, e que não é apenas uma linguagem marginal de uns tantos apanhados da bola. Claro que o jogo não se parte no sentido de ficar escaqueirado e feito em pedaços, como facilmente se percebe. Nesse sentido o jogo está sempre inteiro, mesmo que não esteja recheado de todos os ingredientes. Não é, por exemplo, por uma ou mesmo ambas as equipas não estarem completas que o jogo passa a estar partido, se bem que o facto de não estarem completas as possa levar a partir o jogo. A expulsão de jogadores até poderá deixar tudo um pouco mais descomposto, mas não exactamente partido. O que não impede no entanto que a equipa fique feita em cacos. Claro que vemos equipas feitas em cacos nas mais variadas circunstâncias, não é preciso haver qualquer expulsão. Por exemplo, no passado domingo o Sporting fez em cacos o Porto, quando se pensava que era o Sporting que estava todo escaqueirado. O jogo nunca se partiu, mas o Porto ficou sem ponta por onde se pegar… Anteontem, em Coimbra, vimos a selecção nacional também feita em cacos, num mau presságio do que aí poderá vir. E não foi preciso que o jogo se partisse, nem sequer que o amputassem do que quer que seja. Nada: equipas completas, 11 jogadores de cada lado (bem sei que, pelo menos na segunda parte, parecia que havia muito mais chineses - eles são realmente muito mais que nós - mas eu contei e estavam mesmo11 de cada lado); tudo completo. Até as bancadas estavam cheias o que, como bem sabemos, é coisa rara por cá. Nem público faltou, como bem vimos e melhor ouvimos… Bastou que o nosso seleccionador, aquele que todos nomeamos seleccionador nacional por unanimidade e aclamação e que durante tanto tempo trouxemos ao colo, resolvesse que teria de continuar a inventar. Que não tinha esgotado todo o seu potencial inventivo na fase de apuramento. Começa por inventar que a selecção chinesa é igual à da Coreia do Norte, provavelmente porque se limitou a olhar para os olhos. Em bico, também! Curiosamente a Costa de Marfim, que como se sabe é o nosso primeiro adversário no Mundial e que nem sequer tem seleccionador, optou por jogar com a Coreia do Sul, que não nos custa nada a perceber que seja mais parecida com os seus irmãos do norte. Só que com esses não eram favas contadas e, afinal, o que importava era uma vitória para o currículo e fazer mais uns quantos internacionais e não, ao contrário do apregoado, preparar a participação no Mundial e, em particular, o tal jogo com a Coreia do Norte. Depois inventa uma selecção que… vejam só: Hilário, Paulo Ferreira, Rolando, Miguel, Tonel … e Hugo Almeida. Então com este último, com a óbvia escassez de alas (poucos e maus: Cristiano Ronaldo, Simão, Nani, Varela, Coentrão…) inventa testá-lo na ala esquerda. Parece que a lógica é esta: “como temos muitos pontas de lança, e o Hugo Almeida é um jogador de top, de que a selecção não pode prescindir, terá que ser aproveitado para jogar nas alas, para onde não temos ninguém de jeito”. Vejam só! Evidentemente que o público de Coimbra foi intérprete fiel do sentir do povo da bola e assobiou monumentalmente aquela brincadeira. E Carlos Queirós, que não pode responder a murro a estes críticos, faz de conta que não percebe e responde com coisas absurdas. Numa dessas diz que todos os objectivos foram atingidos, que é uma expressão que me deixa sempre de pé atrás. Duvido de quem atinge sempre todos os objectivos. Mas duvido ainda mais quando, como aqui dizia há poucos dias, alguém diz que os atingiu sem que tivessem sido previamente tornados públicos. Bom, com tudo isto deixei a bola para trás, quer dizer, deixei para trás o jogo partido. O jogo está partido quando saltou para fora de qualquer lógica de controlo. Quando os jogadores perdem as posições (mais uma expressão do futebolês) isto é, quando o sentido táctico do jogo é ultrapassado por circunstâncias que já ninguém controla. Seja por dentro, no campo, seja por fora, do banco. E o jogo pode partir por três razões: por expulsões, como acima se deixara perceber, quando deixam de estar em campo as peças necessárias à execução de uma determinada estrutura táctica; por opção deliberada de uma das equipas que, sentindo-se dominada pela superioridade táctica do adversário, decide romper com as bases em que o jogo está lançado, esticando o jogo e impondo um futebol directo de que espera tirar vantagem; e, finalmente, quando o jogo se aproxima do fim e, num cenário em que só a vitória interessa, uma ou ambas as equipas partem para um forcing final, no tudo por tudo de uma das mais emblemáticas expressões do futebolês: mais com o coração do que com a cabeça! Daí que a expressão faça sentido, como de resto temos visto com tantas outras. O jogo de facto parte-se, deixa de ter o mesmo figurino e passamos a vê-lo já desmembrado!

Se dúvidas havia que Rangel era o pior preparado para este confronto, a três, para a liderança do PSD e que se precipitou aquando da sua candidatura rompendo com o acordo que tinha com Aguiar Branco, nos dois debates elas ficaram dissipadas,em minha opinião.Vi o debate com Passos Coelho na net e hoje com Aguiar Branco em directo, perdeu os dois, claramente. Fiquei também mais convencido que a vitória nas europeias se deveu mais ao PS que a Rangel e que ele, PR, ainda não tem "estaleca" nem competências para liderar o maior partido em Portugal e muito menos o país.Depois deste debate não me admirava que seja ele, Paulo Rangel, a desistir em favor de Aguiar Branco.Se não o fizer será o "culpado" pela vitória de Pedro Passos Coelho. A caixa de comentários é vossa.

"O Portomosense " insere na primeira página " Salgueiro deixa deputada a falar sozinha".Esta Deputada, para quem não esteve na, Assembleia sou eu. Em primeiro lugar não é verdade este slogan embora compreenda o alcance jornalístico da " Coisa" A sala estava cheia e os únicos que deixaram a sala forma exactamente os que o Jornal refere. Interessa-me apenas a questão política que este episódio encerra. Terei eu , eleita como os outros, um papel diferente dos outros deputados? Terei por alguma razão , tratamento especial e diferenciado dos outros Deputados por razões completamente alheias à minha responsabilidade política de agora? Estará o Senhor Presidente da Assembleia Municipal satisfeito com a imagem que deixou transparecer , sonegando informação aos deputados que representa? Afinal a transparência e a democracia é mesmo para valer ou são apenas palavras bonitas para embalar os Munícipes? Eu não votei neste Executivo e fui eleita com votos dos Munícipes Portomosenses: tenho a obrigação democrática de confirmar o que está bem e apontar e registar o que não está de acordo com os documentos e estudos elaborados pelas instituições do Concelho. O resto são fantasmas na cabeça do Presidente João Salgueiro inquieto com um passado que quer a todo custo esquecer. Eu tenho um compromisso com o futuro. Prepare-se para abandonar mais vezes a sala da Assembleia Municipal

Foto: Paulo Cunha (Jornal Público) Faz hoje oito anos que um pneu de um camião, desgovernado se precipitou do Bairro de São Miguel para o recreio da Escola Primária de Porto de Mós. Causou a morte à Andreia e ferimentos graves à Vânia e Joana. Oito anos depois, este acidente já apagado da memória de muitos está contudo sistemáticamente presente na vida dos que presenciaram e viveram de perto aqueles momentos trágicos. Oito anos depois cumpre-nos homenagear de forma sentida a morte inexplicável desta criança e respeitar a dôr e sofrimento das duas que continuam connosco. Oito anos depois, as Entidades Oficiais, nomeadamente o Municipio aparentemente também apagaram da agenda esta data. Injustamente diga-se. São muitos os Portomosenses que entendem que, para memória futura, o local e a data deveriam ser assinalados.

Já aprendemos que nas cabeças de certos políticos neste país, não se brinca com coisas sérias, como se sérios fossem os próprios. Andam mesmo é a brincar connosco. Recomendo a leitura deste post.

Independentemente do momento de crise, da falta de capacidade dos gestores de melhorarem as condições do seu activo mais importante, as pessoas, há no entanto um aspecto fundamental que é desprezado pela maioria dos gestores, sejam eles da nova ou da velha guarda – a Motivação! A variável motivação é, na minha opinião, um factor de grande diferenciação e de sucesso pessoal e organizacional. É crucial estimular, encorajar e motivar os colaboradores. Se os gestores querem ter pessoas verdadeiramente comprometidas com a organização, que vêm e sentem o sucesso da empresa como o seu próprio sucesso têm que dar particular atenção a esta questão! Ao contrário do que a maioria dos gestores pensa as pessoas não se sentem motivadas (e reconhecidas pelo seu trabalho) apenas com aumento salarial! Muito pelo contrário! Esta é sem dúvida uma falácia. Muitos estudos comprovam, e a minha experiência, como profissional e como colaboradora, também, que o aumento salarial, ou a recompensa monetária não é o método mais eficaz para despoletar e cimentar a motivação das pessoas. Tem um efeito de curta duração, ao fim de 2 ou 3 meses já perdeu todo o efeito (no que diz respeito à motivação, claro). Então o que é que produz efeito, e na sua maioria tem custo zero? - Conhecer e valorizar as motivações intrínsecas dos colaboradores (para onde querem ir, o que os motiva a lá chegar?); - elogio/reconhecimento verbal/reconhecimento pelo desempenho e pelos esforços encetados em prol de determinados objectivos - favorecer um ambiente desafiador e o empowerment; - participação na identificação e resolução dos problemas da empresa; - formação que permita a melhoria da performance do colaborador e o desenvolvimento e/ou consolidação de novas competências; - feedback do seu desempenho, claro, objectivo, construtivo e orientador de melhores desempenhos; - partilha de conhecimentos; - conhecer as metas da empresa; - cultura de exigência São tantas as formas de motivação, que fariam a diferença na satisfação dos colaboradores, no seu empenho e desempenho, para além do aumento salarial, que me espanta que os gestores desvalorizem tanto esta questão. Na actual conjuntura o que é que poderá fazer a diferença? O que é que as organizações necessitam? De colaboradores motivados, que se comprometam com desempenhos de excelência, que sintam uma vontade feroz de lutar pela empresa em que trabalham e assim garantirem o seu posto de trabalho, ou seja, o sucesso da organização e o seu sucesso pessoal. Quantas vezes bastaria um “Fizeste um bom trabalho!” para que as pessoas sentissem que vale a pena, que a dedicação é reconhecida, que valeu a pena ter ficado mais 2 ou 3 horas para além do seu horário de trabalho… Todos nós, enquanto pessoas, quer o admitamos ou não, necessitamos do apreço e aprovação dos outros, isso impele-nos a fazer mais e melhor. Porque é tão difícil elogiar, reconhecer o mérito e os desempenhos? Não há nenhuma organização que evolua, se não souber escutar, comunicar (a comunicação é o motor da motivação) e ter em linha de conta o que pensam e como se sentem os seus colaboradores. Afinal não há empresas sem pessoas!

Manhãs de Sábado inesquecíveis.

Faz precisamente um ano que a Câmara Municipal de Arouca lançou um projecto social inovador (Quintas Sociais), divulgado e reconhecido em todo o País. Este projecto, simples, tem como objectivo reactivar a exploração agrícola nas Quintas abandonadas do Concelho e em simultâneo proporcionar à população carenciada e em situação de desemprego a possibilidade de explorar a sua "horta" . A Câmara Municipal conseguiu acordo com quatro proprietários com quem efectuou contratos de arrendamento, colocando á disposição dos potenciais interessados uma área de acordo com as suas necessidades. Pois bem, um ano depois do lançamento do projecto NÃO APARECEU UM ÚNICO INTERESSADO! E este projecto mereceu inclusive honras de televisão (RTP2)! Portanto, sendo Arouca um Concelho industrializado e consequentemente com níveis de desemprego elevado, mas com raízes de concelho rural, as explicações encontradas para o insucesso do projecto está na falta de vontade e de necessidade por parte daqueles a quem esta iniciativa se dirigiu (os mais carenciados do concelho). Ou será que todos os desempregados têm a sua terra para cultivar? E os que usufruem do rendimento social de inserção, têm legumes gratuitos todos os dias? De facto esta tendência para a subsiodependência não pode deixar indiferente quem trabalha e paga os seus impostos. E fico preocupado quando, perante a possibilidade de poderem reduzir o seu orçamento familiar, trabalhando, a resposta é objectiva e sem rodeios; não quero! Receber o subsídio é muito mais fácil! Não conheço nenhum modelo social que defende esta prática. Mas este modelo social promove e protege quem dele é beneficiário! Que o diga o Presidente da Câmara de Arouca, que um ano depois e acreditando no projecto, continua a divulgá-lo e a relevar as suas qualidades.

Na sequência de uma conversa com uma pessoa que passou pela tragédia de assistir impotente a uma crise de saúde de um familiar, e que acabou por falecer, ficando sempre com a mágoa de que se tivesse alguma noção de primeiros socorros poderia ter evitado a tragédia, inscrevi-me há mais de um ano num curso de Primeiro Socorros. Por diversas razões de ordem logística os meses foram passando e, na semana passada, recebi um telefonema para saber se o meu interesse se mantinha. Claro que sim, vamos lá arrumar esse assunto. Fui de imediato alertado para um problema… não iria receber subsídio de alimentação. Achei estranho existir subsídio de refeição para um curso ministrado das 19h às 22h, e que por isso ultrapassa a hora tida como normal para jantar. Mas não. Não tinha nada a ver com a hora das refeições, mas sim com as quotas (?). E o que é que isso quer dizer? Perguntei. Como a turma já ultrapassava a quota de alunos onde me enquadravam não poderia receber o dito subsídio. A dúvida do meu interlocutor era se ainda assim eu aceitava receber a formação. Tinha de me colocar a questão nesta fase para evitar aborrecimentos no futuro… Perante esta lógica, engoli em seco e depois lembrei-me que vivo no país que vivo, e que está instituído como normal que, além de não ter de pagar para receber/beneficiar de formação…, ainda é suposto receber-se por isso. Perante qualquer estupefacção sobre esta lógica a resposta é quase automática: quem paga são ELES!! Lembrar que ELES somos NÓS, é um raciocínio neoliberal e por isso politicamente incorrecto. Serei eu que estou errado por entender que aprender pressupõe esforço e dedicação? Receber para aceder a uma valorização pessoal faz lembrar uns filhos muito mimados que exigem prendas não para tirarem boas notas, mas para frequentarem a escola. Que finos que eles são! (Comecei este texto antes de ir para a formação e terminei-o após o regresso a casa, e por isso com estados de espírito diferentes.) Nesta segunda metade começo por dizer que a minha participação na referida formação terminou no final da primeira sessão. Em público não entrarei em detalhes sobre o que motivou tal decisão. Registo apenas o facto de que das 30 pessoas inscritas, mais de um terço não estão a trabalhar, mas também não estão … desempregadas. E porquê? Umas estão nos EFA’s, outras no CNO’s, outras no diabo a sete. São remuneradas pela participação em diversas formações, ora em exclusividade ora em simultâneo, mas nenhuma delas conta para os números do desemprego. São remuneradas por ELES, claro. Fantástico! É o que se pode chamar de desorçamentação do desemprego. Já há socialistas com vergonha desta governação, mas o mais grave é que há alguns que apesar de tudo o que tem acontecido, ainda não se envergonham.

Quem deixou um discurso mais coerente e mais moderno: Pedro Passos Coelho ou Paulo Rangel? Confesso a minha ignorância bolsista , mas do que até agora me apercebi até um bater de assas de uma borboleta altera os humores dos investidores : imaginem os estragos de um Deputado no Parlamento Europeu a dizer que o " Estado de direito formal estva em perigo em Portugal!!"

MFL está de saída e de regresso ao seu cantinho no Banco de Portugal (não sei se já estará reformada), que funciona, tal como o Ministério das Finanças, de albergue dos economistas políticos, que não são exactamente os que fazem da economia política o centro da sua vida profissional mas os economistas que decidem fazer umas incursões pela carreira política. Com rede, evidentemente! Porque isso de risco e de empreendedorismo é bom para os outros e ... para o discurso. Se alguma coisa correr mal… Seria pois a hora de fazer o balanço desta sua última passagem pela política a tempo inteiro. Mas não dá! É que, sem receio de ser acusada de falta de escrúpulo em ser juíza em causa própria, já disse que foram atingidos todos os objectivos a que se tinha proposto para a sua liderança. Quando assim é, quando todos os objectivos são atingidos, não pode ficar uma réstia de dúvida sobre o êxito da missão… Assim sendo, e pelo que é possível detectar à vista desarmada por quem minimamente acompanhou estes últimos dois anos, só se consegue encontrar uma explicação. Que é esta: os objectivos a que a líder do PSD se propôs para o seu mandato fazem parte da sua esfera pessoal. Nem por escutas lá chegaríamos. Traçou-os sozinha, manteve-os mais bem guardados que o segredo de justiça, não disse nada a ninguém e, agora que chega ao fim, diz que todo foram atingidos. Nem um falhou! Só por evidente má fé alguém pode duvidar. E só por ainda mais evidente má-fé, e por uma enorme dose de ignorância, alguém poderá sequer ter a veleidade de pensar em fazer o tal balanço. Como seria possível se lhes falta conhecer o essencial, as balizas da avaliação que são os objectivos e as metas traçadas no seu mais profundo e respeitável silêncio? Mas MFL é antes de mais uma querida. Não queria despedir-se de nós sem uma única falha, qualquer coisita, uma pequena gafe que fosse a que nos pudéssemos agarrar para darmos largas à nossa eterna má-língua, à nossa idiossincrática mania de maldizer. Para gáudio de toda a imensa maioria que a quer ver pelas costas teria de fazer uma mesmo a sério. Uma daquelas argoladas que ninguém lhe iria perdoar. Pensou em qualquer coisa como parar com a democracia por seis meses. Logo concluiu que essa não, já tinha sido chão que dera uvas. Uma qualquer sobre imigrantes? “Bolas, também já gastei essa” – pensou. Pela cabeça passava-lhe ainda salário mínimo, avaliação de professores quando, de repente, lhe saiu o seu eureka: Joaquin Almunia. Sim, se ele tinha sido tão atacado por toda a gente com aquela de Portugal estar igual à Grécia, era mesmo aí que estava a chave do sucesso. Ou não fosse ela uma mulher bem sucedida que cumpre todos os seus objectivos! Estava encontrada a solução. Só faltava definir os contornos. Teria que ser algo de incisivo e suficientemente provocatório, de preferência com um impacto de colisão frontal com as posições que assumira em torno do Orçamento. E onde? Numa entrevista de pouca visibilidade? No parlamento? "Já sei", rematou com ar de quem tinha encontrado a solução para salvar todas as “piquenas”empresas do país: “vou dizer na conferência da Câmara de Comércio Luso-Francesa que Portugal está rigorosamente no mesmo caminho da Grécia …"

Viriato Soromenho Marques Foi professor do Ensino Secundário, é actualmente professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, regendo as cadeiras de Filosofia Social e Política e de História das Ideias na Europa Contemporânea. Faz o pleno entre a filosofia, o ambiente e a intervenção cívica e ética na vida política. Ouvi-o há pouco tempo e retenho entre outras este testemunho" desenvolver o conhecimento aumenta o desconhecimento desse mistério da existência" ou " aceitar que os adultos abandonaram a autoridade só pode significar que esses mesmos adultos se recusam a assumir a responsabilidade de educar a criança que colocaram no mundo." Não é novo , mas é reconfortante voltar a ouvir um discurso que reponha a verdade das coisas com total serenidade e seja ouvido por quem de direito... numa nova conjuntura política. Neste momento estamos em risco de perder a memória da nação que fomos, afirmou mesmo que teme que quem nos governa já " perdeu a memória" ; só interessa servir o cliente , mesmo que se saiba que no futuro iremos pagar uma factura elevadíssima. Acrescento eu a factura da ignorância com papel passado. Confessou ainda que já não faz conferências nas escolas onde leccionou , já atingiu o limite da paciência para tanta queixa e tanta desistência. A maior parte dos seus ex-colegas aposentaram-se altamente penalizados, inconformados com: a trapalhada nas Novas Oportunidades, Cursos Profissionais obsoletos e uma avaliação que não avalia nem professores, nem alunos Até quando, Doutor? Até quando assitiremos ao silêncio dos que não querem nem desejam este status quo?

Hoje a minha escola recebeu a visita de representantes da Autarquia, DREC e o Presidente da Comissão Provisória do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós. Será que podemos ter esperança? Haverá intervenção na escola Eb2 Dr Manuel de Oliveira Perpétua?

No habitual jantar de sexta, jantar que se realiza todas as semanas há muitos anos, entre amigos que estudámos e vivemos Coimbra, foi-me sugerido a leitura de um texto, via Facebook, sobre o que é isso de ser da Académica. Quando cheguei em 1990 a Coimbra era mais um adepto do SLB, mais porque sim e porque sempre foi assim em casa do que por qualquer outra razão.Nos anos que estive em Coimbra vivi a vida Académica de uma forma intensa, ainda que estudante do ISEC, eu e um conjunto de amigos, FAN´S (Falange de Apoio Negro), seguíamos a Briosa para todo o lado e os fins de semana eram desportivamente preenchidos, desde o futebol, passando pelo hóquei, andebol, basquete,... . Esta vivência fez com que a paixão pela Velhinha Académica crescesse e fosse passada para os meus filhos, hoje continuamos a ir à bola e a sofrer, como aconteceu no sábado.Por isso meus caros amigos, em Abril terei todo o gosto em vos receber no ECC, mas os 3 pontos vão ficar na Lusa Atenas. Aqui fica o texto: Vingança! (ou uma crónica inevitável) A infância traz marcas que nos perseguem, como fantasmas. No meu caso lembro-me distintamente da segunda pergunta que os meus novos amigos me faziam (a primeira era "como te chamas")

-És do Benfica ou do Sporting ?,

nesses tempos distantes em que a capital portuguesa dominava olimpicamente o futebol e a expressão "sociedade anónima" lembrava apenas escritórios mal iluminados nas ruas da Baixa.. A pergunta era aquela, então,"Benfica ou Sporting", as respostas possiveis contidas no enunciado. E a minha era invariavelmente a mesma, sincera e natural como respirar

-Sou da Académica,

algo que me parecia extremamente normal e até motivo de particular

orgulho. Mas não para os meus infantis amigos

-De quem?,

perguntavam, aturdidos pela bizarria, pela excentricidade. Não havia vida futebolística além dos dois grandes rivais lisboetas, com excepção

possível de um Belenenses, clube de vetustos avós, ou - Deus nos livrasse! - do Futebol Clube do Porto. Agora, da Académica, aos seis anos, ninguém era,muito menos alguém nado e criado em Lisboa.

Excepto eu. E ainda o sou, e sempre o serei, até porque acredito que a

Académica de Coimbra é o clube de futebol mais romântico do mundo. Umclube de estetas, de dandies do futebol, que aceitam as derrotas como parte da vida e não existem em função exclusiva das vitórias.

O tempo, felizmente, tem-me vindo a dar razão, e não disfarço algum contentamento com isso. Quero dizer, a parte das derrotas chateia-me de morte, como a todos os apaixonados. A diferença é que quem é da Académica sabe viver com isso, porque tem a certeza de que tanto ganhar como perder faz parte do património do clube.

Porém, no capítulo das solenes embirrações que me assolam sobre esta matéria, uma há que me põe sociopata. É quando alguém replica, após saber da minha filiação clubística, que a Académica é um clube "simpático".

Simpático?! Simpático é o senhor que deixa passar a velhinha para a frente da fila - a Briosa é um clube brilhante, elitista e inteligente, e que conta, como todo o Universo deveria saber, com os melhores adeptos do planeta.

A magia da Briosa é única e entranha-se. A mim, apanhou-me quando vi com o meu pai (academista) uma final da Taça de Portugal - por acaso, uma que ficou na história, a de 1969. Jogámos e perdemos com o Benfica de Eusébio, por dois a um. Tínhamos na altura uma super equipa - em que pontificava,curiosamente, Artur Jorge -, mas o que mais me impressionou (com 5 anos) foi o ambiente que se vivia no estádio. Mais tarde vim a saber que se tratava da célebre greve académica, e que a Briosa era vista como uma equipa "anti-regime". Mas a entrada dos jogadores, vestidos com as capas negras - sim, eles estudavam mesmo! - , o maravilhoso toque de bola e passe curto (marca registada de Coimbra) e a festa que se fez antes, durante e depois no Estádio Nacional marcou-me para sempre.

Não se pode achar "simpatico" um clube assim. Tem que se amá-lo, com o rigoroso exagero da paixão. E vingá-lo, como o agora o faço com décadas de atraso, perante os meus infantis amigos que não sabiam quem era a Académica de Coimbra.

Sara Lourenço - publicado em 2005, na revista Epicur

Apesar do tempo que passou , este texto que elaborei há quase um ano, continua actual! Mais ainda quando o PSD enfrenta a escolha de um líder e de um futuro Primeiro Ministro. " Ultimamente tenho colocado a várias personalidades da vida portuguesa a seguinte questão: “numa agenda eleitoral pesada e com a responsabilidade democrática de fazer escolhas, como vamos distinguir um estadista de um político ?” Invariavelmente as respostas abordam o problema da excessiva importância da imagem, e, a falta de esclarecimento político do cidadão. Nos dias que correm é absolutamente essencial distinguir um do outro. Finalmente uma resposta clara e simples. James Freeman Clark , autor Norte Americano, escreveu no século XIX o seguinte “ um político preocupa-se com a próxima eleição, enquanto que um estadista se preocupa com a próxima geração”. Hélas! Faz toda a diferença. Concentram-se forças e energias no acto eleitoral, elencando promessas que não vão poder cumprir, deixando um vazio de esperança e a democracia cada vez mais fragilizada. Há uma multidão silenciosa insatisfeita com o resultado das escolhas que fez, e, sempre que isso acontece o populismo ou o voto de protesto fazem o seu caminho. O nível de degradação atingido é deveras preocupante.Educação pública e estatal (em litígio e com poucos resultados) , Justiça independente do poder legislativo, (mas alegadamente parcial na aplicação da lei). (...) Todos os dias temos novos episódios : uma lei de financiamento de partidos políticos aprovada por quase todos os Deputados ( 228) mas que todos os líderes ( era na altura líder Paulo Rangel)se apressaram a criticar fora da Assembleia da República. Lamentável. Um primeiro – ministro, alegadamente, acusado de usar as suas relações pessoais e políticas em benefício próprio. Um ministro da economia com uma linguagem pouco adequada ao cargo que ocupa . Um tecido social cada vez mais crispado e cada vez mais endividado. Estamos desconfiados. (...) Mas há esperança .. o professor Adriano Moreira afirmou o seguinte” a crise económica veio agravar esta relação de confiança entre o cidadão e o estado . Contudo, a crise económica resolve-se com estudos, soluções e resultados. Mas a crise de confiança vai demorar gerações a repor” . Absolutamente de acordo. E continuou. Reclama para o seu país, um Conselho Estratégico Nacional: um Banco de Dados Nacional onde seja possível aceder à informação sobre Escolas, Universidades, apoio social escolar, resultados, corpo docente, projectos, etc, para que as famílias e os alunos possam escolher a escola ou a Universidade que desejam frequentar. Deixou ainda como grande desígnio nacional o regresso à máxima de Fernando Pessoa “ A minha Pátria é a minha Língua Portuguesa. Um Estadista" Será o último? in Jornal de Leiria, Maio de 2009

Sábado depois de ter dedicado pouca atenção ao congresso do psd, num último zapping, antes de desligar a televisão, tropecei no Presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Líder recentemente eleito da distrital de Leiria, pelos vistos fundador do partido, que pelo seu discurso me “obrigou” a ouvi-lo. Este senhor foi muito claro, apelou ao consenso, falou da importância que todos os candidatos têm, não quer salvadores da pátria (leia-se Marcelo), destratou diversos dirigentes e ex-presidentes (Santana, Marques Mendes, Rui Manchete, Morais Sarmento, Ferreira Leite, etc..), recordou os 10 anos que esteve na Assembleia da República, malhou em Aguiar Branco e menorizou a vitória nas europeias para criticar Rangel. Dirigiu-se à Comissão Política e frontalmente disse-lhes, Foram vocês que perderam as eleições legislativas! Quando deixaram de fora das listas o jovem Passos Coelho. Claro que o fundador e militante 55, do psd, apoia Passos Coelho, mas logo o avisou, não sou um seguidor. No psd, parece que tudo se resume a listas, nomes, lugares e ele sabe do que fala, não fosse líder de uma das distritais mais suicidárias do psd, basta recordar o que aconteceu em Leiria nas últimas eleições autárquicas. De Portugal o que disse? Deixem-me aumentar os funcionários do Município das Caldas da Rainha. O Congresso do psd envergonha qualquer RGA (Reunião Geral de Alunos) dos idos de oitenta quando se discutiam propinas, politécnico ou licenciaturas, contra os Ministros da Educação de Cavaco Silva. É triste, mas tudo se prepara para Passos Coelho ganhar as eleições no partido, provocar eleições legislativas antecipadas ainda este ano, se conseguir (Cavaco não quer, mas Sócrates pode querer), voltar à guerra das listas, “varrer” os actuais dirigentes e colocar os seus apoiantes (vamos a ver se vai voltar ao parlamento um ex-deputado das Caldas da Rainha), oferecer mais uma provável vitória a Sócrates, dificultar muito a reeleição de Cavaco, demitir-se ou ser demitido e ….. dar mais uma estocada no partido que poderá não aguentar, ter que recomeçar tudo de novo.

estou: desiludido

Com a era das novas tecnologias tudo é mais rápido, a informação chega-nos num ápice e temos contacto com uma imensidão de informação que devemos seleccionar. Se os blogues democratizaram a opinião, todos temos opinião sobre qualquer coisa e cá vai disto, se o twitter é um micro-blogue em que vamos "seguindo" quem queremos para trocar opiniões politicas, ou outras, de forma sintética , já o Facebook é uma ferramenta muito mais completa.Aderi há duas semanas por insistência de amigos e apesar de muitos o utilizarem para jogos de "crianças" para Adultos, outros utilizam-no para reactivar contactos, com eles colocar a "conversa em dia" e partilhar experiências e vivências de vida.Ainda não utilizo o potencial todo da ferramenta ,mas já deu para perceber que é e vai ser utilizado para divulgar o que queremos a quem queremos seja a nível, pessoal, profissional e muito em termos politicos. Não será coincidência que neste momento é utilizado pelos 3 candidatos à liderança do PSD, pelos vários orgãos de soberania, empresas e demais organismos públicos e privados. Era bom que a nível local, também, estas ferramentas fossem utilizadas para trocas de informação e de opinião.É bom ver a disponibilidade que existe em muitos politicos da nossa praça em conversar abertamente com o anónimo contribuinte. Por fim gostaria de dizer que tem sido uma agradável surpresa encontrar amigos que fui fazendo ao longo da vida e que agora conversamos via facebook.

Acabou o congresso . Pelo que ouvi e vi através da Comunicação social o posicionamento dos candidatos não se alterou: os estatutos foram mudados, o País voltou a interessar-se por este partido. Santana Lopes tinha razão para estar satisfeito: foi um bom Congresso. Tão cedo não esquecerei o discurso inflamado de Fernando Costa e a atitude imediata de Alberto João Jardim. Estilos surpreendentes que marcaram este Congresso. Podemos discordar, mas é difícil ser indiferente . Fernando Costa disse tudo o que se sussurra nos corredores, nos cafés e nas redacções dos jornais. Sem medo. Desafiador! Arrebatador. Os jornalistas perguntavam se era Doutor ou Engenheiro, apenas sabiam que era Presidente da Câmara das Caldas da Rainha. Não vai ficar por aqui.

Aí estão as emoções da Fórmula 1 com o arranque da época 2010, no Bahrain. Com novidades, como sempre! Novidades na pontuação, com 25 pontos para o primeiro lugar e uma distribuição mais democrática a espalhar pontos pelo pelotão dentro e na proibição dos reabastecimentos, a confirmar que nada é estático e que tudo se esgota em pouco tempo. Ainda há bem pouco se havia reintroduzido o reabastecimento como factor de espectacularidade que haveria de decidir (como decidiu) corridas… E com regressos. O regresso do campeão dos campeões Michael Schumacher, que uns saudarão e outros nem por isso, o regresso da Mercedes (a parceria de motores com a McLaren não é a mesma coisa) e o da mítica Lótus. Este um regresso que, arrisco que ao contrário do do heptacampeão, todos os amantes da especialidade saudarão. Apareceram com um verde (o verde Jaguar) bem bonito. Mas eu tenho pena que não tenham regressado com aquele imbatível negro dourado … O GP da Bahrain trouxe também um regresso à normalidade, depois de um 2009 de surpresas: um pódio Ferrari (com dobradinha: Alonso e Massa) e McLaren, (Hamilton)! Para quando o regresso a Portugal? Tanto se tem falado de Portimão mas não parece que esse regresso esteja à vista…

Recordo que na minha infância era um dia aguardado pelos adultos e crianças com alguma ansiedade: Os adultos porque, a Quaresma era um tempo de recato e devoção por excelência e a procissão o auge dessa devoção, para as crianças porque, honestamente, era uma seca. Sinceramente, nunca gostei de me ver vestido de anjo (aquelas sandálias de fitas horríveis), de S.Pedro ou de outra figura religiosa. Os pais tinham todo o gosto que os seus filhos participassem, ficavam todos contentes de os ver a “desfilar” na rua e depois no altar da Igreja de S.João. Acredito que muitas crianças até se sentissem bem naquele papel de figurante para dar mais côr à procissão, mas eu nunca gostei, e sei que a minha mãe ficava triste quando lho dizia, mas também por isso, compreensão de mãe, poucas foram as vezes em que participei como figurante. Se bem me recordo (já não vou à procissão há mais de dez anos), a procissão começava a seguir ao almoço e percorria as ruas da vila, parando em locais determinados(estações), fazendo a chamada Via Sacra. Parava depois de uma forma mais prolongada na Praça da República onde era celebrado o encontro entre Jesus Cristo e Maria, havia sempre um padre que celebrava esse encontro com palavras carregadas de emoção, era o momento mais emotivo para as pessoas. Passando por mais umas estações, o cortejo seguia para a Igreja de S.João. Terminava sempre já de noite, as crianças ficavam sentadas numa espécie de bancada na zona do altar e aí eram tiradas algumas fotos. Finda a cerimónia na Igreja, vínhamos calmamente e em silêncio até ao Rossio.

Como sempre, vinham muitas pessoas de fora do Concelho assistir à procissão, presumo que contínua a ser assim.

Para terminar, sendo esta uma manifestação religiosa de grande importância, penso que se podia tornar a semana mais preenchida em termos de eventos religiosos e culturais.Já aqui escrevi, que nesta altura a música era diferente,era interessante ter nesta semana, uma semana musical celebrando esta época. Tenho a certeza que a Banda Recreativa Portomosense e o Grupo Coral "Vila Forte", com os seus contactos, poderiam organizar eventos de altíssima qualidade.Fica mais uma dica.

** escrito em 2008

publicado por Pedro Oliveira às 15:15 endereço do post | comentar | favorito

A celebração dos 450 anos do Juncal como freguesia, que começou há alguns meses com diversos eventos, tem amanhã um momento importante que vai orgulhar todo o Concelho. 15H00 - Mostra dos artistas Juncalenses no Solar do Povo do Juncal A Mostra dos artistas Juncalenses, posso garantir-vos que será uma enorme surpresa pelos trabalhos apresentados, um orgulho para todos os Juncalenses. 16H00 - Celebração Solene (Missa) com a presença do Bispo da Diocese do Leiria É uma enorma honra receber o senhor Bispo da Diocese, os Párocos que passaram pelo Juncal e os padres que nasceram nesta freguesia. 17H00 - Conferência do Professor Doutor Saul Gomes O Professor Doutor Saul Gomes com diversos trabalhos e livros sobre a nossa região falará sobre a nossa terra. A presença do Senhor Bispo, do Senhor Governador Civili de Leiria, do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, do Senhor Presidente da Freguesia do Juncal, do Professor Doutor Saul Gomes será uma enorme honra para todos os juncalenses. Estão todos convidados a juntarem-se a este momento que deixará o Juncal e as suas gentes muito orgulhosos da sua terra. Veja aqui o programa.

estou: em festa em festa

Deixo-vos com um clássico do humor português. Disto é que já não há, mesmo... e é pena. O verdadeiro stand-up comedy ainda antes de existir o conceito. Só mesmo um grande comediante conseguiria fazer humor sobre a Guerra em plena Guerra Colonial.

Já vimos que as bolas se podem multiplicar, que muitas vezes se multiplicam em campo e que até há segundas bolas. Dividir a bola é coisa que parece não bater certo: se há apenas uma bola … não se pode dividir. A bola é como um número primo…. Todavia movimenta-se em ambientes de grande divisão e provoca ela mesma muitas divisões. Por exemplo os portistas estão divididos sobre o destino a dar ao treinador: enquanto uns acham que deve sair já, de imediato, outros acham que deverá sair apenas no fim da época. Mas estão absolutamente unidos na decisão de não levar o seu contrato até ao fim… Também os sportinguistas estão agora divididos sobre o mesmo tema: treinador. Ainda há bem pouco tempo estavam absolutamente unidos sobre a matéria: o contrato precário do Carvalhal era para cumprir. Mas agora já não, estão mesmo muito divididos! Os portistas estão ainda divididos sobre uma matéria que verdadeiramente os angustia. É a questão do segundo lugar no campeonato. Uns torcem pelo Braga para que o Benfica não seja campeão. Outros sabem que o terceiro lugar não dá Champions… Se há tanta coisa dividida no mundo da bola como não poderia haver uma bola dividida? Até o jogo é dividido. É certo que é dividido por dois meios campos e é dividido em duas partes. Que, ao contrário da bola, até é divisível. Mas não é por isso que se fala de um jogo dividido! Ainda no final do jogo do Benfica de ontem Jorge Jesus, que não é grande orador mas de futebol(ês) sabe como poucos, dizia que o jogo tinha sido dividido. Mais, que a eliminatória seria ela própria também dividida. Quer isto dizer que o jogo não se tinha caracterizado por um claro domínio de uma equipa mas pela repartição do domínio e das oportunidades de o ganhar. Como a eliminatória dividida quer dizer está em aberto, sem um sentido claro de favoritismo. Mas isso era já um exagero de expressão porque, pelo que se viu, ela parece já bem inclinada para o lado do Marselha… A expressão bola dividida não tem qualquer analogia com a do jogo dividido. Nem poderia ter, como facilmente se percebe. Num jogo a bola é objecto da mais acesa e mais brava das disputas. É mais disputada que a mais bela das donzelas no baile da paróquia, até porque a relação é-lhe bem mais favorável: uma única para vinte e dois mancebos. Os encantos do jogo jogam-se em grande parte nessa disputa, que milhões de olhos seguem sem qualquer tipo de descrição. Uma disputa que tem vários momentos. É precisamente um desses momentos que determina a bola dividida. A bola é dividida quando está em condições de ser disputada em igualdade de circunstâncias, quando se encontra numa posição equidistante aos dois contendores que a disputam. Quando, pode dizer-se assim, se encontra em terra de ninguém. A bola dividida faz uma certa apologia da livre concorrência e da transparência. Uma bola transportada pelo Di Maria ou pelo Messi, junto ao pé, como se nas botas tivessem um íman que a atrai, está bem de ver que não é uma bola dividida. Essa é como aquela donzela que vai para o baile da paróquia mas já leva o namorado, que não descola e que pode até provocar alguns dissabores a alguém mais atrevido, como canta o Rui Veloso. Tudo é desculpável para discutir uma bola dividida. É por isso que muitas vezes muito boa gente trata por bolas divididas umas que estão bem agarradas, daquelas que vão de braço dado com o namorado. O que evidentemente só pode correr mal. É o caso daquelas entradas a matar, que só podem mesmo dar vermelho, mas que o árbitro desculpa por se tratar de uma bola dividida. E pronto, daqui já se fica mesmo a ver que a bola dividida é assim como o Natal. É quando um homem quiser. Se é um dos nossos que entra com tudo (outra do futebolês) não tem mal nenhum: era uma bola dividida. Se é um do adversário, qual bola dividida qual quê? A bola dividida, a par da segunda bola, constitui ainda um dos principais indicadores de sucesso. Quem ganha mais bolas divididas, a exemplo de quem ganha mais segundas bolas, está mais perto de ganhar o jogo. Por razões óbvias: porque é quem mais se empenha, quem mais luta, em suma, quem mais trabalha. E, também no futebol e ao contrário do dicionário, o trabalho vem antes de sucesso!

A resistência e oposição ao casamento de pessoas do mesmo sexo passa, em grande parte pelo medo que, esta lei, possa abrir portas à adopção pelos mesmos. Não são raras as vezes que me coloco a questão “O que penso sobre o tema?”. Sem grandes dúvidas, mas também sem certezas e verdades absolutas (não tenho essa pretensão), porque este tema, tal como muitos outros que implicam a vida do outro, deve carecer de profunda reflexão, para mim mais do que aferir a questão da sexualidade o importante é avaliar competências parentais, com todo o rigor com que se faz a avaliação (ou deveria fazer) de um casal heterossexual potencial adoptante. Afinal o que faz de nós Mãe ou Pai (com a tal maiúscula que faz toda a diferença) não é a capacidade de procriar, de gerar, mas acima de tudo a capacidade de Cuidar, Amar, Proteger… No fundo ser Pai ou Mãe é conseguir promover o desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual de uma criança desde a infância até à idade adulta e isto, sem dúvida, está intimamente ligado ao Cuidar, muito para além do aspecto biológico da relação. A capacidade de procriar, de gerar biologicamente um filho não transforma as pessoas em bons pais ou boas mães, transforma-nos isso sim em progenitores. A nossa cultura é fundada na função cuidadora, afectiva, mais do que progenitora, ou não fosse S. José um pai adoptante e não biológico de Jesus Cristo. E não é aqui que se fundamenta toda a nossa cultura? Muitos dir-me-ão ou pensarão que a diferença está no facto de um casal do mesmo sexo não o conseguir fazer de forma saudável, pondo em causa o desenvolvimento saudável da criança. Mas, quantos e quantos (lamentavelmente) casais heterossexuais, totalmente defensores dos valores da família não conseguiram fazer crescer crianças saudáveis e felizes? Quantas e quantas crianças são diariamente entregues a casais adoptantes heterossexuais que não vão ser assim tão bons Pais? O que falha? Em muitos casos, falha o rigor na avaliação das competências parentais, mais do que o despiste de perturbações da personalidade ou condições financeiras, ou se são uma família tradicional ou ou… Uma criança, acima de tudo quer sentir que verdadeiramente é amada, cuidada, aceite, que pode contar, hoje e “amanhã” com as suas referências parentais, para que possa crescer com segurança e feliz e isso nenhum estudo traz evidência de que um casal do mesmo sexo não o consegue! Nenhum estudo vem provar mais significativo sofrimento psicológico em famílias não tradicionais, desde que os pressupostos acima referidos estejam presentes. Estudos demonstram que crianças educadas por casais homossexuais não diferem de outras educadas em famílias tradicionais no que diz respeito a competências emocionais, sociais, ao seu saudável desenvolvimento. Muitas das crianças criadas só pela mãe ou pelo pai apresentam, por isso, mais disfunções no desenvolvimento e vêm a ser homossexuais? Por exemplo, as crianças que crescem em instituições sociais, que são cuidadas e criadas apenas por pessoas do mesmo sexo (não há lá homens e mulheres para “reproduzirem o tradicional relação familiar de Pai e Mãe) são por isso homossexuais? As perturbações no desenvolvimento ou o sofrimento emocional de crianças institucionalizadas, não advém do facto de terem sido criadas só por mulheres ou por homens mas sim de muitos outros factores que poderemos abordar noutra altura. No fundo não há evidência científica de que uma criança tenha de ser criada por um pai homem e uma mãe mulher apresente mais disfunções, maior sofrimento emocional. Existe sim evidência da importância da diferença nas duas pessoas, ou seja, que cuidem e amem de formas diferentes e que se possam complementar. Um pai homem e uma mãe mulher que sejam iguais na sua forma de educar, cuidar e amar também não é positivo. A complementaridade e diferença é fundamental para os pilares do crescimento. Quanto ao argumento de que as crianças criadas por casais do mesmo sexo, que vivem uma relação de amor irá ser violentamente discriminada pelos outros… então e conseguimos evitar que as crianças de famílias tradicionais sejam alvo de discriminação, pelo facto de serem altas, baixas, pobres, ricas, gordas, magras, com óculos, sem óculos, sossegadas, endiabradas, filhas de pais divorciados, filhas de pais “demodé”, enfim… tão infinitas são as causas de discriminação seja por adultos ou por pares. Um casal deixa de divorciar-se porque os filhos na escola vão ser “apontados”? Se o fazem não deveriam. O que traz verdadeiro sofrimento é viver e crescer em “falsas” famílias, com falsos afectos, com falsos pilares, porque na verdade, muitas vezes a preocupação não é com o bem-estar e felicidade das crianças, mas sim com a falta de coragem de assumir uma verdade que vai fazer cair por terra toda uma imagem e uma crença perante si próprio, os outros e a sociedade. O bem-estar das crianças muitas vezes fica mesmo lá para o fim de tudo isto. Uma vez mais, uma criança para crescer Feliz necessita de ser Amada verdadeiramente, Cuidada, Protegida, de sentir segurança, de limites e regras, de ser mimada, Amada, Amada, Amada… É urgente deitar abaixo os “muros de betão” que impedem de pensar sem as barreiras da convencionalidade, dos pré-conceitos, dos pré-juízos de valor. E quero deixar bem claro que a minha primeira preocupação é com as crianças, por isso não me venham com a conversa de não me preocupar com as mesmas e sobrepor as minhas ideias de “esquerda de moda” ao superior interesse das crianças.

estou:

O PEC aí está com as receitas esperadas. Lembrando um slogan publicitário poder-se ia dizer que, no sítio do costume, as receitas do costume. Um autêntico livro de facturas. Lá está a factura que cabe a cada um e a todos nós: mais impostos, menos salários, pensões abonos e subsídios. A factura que marca o início do fim das ilusões, das que; à nossa maneira, sempre gostamos de viver e das que, irresponsavelmente, nos têm sido vendidas. Quem paga a crise? As classes médias, como sempre e como não pode deixar de ser. É que ricos, e basta que fixemos para critério o rendimento anual de 250 mil euros, há apenas 4 mil portugueses. Não dá para nada, ao contrário do que muita esquerda gosta de apregoar! Que ao menos tenha essa virtude de acabar com as ilusões e de abrir uma nesga à verdade, que tão arredada anda da nossa vida colectiva. E, se não merece o elogio dos portugueses, já mereceu o da OCDE. Para mim, no entanto, é um PEC cheio de pecados. Pecados mortais, sete como os bíblicos: Atraso aqui já referi por diversas ocasiões. Tarde porque vem depois do Orçamento, quando deveria vir antes (assim perde um ano, o primeiro ano já não é este mas 2011, e tarde para o exterior (mercados e credores). : Um PEC atrasado, que vem muito tarde, comojá referi por diversas ocasiões. Tarde porque vem depois do Orçamento, quando deveria vir antes (assim perde um ano, o primeiro ano já não é este mas 2011, e tarde para o exterior (mercados e credores). Economia : Este PEC esquece que tudo reside na economia e nem sequer toca no modelo económico, um modelo esgotado, que não permite crescimento. Poupança : Um PEC que não se preocupa com a poupança. Que nada faz para promover a substituição de dívida externa por dívida interna, não só mais barata e mais saudável mas ainda instrumento de promoção da poupança numa economia que consome mais do que produz. Falácia da despesa : A medida mais emblemática de controlo de despesa é a famosa regra do 2 por 1 na função pública – entra um novo funcionário por cada dois que saiam. Não só não seria suficiente como é falso – não significa qualquer redução de despesa; antes pelo contrário significa aumento de despesa com o que entra, pois os dois que saem transitam para a reforma, com a mesma despesa. Mentira boleia do PEC. A mais chocante é a de que não há aumento de impostos ou que, quando há, são apenas excepções. A comunicação do governo insiste em que reduzir deduções fiscais não é aumentar impostos, com uma argumentação ofensiva da inteligência humana. “ O caminho mais fácil seria aumentar impostos”, afirma o primeiro-ministro, reafirmando uma “opção política clara de não aumentar impostos”. : A mentira continua a fazer carreira àdo PEC. A mais chocante é a de que não há aumento de impostos ou que, quando há, são apenas excepções. A comunicação do governo insiste em que reduzir deduções fiscais não é aumentar impostos, com uma argumentação ofensiva da inteligência humana. “ O caminho mais fácil seria aumentar impostos”, afirma o primeiro-ministro, reafirmando uma “opção política clara de não aumentar impostos”. Privatizações cócegas na dívida – o seu destino obrigatório – representa apenas a privatização da TAP, dos CTT e dos seguros da CGD. O resto (EDP, REN e GALP), e à excepção da TAP o que realmente conta, são já empresas privadas. Não são privatizações, trata-se apenas de vender, já não os anéis, mas os dedos. E todos sabemos o que isso significa! : O encaixe de 6 mil milhões, atingível ou não nas actuais condições, que não passará de uma pequenasna dívida – o seu destino obrigatório – representa apenas a privatização da TAP, dos CTT e dos seguros da CGD. O resto (EDP, REN e GALP), e à excepção da TAP o que realmente conta, são já empresas privadas. Não são privatizações, trata-se apenas de vender, já não os anéis, mas os dedos. E todos sabemos o que isso significa! Ilusão das grandes obras: Os grandes investimentos, bandeira eleitoral do governo ainda há poucos meses, contra tudo e contra todos, são objecto de adiamento. Não é verdade: terão que ser cancelados, não há mais condições para os levar à prática!

Este vídeo leva-nos aos anos 80, leva-nos às campanhas onde Louçã mostrava a sua essência PSR, a ovelha negra, onde Miguel Esteves Cardoso dava largas à sua irreverência, que confessou recentemente não estarem desligadas da ingestão de certos comprimidos, leva-nos à RTP como única estação do país e leva-nos às míticas pulseiras Tucson que resolviam as dores de cabeça e de reumático, além de outras imagens avulsas sobre as quais convido os nossos leitores a comentar. Sobre as pulseiras Tucson. Alguém que conseguiu acabar com as dores de estômago graças a uma destas milagrosas pulseiras, viu o azar bater-lhe à porta quando algum tempo depois se soltou uma das bolinhas da pulseira. Depois disso regressaram as dores … em metade do estômago. Aconteceu na Marinha Grande.

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O meu apoio a Paulo Rangel para a presidência do PSD, em parte está sustentado na palavra RUPTURA. Sim! Porque é isso que urge! Romper com práticas antigas de duas décadas. Romper com o 'bloco central de interesses', Romper com uma paz podre (ou guerra aberta?) que consome o PSD e a que ainda recentemente Santana Lopes (dia 26 de Fevereiro) se referiu na entrevista ao Jornal 'Sol'. Romper com o deixa andar e o 'faz que se opõe mas não opõe' que marca os nossos dias. Romper com o calculismo e as solidariedades espúrias, promiscuas e... pornográficas que nos 'mandam' proteger os 'nossos' e atacar os 'deles', mesmo que sejamos todos do mesmo 'clube'. É tudo isto que determina o meu apoio, como há dois anos me levou a apoiar Manuela Ferreira Leite (em nome da VERDADE das coisas) e, há quatro anos, a apoiar Cavaco Silva (em nome da seriedade e da decência na política). Não conheço Paulo Rangel para além de um almoço de campanha em Leiria, dos jornais e das televisões. Ao contrário, curiosamente, dos outros dois candidatos, que conheço e com quem partilhei alguns caminhos, lutas e com quem estão muitos dos nomes “sonantes” do Partido e alguns amigos. Mas não é isso que está em causa. Não está em causa o respeito e a consideração pelo José Pedro Aguiar-Branco ou pelo Pedro Passos Coelho. Nem com muitas e muitos que estão com um ou com o outro. Tentei sempre, na política como no resto da vida, separar os campos. E é isso que estou a fazer. Olhando para o País e para o PSD, acredito que só Paulo Rangel pode fazer o que é preciso (e urgente) fazer. Só Paulo Rangel está em condições de fazer um corte com o passado, com as cumplicidades do passado, com o cruzamento de interesses do passado, com um certo 'fazer' do passado. Sendo um 'novato' no PSD (e precisamente por isso), está desligado destas teias (virtuosas, sem dúvida, algumas delas) que tolhem e condicionam o que é preciso fazer. Paulo Rangel não tem claques nem cliques, é livre para escolher caminhos e pessoas. E, neste passado recente, demonstrou coragem e visão, desassombro e vontade. Mostrou-o no discurso do 25 de Abril e no ponto final que colocou aos 'passeios' de Sócrates à Assembleia da República. Mostrou-o na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, quando contra tudo e contra (quase) todos derrotou o PS e um PSD que até ao dia das eleições clamava por não sei quantos 'messias'. Mostrou-o agora, avançando com a única candidatura que pôs o PS nervoso. 'Velho' que sou nestas coisas da política e do partido, lembro que o PSD só se afirmou verdadeiramente quando rompeu (e SEMPRE primeiro internamente!). Afirmou-se com Francisco Sá Carneiro nos idos anos de 70; sim! contra o Conselho da Revolução, mas também contra os 'urbanos' do Partido: Nasceu a AD e o Conselho da Revolução perdeu o Poder. Afirmou-se com Cavaco Silva nos idos anos de 80; contra o 'bloco central' político, mas também contra parte do PSD: e o salto que Portugal deu foi imenso! Agora, quando o País e a Democracia estão numa situação pior do que naqueles dois momentos não há margem para enganos, para experiências ou para cumplicidades pessoais ou de grupo. Primeiro o País, depois a Democracia e por fim o partido. Como nem todos servem para dar corpo ao legado fundamental de Francisco Sá Carneiro apoio o único que demonstrou perceber o que está em causa. Apoio Paulo Rangel! (Adaptação a texto de Francisco Figueiredo)

O jornal Público está a celebrar os 20 anos de existência. A sua entrada no mercado foi uma pedrada no charco e em reacção a isso toda a imprensa teve de mudar. Podemos ler a nossa história dos últimos 20 anos nas capas do Público. Como estávamos há 20 anos e como estamos agora? Deixo-vos com um excerto da P2 do passado Sábado. "Na capa de um dos números zero do Público, nos primeiros meses de 1990, anunciava-se: 'O garrafão de cinco litros vai acabar.' Nos dias da euforia cavaquista, o país rejubilava com a eliminação de qualquer vestígio de arcaísmo. Depois de conquistada a democracia e a integração europeia, o horizonte do país parecia prometer apenas riqueza e modernidade. Nesse destino certo não haveria lugar para os carros de bois exibidos numa reportagem do El País que por essa altura que fez a nação reagir em ásperos textos de protesto, nem para os garrafões, arados ou socos de madeira que ainda se usavam no interior. Em 1990 a economia crescia mais de sete por cento, a modernização avançava célere e os portugueses começaram a a acreditar que o atraso e a pobreza seriam em breve meras memórias do tempo dos seus avós. Vinte anos depois, olha-se para trás e percebe-se que esses dias optimistas não passaram de uma ilusão pueril. Como se pode constatar até nas tabernas de Lisboa, o garrafão resistiu. Muitas comunidade rurais mantêm ainda hábitos seculares que alimentam uma agricultura inviável e atrasada. Como em tantos outros períodos da história dos séculos XIX e XX, as contas públicas estão na penúria e as tensões políticas prenunciam instabilidade e degradação do regime. E se a modernidade, ou pelos menos alguma modernidade, se garantiu, Portugal vive hoje a sensação de que não tem a energia para retomar o surto de desenvolvimento de há 20 anos. Os mais pessimistas avisam que só a integração na UE consegue evitar os pronunciamentos militares de outras eras."

As grutas de Mira d´Aire estão entre as 21 maravilhas naturais que estão na final e podem ser votadas até 7 de Setembro. Está na hora de votar e "cacicar" amigos para esta "causa". Saber mais AQUI e no Facebook.

No próximo Domingo, 14 de Março, terá lugar a abertura Oficial da Celebração dos 450 anos da Freguesia do Juncal... Ler o resto aqui.

Aprendi há muito tempo que só se encontram boas soluções quando os problemas são bem formulados. Com lucidez, espírito crítico e um quadro de referência informado e inteligente. Os últimos anos da política Portuguesa têm-nos negado tudo isto . Ana Benavente Público quarta-feira, 17 de Fevereiro, de 2010. Aqui, em Porto de Mós, com o Executivo da Câmara Municipal acrescentou-se outro referencial que Ana Benavente não equacionou : morar perto dos problemas. “ Jornal o Portomosense” Estudos para quê? Basta morar perto dos problemas; morar lá, querer contrariar o/os Presidentes anteriores para se decidir em conformidade, não interessa o plano, as indicações, as reuniões do Conselho Municipal de Educação ou alocação do dinheiro apara aquele projecto numa perspectiva de futuro, "com espírito crítico e um quadro de referência informado e inteligente". Isto tudo para chegar à EB2 Dr. Manuel de Oliveira Perpétua e Escola Secundária , hoje sede de Agrupamento de Porto de Mós. Porque só sem plano de futuro e ignorando totalmente o que está nos documentos que a própria Câmara elabora, "pág 157"da Carta Educativa se pode chegar a este estado, quase calamitoso, nestes dois edifícios. O que disse o Conselho Municipal de Educação sobre esta matéria? Já reuniu neste mandato conforme o estipulado no Artº 7º no início do ano lectivo e no final de cada período escolar? Quem faz parte dele? Que conselhos dá ao Presidente e aos Vereadores? Ou estes mecanismos de audição e de aconselhamento são dispensáveis ? Que pareceres elaborou para responder às alíneas g) e h) do decreto-lei, nº 7 /2003, como por exemplo que programas e acções de prevenção e segurança dos espaços escolares ? Ou que exigências fez para intervenções de qualificação e requalificação do parque escolar? Porque a pressão junto do executivo dos órgãos que gravitam à sua volta também deve existir e sobretudo devemos saber quem é quem e quais os pareceres que estes órgãos emitem. É assim em Municípios onde a transparência dos actos é uma realidade. Estão on-line com o nome de todos os membros acompanhado da acta das reuniões e as principais decisões que tomaram. Aqui não se conhece uma linha , uma decisão um parece. É tudo opaco. Voltando à intervenção nas escolas Ainda esta semana me foi assegurado que não está prevista , a curto prazo, qualquer intervenção nas escolas de Porto de Mós . Senhor Presidente da Assembleia soubemos esta semana através da comunicação social nomes que fazem parte do Conselho de Administração da Parque Escolar cuja nomeação é da responsabilidade do Conselho de Ministros. Não vou aqui zurzir nesta empresa poderosa e com poucos travões , há outros fóruns onde o posso fazer, mas convém fixar nomes, e Senhor Presidente como eles não moram cá não sentem os problemas que nós temos, mas traga-os cá : João Sintra Nunes; Teresa Valsassina Heitor, Paulo Grilo Farinha, José Domingues Reis, Gerardo Menezes. E sobretudo Senhor Presidente da Assembleia o que lhes devem explicar é a razão pela qual a escola Secundária da Batalha construída depois da escola Secundária de Porto de Mós vai ser intervencionada primeiro ou a de D. Inês de Castro em Alcobaça mais ou menos da idade da Eb2 ou mesmo Ansião? Fase 2 Alcobaça ES/3 Inês de Castro Bombarral ES/3 Bombarral Caldas da Rainha ES/3 Rafael Bordalo Pinheiro Leiria ES Domingos Sequeira ES Francisco Rodrigues Lobo Marinha Grande ES Eng. Acácio Calazans Duarte Pombal ES/3 Pombal Fase 3 Ansião EB2,3/S Escola Básica e Secundária de Dr. Pascoal José de Mello Batalha ES/3 + EP Escola Secundária da Batalha e Escola Profissional de Artes Ofícios Tradicionais da Batalha Leiria ES/3 Escola Secundária de Afonso Lopes Vieira http://www.parque-escolar.pt/escolas-distrito-concelho.php Explicações exigem-se. Esta proposta aparece, assim, para chamar a atenção de todos, os presentes nesta sala e todos os que estão fora desta sala e que aqui representamos: as nossas crianças merecem mais. Uma escola climatizada, onde a chuva não entre e o sol incida sem esconder o que está escrito no quadro, onde a educação especial tenha mais do que um cubículo sem ventilação, onde os alunos tenham espaço para apresentar os seus trabalhos e não" num vão de escada" como foi dito aqui na última Assembleia Municipal pelo Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária de Porto de Mós. É preciso força e união de esforços para que os nosso jovens tenham igualdade no acesso e de resultados que nos coloquem não a meio da tabela mas nos 20 primeiros lugares a nível nacional. Que mais será preciso fazer ? Pessoalmente já escrevi, pedi, exigi apoios até a organizações de boa vontade como os Rotários ( Rotary Club de Porto de Mós) , para nos ajudarem a construir um movimento de exigência para atalhar rapidamente esta situação. Os meios de comunicação têm divulgado as condições deploráveis em que estamos a trabalhar: fomos outra vez notícia na TVI por razões pouco simpáticas. Não basta ter quadros interactivos e Magalhães nas carteiras quando os quadros não funcionam, as impressoras não têm tinteiro ou os computadores estão semanas sem trabalhar. Solicito, assim a esta Assembleia que aprove e reforce esta proposta aprovando-a por unanimidade e proponho ainda que se crie no âmbito desta Assembleia uma Comissão de Acompanhamento para apoiar , confirmar e divulgar todas as diligências efectuadas para resolver este problema. ( parte da Intervenção que fiz na Assembleia Municipa de Fevereiro de 2010 de Porto de Mós ) Resultado. Proposta aprovada por todos os partidos políticos e Independentes bem como a Comissão de Acompanhamento.

Dá a surpresa de ser.

É alta, de um louro escuro.

Faz bem só pensar em ver

Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem

(Se ela tivesse deitada)

Dois montinhos que amanhecem

Sem Ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco

Assenta em palmo espalhado

Sobre a saliência do flanco

Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.

Tem qualquer coisa de gomo.

Meu Deus, quando é que eu embarco?

Ó fome, quando é que eu como ?

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

Em tempo de crise económica e de desemprego elevado, olhar para notícias como esta faz-nos pensar na direcção que seguimos.

publicado por Paulo Sousa às 11:41 endereço do post | comentar | favorito

Vou relatar duas situações que nos mostarm em que sentido vão os valores da ajuda ao próximo, respeito pelo outro, ajuda na dificuldade e mesmo insensibilidade perante o sofrimento do outro. Devemos todos reflectir sobre o porquê de cá andarmos. Situação 1 (vi e ouvi na tv) Um rapaz foi divertir-se com os amigos e não quis ir de boleia com eles, de volta a casa, preferindo ir de táxi. Segundo testemunhas amigas, disse ao taxista que não estava bem, e só queria chegar a casa, optando por pagar a bandeirada de avanço. Passados uns alguns minutos, poucos, o taxista chegou de novo ao parque de taxis dizendo que tinha expulso (atirado fora do carro) o "gajo" que estava bêbabo porque lhe tinha vomitado dentro do carro. Mais uns minutos depois, chegou a notícia que o tal rapaz que só queria chegar a casa, que até pagou adiantado, tinha sido morto por atropelamento bem no meio da estrada. Situação 2 (vivido por pessoa minha familia) Uma jovem Mãe, casada, a terminar a sua licenciatura em Medicina Veterinária e porque precisa de contribuir para os gastos familiares, concorreu a um part-time num call center da PT em Coimbra. A sua candidatura foi aceite tendo que frequentar um curso de formação, que se encontrava já em curso. Na quinta-feira, depois do almoço, tem a informação que o seu avô materno, que estava em estado terminal tinha falecido. O sofrimento era enorme, mesmo apesar de já se esperar o pior desfecho, mais dia menos dia. O Avô, que foi tão importante na sua educação e da sua irmã, na altura em que os pais precisaram de alguém que estivesse com elas enquanto estavam no seu emprego. Foi assim até irem para a escola, e ao longo das suas vidas foi sempre uma referência para as duas. A jovem Mãe, informou a responsável da formação da situação que lhe foi transmitida, tendo-lhe sido comunicado que, dadas as circunstâncias, poderia sair nesse dia. Posteriormente, seria devidamente reportada a situação aos superiores. Assim que soube a hora e dia do funeral, esta jovem Mãe apressou-se a contactar a sua supervisora de formação para lhe dar conta que iria faltar, mas não teve sucesso nesse contacto. Só no dia seguinte, já à data das cerimónias fúnebres, lhe devolveram a chamada. A jovem mãe informa que o funeral do avô se realiza fora de Coimbra e que terá de faltar, ao que lhe responde a supervisora que nesse caso está excluída da formação e do part-time! A escolha foi fácil, ainda que o momento fosse dificil, estivemos todos a prestar a última homenagem ao "Ti" Narciso. Em contrapartida, foi com agradável surpresa que da empresa onde trabalha a sua irmã mais velha, se pode ver um colega de trabalho com uma coroa de flores, sem que souvesse exactamente onde era o local da homenagem final. Apenas lhe tinham comunicado o nome Belver, longe de imaginarem que alguém poderia ausentar-se do seu trabalho, em plena 6ª feira, um dia bastante difícl para este representante de direcção, percorrer cerca de 260 Km, para assim apresentar os seus sentimentos. Enfim, assim vão os valores que nos guiam diariamente ...

Uma certa intelligentsia da corte do futebol surgiu em força a condenar o público de Coimbra que apupou a selecção nacional de futebol na segunda parte do jogo da última quarta-feira com a selecção da China. Conforme aqui dei eco, pôde ver-se e ouvir-se as bancadas do Estádio Cidade de Coimbra a manifestarem o seu desagrado pelo espectáculo que lhe era servido a troco do bilhete que haviam adquirido. Legitimamente! Por todas as razões e mais uma decisiva e fundamental: a liberdade de expressão. Sim essa mesma que está na ordem do dia mas que, pelos vistos, aquela gente acha que não cabe no futebol. A coisa começou logo com o seleccionador Carlos Queirós, muito a medo como é seu timbre. Logo que viu que pegava, que os membros da corte vinham todos em coro, ninguém mais o calou. Seguiu-se logo o inefável presidente da federação, dizendo que “quem não quer apoiar que não vá aos estádios”. Até que surgiu, hoje mesmo e na RTP, a nova sumidade do futebol em Portugal – Luís Freitas Lobo – a mimosear o público de Coimbra com uma série de impropérios, qualificando-o de ignorante e inculto. Deplorável! “ A nossa equipa não teria sido assobiada na China” – disse Carlos Queirós. A nossa não sei, mas a da China não seria de certeza. Pura e simplesmente porque os chineses não o podem fazer. Porque, apesar de sabermos que os estádios são muitas vezes, em regimes ditatoriais, raras janelas de contestação, na China nem essas janelas se têm aberto. Janela que, por exemplo, se abriu em Portugal na final da Taça de Portugal de 69, envolvendo precisamente Coimbra e a Académica. Mas eles não sabem. Nem sabem que num Estado democrático o direito à crítica é tão legal quanto legítimo!

Em noite de Óscares deixo link ao "passeio aleatório" do Professor Nuno Crato no jornal "Expresso".Todas as semanas o Professor torna a matemática e a ciência em geral acessível e estimulante para quem o lê. Nestas últimas semanas o Professor desvenda alguns mistérios,matemáticos, do filme "Alice no país das maravilhas" que nunca nos tinham sido explicados ,que eu tenha conhecimento, é uma forma divertida de aprendermos mais.

publicado por Pedro Oliveira às 19:08 endereço do post | comentar | favorito

"Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos. Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se. Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido. Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família. Escola sem luto nem explicação Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital". Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos". HELENA TEIXEIRA DA SILVA nota: deixo link a meu texto sobre temática bullying no Vila Forte, AQUI.

Os anos 80 foram os anos de ouro do Rock Português. Os Taxi, uma das bandas de referência, tem um tema sobre a qualidade da TV que nos é dada a ver, cuja letra é actual e talvez mesmo intemporal. Quem nunca bateu o pé ao ouvir 'Quem vê TV, sofre mais do que um WC' que atire a primeira pedra.

publicado por Paulo Sousa às 20:00 endereço do post | comentar | favorito

POIS BEM !

Se um inglês ao passar me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: - Pois bem!

se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,

fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.

Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,

fui eu que t'as cedi num dote de princesa.

E para te ensinar a ser correcto já,

coloquei-te na mão a xícara de chá.

E se for um francês que me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: - Pois bem!

Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa

de ter sido cigarra antes da da Provença.

Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei

Antes de Montgolfier, um século! voei

E do teu Imperador as águias vitoriosas

fui eu que as depenei primeiro, e ás gloriosas

o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,

por essa Espanha acima, até casa a coxear

E se um Yankee for que me olhar com desdém,

Num sorriso de dó eu pensarei: - Pois bem!

Quando um dia arribei á orla da floresta,

Wilson estava nu e de penas na testa.

Olhava para mim o vermelho doutor,

- eu era então o João Fernandes Labrador...

E o rumo que seguiste a caminho da guerra

Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra..

Se for um Alemão que me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: -Pois bem!

Eras ainda a horda e eu orgulho divino,

Tinha em veias azuis gentil sangue latino.

Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...

Siguefredos hei mil, mas de real valor.

Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!

Os Nibelungos meus estão vivos na História.

Se for um Japonês que me olhar com desdém,

num sorriso de dó eu pensarei: -Pois bem!

Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!

Sou eu que num baixel levo a Europa á tua ilha!

Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça

belicosa do mundo e do futuro ameaça.

Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda

foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.

Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;

Vejo no firmamento as estrelas de Deus,

e penso que não são oceanos, continentes,

as pérolas em monte e os diamantes ardentes,

que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:

- São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,

extasiado fixou pela primeira vez...

Estrelas coroai meu sonho Português !

P.S.

A um Espanhol, claro está, nunca direi: - Pois bem !

Não concebo sequer que me olhe com desdém. Afonso Lopes Vieira via simecqcultura

A expressão de hoje – jogo partido – tal como todas as expressões que por aqui têm passado, mostra-nos, uma vez mais, que não podemos nem interpretá-la literalmente nem afastarmo-nos por completo do seu sentido comum. O que vem provar que o futebolês tem mesmo regras, quase que poderemos dizer que tem a sua própria sintaxe, e que não é apenas uma linguagem marginal de uns tantos apanhados da bola. Claro que o jogo não se parte no sentido de ficar escaqueirado e feito em pedaços, como facilmente se percebe. Nesse sentido o jogo está sempre inteiro, mesmo que não esteja recheado de todos os ingredientes. Não é, por exemplo, por uma ou mesmo ambas as equipas não estarem completas que o jogo passa a estar partido, se bem que o facto de não estarem completas as possa levar a partir o jogo. A expulsão de jogadores até poderá deixar tudo um pouco mais descomposto, mas não exactamente partido. O que não impede no entanto que a equipa fique feita em cacos. Claro que vemos equipas feitas em cacos nas mais variadas circunstâncias, não é preciso haver qualquer expulsão. Por exemplo, no passado domingo o Sporting fez em cacos o Porto, quando se pensava que era o Sporting que estava todo escaqueirado. O jogo nunca se partiu, mas o Porto ficou sem ponta por onde se pegar… Anteontem, em Coimbra, vimos a selecção nacional também feita em cacos, num mau presságio do que aí poderá vir. E não foi preciso que o jogo se partisse, nem sequer que o amputassem do que quer que seja. Nada: equipas completas, 11 jogadores de cada lado (bem sei que, pelo menos na segunda parte, parecia que havia muito mais chineses - eles são realmente muito mais que nós - mas eu contei e estavam mesmo11 de cada lado); tudo completo. Até as bancadas estavam cheias o que, como bem sabemos, é coisa rara por cá. Nem público faltou, como bem vimos e melhor ouvimos… Bastou que o nosso seleccionador, aquele que todos nomeamos seleccionador nacional por unanimidade e aclamação e que durante tanto tempo trouxemos ao colo, resolvesse que teria de continuar a inventar. Que não tinha esgotado todo o seu potencial inventivo na fase de apuramento. Começa por inventar que a selecção chinesa é igual à da Coreia do Norte, provavelmente porque se limitou a olhar para os olhos. Em bico, também! Curiosamente a Costa de Marfim, que como se sabe é o nosso primeiro adversário no Mundial e que nem sequer tem seleccionador, optou por jogar com a Coreia do Sul, que não nos custa nada a perceber que seja mais parecida com os seus irmãos do norte. Só que com esses não eram favas contadas e, afinal, o que importava era uma vitória para o currículo e fazer mais uns quantos internacionais e não, ao contrário do apregoado, preparar a participação no Mundial e, em particular, o tal jogo com a Coreia do Norte. Depois inventa uma selecção que… vejam só: Hilário, Paulo Ferreira, Rolando, Miguel, Tonel … e Hugo Almeida. Então com este último, com a óbvia escassez de alas (poucos e maus: Cristiano Ronaldo, Simão, Nani, Varela, Coentrão…) inventa testá-lo na ala esquerda. Parece que a lógica é esta: “como temos muitos pontas de lança, e o Hugo Almeida é um jogador de top, de que a selecção não pode prescindir, terá que ser aproveitado para jogar nas alas, para onde não temos ninguém de jeito”. Vejam só! Evidentemente que o público de Coimbra foi intérprete fiel do sentir do povo da bola e assobiou monumentalmente aquela brincadeira. E Carlos Queirós, que não pode responder a murro a estes críticos, faz de conta que não percebe e responde com coisas absurdas. Numa dessas diz que todos os objectivos foram atingidos, que é uma expressão que me deixa sempre de pé atrás. Duvido de quem atinge sempre todos os objectivos. Mas duvido ainda mais quando, como aqui dizia há poucos dias, alguém diz que os atingiu sem que tivessem sido previamente tornados públicos. Bom, com tudo isto deixei a bola para trás, quer dizer, deixei para trás o jogo partido. O jogo está partido quando saltou para fora de qualquer lógica de controlo. Quando os jogadores perdem as posições (mais uma expressão do futebolês) isto é, quando o sentido táctico do jogo é ultrapassado por circunstâncias que já ninguém controla. Seja por dentro, no campo, seja por fora, do banco. E o jogo pode partir por três razões: por expulsões, como acima se deixara perceber, quando deixam de estar em campo as peças necessárias à execução de uma determinada estrutura táctica; por opção deliberada de uma das equipas que, sentindo-se dominada pela superioridade táctica do adversário, decide romper com as bases em que o jogo está lançado, esticando o jogo e impondo um futebol directo de que espera tirar vantagem; e, finalmente, quando o jogo se aproxima do fim e, num cenário em que só a vitória interessa, uma ou ambas as equipas partem para um forcing final, no tudo por tudo de uma das mais emblemáticas expressões do futebolês: mais com o coração do que com a cabeça! Daí que a expressão faça sentido, como de resto temos visto com tantas outras. O jogo de facto parte-se, deixa de ter o mesmo figurino e passamos a vê-lo já desmembrado!

Se dúvidas havia que Rangel era o pior preparado para este confronto, a três, para a liderança do PSD e que se precipitou aquando da sua candidatura rompendo com o acordo que tinha com Aguiar Branco, nos dois debates elas ficaram dissipadas,em minha opinião.Vi o debate com Passos Coelho na net e hoje com Aguiar Branco em directo, perdeu os dois, claramente. Fiquei também mais convencido que a vitória nas europeias se deveu mais ao PS que a Rangel e que ele, PR, ainda não tem "estaleca" nem competências para liderar o maior partido em Portugal e muito menos o país.Depois deste debate não me admirava que seja ele, Paulo Rangel, a desistir em favor de Aguiar Branco.Se não o fizer será o "culpado" pela vitória de Pedro Passos Coelho. A caixa de comentários é vossa.

"O Portomosense " insere na primeira página " Salgueiro deixa deputada a falar sozinha".Esta Deputada, para quem não esteve na, Assembleia sou eu. Em primeiro lugar não é verdade este slogan embora compreenda o alcance jornalístico da " Coisa" A sala estava cheia e os únicos que deixaram a sala forma exactamente os que o Jornal refere. Interessa-me apenas a questão política que este episódio encerra. Terei eu , eleita como os outros, um papel diferente dos outros deputados? Terei por alguma razão , tratamento especial e diferenciado dos outros Deputados por razões completamente alheias à minha responsabilidade política de agora? Estará o Senhor Presidente da Assembleia Municipal satisfeito com a imagem que deixou transparecer , sonegando informação aos deputados que representa? Afinal a transparência e a democracia é mesmo para valer ou são apenas palavras bonitas para embalar os Munícipes? Eu não votei neste Executivo e fui eleita com votos dos Munícipes Portomosenses: tenho a obrigação democrática de confirmar o que está bem e apontar e registar o que não está de acordo com os documentos e estudos elaborados pelas instituições do Concelho. O resto são fantasmas na cabeça do Presidente João Salgueiro inquieto com um passado que quer a todo custo esquecer. Eu tenho um compromisso com o futuro. Prepare-se para abandonar mais vezes a sala da Assembleia Municipal

Foto: Paulo Cunha (Jornal Público) Faz hoje oito anos que um pneu de um camião, desgovernado se precipitou do Bairro de São Miguel para o recreio da Escola Primária de Porto de Mós. Causou a morte à Andreia e ferimentos graves à Vânia e Joana. Oito anos depois, este acidente já apagado da memória de muitos está contudo sistemáticamente presente na vida dos que presenciaram e viveram de perto aqueles momentos trágicos. Oito anos depois cumpre-nos homenagear de forma sentida a morte inexplicável desta criança e respeitar a dôr e sofrimento das duas que continuam connosco. Oito anos depois, as Entidades Oficiais, nomeadamente o Municipio aparentemente também apagaram da agenda esta data. Injustamente diga-se. São muitos os Portomosenses que entendem que, para memória futura, o local e a data deveriam ser assinalados.

Já aprendemos que nas cabeças de certos políticos neste país, não se brinca com coisas sérias, como se sérios fossem os próprios. Andam mesmo é a brincar connosco. Recomendo a leitura deste post.

Independentemente do momento de crise, da falta de capacidade dos gestores de melhorarem as condições do seu activo mais importante, as pessoas, há no entanto um aspecto fundamental que é desprezado pela maioria dos gestores, sejam eles da nova ou da velha guarda – a Motivação! A variável motivação é, na minha opinião, um factor de grande diferenciação e de sucesso pessoal e organizacional. É crucial estimular, encorajar e motivar os colaboradores. Se os gestores querem ter pessoas verdadeiramente comprometidas com a organização, que vêm e sentem o sucesso da empresa como o seu próprio sucesso têm que dar particular atenção a esta questão! Ao contrário do que a maioria dos gestores pensa as pessoas não se sentem motivadas (e reconhecidas pelo seu trabalho) apenas com aumento salarial! Muito pelo contrário! Esta é sem dúvida uma falácia. Muitos estudos comprovam, e a minha experiência, como profissional e como colaboradora, também, que o aumento salarial, ou a recompensa monetária não é o método mais eficaz para despoletar e cimentar a motivação das pessoas. Tem um efeito de curta duração, ao fim de 2 ou 3 meses já perdeu todo o efeito (no que diz respeito à motivação, claro). Então o que é que produz efeito, e na sua maioria tem custo zero? - Conhecer e valorizar as motivações intrínsecas dos colaboradores (para onde querem ir, o que os motiva a lá chegar?); - elogio/reconhecimento verbal/reconhecimento pelo desempenho e pelos esforços encetados em prol de determinados objectivos - favorecer um ambiente desafiador e o empowerment; - participação na identificação e resolução dos problemas da empresa; - formação que permita a melhoria da performance do colaborador e o desenvolvimento e/ou consolidação de novas competências; - feedback do seu desempenho, claro, objectivo, construtivo e orientador de melhores desempenhos; - partilha de conhecimentos; - conhecer as metas da empresa; - cultura de exigência São tantas as formas de motivação, que fariam a diferença na satisfação dos colaboradores, no seu empenho e desempenho, para além do aumento salarial, que me espanta que os gestores desvalorizem tanto esta questão. Na actual conjuntura o que é que poderá fazer a diferença? O que é que as organizações necessitam? De colaboradores motivados, que se comprometam com desempenhos de excelência, que sintam uma vontade feroz de lutar pela empresa em que trabalham e assim garantirem o seu posto de trabalho, ou seja, o sucesso da organização e o seu sucesso pessoal. Quantas vezes bastaria um “Fizeste um bom trabalho!” para que as pessoas sentissem que vale a pena, que a dedicação é reconhecida, que valeu a pena ter ficado mais 2 ou 3 horas para além do seu horário de trabalho… Todos nós, enquanto pessoas, quer o admitamos ou não, necessitamos do apreço e aprovação dos outros, isso impele-nos a fazer mais e melhor. Porque é tão difícil elogiar, reconhecer o mérito e os desempenhos? Não há nenhuma organização que evolua, se não souber escutar, comunicar (a comunicação é o motor da motivação) e ter em linha de conta o que pensam e como se sentem os seus colaboradores. Afinal não há empresas sem pessoas!

Manhãs de Sábado inesquecíveis.

Faz precisamente um ano que a Câmara Municipal de Arouca lançou um projecto social inovador (Quintas Sociais), divulgado e reconhecido em todo o País. Este projecto, simples, tem como objectivo reactivar a exploração agrícola nas Quintas abandonadas do Concelho e em simultâneo proporcionar à população carenciada e em situação de desemprego a possibilidade de explorar a sua "horta" . A Câmara Municipal conseguiu acordo com quatro proprietários com quem efectuou contratos de arrendamento, colocando á disposição dos potenciais interessados uma área de acordo com as suas necessidades. Pois bem, um ano depois do lançamento do projecto NÃO APARECEU UM ÚNICO INTERESSADO! E este projecto mereceu inclusive honras de televisão (RTP2)! Portanto, sendo Arouca um Concelho industrializado e consequentemente com níveis de desemprego elevado, mas com raízes de concelho rural, as explicações encontradas para o insucesso do projecto está na falta de vontade e de necessidade por parte daqueles a quem esta iniciativa se dirigiu (os mais carenciados do concelho). Ou será que todos os desempregados têm a sua terra para cultivar? E os que usufruem do rendimento social de inserção, têm legumes gratuitos todos os dias? De facto esta tendência para a subsiodependência não pode deixar indiferente quem trabalha e paga os seus impostos. E fico preocupado quando, perante a possibilidade de poderem reduzir o seu orçamento familiar, trabalhando, a resposta é objectiva e sem rodeios; não quero! Receber o subsídio é muito mais fácil! Não conheço nenhum modelo social que defende esta prática. Mas este modelo social promove e protege quem dele é beneficiário! Que o diga o Presidente da Câmara de Arouca, que um ano depois e acreditando no projecto, continua a divulgá-lo e a relevar as suas qualidades.

Na sequência de uma conversa com uma pessoa que passou pela tragédia de assistir impotente a uma crise de saúde de um familiar, e que acabou por falecer, ficando sempre com a mágoa de que se tivesse alguma noção de primeiros socorros poderia ter evitado a tragédia, inscrevi-me há mais de um ano num curso de Primeiro Socorros. Por diversas razões de ordem logística os meses foram passando e, na semana passada, recebi um telefonema para saber se o meu interesse se mantinha. Claro que sim, vamos lá arrumar esse assunto. Fui de imediato alertado para um problema… não iria receber subsídio de alimentação. Achei estranho existir subsídio de refeição para um curso ministrado das 19h às 22h, e que por isso ultrapassa a hora tida como normal para jantar. Mas não. Não tinha nada a ver com a hora das refeições, mas sim com as quotas (?). E o que é que isso quer dizer? Perguntei. Como a turma já ultrapassava a quota de alunos onde me enquadravam não poderia receber o dito subsídio. A dúvida do meu interlocutor era se ainda assim eu aceitava receber a formação. Tinha de me colocar a questão nesta fase para evitar aborrecimentos no futuro… Perante esta lógica, engoli em seco e depois lembrei-me que vivo no país que vivo, e que está instituído como normal que, além de não ter de pagar para receber/beneficiar de formação…, ainda é suposto receber-se por isso. Perante qualquer estupefacção sobre esta lógica a resposta é quase automática: quem paga são ELES!! Lembrar que ELES somos NÓS, é um raciocínio neoliberal e por isso politicamente incorrecto. Serei eu que estou errado por entender que aprender pressupõe esforço e dedicação? Receber para aceder a uma valorização pessoal faz lembrar uns filhos muito mimados que exigem prendas não para tirarem boas notas, mas para frequentarem a escola. Que finos que eles são! (Comecei este texto antes de ir para a formação e terminei-o após o regresso a casa, e por isso com estados de espírito diferentes.) Nesta segunda metade começo por dizer que a minha participação na referida formação terminou no final da primeira sessão. Em público não entrarei em detalhes sobre o que motivou tal decisão. Registo apenas o facto de que das 30 pessoas inscritas, mais de um terço não estão a trabalhar, mas também não estão … desempregadas. E porquê? Umas estão nos EFA’s, outras no CNO’s, outras no diabo a sete. São remuneradas pela participação em diversas formações, ora em exclusividade ora em simultâneo, mas nenhuma delas conta para os números do desemprego. São remuneradas por ELES, claro. Fantástico! É o que se pode chamar de desorçamentação do desemprego. Já há socialistas com vergonha desta governação, mas o mais grave é que há alguns que apesar de tudo o que tem acontecido, ainda não se envergonham.

Quem deixou um discurso mais coerente e mais moderno: Pedro Passos Coelho ou Paulo Rangel? Confesso a minha ignorância bolsista , mas do que até agora me apercebi até um bater de assas de uma borboleta altera os humores dos investidores : imaginem os estragos de um Deputado no Parlamento Europeu a dizer que o " Estado de direito formal estva em perigo em Portugal!!"

MFL está de saída e de regresso ao seu cantinho no Banco de Portugal (não sei se já estará reformada), que funciona, tal como o Ministério das Finanças, de albergue dos economistas políticos, que não são exactamente os que fazem da economia política o centro da sua vida profissional mas os economistas que decidem fazer umas incursões pela carreira política. Com rede, evidentemente! Porque isso de risco e de empreendedorismo é bom para os outros e ... para o discurso. Se alguma coisa correr mal… Seria pois a hora de fazer o balanço desta sua última passagem pela política a tempo inteiro. Mas não dá! É que, sem receio de ser acusada de falta de escrúpulo em ser juíza em causa própria, já disse que foram atingidos todos os objectivos a que se tinha proposto para a sua liderança. Quando assim é, quando todos os objectivos são atingidos, não pode ficar uma réstia de dúvida sobre o êxito da missão… Assim sendo, e pelo que é possível detectar à vista desarmada por quem minimamente acompanhou estes últimos dois anos, só se consegue encontrar uma explicação. Que é esta: os objectivos a que a líder do PSD se propôs para o seu mandato fazem parte da sua esfera pessoal. Nem por escutas lá chegaríamos. Traçou-os sozinha, manteve-os mais bem guardados que o segredo de justiça, não disse nada a ninguém e, agora que chega ao fim, diz que todo foram atingidos. Nem um falhou! Só por evidente má fé alguém pode duvidar. E só por ainda mais evidente má-fé, e por uma enorme dose de ignorância, alguém poderá sequer ter a veleidade de pensar em fazer o tal balanço. Como seria possível se lhes falta conhecer o essencial, as balizas da avaliação que são os objectivos e as metas traçadas no seu mais profundo e respeitável silêncio? Mas MFL é antes de mais uma querida. Não queria despedir-se de nós sem uma única falha, qualquer coisita, uma pequena gafe que fosse a que nos pudéssemos agarrar para darmos largas à nossa eterna má-língua, à nossa idiossincrática mania de maldizer. Para gáudio de toda a imensa maioria que a quer ver pelas costas teria de fazer uma mesmo a sério. Uma daquelas argoladas que ninguém lhe iria perdoar. Pensou em qualquer coisa como parar com a democracia por seis meses. Logo concluiu que essa não, já tinha sido chão que dera uvas. Uma qualquer sobre imigrantes? “Bolas, também já gastei essa” – pensou. Pela cabeça passava-lhe ainda salário mínimo, avaliação de professores quando, de repente, lhe saiu o seu eureka: Joaquin Almunia. Sim, se ele tinha sido tão atacado por toda a gente com aquela de Portugal estar igual à Grécia, era mesmo aí que estava a chave do sucesso. Ou não fosse ela uma mulher bem sucedida que cumpre todos os seus objectivos! Estava encontrada a solução. Só faltava definir os contornos. Teria que ser algo de incisivo e suficientemente provocatório, de preferência com um impacto de colisão frontal com as posições que assumira em torno do Orçamento. E onde? Numa entrevista de pouca visibilidade? No parlamento? "Já sei", rematou com ar de quem tinha encontrado a solução para salvar todas as “piquenas”empresas do país: “vou dizer na conferência da Câmara de Comércio Luso-Francesa que Portugal está rigorosamente no mesmo caminho da Grécia …"

Viriato Soromenho Marques Foi professor do Ensino Secundário, é actualmente professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, regendo as cadeiras de Filosofia Social e Política e de História das Ideias na Europa Contemporânea. Faz o pleno entre a filosofia, o ambiente e a intervenção cívica e ética na vida política. Ouvi-o há pouco tempo e retenho entre outras este testemunho" desenvolver o conhecimento aumenta o desconhecimento desse mistério da existência" ou " aceitar que os adultos abandonaram a autoridade só pode significar que esses mesmos adultos se recusam a assumir a responsabilidade de educar a criança que colocaram no mundo." Não é novo , mas é reconfortante voltar a ouvir um discurso que reponha a verdade das coisas com total serenidade e seja ouvido por quem de direito... numa nova conjuntura política. Neste momento estamos em risco de perder a memória da nação que fomos, afirmou mesmo que teme que quem nos governa já " perdeu a memória" ; só interessa servir o cliente , mesmo que se saiba que no futuro iremos pagar uma factura elevadíssima. Acrescento eu a factura da ignorância com papel passado. Confessou ainda que já não faz conferências nas escolas onde leccionou , já atingiu o limite da paciência para tanta queixa e tanta desistência. A maior parte dos seus ex-colegas aposentaram-se altamente penalizados, inconformados com: a trapalhada nas Novas Oportunidades, Cursos Profissionais obsoletos e uma avaliação que não avalia nem professores, nem alunos Até quando, Doutor? Até quando assitiremos ao silêncio dos que não querem nem desejam este status quo?

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