Octávio V. Gonçalves: Olha-me este!...

23-05-2011
marcar artigo


Depois de ver, na SIC-Notícias, José Pedro Aguiar-Branco defender, com recurso a uma argumentação inteligente, uma predisposição pessoal para votar favoravelmente a moção de censura que será apresentada pelo Bloco de Esquerda, eis que sou surpreendido com estas declarações do incompreendido Santana Lopes.
De facto, nos últimos anos, Santana Lopes, além da admiração que Sócrates lhe merece (que lhe faça bom proveito), tem-se revelado uma frustração absoluta, incapaz de dar uma única chance à mosca, pois, cada vez que abre a boca sai asneira.
Além de Santana Lopes estar duplamente equivocado, quer quando afirma que é o líder do PSD que manda na oposição, o que é um puro disparate em termos pragmáticos, dado que o mesmo está esvaziado da capacidade de controlar o poder maioritário da oposição (pelo que não depende apenas dele a escolha do momento e a eficácia da sua intervenção parlamentar em termos de queda ou de condicionamento do governo, para o que necessita da participação do PCP ou do BE), quer ao concluir as suas declarações com um "era só o que faltava" que o líder do PSD fosse a reboque do BE, como se a decisão de Pedro Passos Coelho e do PSD tivesse que ir a reboque do ressentimento e da impotência de Santana Lopes. Era só o que faltava!
O problema de Santana Lopes é demasiado evidente: incapaz de superar uma espécie de egocentrismo infantilizado, dói-lhe que apareça um líder que, num contexto político incomparavelmente mais difícil e exigente, actue com a preparação e o senso político que ele não evidenciou na sua experiência governativa, o que agravaria ainda mais a percepção pública da sua incompetência política e o arrumaria definitivamente na prateleira dos casos perdidos.
Santana Lopes necessita de compreender três coisas:
- os cidadãos que se identificam com o PSD e grande parte daqueles que se desiludiram com o PS já não suportam Sócrates e a sua governação, pelo que não compreenderiam que, mais uma vez, o PSD se amofinasse a ser mera bengala do PS, acabando afugentados de um partido que se auto-menoriza e que é incapaz de assumir as suas responsabilidades perante as expectativas dos portugueses;
- a única forma de estancar a instabilidade política que se abre com a possibilidade de ocorrer a queda do governo, a partir de Março, é conferir legitimidade a uma nova maioria através de eleições;
- Passos Coelho e o PSD podem não dispor de outra oportunidade para derrubar Sócrates, dado necessitarem do apoio parlamentar do PCP ou BE.

É interessante verificar que outro dos "derrotados" por Passos Coelho, ou seja, Pacheco Pereira, acaba de afirmar, também na SIC-Notícias, a sua preferência pela continuação de Sócrates, defendendo o voto contra a moção do BE.


Depois de ver, na SIC-Notícias, José Pedro Aguiar-Branco defender, com recurso a uma argumentação inteligente, uma predisposição pessoal para votar favoravelmente a moção de censura que será apresentada pelo Bloco de Esquerda, eis que sou surpreendido com estas declarações do incompreendido Santana Lopes.
De facto, nos últimos anos, Santana Lopes, além da admiração que Sócrates lhe merece (que lhe faça bom proveito), tem-se revelado uma frustração absoluta, incapaz de dar uma única chance à mosca, pois, cada vez que abre a boca sai asneira.
Além de Santana Lopes estar duplamente equivocado, quer quando afirma que é o líder do PSD que manda na oposição, o que é um puro disparate em termos pragmáticos, dado que o mesmo está esvaziado da capacidade de controlar o poder maioritário da oposição (pelo que não depende apenas dele a escolha do momento e a eficácia da sua intervenção parlamentar em termos de queda ou de condicionamento do governo, para o que necessita da participação do PCP ou do BE), quer ao concluir as suas declarações com um "era só o que faltava" que o líder do PSD fosse a reboque do BE, como se a decisão de Pedro Passos Coelho e do PSD tivesse que ir a reboque do ressentimento e da impotência de Santana Lopes. Era só o que faltava!
O problema de Santana Lopes é demasiado evidente: incapaz de superar uma espécie de egocentrismo infantilizado, dói-lhe que apareça um líder que, num contexto político incomparavelmente mais difícil e exigente, actue com a preparação e o senso político que ele não evidenciou na sua experiência governativa, o que agravaria ainda mais a percepção pública da sua incompetência política e o arrumaria definitivamente na prateleira dos casos perdidos.
Santana Lopes necessita de compreender três coisas:
- os cidadãos que se identificam com o PSD e grande parte daqueles que se desiludiram com o PS já não suportam Sócrates e a sua governação, pelo que não compreenderiam que, mais uma vez, o PSD se amofinasse a ser mera bengala do PS, acabando afugentados de um partido que se auto-menoriza e que é incapaz de assumir as suas responsabilidades perante as expectativas dos portugueses;
- a única forma de estancar a instabilidade política que se abre com a possibilidade de ocorrer a queda do governo, a partir de Março, é conferir legitimidade a uma nova maioria através de eleições;
- Passos Coelho e o PSD podem não dispor de outra oportunidade para derrubar Sócrates, dado necessitarem do apoio parlamentar do PCP ou BE.

É interessante verificar que outro dos "derrotados" por Passos Coelho, ou seja, Pacheco Pereira, acaba de afirmar, também na SIC-Notícias, a sua preferência pela continuação de Sócrates, defendendo o voto contra a moção do BE.

marcar artigo