JSD Santo Tirso: João Abreu em entrevista ao SantoTirso.eu

20-05-2011
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SantoTirso.eu: Após as últimas eleições autárquicas, manteve-se como um dos principais rostos do PSD de Santo Tirso. Porque volta a candidatar-se?João Abreu: Antes de mais, porque a Comissão Política assim o entendeu e porque estou de consciência tranquila quanto ao trabalho feito em 2005 e desde aí, quer em sede de Vereação, quer na ligação com a CPS e com os eleitos na Assembleia Municipal, quer nas visitas às freguesias. Depois, porque o resultado de 2005 foi, apesar da derrota, o melhor resultado de sempre do PSD e porque gerou uma enorme onda de simpatia pela candidatura, pelas propostas e pela mudança. Também, porque as pessoas que se envolveram no processo da mudança, antes e depois das eleições de 2005, me manifestaram sempre apoio incondicional.Mas, fundamentalmente, porque sinto a responsabilidade do que afirmei e assumi em 2005 - Santo Tirso merece e precisa urgentemente de tomar um novo rumo. Santo Tirso é um concelho com características ímpares de localização, recursos de lazer, beleza natural, património cultural, gente empreendedora. Com marcas de grande prestígio, que importa preservar, revitalizar, apoiar e divulgar.STS.eu: Depois de há três anos ter conseguido o melhor resultado eleitoral do PSD nos últimos anos em Santo Tirso, parte confiante para mais estas eleições?J.A.: Quase 19 mil pessoas votaram na mudança, em 2005. Desde essa altura, o concelho registou importantes perdas. Numa conjuntura de governação socialista. Foi nestes 3 anos que Famalicão ganhou a Maternidade e um novo Tribunal. Foi nestes 3 anos que Paços de Ferreira ganhou o Ikea e reduziu a taxa de desemprego. Nestes 3 anos, Lordelo, Alfena, Seroa, Folgosa, Sobrado, Trofa, Vizela, cresceram, atraíram empresas de Santo Tirso.No nosso concelho, foi nestes 3 anos que encerraram empresas, vimos fugir a maternidade e serviços médicos, o serviço de finanças na Vila das Aves. Nestes 3 anos, ainda não vimos a Universidade, ainda não vimos o Cine Teatro, ainda não vimos a Incubadora, ainda não vimos as novas áreas de acolhimento empresarial. Mas continuamos a ver obras a demorar uma eternidade, a serem inauguradas de acordo com a agenda política, bolsas de estudo a serem retiradas da agenda política do executivo.STS.eu: Qual a sua opinião em relação a Castro Fernandes e às políticas que tem seguido enquanto Presidente da Câmara de Santo Tirso?J.A.: Nos 27 anos de poder socialista em Santo Tirso, o Engº Castro Fernandes é o único totalista. Desde logo o maior responsável pelo que aconteceu ao concelho. Importa não esquecer que nestes anos, o país foi a maior parte do tempo governado por socialistas (Dr. Mário Soares, Engºs Guterres e Sócrates), e teve Presidentes da República dessa área política. Desde 1995, o PSD só esteve pouco mais de 2 anos no Governo, contra 11 do PS. Neste período, nos últimos 12 ,13 anos assistimos ao período mais negro da história de Santo Tirso – cidade e concelho.Nos últimos anos, assistimos ao crescimento, desenvolvimento e à afirmação da maior parte, senão da totalidade, das cidades e dos concelhos vizinhos (Maia, Vila do Conde, Famalicão, Guimarães, Paços de Ferreira, Lousada, Valongo). E é curioso, para não dizer outra coisa, que concelhos geridos pelo PSD consigam atrair investimento público e privado, com forte papel do poder central, em mandatos de governos do PS.Nos últimos anos, assistimos ao declínio da nossa indústria, do nosso comércio tradicional, da nossa voz afirmativa, da nossa imprensa local, da nossa auto estima, dos nossos agrupamentos desportivos, das nossas marcas territoriais.Assistimos à debandada de massa crítica para organizações desses concelhos vizinhos.Tudo isto só nos permite concluir que o cansaço, a falta de criatividade, a falta de credibilidade empreendedora junto de parceiros privados e a falta de poder de influência junto do actual Governo e governos anteriores, têm sido as marcas deste executivo.STS.eu: A sua ligação a Penafiel e pretenso afastamento de Santo Tirso foi, nas últimas autárquicas, motivo de alguma crítica política. Sentiu-se injustiçado? Sente-se um tirsense convicto?J.A.: Tirsenses convictos não são aqueles que o dizem, mas os que o sentem e fazem algo. Na vida de um concelho há muitas pessoas que afirmam a necessidade da mudança, de uma maior dinâmica, mas depois, confortavelmente, adoptam uma atitude passiva. Ser tirsense convicto é defender uma alternativa de mudança, dar a cara por um projecto, assumir o risco de uma derrota e de uma vitória. Ser tirsense convicto é perceber o que os outros fizeram para mudar, porque o fizeram, como o fizeram. Não adianta passear na cidade, ou fazer política de café, sempre sentado nas mesmas mesas, a falar com as mesmas pessoas. Hoje as decisões tomam-se em fracções de segundo. A competição entre autarquias é um facto, e o conhecimento de boas práticas, a preparação técnica de excelência e a capacidade de gerir equipas e gerar influência e proximidade determinam o avanço de alguns concelhos e o retrocesso de outros.Penso que ninguém quer um tirsense convicto que faça uma gestão voltada para as elites ou que nos conduza para a cauda do desenvolvimento, do emprego e da qualidade de vida.Em contrapartida, há muitos tirsenses que estão fora do nosso concelho, e que poderiam já ter dado excepcionais contributos. Não os considero menos tirsenses. Serão menos tirsenses os emigrantes que durante décadas viveram e lutaram fora do país? Será menos tirsense a Doutora. Eliana Souto, recentemente agraciada pela Câmara Municipal, por dar aulas e fazer a sua investigação em Berlim ou no Porto? Será menos tirsense qualquer jovem atleta por treinar e competir em clubes de alta competição fora do concelho? Será menos tirsense o Ricardo Rocha por jogar em Inglaterra, no Benfica ou no Braga? Será menos tirsense o Dr. Ivo Martins por dirigir brilhantemente o melhor Festival de jazz do país, mas em Guimarães? Será menos tirsense o Dr. José Paulo Dinis, por dirigir uma das melhores estruturas de formação do Norte, associada à Capital do Móvel? Serão menos tirsenses os treinadores de voleibol que para a Trofa arrecadaram o título nacional feminino? Será menos tirsense o designer João Ornellas, que pelo país ou no estrangeiro, encontra aplicação do seu talento? Será menos tirsense o actor e encenador Marcos Barbosa, por se estabelecer em Lisboa ou colaborar com o Centro Cultural Vila Flor? Será menos tirsense o Doutor Félix Carvalho por leccionar na Faculdade de Farmácia, ou o Doutor António Azevedo por leccionar na Universidade do Minho?Esta forma de fazer política e de gerir a autarquia, voltada para dentro do concelho, sem perceber que lá fora, o mundo pulou e avançou, tem sido nefasta, diria mesmo catastrófica para Santo Tirso. O poder não se interroga, não dialoga, tem muitas certezas, demasiadas certezas. STS.eu: A sua candidatura pode marcar o seu regresso a “casa” em termos de trabalho?J.A.: Seguramente que sim, uma vez que acredito na vitória eleitoral. Caso contrário, não concorreria.Entrevista completa em Santotirso.eu


SantoTirso.eu: Após as últimas eleições autárquicas, manteve-se como um dos principais rostos do PSD de Santo Tirso. Porque volta a candidatar-se?João Abreu: Antes de mais, porque a Comissão Política assim o entendeu e porque estou de consciência tranquila quanto ao trabalho feito em 2005 e desde aí, quer em sede de Vereação, quer na ligação com a CPS e com os eleitos na Assembleia Municipal, quer nas visitas às freguesias. Depois, porque o resultado de 2005 foi, apesar da derrota, o melhor resultado de sempre do PSD e porque gerou uma enorme onda de simpatia pela candidatura, pelas propostas e pela mudança. Também, porque as pessoas que se envolveram no processo da mudança, antes e depois das eleições de 2005, me manifestaram sempre apoio incondicional.Mas, fundamentalmente, porque sinto a responsabilidade do que afirmei e assumi em 2005 - Santo Tirso merece e precisa urgentemente de tomar um novo rumo. Santo Tirso é um concelho com características ímpares de localização, recursos de lazer, beleza natural, património cultural, gente empreendedora. Com marcas de grande prestígio, que importa preservar, revitalizar, apoiar e divulgar.STS.eu: Depois de há três anos ter conseguido o melhor resultado eleitoral do PSD nos últimos anos em Santo Tirso, parte confiante para mais estas eleições?J.A.: Quase 19 mil pessoas votaram na mudança, em 2005. Desde essa altura, o concelho registou importantes perdas. Numa conjuntura de governação socialista. Foi nestes 3 anos que Famalicão ganhou a Maternidade e um novo Tribunal. Foi nestes 3 anos que Paços de Ferreira ganhou o Ikea e reduziu a taxa de desemprego. Nestes 3 anos, Lordelo, Alfena, Seroa, Folgosa, Sobrado, Trofa, Vizela, cresceram, atraíram empresas de Santo Tirso.No nosso concelho, foi nestes 3 anos que encerraram empresas, vimos fugir a maternidade e serviços médicos, o serviço de finanças na Vila das Aves. Nestes 3 anos, ainda não vimos a Universidade, ainda não vimos o Cine Teatro, ainda não vimos a Incubadora, ainda não vimos as novas áreas de acolhimento empresarial. Mas continuamos a ver obras a demorar uma eternidade, a serem inauguradas de acordo com a agenda política, bolsas de estudo a serem retiradas da agenda política do executivo.STS.eu: Qual a sua opinião em relação a Castro Fernandes e às políticas que tem seguido enquanto Presidente da Câmara de Santo Tirso?J.A.: Nos 27 anos de poder socialista em Santo Tirso, o Engº Castro Fernandes é o único totalista. Desde logo o maior responsável pelo que aconteceu ao concelho. Importa não esquecer que nestes anos, o país foi a maior parte do tempo governado por socialistas (Dr. Mário Soares, Engºs Guterres e Sócrates), e teve Presidentes da República dessa área política. Desde 1995, o PSD só esteve pouco mais de 2 anos no Governo, contra 11 do PS. Neste período, nos últimos 12 ,13 anos assistimos ao período mais negro da história de Santo Tirso – cidade e concelho.Nos últimos anos, assistimos ao crescimento, desenvolvimento e à afirmação da maior parte, senão da totalidade, das cidades e dos concelhos vizinhos (Maia, Vila do Conde, Famalicão, Guimarães, Paços de Ferreira, Lousada, Valongo). E é curioso, para não dizer outra coisa, que concelhos geridos pelo PSD consigam atrair investimento público e privado, com forte papel do poder central, em mandatos de governos do PS.Nos últimos anos, assistimos ao declínio da nossa indústria, do nosso comércio tradicional, da nossa voz afirmativa, da nossa imprensa local, da nossa auto estima, dos nossos agrupamentos desportivos, das nossas marcas territoriais.Assistimos à debandada de massa crítica para organizações desses concelhos vizinhos.Tudo isto só nos permite concluir que o cansaço, a falta de criatividade, a falta de credibilidade empreendedora junto de parceiros privados e a falta de poder de influência junto do actual Governo e governos anteriores, têm sido as marcas deste executivo.STS.eu: A sua ligação a Penafiel e pretenso afastamento de Santo Tirso foi, nas últimas autárquicas, motivo de alguma crítica política. Sentiu-se injustiçado? Sente-se um tirsense convicto?J.A.: Tirsenses convictos não são aqueles que o dizem, mas os que o sentem e fazem algo. Na vida de um concelho há muitas pessoas que afirmam a necessidade da mudança, de uma maior dinâmica, mas depois, confortavelmente, adoptam uma atitude passiva. Ser tirsense convicto é defender uma alternativa de mudança, dar a cara por um projecto, assumir o risco de uma derrota e de uma vitória. Ser tirsense convicto é perceber o que os outros fizeram para mudar, porque o fizeram, como o fizeram. Não adianta passear na cidade, ou fazer política de café, sempre sentado nas mesmas mesas, a falar com as mesmas pessoas. Hoje as decisões tomam-se em fracções de segundo. A competição entre autarquias é um facto, e o conhecimento de boas práticas, a preparação técnica de excelência e a capacidade de gerir equipas e gerar influência e proximidade determinam o avanço de alguns concelhos e o retrocesso de outros.Penso que ninguém quer um tirsense convicto que faça uma gestão voltada para as elites ou que nos conduza para a cauda do desenvolvimento, do emprego e da qualidade de vida.Em contrapartida, há muitos tirsenses que estão fora do nosso concelho, e que poderiam já ter dado excepcionais contributos. Não os considero menos tirsenses. Serão menos tirsenses os emigrantes que durante décadas viveram e lutaram fora do país? Será menos tirsense a Doutora. Eliana Souto, recentemente agraciada pela Câmara Municipal, por dar aulas e fazer a sua investigação em Berlim ou no Porto? Será menos tirsense qualquer jovem atleta por treinar e competir em clubes de alta competição fora do concelho? Será menos tirsense o Ricardo Rocha por jogar em Inglaterra, no Benfica ou no Braga? Será menos tirsense o Dr. Ivo Martins por dirigir brilhantemente o melhor Festival de jazz do país, mas em Guimarães? Será menos tirsense o Dr. José Paulo Dinis, por dirigir uma das melhores estruturas de formação do Norte, associada à Capital do Móvel? Serão menos tirsenses os treinadores de voleibol que para a Trofa arrecadaram o título nacional feminino? Será menos tirsense o designer João Ornellas, que pelo país ou no estrangeiro, encontra aplicação do seu talento? Será menos tirsense o actor e encenador Marcos Barbosa, por se estabelecer em Lisboa ou colaborar com o Centro Cultural Vila Flor? Será menos tirsense o Doutor Félix Carvalho por leccionar na Faculdade de Farmácia, ou o Doutor António Azevedo por leccionar na Universidade do Minho?Esta forma de fazer política e de gerir a autarquia, voltada para dentro do concelho, sem perceber que lá fora, o mundo pulou e avançou, tem sido nefasta, diria mesmo catastrófica para Santo Tirso. O poder não se interroga, não dialoga, tem muitas certezas, demasiadas certezas. STS.eu: A sua candidatura pode marcar o seu regresso a “casa” em termos de trabalho?J.A.: Seguramente que sim, uma vez que acredito na vitória eleitoral. Caso contrário, não concorreria.Entrevista completa em Santotirso.eu

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