O Cachimbo de Magritte: O triste fim de Manuela Ferreira Leite

25-01-2011
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A abstenção do PSD na votação do PEC é uma lamentável notícia para o país porque é viabilizado um mau PEC. E é uma terrível notícia para o PSD, que viabiliza um PEC com o qual não concorda e que vai contra o seu programa eleitoral, compromisso que assumiu com os seus eleitores. É, também, uma inexplicável decisão da ainda líder que, vendo o seu partido dividido e amanhã com nova liderança, quis impor a sua posição (que é só sua e não corresponde ao que prometeu ao país em Setembro) sobre o partido e a sua futura liderança -- Rangel e Passos Coelho assumiram que votariam contra este PEC. Nada disto faz sentido.Questões fundamentais como os investimentos públicos (terceira travessia do Tejo e TGV Lisboa-Madrid), os impostos, a contenção de despesas, ou os cortes na Administração Pública mantiveram-se inalteradas. Ao que parece, mudou a redacção do PEC, i.e. simularam-se alterações para que o PSD pudesse justificar o seu voto.Ora isto diz-nos três coisas sobre a actual liderança do PSD: (1) Ferreira Leite liderou o partido a 'medo' (sempre pela estabilidade e receando conflitos com o Governo) e deixa o partido sem rumo; (2) a estratégia do 'respeitinho' e da 'responsabilidade' que o PS impingiu à oposição funcionou com Manuela Ferreira Leite; (3) Ferreira Leite estará mais preocupada com a reeleição de Cavaco Silva do que com a governação do país.Depois de ter defendido as melhores ideias para o país, nas eleições legislativas, Manuela Ferreira Leite despede-se da liderança do PSD com um mês de Março particularmente terrível: uma inoportuna 'lei da rolha' e a viabilização do PEC. Numa e noutra, Ferreira Leite rompe com os princípios que vendera ao país. É difícil imaginar pior epílogo.


A abstenção do PSD na votação do PEC é uma lamentável notícia para o país porque é viabilizado um mau PEC. E é uma terrível notícia para o PSD, que viabiliza um PEC com o qual não concorda e que vai contra o seu programa eleitoral, compromisso que assumiu com os seus eleitores. É, também, uma inexplicável decisão da ainda líder que, vendo o seu partido dividido e amanhã com nova liderança, quis impor a sua posição (que é só sua e não corresponde ao que prometeu ao país em Setembro) sobre o partido e a sua futura liderança -- Rangel e Passos Coelho assumiram que votariam contra este PEC. Nada disto faz sentido.Questões fundamentais como os investimentos públicos (terceira travessia do Tejo e TGV Lisboa-Madrid), os impostos, a contenção de despesas, ou os cortes na Administração Pública mantiveram-se inalteradas. Ao que parece, mudou a redacção do PEC, i.e. simularam-se alterações para que o PSD pudesse justificar o seu voto.Ora isto diz-nos três coisas sobre a actual liderança do PSD: (1) Ferreira Leite liderou o partido a 'medo' (sempre pela estabilidade e receando conflitos com o Governo) e deixa o partido sem rumo; (2) a estratégia do 'respeitinho' e da 'responsabilidade' que o PS impingiu à oposição funcionou com Manuela Ferreira Leite; (3) Ferreira Leite estará mais preocupada com a reeleição de Cavaco Silva do que com a governação do país.Depois de ter defendido as melhores ideias para o país, nas eleições legislativas, Manuela Ferreira Leite despede-se da liderança do PSD com um mês de Março particularmente terrível: uma inoportuna 'lei da rolha' e a viabilização do PEC. Numa e noutra, Ferreira Leite rompe com os princípios que vendera ao país. É difícil imaginar pior epílogo.

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