O Cachimbo de Magritte: A democracia é o pior dos sistemas, exceptuando todos os outros

07-08-2010
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Os portugueses estão insatisfeitos com a democracia, diz um estudo de André Freire e José Manuel Viegas hoje citado pelo Público. Mas não era preciso que o ISCTE fizesse um estudo: bastaria ouvir e ver o que se passa à nossa volta para concluir o mesmo empiricamente. A culpa pode ser da crise económica, dos partidos ou do sistema judicial, mas tem um nome próprio: José Sócrates. O Primeiro-Ministro usa a mentira como método político e a democracia, regime em que a legitimidade vem do contrato social, não resiste muito tempo à permanente desconfiança em quem governa. Juntemos a isto a crise de representação do Parlamento e dos partidos e, portanto, a crescente abstenção eleitoral. Juntemos a degradação do aparelho judicial, com os processos explosivos que não chegam a lado nenhum (vide Casa Pia), a violação sistemática do segredo de justiça e, agora, as suspeitas gravíssimas sobre o Procurador-Geral da República e o Presidente do Supremo Tribunal. Juntemos a repugnante promiscuidade entre o poder económico e o Governo que o caso Face Oculta confirmou.Tudo somado, a única surpresa consiste em tanta gente acreditar ainda que "a democracia é o pior dos sistemas exceptuando todos os outros", como proclamava Churchill. Apesar de tudo, há alguma esperança. Até quando?


Os portugueses estão insatisfeitos com a democracia, diz um estudo de André Freire e José Manuel Viegas hoje citado pelo Público. Mas não era preciso que o ISCTE fizesse um estudo: bastaria ouvir e ver o que se passa à nossa volta para concluir o mesmo empiricamente. A culpa pode ser da crise económica, dos partidos ou do sistema judicial, mas tem um nome próprio: José Sócrates. O Primeiro-Ministro usa a mentira como método político e a democracia, regime em que a legitimidade vem do contrato social, não resiste muito tempo à permanente desconfiança em quem governa. Juntemos a isto a crise de representação do Parlamento e dos partidos e, portanto, a crescente abstenção eleitoral. Juntemos a degradação do aparelho judicial, com os processos explosivos que não chegam a lado nenhum (vide Casa Pia), a violação sistemática do segredo de justiça e, agora, as suspeitas gravíssimas sobre o Procurador-Geral da República e o Presidente do Supremo Tribunal. Juntemos a repugnante promiscuidade entre o poder económico e o Governo que o caso Face Oculta confirmou.Tudo somado, a única surpresa consiste em tanta gente acreditar ainda que "a democracia é o pior dos sistemas exceptuando todos os outros", como proclamava Churchill. Apesar de tudo, há alguma esperança. Até quando?

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