O Cachimbo de Magritte: Kafka com laranja

25-01-2011
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Hoje, pela manhã, tentei reler O Processo de Kafka. Esbarrei de novo contra aquele ambiente ao mesmo tempo banal e absurdo a que chamamos kafkiano (belo adjectivo). No Processo, na Metamorfose, no Castelo há um espaço familiar e uma expectável rotina que, de repente, se tornam ameaçadores pela existência de um elemento sem sentido, mas que todos, menos o protagonista, aceitam como lógico e óbvio. É a detenção nunca explicada de Joseph K., é a transformação matutina de Gregor Samsa em insecto, é a ausência do castelão para o qual se trabalha e nunca se vê. Kafka ensina-nos que o maior perigo para o sentido comum não vem da loucura, da morte ou da subversão total do quotidiano, mas do que julgamos ser a normalidade. Porque a nossa vida nunca é normal. Não há vidas normais.Só li uma página. Ninguém devia ler Kafka três dias depois das directas do PSD.


Hoje, pela manhã, tentei reler O Processo de Kafka. Esbarrei de novo contra aquele ambiente ao mesmo tempo banal e absurdo a que chamamos kafkiano (belo adjectivo). No Processo, na Metamorfose, no Castelo há um espaço familiar e uma expectável rotina que, de repente, se tornam ameaçadores pela existência de um elemento sem sentido, mas que todos, menos o protagonista, aceitam como lógico e óbvio. É a detenção nunca explicada de Joseph K., é a transformação matutina de Gregor Samsa em insecto, é a ausência do castelão para o qual se trabalha e nunca se vê. Kafka ensina-nos que o maior perigo para o sentido comum não vem da loucura, da morte ou da subversão total do quotidiano, mas do que julgamos ser a normalidade. Porque a nossa vida nunca é normal. Não há vidas normais.Só li uma página. Ninguém devia ler Kafka três dias depois das directas do PSD.

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