Sede do PSD

25-12-2009
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PSD: Já só os jornalistas esperam Ferreira Leite

Por:António José Vilela e Patrícia Cascão

24 SETEMBRO 2009

Saiba tudo o que se passa no Hotel Sofitel, a sede do PSD em Lisboa e casa da noite eleitoral do partido. Os bastidores, as reacções e os comentários entre os militantes. Em exclusivo no site da SÁBADO.

22h20 - Dentro do hotel ficou muito lixo de garrafas e sacos. Não se viu nem uma bandeira desfraldada. No exterior, já só os jornalistas esperam Manuela Ferreira Leite, vigiando todas as saídas do Sofitel. A Avenida da Liberdade está deserta.

21h56 - Dias Ferreira, um dos irmãos de Ferreira Leite, acabou de chegar.

21h52 - As salas estão vazias. "Depois desta, só me faltava cair nas escadas", diz uma mulher que acabara de tropeçar num cabo das televisões. No rés-do-chão ainda ficaram algumas pessoas. Uma está contente porque em Castelo Branco aumentaram os votos: "aquilo só tem dois deputados e nós temos um". Alguém diz com ar combalido, enquanto sai: "Amanhã começa outra vez a luta. As autárquicas..."

21h40 - Manuela Ferreira Leite saiu rapidamente da sala e com ela nomes sonantes como Rui Rio. Começou a debandada dos militantes. Só os Jotas ficaram a saltar e a gritar pelo PSD. A festa acabou.

21h20 - São vários os seguranças colocados em pontos estratégicos do Hotel Sofitel. Totalmente vestidos de negro, ficam junto às portas e aos átrios que dão acesso à sala Louvre, onde tudo está a decorrer. A empresa de segurança é a Olho Vivo.

21h15 - Reboliço no quartel-general do PSD: a sala está cheia quando os Jotas começam a gritar "Ninguém pára a Manela, ninguém pára a Manela". Um militante vira-se para o lado e diz: "mas estes miúdos não pensam?"

20h55 - O PS já comemora. Neste momento, em frente à porta do quartel-general do PSD acabada de passar um carro com bandeiras do PS e a buzinar estridentemente. Um indivíduo grita de dentro do carro: "Tomem." O segredo impera na sede sobre coisas tão simples como a logística da organização. O PSD não fala e os organizadores do hotel estão proibidos de comentar. Não se consegue saber quantos rissóis de camarão foram colocados na mesa.

20h40 - Está toda a gente à espera da reacção oficial do PSD aos resultados eleitorais. A primeira fila da sala está preenchida por jornalista de câmaras na mão. Estão todos preparados para quem vier fazer o anúncio. Uma das jornalistas chegou com um prato com rissóis, pastéis de bacalhau, frutas e um shot de pudim. Frente ao computador portátil, com um guardanapo de papel nas pernas e a mochila às costas, vai trabalhando no computador.

20h30 - Acabaram oficialmente os comes e bebes da sala de imprensa.

20h25 - "É fundamental eles não terem mais de 40%", diz-se na sala. Depois do impacto inicial fazem-se agora as contas reais da noite eleitoral. Há pequenos grupos de militantes a interpretar os resultados que vão surgindo nas televisões. Sousa Lara mantém-se sentado, e diz para uma mulher um pouco obesa "Virgínia, vai lá tu ver se isto está muito mau." Mais à frente, um militante pede para chamarem Sousa Lara: "Toni,Toni, onde é que ouviste 36-32?" Na sala há mais jornalistas e técnicos do que militantes.

20h12 - Militantes ainda não acreditam no que aconteceu. Há algum mau perder. Ao telefone alguém diz: "os juízes estão revoltados, os advogados estão revoltados, os professores estão revoltados. Todos estão revoltados e o gajo ganha." A três metros, uma mulher, sentada, desabafa com a mãe: "o PS compra tudo"

20h08 - Três militantes visivelmente aborrecidas vão dizendo que é inacreditável como é que uma pessoa suspeita no Freeport ainda recebe votos. "Está tudo controlado", diz uma delas, que recusa que lhe fotografem o computador. Estão acompanhadas de uma menina de 3 anos, chamada Inês, que diz ser do PSD:

20h03 - Silêncio total após as projecções das televisões. Um Jota diz que é melhor esquecer o jantar de logo à noite. Os oito plasmas mostram imagens de clima de vitória na sede do PS.

19h56 - Há militantes que acham que os resultados não serão animadores. Um deles, de cerca de 60 anos e de fato, diz: "deixa-me telefonar para casa para dar a triste notícia." Depois pega no telefone e sobe para as galerias.

19h53 - Pelos corredores e no átrio do hotel, os jornalistas trocam notas sobre as projecções dos resultados que chegam das redacções. Já pouco falta para serem conhecidas. Numa mesa do bar do hotel, seis sul-coreanos de vinte e poucos anos bebem canecas de cerveja. Estranhamente só focam a atenção na televisão quando surge Sócrates no ecrã. Mas essa cena passa-se no Altis e eles estão na sede do PSD.

19h40 - Prepara-se para falar Marques Guedes. A sala está composta. Há pessoas com computadores portáteis a tentar ver as previsões. Na sala estão dois famosos que não se fecharam na cave: Pedro Lynce, ex-secretário de Estado da Educação, e Sousa Lara.

19h35 - Chegaram o advogado José Pedro Aguiar-Branco e o economista Miguel Frasquilho, ambos de semblante carregado. Desceram para a cave. O trânsito na lateral descendente da Avenida da Liberdade está caótico.

19h20 - Ninguém a viu entrar, mas a líder do PSD já deve estar nas instalações. A comida do buffet é óptima e, quando desaparecer, há ordens para reabastecer.

19h14 - Chegaram duas dezenas de Jotas. Não trazem bandeiras, nem cachecóis, mas colocaram-se em frente à porta do hotel a tirar fotografias uns aos outros. Pediram ao cameraman da RTP para lhes tirar uma fotografia de grupo, abraçados e com o "V" de vitória.

19h10 - Chegou António Borges. Tinha três mulheres à espera, uma delas com um joelho magoado que, perante a atenção das televisões, lhe disse: "você é uma vedeta". Juntaram-se a ele dizendo: "vamos agora, senão não conseguimos entrar", e António Borges pediu ao assessor permissão para que pudessem as três descer com ele.

19h03 - Chegou Marques Guedes, de Audi, quando começavam os directos na televisão. Não falou com os jornalistas. Todos os militantes passam rapidamente e descem para a cave, onde também existe um bar.

19h00 - Acaba de chegar Sousa Lara. Foi recebido por um jovem de casaco azul e sapato vela que lhe deu as boas-vindas "professor". À entrada do deputado José Eduardo Martins, um jornalista comenta: "Não é ninguém, não é ninguém."

18h48 - No primeiro andar, onde está toda a logística. A sala tem dois plasmas e cerca de 70 lugares. Estão instaladas 12 câmaras. Numa sala lateral de cerca de 3 metros quadrados encontra-se a comida para a comunicação social: salmão fumado com tostas, sandes de fiambre e queijo, mousse de chocolate e arroz doce em copos de shot, frutas variadas, chamuças, legumes grelhados em pão integral, caldo verde, sumos, vinho Quinta de Pancas branco e tinto, e cafés.

18h42 - João de Deus Pinheiro foi dos primeiros a chegar. Calça creme e casaco azul. Sorriu à entrada e, respondendo a quem perguntava o que é que vai acontecer esta noite, disse: "vamos ver". Desceu para a cave, zona guardada por dois enormes seguranças.

18h15 - À porta do Hotel Sofitel está uma dúzia de jornalistas, à espera de quem vai chegando. Os cabos da imprensa descem a fachada do hotel, passam por baixo de uma lomba da Avenida da Liberdade para outro lado da estrada, onde estão três gruas com câmaras de filmar focadas na entrada do hotel. Um grupo barulhento de músicos vestidos de negro entra no Parque Mayer e desvia a atenção dos repórteres.

PSD: Já só os jornalistas esperam Ferreira Leite

Por:António José Vilela e Patrícia Cascão

24 SETEMBRO 2009

Saiba tudo o que se passa no Hotel Sofitel, a sede do PSD em Lisboa e casa da noite eleitoral do partido. Os bastidores, as reacções e os comentários entre os militantes. Em exclusivo no site da SÁBADO.

22h20 - Dentro do hotel ficou muito lixo de garrafas e sacos. Não se viu nem uma bandeira desfraldada. No exterior, já só os jornalistas esperam Manuela Ferreira Leite, vigiando todas as saídas do Sofitel. A Avenida da Liberdade está deserta.

21h56 - Dias Ferreira, um dos irmãos de Ferreira Leite, acabou de chegar.

21h52 - As salas estão vazias. "Depois desta, só me faltava cair nas escadas", diz uma mulher que acabara de tropeçar num cabo das televisões. No rés-do-chão ainda ficaram algumas pessoas. Uma está contente porque em Castelo Branco aumentaram os votos: "aquilo só tem dois deputados e nós temos um". Alguém diz com ar combalido, enquanto sai: "Amanhã começa outra vez a luta. As autárquicas..."

21h40 - Manuela Ferreira Leite saiu rapidamente da sala e com ela nomes sonantes como Rui Rio. Começou a debandada dos militantes. Só os Jotas ficaram a saltar e a gritar pelo PSD. A festa acabou.

21h20 - São vários os seguranças colocados em pontos estratégicos do Hotel Sofitel. Totalmente vestidos de negro, ficam junto às portas e aos átrios que dão acesso à sala Louvre, onde tudo está a decorrer. A empresa de segurança é a Olho Vivo.

21h15 - Reboliço no quartel-general do PSD: a sala está cheia quando os Jotas começam a gritar "Ninguém pára a Manela, ninguém pára a Manela". Um militante vira-se para o lado e diz: "mas estes miúdos não pensam?"

20h55 - O PS já comemora. Neste momento, em frente à porta do quartel-general do PSD acabada de passar um carro com bandeiras do PS e a buzinar estridentemente. Um indivíduo grita de dentro do carro: "Tomem." O segredo impera na sede sobre coisas tão simples como a logística da organização. O PSD não fala e os organizadores do hotel estão proibidos de comentar. Não se consegue saber quantos rissóis de camarão foram colocados na mesa.

20h40 - Está toda a gente à espera da reacção oficial do PSD aos resultados eleitorais. A primeira fila da sala está preenchida por jornalista de câmaras na mão. Estão todos preparados para quem vier fazer o anúncio. Uma das jornalistas chegou com um prato com rissóis, pastéis de bacalhau, frutas e um shot de pudim. Frente ao computador portátil, com um guardanapo de papel nas pernas e a mochila às costas, vai trabalhando no computador.

20h30 - Acabaram oficialmente os comes e bebes da sala de imprensa.

20h25 - "É fundamental eles não terem mais de 40%", diz-se na sala. Depois do impacto inicial fazem-se agora as contas reais da noite eleitoral. Há pequenos grupos de militantes a interpretar os resultados que vão surgindo nas televisões. Sousa Lara mantém-se sentado, e diz para uma mulher um pouco obesa "Virgínia, vai lá tu ver se isto está muito mau." Mais à frente, um militante pede para chamarem Sousa Lara: "Toni,Toni, onde é que ouviste 36-32?" Na sala há mais jornalistas e técnicos do que militantes.

20h12 - Militantes ainda não acreditam no que aconteceu. Há algum mau perder. Ao telefone alguém diz: "os juízes estão revoltados, os advogados estão revoltados, os professores estão revoltados. Todos estão revoltados e o gajo ganha." A três metros, uma mulher, sentada, desabafa com a mãe: "o PS compra tudo"

20h08 - Três militantes visivelmente aborrecidas vão dizendo que é inacreditável como é que uma pessoa suspeita no Freeport ainda recebe votos. "Está tudo controlado", diz uma delas, que recusa que lhe fotografem o computador. Estão acompanhadas de uma menina de 3 anos, chamada Inês, que diz ser do PSD:

20h03 - Silêncio total após as projecções das televisões. Um Jota diz que é melhor esquecer o jantar de logo à noite. Os oito plasmas mostram imagens de clima de vitória na sede do PS.

19h56 - Há militantes que acham que os resultados não serão animadores. Um deles, de cerca de 60 anos e de fato, diz: "deixa-me telefonar para casa para dar a triste notícia." Depois pega no telefone e sobe para as galerias.

19h53 - Pelos corredores e no átrio do hotel, os jornalistas trocam notas sobre as projecções dos resultados que chegam das redacções. Já pouco falta para serem conhecidas. Numa mesa do bar do hotel, seis sul-coreanos de vinte e poucos anos bebem canecas de cerveja. Estranhamente só focam a atenção na televisão quando surge Sócrates no ecrã. Mas essa cena passa-se no Altis e eles estão na sede do PSD.

19h40 - Prepara-se para falar Marques Guedes. A sala está composta. Há pessoas com computadores portáteis a tentar ver as previsões. Na sala estão dois famosos que não se fecharam na cave: Pedro Lynce, ex-secretário de Estado da Educação, e Sousa Lara.

19h35 - Chegaram o advogado José Pedro Aguiar-Branco e o economista Miguel Frasquilho, ambos de semblante carregado. Desceram para a cave. O trânsito na lateral descendente da Avenida da Liberdade está caótico.

19h20 - Ninguém a viu entrar, mas a líder do PSD já deve estar nas instalações. A comida do buffet é óptima e, quando desaparecer, há ordens para reabastecer.

19h14 - Chegaram duas dezenas de Jotas. Não trazem bandeiras, nem cachecóis, mas colocaram-se em frente à porta do hotel a tirar fotografias uns aos outros. Pediram ao cameraman da RTP para lhes tirar uma fotografia de grupo, abraçados e com o "V" de vitória.

19h10 - Chegou António Borges. Tinha três mulheres à espera, uma delas com um joelho magoado que, perante a atenção das televisões, lhe disse: "você é uma vedeta". Juntaram-se a ele dizendo: "vamos agora, senão não conseguimos entrar", e António Borges pediu ao assessor permissão para que pudessem as três descer com ele.

19h03 - Chegou Marques Guedes, de Audi, quando começavam os directos na televisão. Não falou com os jornalistas. Todos os militantes passam rapidamente e descem para a cave, onde também existe um bar.

19h00 - Acaba de chegar Sousa Lara. Foi recebido por um jovem de casaco azul e sapato vela que lhe deu as boas-vindas "professor". À entrada do deputado José Eduardo Martins, um jornalista comenta: "Não é ninguém, não é ninguém."

18h48 - No primeiro andar, onde está toda a logística. A sala tem dois plasmas e cerca de 70 lugares. Estão instaladas 12 câmaras. Numa sala lateral de cerca de 3 metros quadrados encontra-se a comida para a comunicação social: salmão fumado com tostas, sandes de fiambre e queijo, mousse de chocolate e arroz doce em copos de shot, frutas variadas, chamuças, legumes grelhados em pão integral, caldo verde, sumos, vinho Quinta de Pancas branco e tinto, e cafés.

18h42 - João de Deus Pinheiro foi dos primeiros a chegar. Calça creme e casaco azul. Sorriu à entrada e, respondendo a quem perguntava o que é que vai acontecer esta noite, disse: "vamos ver". Desceu para a cave, zona guardada por dois enormes seguranças.

18h15 - À porta do Hotel Sofitel está uma dúzia de jornalistas, à espera de quem vai chegando. Os cabos da imprensa descem a fachada do hotel, passam por baixo de uma lomba da Avenida da Liberdade para outro lado da estrada, onde estão três gruas com câmaras de filmar focadas na entrada do hotel. Um grupo barulhento de músicos vestidos de negro entra no Parque Mayer e desvia a atenção dos repórteres.

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