O Cachimbo de Magritte: Loser in chief?

28-12-2009
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Barack Obama está no poder há poucos meses, e os indícios de uma presidência em dificuldades começam a ser muitos. Nada é definitivo, até porque os níveis de popularidade de Obama, ao contrário das suas acções, permanecem relativamente elevados, a rondar os 50 por cento. Mas a percepção que as pessoas têm do POTUS está a mudar rapidamente, e arrisca-se a imitar outro presidente que também foi eleito com uma enorme áurea de esperança: Jimmy Carter. Pela primeira vez desde 2005, o Partido Republicano surge insistentemente com intenções de voto superiores aos democratas e os independentes estão a virar-se para os republicanos. Em vários estados democratas aparecem candidatos republicanos com hipóteses de vencer eleições, como em Nova Iorque, Illinois, Califórnia ou Delaware, e o passeio que se esperava para os democratas nas Midterms de 2010 não passa de uma miragem. O próximo ano politico americano será muito interessante, e caso Obama não inverta a actual tendência, poderemos assistir a um renascimento inesperado do Partido Republicano. E a verdade é que apesar de alguma discussão interna, até ao momento, essa responsabilidade é inteiramente de Barack Obama e dos seus erros infantis. Os Estados Unidos continuam a ser um país maioritariamente de centro-direita, mas Obama, que foi eleito como um moderado congregando os votos dos independentes, até ao momento preferiu governar à esquerda. Está a pagar caro por isso. A nível interno, Obama tem-se encostado aos sectores mais liberais, representados pelos impopulares líderes no Congresso, Harry Reid e Nancy Pelosi, afastando-se cada vez mais dos centristas democratas. Apesar da grande maioria que o Partido Democrata detém no Senado e na Câmara dos Representantes, ainda não conseguiu a união do seu partido para aprovação da reforma da saúde, e muito menos, apoio de alguns republicanos. A encruzilhada que Bill Clinton caiu em 1993 deveria ter sido estudada por Obama e pelos seus conselheiros. Não se sabe ainda se vai conseguir aprovar uma reforma de saúde minimalista, mas este assunto já afectou bastante a credibilidade de Obama internamente. Neste momento Obama sabe que já falhou nesta reforma, e terá tentar lavar a face com uma reforma bastante menos ambiciosa que apresentou de inicio. Na frente externa, Obama tem deixado muito a desejar. Não há palavras para sintetizar alguns erros incompreensíveis da sua administração, que podem ser resumidos no incidente infantil que protagonizou nas Nações Unidas: quando existe um perigo real de um Irão nuclear, Obama preferiu falar do desarmamento mundial, esquecendo o Irão. Foi ridicularizado, e bem, por Nicolas Sarkozy. O Afeganistão, que Obama considerou uma guerra de necessidade, está numa situação dramática, e o POTUS, em vez de seguir os conselhos do comandante no terreno (nomeado por ele) e sabe-se, do Departamento de Estado e da Defesa, está indeciso. Apesar de contar com o apoio dos republicanos nesta questão, está com receio de perder o apoio dos liberais se aumentar o contingente militar nos 40 mil militantes que o general McChrystal pediu. Fosse ele como Mccain, e talvez preferisse perder umas eleições a uma guerra. Veremos se Obama terá a coragem de fazer o que é certo nesta questão. Noutras questões menores, Obama também tem sido pouco hábil. O seu envolvimento directo na candidatura de Chicago aos Jogos Olímpicos ou a recusa em receber Dalai Lama, quebrando uma longa tradição, são também episódios que demonstram alguma inabilidade em representar fielmente o cargo para que foi eleito. Bill Clinton também sentiu enormes dificuldades nos primeiros anos do seu mandato, mas depois mudou de estratégia, contratou Dick Morris e venceu facilmente as eleições de 1996. Não sei se Obama precisa novos consultores, mas a verdade é que precisa rapidamente de mudar de rumo.


Barack Obama está no poder há poucos meses, e os indícios de uma presidência em dificuldades começam a ser muitos. Nada é definitivo, até porque os níveis de popularidade de Obama, ao contrário das suas acções, permanecem relativamente elevados, a rondar os 50 por cento. Mas a percepção que as pessoas têm do POTUS está a mudar rapidamente, e arrisca-se a imitar outro presidente que também foi eleito com uma enorme áurea de esperança: Jimmy Carter. Pela primeira vez desde 2005, o Partido Republicano surge insistentemente com intenções de voto superiores aos democratas e os independentes estão a virar-se para os republicanos. Em vários estados democratas aparecem candidatos republicanos com hipóteses de vencer eleições, como em Nova Iorque, Illinois, Califórnia ou Delaware, e o passeio que se esperava para os democratas nas Midterms de 2010 não passa de uma miragem. O próximo ano politico americano será muito interessante, e caso Obama não inverta a actual tendência, poderemos assistir a um renascimento inesperado do Partido Republicano. E a verdade é que apesar de alguma discussão interna, até ao momento, essa responsabilidade é inteiramente de Barack Obama e dos seus erros infantis. Os Estados Unidos continuam a ser um país maioritariamente de centro-direita, mas Obama, que foi eleito como um moderado congregando os votos dos independentes, até ao momento preferiu governar à esquerda. Está a pagar caro por isso. A nível interno, Obama tem-se encostado aos sectores mais liberais, representados pelos impopulares líderes no Congresso, Harry Reid e Nancy Pelosi, afastando-se cada vez mais dos centristas democratas. Apesar da grande maioria que o Partido Democrata detém no Senado e na Câmara dos Representantes, ainda não conseguiu a união do seu partido para aprovação da reforma da saúde, e muito menos, apoio de alguns republicanos. A encruzilhada que Bill Clinton caiu em 1993 deveria ter sido estudada por Obama e pelos seus conselheiros. Não se sabe ainda se vai conseguir aprovar uma reforma de saúde minimalista, mas este assunto já afectou bastante a credibilidade de Obama internamente. Neste momento Obama sabe que já falhou nesta reforma, e terá tentar lavar a face com uma reforma bastante menos ambiciosa que apresentou de inicio. Na frente externa, Obama tem deixado muito a desejar. Não há palavras para sintetizar alguns erros incompreensíveis da sua administração, que podem ser resumidos no incidente infantil que protagonizou nas Nações Unidas: quando existe um perigo real de um Irão nuclear, Obama preferiu falar do desarmamento mundial, esquecendo o Irão. Foi ridicularizado, e bem, por Nicolas Sarkozy. O Afeganistão, que Obama considerou uma guerra de necessidade, está numa situação dramática, e o POTUS, em vez de seguir os conselhos do comandante no terreno (nomeado por ele) e sabe-se, do Departamento de Estado e da Defesa, está indeciso. Apesar de contar com o apoio dos republicanos nesta questão, está com receio de perder o apoio dos liberais se aumentar o contingente militar nos 40 mil militantes que o general McChrystal pediu. Fosse ele como Mccain, e talvez preferisse perder umas eleições a uma guerra. Veremos se Obama terá a coragem de fazer o que é certo nesta questão. Noutras questões menores, Obama também tem sido pouco hábil. O seu envolvimento directo na candidatura de Chicago aos Jogos Olímpicos ou a recusa em receber Dalai Lama, quebrando uma longa tradição, são também episódios que demonstram alguma inabilidade em representar fielmente o cargo para que foi eleito. Bill Clinton também sentiu enormes dificuldades nos primeiros anos do seu mandato, mas depois mudou de estratégia, contratou Dick Morris e venceu facilmente as eleições de 1996. Não sei se Obama precisa novos consultores, mas a verdade é que precisa rapidamente de mudar de rumo.

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