O Cachimbo de Magritte: Marcelo candidato e a indiferença ideológica

28-12-2009
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Como não podia ser mais claro, Marcelo Rebelo de Sousa está candidato à liderança do PSD.Esqueçamos, por momentos, isso.O que me intrigou, nos seus comentários desta noite, não foram tanto as suas declarações de admissão, quando interrogado se está na liça, de que «muitos candidatos podem surgir».Foi o ter conferido ao PSD uma vantagem de situação sobre o PS, por ter este, afirma Marcelo, divisões ideológicas, com uma ala esquerda e uma ala direita. O PSD, em contrapartida, beneficiaria de unidade ideológica; o que lhe retira unidade, prossegue Marcelo, é o facto de estar convertido num partido de ex-líderes, que se vão somando em fila indiana, cada um mobilizando em torno de si uma corte de fiéis sectários em oposição ao líder do momento.O que me espanta é que Marcelo caracterize este quadro - um quadro de puro desinteresse ideológico - como um quadro de unidade ideológica. Mas talvez não seja assim tão estranho. Talvez Marcelo não seja essencialmente diferente dos ex-líderes sectários que tão bem caracterizou. E a sua sensibilidade à necessidade do PSD se afirmar no plano ideológico seja igual à dos demais. Se assim for, nada de muito especial será de esperar do partido sob a sua velha liderança.


Como não podia ser mais claro, Marcelo Rebelo de Sousa está candidato à liderança do PSD.Esqueçamos, por momentos, isso.O que me intrigou, nos seus comentários desta noite, não foram tanto as suas declarações de admissão, quando interrogado se está na liça, de que «muitos candidatos podem surgir».Foi o ter conferido ao PSD uma vantagem de situação sobre o PS, por ter este, afirma Marcelo, divisões ideológicas, com uma ala esquerda e uma ala direita. O PSD, em contrapartida, beneficiaria de unidade ideológica; o que lhe retira unidade, prossegue Marcelo, é o facto de estar convertido num partido de ex-líderes, que se vão somando em fila indiana, cada um mobilizando em torno de si uma corte de fiéis sectários em oposição ao líder do momento.O que me espanta é que Marcelo caracterize este quadro - um quadro de puro desinteresse ideológico - como um quadro de unidade ideológica. Mas talvez não seja assim tão estranho. Talvez Marcelo não seja essencialmente diferente dos ex-líderes sectários que tão bem caracterizou. E a sua sensibilidade à necessidade do PSD se afirmar no plano ideológico seja igual à dos demais. Se assim for, nada de muito especial será de esperar do partido sob a sua velha liderança.

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