*"No contexto societal deste período [pós 1947], quando as ideias de pureza e honra populavam densamente as narrativas familiares e políticas, os pais desejavam que as suas filhas morressem pela honra da família, em vez de continuarem vivendo com corpos que haviam sido violados por outros homens (77)"
Das, V. 1997, "Transactions in the constructions of pain" in Arthur kleinman, Veena Das e Margaret Lock (orgs.), Social Suffering, University of California Press, Berkeley
." Conforme a Amnistia Internacional vem denunciando, a "Crise do Sudão" assume contornos profundamente alarmantes. Aquilo a que as milícias árabes "janjawid" - aliadas do Governo do Sudão - estão a sujeitar a população negra de Darfur inclui crimes tão horríveis como violações em massa, usadas como uma sinistra arma de guerra. Execuções, torturas, violações... os direitos humanos estão a ser violados em toda a linha perante a indiferença do governo do Sudão e do Mundo. E nisto tudo as mulheres estão submetidas a uma situação particularmente cruel:Um fenómeno que não é novo, como bem o mostra a interessante análise realizada por Veena Das* ao debruçar-se sobre as implicações das 100 mil mulheres Hindus, e Sikhs e Muçulmanas, que se estima terem sido violadas nos conflitos surgidos após a independência da Índia. Como refere José Manuel Pureza " a agenda internacional apresenta actualmente um excesso de concentração na temática do terrorismo internacional. Como sempre, a hipervisibilidade de um assunto específico pode servir como estratégia de ocultação de muitos outros assntos". Darfur faz parte dos assuntos subsumidos nas prioridades da comunidade internacional. Os dirigentes mundiais têm mais com que se chatear. Ademais, lembro que houve um tempo em que a comunicação social nos sintonizou com a tragédia de Timor, era bom que ora em ora se lembrassem que Dafur existe. Há lá massacres, há quem fale em genocídio, consta.
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*"No contexto societal deste período [pós 1947], quando as ideias de pureza e honra populavam densamente as narrativas familiares e políticas, os pais desejavam que as suas filhas morressem pela honra da família, em vez de continuarem vivendo com corpos que haviam sido violados por outros homens (77)"
Das, V. 1997, "Transactions in the constructions of pain" in Arthur kleinman, Veena Das e Margaret Lock (orgs.), Social Suffering, University of California Press, Berkeley
." Conforme a Amnistia Internacional vem denunciando, a "Crise do Sudão" assume contornos profundamente alarmantes. Aquilo a que as milícias árabes "janjawid" - aliadas do Governo do Sudão - estão a sujeitar a população negra de Darfur inclui crimes tão horríveis como violações em massa, usadas como uma sinistra arma de guerra. Execuções, torturas, violações... os direitos humanos estão a ser violados em toda a linha perante a indiferença do governo do Sudão e do Mundo. E nisto tudo as mulheres estão submetidas a uma situação particularmente cruel:Um fenómeno que não é novo, como bem o mostra a interessante análise realizada por Veena Das* ao debruçar-se sobre as implicações das 100 mil mulheres Hindus, e Sikhs e Muçulmanas, que se estima terem sido violadas nos conflitos surgidos após a independência da Índia. Como refere José Manuel Pureza " a agenda internacional apresenta actualmente um excesso de concentração na temática do terrorismo internacional. Como sempre, a hipervisibilidade de um assunto específico pode servir como estratégia de ocultação de muitos outros assntos". Darfur faz parte dos assuntos subsumidos nas prioridades da comunidade internacional. Os dirigentes mundiais têm mais com que se chatear. Ademais, lembro que houve um tempo em que a comunicação social nos sintonizou com a tragédia de Timor, era bom que ora em ora se lembrassem que Dafur existe. Há lá massacres, há quem fale em genocídio, consta.