O Cachimbo de Magritte: A Manobra

28-12-2009
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José Sócrates chamou os quatro líderes partidários e propôs-lhes governar em coligação, ou em alternativa, elaborar um acordo com incidência parlamentar. Esta boa vontade do Primeiro-ministro destinou-se não a obter resultados concretos, mas sim a servir como argumento para discussões futuras. O PS tinha três possíveis coligações à sua disposição, cada uma com a sua agenda. Ou virava à direita e tentava chegar a um acordo com Paulo Portas, ou à esquerda, e procurava o acordo do Bloco de Esquerda e da CDU para formar governo. A outra solução seria o Bloco Central com o PSD. Estas possibilidades seriam perfeitamente legítimas, desde que traduzissem um rumo definido, e desde que tivesse do outro lado parceiros com desejos comuns. Ora, nada disso se passou. José Sócrates nunca pretendeu formar coligações, e diga-se, nenhum dos partidos da oposição desejava ir para o governo com este Partido Socialista. Quando se deseja um acordo de coligação não é indiferente se os parceiros são da extrema-esquerda ou da direita. E se pretendesse mesmo uma coligação, por exemplo, com o CDS, não iria oferecer o mesmo acordo ao Bloco de Esquerda ou à CDU. Alguém acredita que para Sócrates seria a mesma coisa sentar-se com Francisco Louçã ou Paulo Portas no conselho de ministros?Com esta jogada, iremos ouvir José Sócrates repetir inúmeras vezes que ele queria acordos, mas os outros não quiseram. Todos sabemos que esses acordos estavam condenados à partida. Este mandato começa sob a marca da vitimização, e podemos esperar ao longo dos próximos tempos este tipo de chantagem por parte de José Sócrates.


José Sócrates chamou os quatro líderes partidários e propôs-lhes governar em coligação, ou em alternativa, elaborar um acordo com incidência parlamentar. Esta boa vontade do Primeiro-ministro destinou-se não a obter resultados concretos, mas sim a servir como argumento para discussões futuras. O PS tinha três possíveis coligações à sua disposição, cada uma com a sua agenda. Ou virava à direita e tentava chegar a um acordo com Paulo Portas, ou à esquerda, e procurava o acordo do Bloco de Esquerda e da CDU para formar governo. A outra solução seria o Bloco Central com o PSD. Estas possibilidades seriam perfeitamente legítimas, desde que traduzissem um rumo definido, e desde que tivesse do outro lado parceiros com desejos comuns. Ora, nada disso se passou. José Sócrates nunca pretendeu formar coligações, e diga-se, nenhum dos partidos da oposição desejava ir para o governo com este Partido Socialista. Quando se deseja um acordo de coligação não é indiferente se os parceiros são da extrema-esquerda ou da direita. E se pretendesse mesmo uma coligação, por exemplo, com o CDS, não iria oferecer o mesmo acordo ao Bloco de Esquerda ou à CDU. Alguém acredita que para Sócrates seria a mesma coisa sentar-se com Francisco Louçã ou Paulo Portas no conselho de ministros?Com esta jogada, iremos ouvir José Sócrates repetir inúmeras vezes que ele queria acordos, mas os outros não quiseram. Todos sabemos que esses acordos estavam condenados à partida. Este mandato começa sob a marca da vitimização, e podemos esperar ao longo dos próximos tempos este tipo de chantagem por parte de José Sócrates.

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