Ronda de conversações com partidos em aberto

07-09-2010
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PS e Governo expectantes com apelos do Presidente para viabilizar o Orçamento do Estado

O Governo encara os apelos de Cavaco Silva com cautela e expectativa, a pouco mais de um mês do prazo limite da entrega do Orçamento do Estado (OE) de 2011 no Parlamento (15 de Outubro). E numa altura em que o documento está ainda em "trabalho técnico". A estratégia a seguir com os partidos da oposição nas negociações ainda não saiu do "núcleo duro" de José Sócrates. Fontes governamentais admitiram ao PÚBLICO que os apelos do Presidente à convergência foram bem recebidos pelo executivo, estando em aberto a possibilidade de uma ronda de conversações com os partidos.

Um dirigente socialista admite que uma crise política é "última coisa" que o país precisa para juntar à crise económica. Mas é também "a última coisa" que Cavaco Silva, como candidato a Belém, vai querer: "Uma crise às costas para resolver."

Assim, as poucas declarações de membros do PS - Capoulas Santos e Vitalino Canas - apontam no mesmo sentido: os apelos presidenciais são dirigidos ao PSD, que não quer ser "muleta" do PS e tem insistido que nunca viabilizará um OE que aumente impostos e não corte na despesa do Estado. Afinal, na interpretação dos socialistas, Cavaco está dar um sinal de recandidatura e a desdramatizar o que o PSD dramatizou durante o Verão político. "Embora do ponto de vista formal se enderecem a todos os partidos com assento parlamentar, têm sobretudo um destinatário, que é o PSD. Foi o PSD quem mais dramatizou a possibilidade de uma crise política em torno de uma eventual não viabilização do Orçamento de 2011", disse o deputado Vitalino Canas.

Se o CDS optou ontem pelo silêncio, o PSD demorou umas horas a responder e fê-lo através do líder parlamentar, Miguel Macedo. O mínimo que se pode dizer - até em resposta a Vitalino - é que baixou o tom. Como o líder, Pedro Passos Coelho, já fizera no comício da rentrée, ou seja, cabe ao Governo decidir se e quando quer falar com os partidos sobre o Orçamento do Estado, sublinhando Miguel Macedo que as condições do PSD são conhecidas "há muito tempo". Desde Junho, quando Passos e José Sócrates falaram sobre o assunto. Agora, o PSD não quer falar mais sobre o assunto.

À esquerda, no PCP e no Bloco de Esquerda (BE), o tom é o mesmo: Cavaco está a abrir caminho ao entendimento entre PS e PSD para "uma política de direita". Ao PÚBLICO o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, lembrou "este Presidente tem sido um apoiante da política de direita posta em prática pelo Governo PS, que é preciso mudar". José Manuel Pureza, líder parlamentar do BE, afirma que Cavaco está "quase a impor" uma solução política para o OE. N. S. com Lusa

PS e Governo expectantes com apelos do Presidente para viabilizar o Orçamento do Estado

O Governo encara os apelos de Cavaco Silva com cautela e expectativa, a pouco mais de um mês do prazo limite da entrega do Orçamento do Estado (OE) de 2011 no Parlamento (15 de Outubro). E numa altura em que o documento está ainda em "trabalho técnico". A estratégia a seguir com os partidos da oposição nas negociações ainda não saiu do "núcleo duro" de José Sócrates. Fontes governamentais admitiram ao PÚBLICO que os apelos do Presidente à convergência foram bem recebidos pelo executivo, estando em aberto a possibilidade de uma ronda de conversações com os partidos.

Um dirigente socialista admite que uma crise política é "última coisa" que o país precisa para juntar à crise económica. Mas é também "a última coisa" que Cavaco Silva, como candidato a Belém, vai querer: "Uma crise às costas para resolver."

Assim, as poucas declarações de membros do PS - Capoulas Santos e Vitalino Canas - apontam no mesmo sentido: os apelos presidenciais são dirigidos ao PSD, que não quer ser "muleta" do PS e tem insistido que nunca viabilizará um OE que aumente impostos e não corte na despesa do Estado. Afinal, na interpretação dos socialistas, Cavaco está dar um sinal de recandidatura e a desdramatizar o que o PSD dramatizou durante o Verão político. "Embora do ponto de vista formal se enderecem a todos os partidos com assento parlamentar, têm sobretudo um destinatário, que é o PSD. Foi o PSD quem mais dramatizou a possibilidade de uma crise política em torno de uma eventual não viabilização do Orçamento de 2011", disse o deputado Vitalino Canas.

Se o CDS optou ontem pelo silêncio, o PSD demorou umas horas a responder e fê-lo através do líder parlamentar, Miguel Macedo. O mínimo que se pode dizer - até em resposta a Vitalino - é que baixou o tom. Como o líder, Pedro Passos Coelho, já fizera no comício da rentrée, ou seja, cabe ao Governo decidir se e quando quer falar com os partidos sobre o Orçamento do Estado, sublinhando Miguel Macedo que as condições do PSD são conhecidas "há muito tempo". Desde Junho, quando Passos e José Sócrates falaram sobre o assunto. Agora, o PSD não quer falar mais sobre o assunto.

À esquerda, no PCP e no Bloco de Esquerda (BE), o tom é o mesmo: Cavaco está a abrir caminho ao entendimento entre PS e PSD para "uma política de direita". Ao PÚBLICO o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, lembrou "este Presidente tem sido um apoiante da política de direita posta em prática pelo Governo PS, que é preciso mudar". José Manuel Pureza, líder parlamentar do BE, afirma que Cavaco está "quase a impor" uma solução política para o OE. N. S. com Lusa

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