PSD vota relatório do caso TVI mas não censura Sócrates

20-06-2010
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Os sociais-democratas acham que as conclusões da comissão de inquérito não são suficientemente categóricas para apresentar uma moção de censura

A semana começou com o PSD a puxar pela abstenção, mas hoje os deputados laranja vão votar ao lado do BE, PCP e CDS a favor de um relatório que concluiu que José Sócrates sabia que estava em curso a tentativa de compra da TVI pela PT, mas disse o contrário ao Parlamento, a 24 de Junho de 2004. Só não conclui taxativamente que mentiu. E esse é um facto importante para o PSD afastar a "obrigação" de apresentar uma moção de censura, prometida por Pedro Passos Coelho quando ainda era candidato à liderança. As conclusões "não são suficientemente categóricas que sustentem uma consequência institucional" como a censura ao Governo.

Pedro Duarte, coordenador do PSD na comissão de inquérito ao caso PT/TVI, foi o solitário porta-voz da decisão no Parlamento, após uma reunião, na sede do PSD, de Miguel Macedo, líder parlamentar, com Passos Coelho.

No final de uma semana de incertezas, o PSD chega à comissão para votar o relatório e no final haverá duas declarações de voto - uma, a de Pacheco Pereira, que leu as escutas do caso Face Oculta mas não as pode usar, e outra dos restantes deputados laranja na comissão, que, sabe o PÚBLICO, vão fazer duras críticas a Mota Amaral, presidente da comissão e que se opôs à utilização das escutas no relatório. A explicação dada por uma fonte do partido para a declaração de voto autónoma é que Pacheco tem uma "visão" diferente, por ter lido os resumos das escutas. Mas não se afasta da tese do partido de que as conclusões não permitem "tirar consequências".

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A verdade é que, sabe o PÚBLICO, alguns deputados do PSD não se reviram no projecto inicial de declaração de voto de Pacheco. De segunda-feira até ontem foram muitos os sinais de divisão entre o voto favorável e a abstenção, mas prevaleceu a tese do voto "sim" ao relatório. Evita-se, assim, uma abstenção que, na expressão de um deputado, seria "um voto de absolvição" de José Sócrates neste inquérito ao caso PT/TVI, que teve no Bloco de Esquerda e no PSD dois dos seus impulsionadores.

Do lado dos socialistas, sobraram as críticas a Pedro Passos Coelho por ter sido incapaz de "resistir aos impulsos mais extremistas" - numa clara alusão a Pacheco Pereira - e apoiar um relatório "iníquo e irresponsável" que não provou "a conspiração" nem a mentira do primeiro-ministro. "Quem acusa sem provar está a recorrer à calúnia e ao insulto", afirmou o líder parlamentar socialista, Francisco Assis.

Depois de dias de pressão, o líder parlamentar do Bloco, José Manuel Pureza, assinalou o "grande consenso" em torno do relatório do deputado bloquista João Semedo.

Os sociais-democratas acham que as conclusões da comissão de inquérito não são suficientemente categóricas para apresentar uma moção de censura

A semana começou com o PSD a puxar pela abstenção, mas hoje os deputados laranja vão votar ao lado do BE, PCP e CDS a favor de um relatório que concluiu que José Sócrates sabia que estava em curso a tentativa de compra da TVI pela PT, mas disse o contrário ao Parlamento, a 24 de Junho de 2004. Só não conclui taxativamente que mentiu. E esse é um facto importante para o PSD afastar a "obrigação" de apresentar uma moção de censura, prometida por Pedro Passos Coelho quando ainda era candidato à liderança. As conclusões "não são suficientemente categóricas que sustentem uma consequência institucional" como a censura ao Governo.

Pedro Duarte, coordenador do PSD na comissão de inquérito ao caso PT/TVI, foi o solitário porta-voz da decisão no Parlamento, após uma reunião, na sede do PSD, de Miguel Macedo, líder parlamentar, com Passos Coelho.

No final de uma semana de incertezas, o PSD chega à comissão para votar o relatório e no final haverá duas declarações de voto - uma, a de Pacheco Pereira, que leu as escutas do caso Face Oculta mas não as pode usar, e outra dos restantes deputados laranja na comissão, que, sabe o PÚBLICO, vão fazer duras críticas a Mota Amaral, presidente da comissão e que se opôs à utilização das escutas no relatório. A explicação dada por uma fonte do partido para a declaração de voto autónoma é que Pacheco tem uma "visão" diferente, por ter lido os resumos das escutas. Mas não se afasta da tese do partido de que as conclusões não permitem "tirar consequências".

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Do lado dos socialistas, sobraram as críticas a Pedro Passos Coelho por ter sido incapaz de "resistir aos impulsos mais extremistas" - numa clara alusão a Pacheco Pereira - e apoiar um relatório "iníquo e irresponsável" que não provou "a conspiração" nem a mentira do primeiro-ministro. "Quem acusa sem provar está a recorrer à calúnia e ao insulto", afirmou o líder parlamentar socialista, Francisco Assis.

Depois de dias de pressão, o líder parlamentar do Bloco, José Manuel Pureza, assinalou o "grande consenso" em torno do relatório do deputado bloquista João Semedo.

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