Esquerda questiona presença no Afeganistão e cimeira em Lisboa

10-08-2010
marcar artigo

A participação de Portugal em iniciativas da NATO volta hoje a estar na mira dos partidos da esquerda parlamentar, com o BE a divulgar uma interpelação ao ministro dos Negócios Estrangeiros sobre as consequências das revelações de "Wikileaks", e com o PCP a pôr em causa o significado da cimeira da NATO, prevista para Novembro em Lisboa.

BE não quer Portugal no Afeganistão ... A pergunta enviada ao chefe da diplomacia portuguesa data de 30 de Julho, mas surge hoje em destaque no site do BE. Nela, pede o líder parlamentar bloquista, José Manuel Pureza, esclarecimentos sobre o conhecimento ou não que teria o Governo português sobre a existência da Task Force 373, a unidade especial encarregada de capturar ou assassinar afegãos suspeitos de ligação aos taliban.

Pureza faz notar ao ministro que as informações divulgadas em Wikileaks "contrariam as informações oficiais acerca do conflito no Afeganistão" e considera que elas reforçam a ideia de "que esta guerra é cada vez mais injustificável do ponto de vista político".

Das revelações de Wikileaks, Pureza conclui também que "a actuação das tropas, à revelia das normas do direito internacional e violando os direitos humanos, tem posto em causa a natureza humanitária das missões". À justificação recorrente do Ministério sobre os compromissos assumidos pelo Estado português, Pureza opõe que "para além dos compromissos internacionais há outros critérios que devem ser tidos em conta, como o comportamento das forças no terreno e o cumprimento de regras básicas em qualquer conflito armado".

... e PCP não quer NATO em Lisboa

Saiba mais sobre: NATO Afeganistão cimeira BE PCP

O PCP, por sua vez, realizou uma conferência de imprensa por ocasião dos 65 anos da bomba atómica lançada sobre Hiroshima e aí pôs em causa o significado da cimeira que a NATO deverá realizar em Lisboa no próximo mês de Novembro. Ângelo Alves, da Comissão Política do PCP, lembrou que a cimeira nada tem de pacífico e que "a NATO confirma-se como a polícia de choque das principais potências capitalistas mundiais".Sobre este pano de fundo, considerou que a cimeira terá "três objetivos essenciais: amarrar os seus membros ao atoleiro militar em que se transformou a guerra do Afeganistão, aprovar um novo conceito estratégico abertamente agressivo, de intervenção global da NATO sob qualquer pretexto, sobrepondo-se à ONU e desenvolver o projeto de instalação de sistemas antimíssil na Europa".O dirigente comunista defendeu a realização de "um profundo debate sobre o que significa a NATO e sobre o seu novo conceito estratégico, que deverá ser aprovado na cimeira" e anunciou que o partido irá empenhar-se na convocação duma manifestação "em defesa da paz e contra o militarismo", organizada por mais de uma centena de entidades, em Lisboa, em 20 de Novembro.

A participação de Portugal em iniciativas da NATO volta hoje a estar na mira dos partidos da esquerda parlamentar, com o BE a divulgar uma interpelação ao ministro dos Negócios Estrangeiros sobre as consequências das revelações de "Wikileaks", e com o PCP a pôr em causa o significado da cimeira da NATO, prevista para Novembro em Lisboa.

BE não quer Portugal no Afeganistão ... A pergunta enviada ao chefe da diplomacia portuguesa data de 30 de Julho, mas surge hoje em destaque no site do BE. Nela, pede o líder parlamentar bloquista, José Manuel Pureza, esclarecimentos sobre o conhecimento ou não que teria o Governo português sobre a existência da Task Force 373, a unidade especial encarregada de capturar ou assassinar afegãos suspeitos de ligação aos taliban.

Pureza faz notar ao ministro que as informações divulgadas em Wikileaks "contrariam as informações oficiais acerca do conflito no Afeganistão" e considera que elas reforçam a ideia de "que esta guerra é cada vez mais injustificável do ponto de vista político".

Das revelações de Wikileaks, Pureza conclui também que "a actuação das tropas, à revelia das normas do direito internacional e violando os direitos humanos, tem posto em causa a natureza humanitária das missões". À justificação recorrente do Ministério sobre os compromissos assumidos pelo Estado português, Pureza opõe que "para além dos compromissos internacionais há outros critérios que devem ser tidos em conta, como o comportamento das forças no terreno e o cumprimento de regras básicas em qualquer conflito armado".

... e PCP não quer NATO em Lisboa

Saiba mais sobre: NATO Afeganistão cimeira BE PCP

O PCP, por sua vez, realizou uma conferência de imprensa por ocasião dos 65 anos da bomba atómica lançada sobre Hiroshima e aí pôs em causa o significado da cimeira que a NATO deverá realizar em Lisboa no próximo mês de Novembro. Ângelo Alves, da Comissão Política do PCP, lembrou que a cimeira nada tem de pacífico e que "a NATO confirma-se como a polícia de choque das principais potências capitalistas mundiais".Sobre este pano de fundo, considerou que a cimeira terá "três objetivos essenciais: amarrar os seus membros ao atoleiro militar em que se transformou a guerra do Afeganistão, aprovar um novo conceito estratégico abertamente agressivo, de intervenção global da NATO sob qualquer pretexto, sobrepondo-se à ONU e desenvolver o projeto de instalação de sistemas antimíssil na Europa".O dirigente comunista defendeu a realização de "um profundo debate sobre o que significa a NATO e sobre o seu novo conceito estratégico, que deverá ser aprovado na cimeira" e anunciou que o partido irá empenhar-se na convocação duma manifestação "em defesa da paz e contra o militarismo", organizada por mais de uma centena de entidades, em Lisboa, em 20 de Novembro.

marcar artigo