O candidato presidencial Manuel Alegre atribuiu este sábado ao presidente do PS, Almeida Santos, a principal responsabilidade pelo apoio que recebeu deste partido, mas advertiu que a direcção socialista sabe as incomodidades que lhes poderá causar.
No comício de Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente, Almeida Santos tinha feito o discurso que antecedeu o de Manuel Alegre, elogiando o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda.
Alegre agradeceu as palavras de Almeida Santos e referiu que, ao contrário da corrida presidencial de 2006, “desta vez” tem o apoio do PS.
“Mas eu não sou refém dos apoios que tenho, eu continuo a ser o mesmo, o mesmo homem livre, o mesmo homem independente, que pensa pela sua cabeça. Tenho a minha família política, sou fiel à minha família política, mas a minha família política sabe as incomodidades que posso causar, porque penso pela minha própria cabeça e não estou refém de ninguém”, acentuou.
Em contraponto, Manuel Alegre considerou que o seu principal adversário na corrida a Belém, “com as afirmações que tem feito ultimamente, está refém dos dois partidos que o apoiam [PSD e CDS], que estão com pressa de chegar ao poder empurrados por ele, encostados a ele”.
“Ele ameaçou provocar uma crise política, ou seja dissolver a Assembleia da República, para abrir as portas do poder aos dois partidos que o apoiam. Ele deixou de ser um garante de estabilidade e ele é neste momento um factor de instabilidade”, acrescentou.
Já Almeida Santos disse que Portugal precisa de um outro Presidente da República, que seja o “negativo” de Cavaco Silva em termos económicos e políticos, condenando o seu conservadorismo, neoliberalismo e silêncio.
No comício de Coimbra, num discurso em que se dirigiu ao candidato presidencial Manuel Alegre sempre tratando-o por tu, Almeida Santos apontou aquilo que para ele são os “dois ou três principais defeitos” de Cavaco Silva.
À cabeça evidenciou o conservadorismo do actual Presidente da República, defendendo que Portugal precisa de um presidente inovador – “em certo sentido até de um revolucionário” - já que os próximos cinco anos vão ser muito difíceis para o país.
Segundo o presidente do PS, Cavaco Silva não é o chefe de Estado para combater os problemas com que Portugal se enfrenta “porque ele está identificado com os autores desses mesmos erros: os economistas liberais”.
“Nós não precisamos de um presidente liberal. Precisamos de um presidente que identificasse os responsáveis por esta crise”, realçou.
Quem também falou no comício foi o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, que fez hoje uma série de ataques ao passado de Cavaco Silva, ligando-o directamente a Oliveira e Costa e Dias Loureiro e responsabilizando-o pelas cargas policiais contra estudantes ou operários vidreiros.
“Quem um dia se associou à nata da especulação à portuguesa, quem um dia se ligou a Oliveira e Costa e a Dias Loureiro não tem a mínima das autoridades, porque também não tem vontade para contrariar os especuladores que atentam contra a economia portuguesa”, considerou José Manuel Pureza.
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O candidato presidencial Manuel Alegre atribuiu este sábado ao presidente do PS, Almeida Santos, a principal responsabilidade pelo apoio que recebeu deste partido, mas advertiu que a direcção socialista sabe as incomodidades que lhes poderá causar.
No comício de Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente, Almeida Santos tinha feito o discurso que antecedeu o de Manuel Alegre, elogiando o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda.
Alegre agradeceu as palavras de Almeida Santos e referiu que, ao contrário da corrida presidencial de 2006, “desta vez” tem o apoio do PS.
“Mas eu não sou refém dos apoios que tenho, eu continuo a ser o mesmo, o mesmo homem livre, o mesmo homem independente, que pensa pela sua cabeça. Tenho a minha família política, sou fiel à minha família política, mas a minha família política sabe as incomodidades que posso causar, porque penso pela minha própria cabeça e não estou refém de ninguém”, acentuou.
Em contraponto, Manuel Alegre considerou que o seu principal adversário na corrida a Belém, “com as afirmações que tem feito ultimamente, está refém dos dois partidos que o apoiam [PSD e CDS], que estão com pressa de chegar ao poder empurrados por ele, encostados a ele”.
“Ele ameaçou provocar uma crise política, ou seja dissolver a Assembleia da República, para abrir as portas do poder aos dois partidos que o apoiam. Ele deixou de ser um garante de estabilidade e ele é neste momento um factor de instabilidade”, acrescentou.
Já Almeida Santos disse que Portugal precisa de um outro Presidente da República, que seja o “negativo” de Cavaco Silva em termos económicos e políticos, condenando o seu conservadorismo, neoliberalismo e silêncio.
No comício de Coimbra, num discurso em que se dirigiu ao candidato presidencial Manuel Alegre sempre tratando-o por tu, Almeida Santos apontou aquilo que para ele são os “dois ou três principais defeitos” de Cavaco Silva.
À cabeça evidenciou o conservadorismo do actual Presidente da República, defendendo que Portugal precisa de um presidente inovador – “em certo sentido até de um revolucionário” - já que os próximos cinco anos vão ser muito difíceis para o país.
Segundo o presidente do PS, Cavaco Silva não é o chefe de Estado para combater os problemas com que Portugal se enfrenta “porque ele está identificado com os autores desses mesmos erros: os economistas liberais”.
“Nós não precisamos de um presidente liberal. Precisamos de um presidente que identificasse os responsáveis por esta crise”, realçou.
Quem também falou no comício foi o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, que fez hoje uma série de ataques ao passado de Cavaco Silva, ligando-o directamente a Oliveira e Costa e Dias Loureiro e responsabilizando-o pelas cargas policiais contra estudantes ou operários vidreiros.
“Quem um dia se associou à nata da especulação à portuguesa, quem um dia se ligou a Oliveira e Costa e a Dias Loureiro não tem a mínima das autoridades, porque também não tem vontade para contrariar os especuladores que atentam contra a economia portuguesa”, considerou José Manuel Pureza.