Espectadores: José Manuel Pureza, o católico

03-08-2010
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Da entrevista publicada pelo Sol ao líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda:«É católico, vai à missa?Vou, claro.Estas questões, o aborto, como as resolve?Muito bem, não vejo nenhuma dificuldade. Sei que há diferenças entre o que penso e o que pensa essa outra gente que é católica, também sei que não estou isolado: viu-se o que aconteceu no referendo na IVG. Mas compreendo que estamos habituados a uma matriz ideológica de comportamento de católicos que é predominantemente conservadora.No aborto, há a questão quando é concebida a vida…Pois há. Mas baseio-me não num conhecimento do séc. XVI, mas num conhecimento do ponto de vista das ciências da vida do séc. XXI, que me mostra, tanto quanto me é possível mostrar, que o que alguns chamam vida absoluta desde o momento da concepção é muito discutível. Há pessoas que ainda acham que eliminar espermatozóides é um crime que lesa a vida. Essa coisa de pôr os católicos em matéria de bioética, no séc. XVI é o pior que se pode fazer para a Igreja Católica.»Pede-se aos nossos leitores católicos a amabilidade de localizarem alguém que conheça José Manuel Pureza e saiba a que missa ele vai. É imperativo abordar este nosso irmão católico à saída da missa e explicar-lhe o catecismo por gestos. A única explicação que se vislumbra para as posições exóticas deste nosso irmão só poderá ser a de ele sofrer de graves problemas de leitura e de audição, uma vez que nunca se deparou com uma só frase dos quilómetros existentes acerca da impossibilidade em se ser católico e defender o direito ao aborto.Por outro lado, só uma surdez intransponível pode explicar o facto aparentemente misterioso de ele nunca ter ouvido um só sacerdote ou leigo a explicar o porquê da dita incompatibilidade. Para além de tudo isto, é também notório o alheamento deste nosso irmão, uma vez que, em total contra-ciclo, no preciso momento histórico em que um grupo importante de anglicanos se junta à Igreja Católica precisamente para reagir à facção radical que quer casar e ordenar homossexuais, José Manuel Pureza está a defender essa ideia peregrina.Pureza está de tal forma baralhado, que foi logo escolher ser membro do Bloco de Esquerda, acabando em líder parlamentar! Pasme-se... É verdade que é preciso escavar para encontrar, na Assembleia da República, um partido católico (esse partido está enterrado: são os monges de São Bento que lá viveram há uns quantos séculos). Mas Pureza foi logo escolher um dos partidos cuja doutrina está mais em choque com o catolicismo.Alguém que acuda!PS: Quem estiver nos próximos tempos com José Manuel Pureza faça a amabilidade de lhe explicar que católico algum defendeu o direito à vida de um espermatozóide.PS2: De caminho, expliquem-lhe que os mecanismos complexos da fertilização foram descobertos no século XIX, aprofundados durante o século XX, e ainda em activo estudo no século XXI. Fenómenos importantes para a fertilização humana e para a marcação biológica do início da vida, como por exemplo o bloqueio rápido da polispermia, são descobertas recentes da ciência, e não datam do século XVI.


Da entrevista publicada pelo Sol ao líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda:«É católico, vai à missa?Vou, claro.Estas questões, o aborto, como as resolve?Muito bem, não vejo nenhuma dificuldade. Sei que há diferenças entre o que penso e o que pensa essa outra gente que é católica, também sei que não estou isolado: viu-se o que aconteceu no referendo na IVG. Mas compreendo que estamos habituados a uma matriz ideológica de comportamento de católicos que é predominantemente conservadora.No aborto, há a questão quando é concebida a vida…Pois há. Mas baseio-me não num conhecimento do séc. XVI, mas num conhecimento do ponto de vista das ciências da vida do séc. XXI, que me mostra, tanto quanto me é possível mostrar, que o que alguns chamam vida absoluta desde o momento da concepção é muito discutível. Há pessoas que ainda acham que eliminar espermatozóides é um crime que lesa a vida. Essa coisa de pôr os católicos em matéria de bioética, no séc. XVI é o pior que se pode fazer para a Igreja Católica.»Pede-se aos nossos leitores católicos a amabilidade de localizarem alguém que conheça José Manuel Pureza e saiba a que missa ele vai. É imperativo abordar este nosso irmão católico à saída da missa e explicar-lhe o catecismo por gestos. A única explicação que se vislumbra para as posições exóticas deste nosso irmão só poderá ser a de ele sofrer de graves problemas de leitura e de audição, uma vez que nunca se deparou com uma só frase dos quilómetros existentes acerca da impossibilidade em se ser católico e defender o direito ao aborto.Por outro lado, só uma surdez intransponível pode explicar o facto aparentemente misterioso de ele nunca ter ouvido um só sacerdote ou leigo a explicar o porquê da dita incompatibilidade. Para além de tudo isto, é também notório o alheamento deste nosso irmão, uma vez que, em total contra-ciclo, no preciso momento histórico em que um grupo importante de anglicanos se junta à Igreja Católica precisamente para reagir à facção radical que quer casar e ordenar homossexuais, José Manuel Pureza está a defender essa ideia peregrina.Pureza está de tal forma baralhado, que foi logo escolher ser membro do Bloco de Esquerda, acabando em líder parlamentar! Pasme-se... É verdade que é preciso escavar para encontrar, na Assembleia da República, um partido católico (esse partido está enterrado: são os monges de São Bento que lá viveram há uns quantos séculos). Mas Pureza foi logo escolher um dos partidos cuja doutrina está mais em choque com o catolicismo.Alguém que acuda!PS: Quem estiver nos próximos tempos com José Manuel Pureza faça a amabilidade de lhe explicar que católico algum defendeu o direito à vida de um espermatozóide.PS2: De caminho, expliquem-lhe que os mecanismos complexos da fertilização foram descobertos no século XIX, aprofundados durante o século XX, e ainda em activo estudo no século XXI. Fenómenos importantes para a fertilização humana e para a marcação biológica do início da vida, como por exemplo o bloqueio rápido da polispermia, são descobertas recentes da ciência, e não datam do século XVI.

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