A Câmara Municipal de Lisboa destruiu o Saldanha

25-05-2011
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O edifício da primeira imagem, foi sede de campanha de Soares em 86 (primeira e derradeira vez que votei em alguém para esse encargo). A porta principal já foi emparedada e se o casarão – miniatura do Palácio Foz – ainda não foi destruído, isso deve-se, creio eu, ao facto de o Instituto Rubinstein estar em funcionamento. Este palacete deve ser preservado e aqui apelo aos drs. Mário e João Soares, no sentido de procurarem evitar o desaparecimento desta casa que um dia, fez parte da sua história.

O exemplar fim de século XIX que surge logo abaixo, consiste noutra incógnita. Como podemos ver no cartaz que foi colocado na fachada, tem servido para anunciar a construção de um empreendimento de luxo noutro local, preservando-se a fachada. . No entanto, o que irão fazer com o prédio que o ostenta e com o outro contíguo que surge à esquerda da imagem?

O Saldanha, tal como a Avenida que nele nasce e termina em Entre Campos, é uma das zonas mais devastadas de Lisboa. Destruíram o Monumental, cuja arquitectura era muito própria da sua época. Em seu lugar, ergueu-se um miserável sucedâneo, cheio de lataria, vidros de casa de banho de auto-estrada e sem qualquer interesse e onde o abre-loja-fecha-loja é constante. Diante desse mastronço, o grandioso sr. Bofil concebeu outra imundície, com uma volumetria disparatada e onde a gestão interna do espaço é anedótica. Raramente é possível deparar com desperdício tamanho e se retirarmos os comes e bebes e o concerto de piano à tarde, a coisa é perfeitamente dispensável. Assim, onde hoje existe o pretensioso Atrium (!) Saldanha, ergueu-se outrora, aquele que foi conhecido como “prédio do anjo”. Nas fotografias do início do s. XX, alusivas à colocação da primeira pedra e à inauguração do monumento do marechal, são bem visíveis alguns prédios infelizmente desaparecidos, entre os quais, o do anjo.

O Saldanha está praticamente arrasado, com a estátua do marechal-duque numa clara desproporção no que se refere ao entorno, dada as catastróficas alterações ocorridas nos últimos vinte anos. A mais recente depredação, consistiu na construção do pavoroso “edifício de habitação”, da autoria de Taveira. Inaugurado há quase dois anos, encontra-se completamente vazio. Bem podiam demoli-lo.

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O edifício da primeira imagem, foi sede de campanha de Soares em 86 (primeira e derradeira vez que votei em alguém para esse encargo). A porta principal já foi emparedada e se o casarão – miniatura do Palácio Foz – ainda não foi destruído, isso deve-se, creio eu, ao facto de o Instituto Rubinstein estar em funcionamento. Este palacete deve ser preservado e aqui apelo aos drs. Mário e João Soares, no sentido de procurarem evitar o desaparecimento desta casa que um dia, fez parte da sua história.

O exemplar fim de século XIX que surge logo abaixo, consiste noutra incógnita. Como podemos ver no cartaz que foi colocado na fachada, tem servido para anunciar a construção de um empreendimento de luxo noutro local, preservando-se a fachada. . No entanto, o que irão fazer com o prédio que o ostenta e com o outro contíguo que surge à esquerda da imagem?

O Saldanha, tal como a Avenida que nele nasce e termina em Entre Campos, é uma das zonas mais devastadas de Lisboa. Destruíram o Monumental, cuja arquitectura era muito própria da sua época. Em seu lugar, ergueu-se um miserável sucedâneo, cheio de lataria, vidros de casa de banho de auto-estrada e sem qualquer interesse e onde o abre-loja-fecha-loja é constante. Diante desse mastronço, o grandioso sr. Bofil concebeu outra imundície, com uma volumetria disparatada e onde a gestão interna do espaço é anedótica. Raramente é possível deparar com desperdício tamanho e se retirarmos os comes e bebes e o concerto de piano à tarde, a coisa é perfeitamente dispensável. Assim, onde hoje existe o pretensioso Atrium (!) Saldanha, ergueu-se outrora, aquele que foi conhecido como “prédio do anjo”. Nas fotografias do início do s. XX, alusivas à colocação da primeira pedra e à inauguração do monumento do marechal, são bem visíveis alguns prédios infelizmente desaparecidos, entre os quais, o do anjo.

O Saldanha está praticamente arrasado, com a estátua do marechal-duque numa clara desproporção no que se refere ao entorno, dada as catastróficas alterações ocorridas nos últimos vinte anos. A mais recente depredação, consistiu na construção do pavoroso “edifício de habitação”, da autoria de Taveira. Inaugurado há quase dois anos, encontra-se completamente vazio. Bem podiam demoli-lo.

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