NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI: OS SALDOS DA COMÉDIA TRÁGICA

21-01-2011
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Foto retirada do blogue Nova ÁguiaDançamos uma dança mendiga para satisfazer aquilo que é um recalcamento de sonhos primordiais de conquistas, sedentos de Amor, no conforto trágico da comédia.Queremos preencher-nos sem o trabalho de procurar o umbigo, usando e abusando da estratégica ilusão da inteligência instantânea, controlo remoto, cabeça monitor.O século XXI, empenhou-se na aparente corrida ao prolongamento de uma qualquer apoteose, a vida por um euro em saldos perenes, escrita a batôn vermelho em slogans contagiantes de vida vida vida inebriantemente incontinente, inconsciente de se dispor pendurada nas raízes de uma qualquer árvore antiga, a secar com os olhos cegos de terra.Por analogia à Persistência da Memória de Dalí, nos bastidores da mente, há o medo de cair para debaixo do Inferno, do castigo de escutar o sussurro das folhas de Outono lá de cima, da língua traiçoeira do gelo lá de cima, do fogo que coze a carne, num desequilíbrio que se tornou comum à alma que não se observa sentada no coração; o mesmo arrepio com que tenta desesperadamente evadir-se do silêncio absoluto e finalmente esquecer o sabor agridoce de crepúsculos estelares esbatidos ainda e sempre nas telas, corpos dos malditos.


Foto retirada do blogue Nova ÁguiaDançamos uma dança mendiga para satisfazer aquilo que é um recalcamento de sonhos primordiais de conquistas, sedentos de Amor, no conforto trágico da comédia.Queremos preencher-nos sem o trabalho de procurar o umbigo, usando e abusando da estratégica ilusão da inteligência instantânea, controlo remoto, cabeça monitor.O século XXI, empenhou-se na aparente corrida ao prolongamento de uma qualquer apoteose, a vida por um euro em saldos perenes, escrita a batôn vermelho em slogans contagiantes de vida vida vida inebriantemente incontinente, inconsciente de se dispor pendurada nas raízes de uma qualquer árvore antiga, a secar com os olhos cegos de terra.Por analogia à Persistência da Memória de Dalí, nos bastidores da mente, há o medo de cair para debaixo do Inferno, do castigo de escutar o sussurro das folhas de Outono lá de cima, da língua traiçoeira do gelo lá de cima, do fogo que coze a carne, num desequilíbrio que se tornou comum à alma que não se observa sentada no coração; o mesmo arrepio com que tenta desesperadamente evadir-se do silêncio absoluto e finalmente esquecer o sabor agridoce de crepúsculos estelares esbatidos ainda e sempre nas telas, corpos dos malditos.

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