JORGE NUNO PINTO DA COSTA: Acotovelar penáltis com corrupção

05-08-2010
marcar artigo

As notícias caem diariamente, sem pré-aviso e sem qualquer contextualização, porque na Imprensa não há tempo para pensar e enquadrar as informações nem pela factualidade quotidiana, que é o que faz uma boa informação, esclarecida (por quem sabe) e esclarecedora para satisfação do público, o cidadão a quem é destinada.Não sei se repararam, que há muita gente distraída, numa notícia que é uma bomba mas que terá passado despercebida. É preciso medir-lhe o teor, o significado e até o alcance, mas requer sempre inseri-la num contexto actual ou não, para se perceber a dimensão da tragédia que, quotidianamente, se abate sobre Portugal e nos arrasta para o fundo da miserável existência humana em que nos querem confinar.Eu resumo o que conta hoje o JN, por Nuno Miguel Maia, cujo artigo completo, para vossa compreensão, está inserido na totalidade. Mas é sintomático da degradação social e do proteccionismo político, mais uma vez, das altas figuras do Estado. Como o Estado deveríamos ser todos nós, só correndo com “este” estado de coisas algo mudará. Isto se, entretanto, a costura fronteiriça com Espanha que nos prende como por um fio nas costas de Zamora a Ayamonte, não se romper para nos atirar, País, Estado, Cidadãos, ao mar. Já faltou menos, muito menos para os espanhóis nos invadirem de novo e agora creio que poucos mexeriam os braços para contrariá-los. Então, a procurador-geral adjunta Maria José Morgado manda arquivar, sem ouvir os arguidos, um caso “paralelo” tirado das escutas do Apito Dourado, com José Sousa Cintra a pedir intercedência de Valentim Loureiro para desbloquear uma situação de ordenamento urbanístico na Costa Vicentina algarvia e, inclusive, o recurso a financiamento bancário?Pois o prestimoso major chateou ministros do Governo PSD não só para contrariar regras urbanísticas naquela zona protegida, mas até para que o banco cem por cento propriedade do Estado, a Caixa Geral de Depósitos, concedesse o empréstimo que o “cervejeiro” Cintra necessitava, para fins particulares, mas de monta.Tráfico de influèncias arquivado com major e CintraLeiam a notícia, agora, do JN:Maria José Morgado tomou a primeira decisão de arquivamento nas certidões do processo Apito Dourado. A equipa da magistrada considerou que o caso que envolvia suspeitas de tráfico de influências envolvendo o ex-presidente do Sporting, José Sousa Cintra, e Valentim Loureiro não deve ir a julgamento. Este inquérito envolvia altos quadros do Governo PSD e centrava-se numa alegada troca de favores quanto à legalização da construção ilícita de uma moradia de Sousa Cintra em Vila do Bispo, Algarve, e patrocínios para a Liga de futebol.O caso foi detectado através de escutas ao telemóvel de Valentim. De acordo com a investigação, Sousa Cintra, empresário do sector cervejeiro, pediu ao major que intercedesse junto de governantes no sentido de fazer com que fosse levantado um embargo da construção da sua casa em Vila do Bispo, numa zona de reserva da Costa Vicentina.Sobre este caso, o ex-presidente da Liga de Clubes telefonou a governantes como Jorge Costa, secretário de Estado das Obras Públicas, Miguel Relvas, secretário de Estado da Administração Local, Taveira de Sousa, secretário de Estado do Ordenamento do Território, e ainda o ministro do Ambiente, Amílcar Theias.Além disso, Valentim Loureiro falou também com José Luís Arnaut, na altura ministro adjunto, no sentido de ser aprovado um empréstimo para o empresário na Caixa Geral de Depósitos.Em contrapartida, considerou a investigação, Cintra iria ceder um patrocínio de 250 mil euros à Liga de futebol. "Metade em cerveja e metade em dinheiro", chegou a propor o autarca de Gondomar.Por influência de Valentim, Sousa Cintra chegou a ser recebido por alguns dos governantes que, contudo, acabaram por não lhe resolver o problema do embargo imposto pela Câmara Municipal de Vila do Bispo. Isso mesmo foi comprovado pelos ministros e secretários de Estado inquiridos pelas autoridades, sublinhando que o ex-líder do Sporting não tinha razão e, além disso, não interpôs recurso hierárquico das decisões desfavoráveis.A certa altura das diligências de intercedência junto de responsáveis do Governo, Valentim ter-se-á mostrado, em conversa com o chefe de gabinete de Taveira de Sousa, impaciente com a insistência do empresário. "Vocês não conseguem resolver essa coisa, pá? O meu amigo Cintra não me larga, pá! Ele julga que eu é que despacho, mas eu não despacho nada. Eu só posso pedir a quem despacha!", disse o major, numa escuta gravada no início de Abril de 2004, pouco antes das detenções no processo Apito Dourado.Por estes factos, Valentim e Sousa Cintra chegaram a ser indiciados por crimes de tráfico de influências, na forma passiva e activa. O processo transitou do Ministério Público de Lagos para as mãos de Maria José Morgado, que considerou não haver indícios suficientes para acusar.Cai a máscara da zorro Já falta pouco para o Carnaval, mas a máscara (maquilhagem) que faz parecer Maria José Morgado o célebre Zorro – mais do que a capacidade justiceira que, oh hossanas!, lhe atribuem desde a colocação na pista persecutória no âmbito do Apito Dourado – já caiu. Se o que está acima descrito não é CORRUPÇÃO, o que será CORRUPÇÃO?Intercede-se junto de vários organismos e seus dirigentes políticos, chega-se ao próprio ministro-adjunto Arnaut, quer-se patrocínio para a Liga como contrapartidas – e NADA, não há corrupção quando está patente o TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS!Já viram: mete ministros, altas figuras do Governo de então, o banco do Estado. Arquive-se. Sem mais. Para quem, como Morgado e qual Zorro ou Joana d’Arc, corporiza o paladino contra a corrupção; para quem chefiou uma brigada especial, e central, do combate à criminalidade e corrupção económica; para quem publicou livros a associar a corrupção a políticos, autarcas, empreiteiros e homens do futebol – saiu “ISTO”.Deco a seguir – bota fora Na semana em que se acotovelaram agressões com penáltis, faltava o remate do que não se faz à corrupção. Procura-se o tal nexo de causalidade entre falcatrua e favor como contrapartida. Metralha-se o tráfico de influências que terá havido. Envolvem-se pessoas e clubes numa teia monstruosa e o primeiro despacho decisivo sobre um processo de corrupção é este.Lembre-se, já, que a expulsão de Deco no Bessa, com uma bota a atingir Paraty (2003-2004), é alvo de processo. Pinto da Costa terá pedido a Valentim Loureiro para interceder com Gomes da Silva que ao tempo presidia à CD da Liga para amenizar o castigo. Como, noutras circunstâncias, o presidente pacense Hernâni Silva pediu algo do género para o seu clube.Como José Veiga queria poupar o seu (momentâneo) Estoril a uma deslocação ao Marco e convinha uma interdição do estádio local para o jogo se realizar, como foi, no Bessa.Num caso terá valido a Valentim um relógio de 150 euros, ofertado por Pinto da Costa. A Veiga ficou a promessa de… “UMA BEIJOCA”. Esperemos para ver que tráfico de influências houve para salvaguardar Deco. É que Deco foi mesmo suspenso e só no recurso para o CJ da FPF a pena foi diminuída num ou dois jogos de castigo.Tomando o exemplo do caso Valentim-Cintra, Deco está arquivado à partida. A tomar pelo exemplo da Morgado de trazer por casa, não se verificou ilicitude no contacto de Pinto da Costa, a pedir senão clemência pelo menos razoabilidade no castigo a Deco. Nem se registou influência, porque o jogador não foi ilibado.E andamos nós a discutir cotoveladas e penáltis.Podia dar-nos para pior…Mas já nem a tempo iria de inseri-la entre os 10 MAIORES PORTUGUESES onde não consta qualquer mulher.Portistas de Bancada01 Fevereiro 2007

As notícias caem diariamente, sem pré-aviso e sem qualquer contextualização, porque na Imprensa não há tempo para pensar e enquadrar as informações nem pela factualidade quotidiana, que é o que faz uma boa informação, esclarecida (por quem sabe) e esclarecedora para satisfação do público, o cidadão a quem é destinada.Não sei se repararam, que há muita gente distraída, numa notícia que é uma bomba mas que terá passado despercebida. É preciso medir-lhe o teor, o significado e até o alcance, mas requer sempre inseri-la num contexto actual ou não, para se perceber a dimensão da tragédia que, quotidianamente, se abate sobre Portugal e nos arrasta para o fundo da miserável existência humana em que nos querem confinar.Eu resumo o que conta hoje o JN, por Nuno Miguel Maia, cujo artigo completo, para vossa compreensão, está inserido na totalidade. Mas é sintomático da degradação social e do proteccionismo político, mais uma vez, das altas figuras do Estado. Como o Estado deveríamos ser todos nós, só correndo com “este” estado de coisas algo mudará. Isto se, entretanto, a costura fronteiriça com Espanha que nos prende como por um fio nas costas de Zamora a Ayamonte, não se romper para nos atirar, País, Estado, Cidadãos, ao mar. Já faltou menos, muito menos para os espanhóis nos invadirem de novo e agora creio que poucos mexeriam os braços para contrariá-los. Então, a procurador-geral adjunta Maria José Morgado manda arquivar, sem ouvir os arguidos, um caso “paralelo” tirado das escutas do Apito Dourado, com José Sousa Cintra a pedir intercedência de Valentim Loureiro para desbloquear uma situação de ordenamento urbanístico na Costa Vicentina algarvia e, inclusive, o recurso a financiamento bancário?Pois o prestimoso major chateou ministros do Governo PSD não só para contrariar regras urbanísticas naquela zona protegida, mas até para que o banco cem por cento propriedade do Estado, a Caixa Geral de Depósitos, concedesse o empréstimo que o “cervejeiro” Cintra necessitava, para fins particulares, mas de monta.Tráfico de influèncias arquivado com major e CintraLeiam a notícia, agora, do JN:Maria José Morgado tomou a primeira decisão de arquivamento nas certidões do processo Apito Dourado. A equipa da magistrada considerou que o caso que envolvia suspeitas de tráfico de influências envolvendo o ex-presidente do Sporting, José Sousa Cintra, e Valentim Loureiro não deve ir a julgamento. Este inquérito envolvia altos quadros do Governo PSD e centrava-se numa alegada troca de favores quanto à legalização da construção ilícita de uma moradia de Sousa Cintra em Vila do Bispo, Algarve, e patrocínios para a Liga de futebol.O caso foi detectado através de escutas ao telemóvel de Valentim. De acordo com a investigação, Sousa Cintra, empresário do sector cervejeiro, pediu ao major que intercedesse junto de governantes no sentido de fazer com que fosse levantado um embargo da construção da sua casa em Vila do Bispo, numa zona de reserva da Costa Vicentina.Sobre este caso, o ex-presidente da Liga de Clubes telefonou a governantes como Jorge Costa, secretário de Estado das Obras Públicas, Miguel Relvas, secretário de Estado da Administração Local, Taveira de Sousa, secretário de Estado do Ordenamento do Território, e ainda o ministro do Ambiente, Amílcar Theias.Além disso, Valentim Loureiro falou também com José Luís Arnaut, na altura ministro adjunto, no sentido de ser aprovado um empréstimo para o empresário na Caixa Geral de Depósitos.Em contrapartida, considerou a investigação, Cintra iria ceder um patrocínio de 250 mil euros à Liga de futebol. "Metade em cerveja e metade em dinheiro", chegou a propor o autarca de Gondomar.Por influência de Valentim, Sousa Cintra chegou a ser recebido por alguns dos governantes que, contudo, acabaram por não lhe resolver o problema do embargo imposto pela Câmara Municipal de Vila do Bispo. Isso mesmo foi comprovado pelos ministros e secretários de Estado inquiridos pelas autoridades, sublinhando que o ex-líder do Sporting não tinha razão e, além disso, não interpôs recurso hierárquico das decisões desfavoráveis.A certa altura das diligências de intercedência junto de responsáveis do Governo, Valentim ter-se-á mostrado, em conversa com o chefe de gabinete de Taveira de Sousa, impaciente com a insistência do empresário. "Vocês não conseguem resolver essa coisa, pá? O meu amigo Cintra não me larga, pá! Ele julga que eu é que despacho, mas eu não despacho nada. Eu só posso pedir a quem despacha!", disse o major, numa escuta gravada no início de Abril de 2004, pouco antes das detenções no processo Apito Dourado.Por estes factos, Valentim e Sousa Cintra chegaram a ser indiciados por crimes de tráfico de influências, na forma passiva e activa. O processo transitou do Ministério Público de Lagos para as mãos de Maria José Morgado, que considerou não haver indícios suficientes para acusar.Cai a máscara da zorro Já falta pouco para o Carnaval, mas a máscara (maquilhagem) que faz parecer Maria José Morgado o célebre Zorro – mais do que a capacidade justiceira que, oh hossanas!, lhe atribuem desde a colocação na pista persecutória no âmbito do Apito Dourado – já caiu. Se o que está acima descrito não é CORRUPÇÃO, o que será CORRUPÇÃO?Intercede-se junto de vários organismos e seus dirigentes políticos, chega-se ao próprio ministro-adjunto Arnaut, quer-se patrocínio para a Liga como contrapartidas – e NADA, não há corrupção quando está patente o TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS!Já viram: mete ministros, altas figuras do Governo de então, o banco do Estado. Arquive-se. Sem mais. Para quem, como Morgado e qual Zorro ou Joana d’Arc, corporiza o paladino contra a corrupção; para quem chefiou uma brigada especial, e central, do combate à criminalidade e corrupção económica; para quem publicou livros a associar a corrupção a políticos, autarcas, empreiteiros e homens do futebol – saiu “ISTO”.Deco a seguir – bota fora Na semana em que se acotovelaram agressões com penáltis, faltava o remate do que não se faz à corrupção. Procura-se o tal nexo de causalidade entre falcatrua e favor como contrapartida. Metralha-se o tráfico de influências que terá havido. Envolvem-se pessoas e clubes numa teia monstruosa e o primeiro despacho decisivo sobre um processo de corrupção é este.Lembre-se, já, que a expulsão de Deco no Bessa, com uma bota a atingir Paraty (2003-2004), é alvo de processo. Pinto da Costa terá pedido a Valentim Loureiro para interceder com Gomes da Silva que ao tempo presidia à CD da Liga para amenizar o castigo. Como, noutras circunstâncias, o presidente pacense Hernâni Silva pediu algo do género para o seu clube.Como José Veiga queria poupar o seu (momentâneo) Estoril a uma deslocação ao Marco e convinha uma interdição do estádio local para o jogo se realizar, como foi, no Bessa.Num caso terá valido a Valentim um relógio de 150 euros, ofertado por Pinto da Costa. A Veiga ficou a promessa de… “UMA BEIJOCA”. Esperemos para ver que tráfico de influências houve para salvaguardar Deco. É que Deco foi mesmo suspenso e só no recurso para o CJ da FPF a pena foi diminuída num ou dois jogos de castigo.Tomando o exemplo do caso Valentim-Cintra, Deco está arquivado à partida. A tomar pelo exemplo da Morgado de trazer por casa, não se verificou ilicitude no contacto de Pinto da Costa, a pedir senão clemência pelo menos razoabilidade no castigo a Deco. Nem se registou influência, porque o jogador não foi ilibado.E andamos nós a discutir cotoveladas e penáltis.Podia dar-nos para pior…Mas já nem a tempo iria de inseri-la entre os 10 MAIORES PORTUGUESES onde não consta qualquer mulher.Portistas de Bancada01 Fevereiro 2007

marcar artigo