O país do Burro: Financiamentos Irregulares

24-12-2009
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Foi a segunda vez que o Tribunal Constitucional (TC) multou políticos por "participação pessoal" em irregularidades nas contas dos partidos. Já o tinha feito quanto às contas de 2001 do PS e do PSD. Na altura, os visados foram os social-democratas José Luís Arnaut e Vieira de Castro e cinco membros da Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira do PS. A coima foi de 2339,40 euros. Ontem voltou a fazê-lo, multando em 2500 euros os ex-responsáveis financeiros de PS, PSD e CDS por "participação pessoal" em irregularidades das contas dos partidos de 2003.Regular ou irregular, qualquer financiamento tem sempre associada uma contrapartida. O financiamento de alguns partidos continua envolto em denso nevoeiro. Seria importante para a nossa democracia dissipá-lo e proceder a uma averiguação exaustiva das contrapartidas deste tipo de financiamentos opacos. E não será um acaso que a multa não despolete a investigação criminal correspondente. Em causa estão os financiamentos dos três partidos que há 35 anos têm dividido o poder. Para eles, tudo continuará bem se se mantiver como está. Meia dúzia de multas simbólicas e, até à próxima, não se fala mais no assunto. Venham daí mais financiamentos manhosos, mais favores políticos, mais carreiras construídas nesta atmosfera e mais fortunas crescidas na sombra. Eles têm o poder de fazer as leis à sua medida. São o poder.


Foi a segunda vez que o Tribunal Constitucional (TC) multou políticos por "participação pessoal" em irregularidades nas contas dos partidos. Já o tinha feito quanto às contas de 2001 do PS e do PSD. Na altura, os visados foram os social-democratas José Luís Arnaut e Vieira de Castro e cinco membros da Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira do PS. A coima foi de 2339,40 euros. Ontem voltou a fazê-lo, multando em 2500 euros os ex-responsáveis financeiros de PS, PSD e CDS por "participação pessoal" em irregularidades das contas dos partidos de 2003.Regular ou irregular, qualquer financiamento tem sempre associada uma contrapartida. O financiamento de alguns partidos continua envolto em denso nevoeiro. Seria importante para a nossa democracia dissipá-lo e proceder a uma averiguação exaustiva das contrapartidas deste tipo de financiamentos opacos. E não será um acaso que a multa não despolete a investigação criminal correspondente. Em causa estão os financiamentos dos três partidos que há 35 anos têm dividido o poder. Para eles, tudo continuará bem se se mantiver como está. Meia dúzia de multas simbólicas e, até à próxima, não se fala mais no assunto. Venham daí mais financiamentos manhosos, mais favores políticos, mais carreiras construídas nesta atmosfera e mais fortunas crescidas na sombra. Eles têm o poder de fazer as leis à sua medida. São o poder.

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