AVULSAS
1. O Estado deve prestações do Rendimento Social de Inserção (RSI) a cerca de dez mil famílias. Recordemos que os beneficiários do RSI são pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, e que aquela prestação periódica é a única fonte de rendimento de muitas famílias. Não há palavras que permitam exprimir a minha revolta pela desumanidade e pela estupidez criminosa de quem é responsável por este atraso.
2. O Ministro José Luís Arnaut foi à televisão falar da greve do Metro de Lisboa convocada para ontem. Se eu fosse um extraterrestre acabado de aterrar no planeta Terra, e acreditasse que os terráqueos chegam ao poder pelo mérito ou pela inteligência, teria ficado a pensar que os grevistas são uns energúmenos que querem sabotar um imperativo nacional; que, além de energúmenos, são uns vendidos a interesses obscuros que conjuram na escuridão para destruir Portugal. Se criaturas como Arnaut pudessem, proibiriam as greves. E os trabalhadores seriam todos remunerados pelo salário mínimo nacional, não teriam férias, pagariam 50% de impostos e não teriam direito a sindicalizarem-se. E seriam obrigados a contribuir com mais 25% do salário para um fundo de pensões gerido pelo grupo Millenium BCP. O que ainda lhes deixaria €91,40 para que pudessem comprar bilhetes para uns joguitos de futebol, para se entreterem...
3. Já que falei no BCP: algumas prestações da segurança social são pagas através de cheque (barrado) do Millenium BCP. É o caso, nomeadamente, dos subsídios por doença. Quem não tiver conta noutro banco, ou precisar de ter disponibilidade imediata do dinheiro recebido – como sucederá com a maioria dos beneficiários dessas prestações –, terá forçosamente de abrir conta numa filial do Millenium BCP. Que grandes negócios anda o BCP a fazer graças ao Estado: além deste, há ainda o caso Bragaparques e os recrutamentos de quadros da administração pública no seio daquele grupo. É suspeito... ou sou eu que estou a tornar-me num psicótico?
4. O nacionalismo repentino dos portugueses tem vindo a redundar num verdadeiro ultraje aos símbolos nacionais. Bandeiras com pagodes no lugar de castelos, bandeiras afixadas de pernas para o ar ou hasteadas com a parte vermelha à esquerda, a adulteração do hino (aquela do «...entre as brunas da memória...» é quase irreal!)... e que dizer da ignorância dos portugueses em relação à simbologia da bandeira e à lírica do hino? Afinal o que é que se estuda hoje em dia no primeiro ciclo? Apesar de a bandeira e o hino me evocarem um passado bafiento, com o hino cantado de pé no início das aulas da primária e a associação instantânea destes símbolos ao salazarismo, acho que os nossos jovens deviam, mesmo assim, aprender o que significam os símbolos da Nação. Claro que isto não serve os interesses da globalização, nem serve nenhum desígnio economicista em particular – mas todos precisamos de sentir que somos parte de algo. De um país, por exemplo. E sabermos qual o significado dos símbolos da Nação não é pedir demais. Ou é?
5. Durão Barroso presidente da Comissão Europeia? Santana Lopes Primeiro-ministro? É uma piada, não é? A Comissão mudou o dia das mentiras para 25 de Junho, não foi? Aparentemente, não. Amanhã falo acerca disto – agora tenho de recompor-me do choque...
Categorias
Entidades
AVULSAS
1. O Estado deve prestações do Rendimento Social de Inserção (RSI) a cerca de dez mil famílias. Recordemos que os beneficiários do RSI são pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, e que aquela prestação periódica é a única fonte de rendimento de muitas famílias. Não há palavras que permitam exprimir a minha revolta pela desumanidade e pela estupidez criminosa de quem é responsável por este atraso.
2. O Ministro José Luís Arnaut foi à televisão falar da greve do Metro de Lisboa convocada para ontem. Se eu fosse um extraterrestre acabado de aterrar no planeta Terra, e acreditasse que os terráqueos chegam ao poder pelo mérito ou pela inteligência, teria ficado a pensar que os grevistas são uns energúmenos que querem sabotar um imperativo nacional; que, além de energúmenos, são uns vendidos a interesses obscuros que conjuram na escuridão para destruir Portugal. Se criaturas como Arnaut pudessem, proibiriam as greves. E os trabalhadores seriam todos remunerados pelo salário mínimo nacional, não teriam férias, pagariam 50% de impostos e não teriam direito a sindicalizarem-se. E seriam obrigados a contribuir com mais 25% do salário para um fundo de pensões gerido pelo grupo Millenium BCP. O que ainda lhes deixaria €91,40 para que pudessem comprar bilhetes para uns joguitos de futebol, para se entreterem...
3. Já que falei no BCP: algumas prestações da segurança social são pagas através de cheque (barrado) do Millenium BCP. É o caso, nomeadamente, dos subsídios por doença. Quem não tiver conta noutro banco, ou precisar de ter disponibilidade imediata do dinheiro recebido – como sucederá com a maioria dos beneficiários dessas prestações –, terá forçosamente de abrir conta numa filial do Millenium BCP. Que grandes negócios anda o BCP a fazer graças ao Estado: além deste, há ainda o caso Bragaparques e os recrutamentos de quadros da administração pública no seio daquele grupo. É suspeito... ou sou eu que estou a tornar-me num psicótico?
4. O nacionalismo repentino dos portugueses tem vindo a redundar num verdadeiro ultraje aos símbolos nacionais. Bandeiras com pagodes no lugar de castelos, bandeiras afixadas de pernas para o ar ou hasteadas com a parte vermelha à esquerda, a adulteração do hino (aquela do «...entre as brunas da memória...» é quase irreal!)... e que dizer da ignorância dos portugueses em relação à simbologia da bandeira e à lírica do hino? Afinal o que é que se estuda hoje em dia no primeiro ciclo? Apesar de a bandeira e o hino me evocarem um passado bafiento, com o hino cantado de pé no início das aulas da primária e a associação instantânea destes símbolos ao salazarismo, acho que os nossos jovens deviam, mesmo assim, aprender o que significam os símbolos da Nação. Claro que isto não serve os interesses da globalização, nem serve nenhum desígnio economicista em particular – mas todos precisamos de sentir que somos parte de algo. De um país, por exemplo. E sabermos qual o significado dos símbolos da Nação não é pedir demais. Ou é?
5. Durão Barroso presidente da Comissão Europeia? Santana Lopes Primeiro-ministro? É uma piada, não é? A Comissão mudou o dia das mentiras para 25 de Junho, não foi? Aparentemente, não. Amanhã falo acerca disto – agora tenho de recompor-me do choque...