A Ágora

21-05-2011
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O massacre de Bombaim e o síndrome "Luisinha Carneiro"Não sei o que hei de pensar: se na violência que grassa desde ontem em Bombaim (que é a palavra portuguesa, e não Mumbai) bem à vista dos olhos, se na indiferença da nossa blogoesfera. Ataques a hospitais, bombas, tiroteios, incêndios em hotéis, dezenas de mortos, centenas de feridos e um número indeterminado de reféns. Um hotel de cinco estrelas está a arder sem se saber quantas pessoas estão lá dentro. Um cenário de guerra e de pânico, que deveria colher reacções em toda a parte. Estranhamente, os blogues pouco falam do assunto. Estou sem televisão e vejo o caso na Net ou nas capas dos jornais. Dá ideia que tudo isso se passa no planeta Marte, e não em Bombaim, a capital económica da índia, cidade com milhões de habitantes que já pertenceu aos portugueses. Lembro-me das reacções e do medo, bem justificado, aquando dos atentados em Madrid e Londres, e das repercussões que isso teve. Será o síndrome "Luisinha Carneiro", do famoso texto de Eça nas Cartas Familiares e Bilhetes de Paris, em que quanto mais longínqua está a desgraça mais indiferente se fica? Ou a ideia que não se diz mas muito sentem, inversa à da culpa do homem branco, que cada ocidental vale por dez ou vinte indígenas, e que não tem grande importância que morram porque "já há lá muitos"? Pois se assim é, fazem mal, fazem pessimamente. É que por acaso não faltam europeus e americanos ali pelo meio (consta que eram os visados), e morreu um eurodeputado húngaro. além disso, a Índia é uma semi super-potência emergente. Tendo Bombaim a importância que tem, os danos sociais e económicos tenderão a agravar-se, já para não falar em nova psicose associada a estes acontecimentos. E se isto acontece numa metrópole desta dimensão, pode muito bem vir a suceder à nossa porta. Que ninguém pense que isto é no outro mundo.


O massacre de Bombaim e o síndrome "Luisinha Carneiro"Não sei o que hei de pensar: se na violência que grassa desde ontem em Bombaim (que é a palavra portuguesa, e não Mumbai) bem à vista dos olhos, se na indiferença da nossa blogoesfera. Ataques a hospitais, bombas, tiroteios, incêndios em hotéis, dezenas de mortos, centenas de feridos e um número indeterminado de reféns. Um hotel de cinco estrelas está a arder sem se saber quantas pessoas estão lá dentro. Um cenário de guerra e de pânico, que deveria colher reacções em toda a parte. Estranhamente, os blogues pouco falam do assunto. Estou sem televisão e vejo o caso na Net ou nas capas dos jornais. Dá ideia que tudo isso se passa no planeta Marte, e não em Bombaim, a capital económica da índia, cidade com milhões de habitantes que já pertenceu aos portugueses. Lembro-me das reacções e do medo, bem justificado, aquando dos atentados em Madrid e Londres, e das repercussões que isso teve. Será o síndrome "Luisinha Carneiro", do famoso texto de Eça nas Cartas Familiares e Bilhetes de Paris, em que quanto mais longínqua está a desgraça mais indiferente se fica? Ou a ideia que não se diz mas muito sentem, inversa à da culpa do homem branco, que cada ocidental vale por dez ou vinte indígenas, e que não tem grande importância que morram porque "já há lá muitos"? Pois se assim é, fazem mal, fazem pessimamente. É que por acaso não faltam europeus e americanos ali pelo meio (consta que eram os visados), e morreu um eurodeputado húngaro. além disso, a Índia é uma semi super-potência emergente. Tendo Bombaim a importância que tem, os danos sociais e económicos tenderão a agravar-se, já para não falar em nova psicose associada a estes acontecimentos. E se isto acontece numa metrópole desta dimensão, pode muito bem vir a suceder à nossa porta. Que ninguém pense que isto é no outro mundo.

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