A Ágora

21-05-2011
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2006Sob o frio e a humidade, lá entramos em 2006. Depois do habitual convívio familiar, tive um resto de primeira noite de Janeiro algo tonitruante, ou, como diriam os cabeças de cartaz do evento onde me encontrava, "um tanto ou quanto atarantado". O dia seguinte - ou a continuação do mesmo - serve, logicamente, para a recuperação do corpo e do espírito, mesmo que desta vez tenham falhado os tradicionais Concertos de Ano Novo da saudosa Viena.Uma notícia triste, para começar, a ensombrar o já deprimido panorama cinematográfico portuense: como já temia, o cinema Nun Álvares fechou as portas. A último sala de bairro da cidade (se não contarmos com o teatro do Campo Alegre e o"alternativo" Passos Manuel) acabou. O cinema mais próximo de minha casa, o mais acolhedor; a sala onde assisti aos primeiros filmes no grande ecrã, aí com cinco ou seis anos. Nessa tela vi coisas como 24 Hours Party People, Diários de Che Guevara, O Delfim, Gosford Park (ainda com muito público), e muitos outros. ainda me lembro, há coisa de doze anos, de haver centenas de pessoas a acotovelar-se para ver Jurassic Park.Mas nos últimos tempos era visível a falta de público, e dá-se agora o inevitável fecho, já prevista no blog Hoolywood neste post em tom de lamento. Como se tivesse um mau pressentimento, estive lá no último dia, a ver Oliver Twist, de Polansky (a penúltima vez fora pouco antes, a seguir à vitória do Benfica sobre o United, para ver a Marcha dos Pinguins e assim acalmar-me um pouco da emoção do jogo) . No dia seguinte encerrava-se o Nun´Álvares.Restam-nos agora os multiplex e os centros comerciais. Os filmes podem ser os mesmos (no caso do Nun Álvares não são com certeza), mas as salas e o ambiente, como todos sabem, nem por sombras. Alguns dir-me-ão sempre, como já vi escrito, que "são as regras do mercado", que estas lamúrias são típicas dos portugueses, que "é por atitudes destas que somos um país de pedintes", etc. Mas eu, se não se importam, estou-me a borrifar para o que dizem as leis do mercado em casos destes e agradecia que me deixassem as minhas próprias lamúrias em paz.Lamentos à parte, vamos ver o que nos reserva 2006.


2006Sob o frio e a humidade, lá entramos em 2006. Depois do habitual convívio familiar, tive um resto de primeira noite de Janeiro algo tonitruante, ou, como diriam os cabeças de cartaz do evento onde me encontrava, "um tanto ou quanto atarantado". O dia seguinte - ou a continuação do mesmo - serve, logicamente, para a recuperação do corpo e do espírito, mesmo que desta vez tenham falhado os tradicionais Concertos de Ano Novo da saudosa Viena.Uma notícia triste, para começar, a ensombrar o já deprimido panorama cinematográfico portuense: como já temia, o cinema Nun Álvares fechou as portas. A último sala de bairro da cidade (se não contarmos com o teatro do Campo Alegre e o"alternativo" Passos Manuel) acabou. O cinema mais próximo de minha casa, o mais acolhedor; a sala onde assisti aos primeiros filmes no grande ecrã, aí com cinco ou seis anos. Nessa tela vi coisas como 24 Hours Party People, Diários de Che Guevara, O Delfim, Gosford Park (ainda com muito público), e muitos outros. ainda me lembro, há coisa de doze anos, de haver centenas de pessoas a acotovelar-se para ver Jurassic Park.Mas nos últimos tempos era visível a falta de público, e dá-se agora o inevitável fecho, já prevista no blog Hoolywood neste post em tom de lamento. Como se tivesse um mau pressentimento, estive lá no último dia, a ver Oliver Twist, de Polansky (a penúltima vez fora pouco antes, a seguir à vitória do Benfica sobre o United, para ver a Marcha dos Pinguins e assim acalmar-me um pouco da emoção do jogo) . No dia seguinte encerrava-se o Nun´Álvares.Restam-nos agora os multiplex e os centros comerciais. Os filmes podem ser os mesmos (no caso do Nun Álvares não são com certeza), mas as salas e o ambiente, como todos sabem, nem por sombras. Alguns dir-me-ão sempre, como já vi escrito, que "são as regras do mercado", que estas lamúrias são típicas dos portugueses, que "é por atitudes destas que somos um país de pedintes", etc. Mas eu, se não se importam, estou-me a borrifar para o que dizem as leis do mercado em casos destes e agradecia que me deixassem as minhas próprias lamúrias em paz.Lamentos à parte, vamos ver o que nos reserva 2006.

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