Resistente Existencial: (401) Políticas LGBT e o PS

19-12-2009
marcar artigo

   No seguimento do post 389, ando a tentar recolher algumas das ideias principais dos três candidatos à liderança do PS. Hoje começo por José Sócrates. Lendo a sua moção (apresentada hoje), encontrei o que esperava, algumas generalidades mais ou menos feitas para agradar a gregos e a troianos. Desbravando por entre as vagas ideias, escolhi algumas passagens que são referências directas ou indirectas aos homossexuais, ou ainda ideias que poderão ser associadas a políticas LGBT. Os trechos são retirados do capítulo 9 da moção, Um Portugal tolerante, uma sociedade aberta, inclusiva e liberal (o negrito é da minha responsabilidade):* * *         I - A família – indispensável esteio da integração social - é uma das instituições que maior impacto tem sofrido das mutações em curso nas sociedades pós-industriais. Por isso, é preciso que as políticas da família sejam valorizadas em nome da coesão social e da preservação de um ambiente favorável ao desenvolvimento de indivíduos autónomos e responsáveis, adaptando-se às exigências de reconhecimento e respeito pelos novos modelos de organização familiar         II - A diversidade étnica e cultural das sociedades multiculturais do futuro exige políticas públicas fortemente orientadas para a integração social das minorias.         III - Os grupos minoritários – em função da sua etnia, religião, orientação sexual, forma de organização familiar – e as comunidades imigrantes, devem não apenas ser tolerados mas, sobretudo, respeitados na sua diferença e no seu direito a uma cidadania plena, isenta de discriminações. Por outro lado, o reconhecimento das identidades minoritárias não pode, em caso algum, admitir o desrespeito pelas instituições e valores fundamentais que regem o contrato social – desde logo a universalidade dos direitos humanos, a laicidade do Estado ou a igualdade entre homens e mulheres. Em qualquer caso, o preconceito, tantas vezes enunciado, contra a abordagem destes problemas reais é ele próprio resultante de uma mentalidade fechada própria de um país periférico, que devemos recusar.* * *   Tudo bastante vago e insatisfatório, na minha opinião. Contudo, não é sem apreensão que vejo na lista de apoiantes de Sócrates José Lello, que em tempos afirmou o seguinte:   "O PS não se pode misturar com tudo. Não pode aparecer ao lado do movimento das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais". Em duas intervenções realizadas anteontem e ontem nas Jornadas Parlamentares do PS, na Madeira, o deputado socialista José Lello insurgiu-se contra o envolvimento do partido no Fórum Social Português (FSP), criticando nomeadamente a associação do PS ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e "Transgenders").

   No seguimento do post 389, ando a tentar recolher algumas das ideias principais dos três candidatos à liderança do PS. Hoje começo por José Sócrates. Lendo a sua moção (apresentada hoje), encontrei o que esperava, algumas generalidades mais ou menos feitas para agradar a gregos e a troianos. Desbravando por entre as vagas ideias, escolhi algumas passagens que são referências directas ou indirectas aos homossexuais, ou ainda ideias que poderão ser associadas a políticas LGBT. Os trechos são retirados do capítulo 9 da moção, Um Portugal tolerante, uma sociedade aberta, inclusiva e liberal (o negrito é da minha responsabilidade):* * *         I - A família – indispensável esteio da integração social - é uma das instituições que maior impacto tem sofrido das mutações em curso nas sociedades pós-industriais. Por isso, é preciso que as políticas da família sejam valorizadas em nome da coesão social e da preservação de um ambiente favorável ao desenvolvimento de indivíduos autónomos e responsáveis, adaptando-se às exigências de reconhecimento e respeito pelos novos modelos de organização familiar         II - A diversidade étnica e cultural das sociedades multiculturais do futuro exige políticas públicas fortemente orientadas para a integração social das minorias.         III - Os grupos minoritários – em função da sua etnia, religião, orientação sexual, forma de organização familiar – e as comunidades imigrantes, devem não apenas ser tolerados mas, sobretudo, respeitados na sua diferença e no seu direito a uma cidadania plena, isenta de discriminações. Por outro lado, o reconhecimento das identidades minoritárias não pode, em caso algum, admitir o desrespeito pelas instituições e valores fundamentais que regem o contrato social – desde logo a universalidade dos direitos humanos, a laicidade do Estado ou a igualdade entre homens e mulheres. Em qualquer caso, o preconceito, tantas vezes enunciado, contra a abordagem destes problemas reais é ele próprio resultante de uma mentalidade fechada própria de um país periférico, que devemos recusar.* * *   Tudo bastante vago e insatisfatório, na minha opinião. Contudo, não é sem apreensão que vejo na lista de apoiantes de Sócrates José Lello, que em tempos afirmou o seguinte:   "O PS não se pode misturar com tudo. Não pode aparecer ao lado do movimento das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais". Em duas intervenções realizadas anteontem e ontem nas Jornadas Parlamentares do PS, na Madeira, o deputado socialista José Lello insurgiu-se contra o envolvimento do partido no Fórum Social Português (FSP), criticando nomeadamente a associação do PS ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e "Transgenders").

marcar artigo