Aceitar voos era difícil por causa dos media e dos "esquerdistas" dentro do PS

16-12-2010
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Já em Janeiro de 2007, o embaixador escrevia para Washington dando conta de um outro dado relevante: o assessor diplomático de Sócrates, Jorge Roza de Oliveira, tinha assumido que alguns voos da CIA sobrevoaram Portugal, o que "constitui o primeiro reconhecimento que nos foi feito até agora por um funcionário do Governo português", escreve o El País. Ao PÚBLICO, Roza de Oliveira, que já não desempenha aquelas funções, negou em absoluto que o tenha feito: "Não posso ter dito isso, porque nunca tive qualquer conhecimento, pessoal ou impessoal, sobre esse assunto. Como assessor diplomático do primeiro-ministro, não tinha mais conhecimento do que um jornalista e não ouvi mais que conversas de corredor", afirma.Entretanto, o Bloco de Esquerda enviou um requerimento ao primeiro-ministro, questionando-o sobre se o seu gabinete "teve conhecimento de voos, provenientes de Guantánamo, que tenham atravessado o espaço aéreo nacional ou utilizado instalações aeronáuticas". Os bloquistas querem ainda saber, em caso afirmativo, quais os voos, quando se realizaram, quem eram os passageiros e qual o destino. E se o Governo autorizou esses mesmos voos.

"Aversão" a Ana Gomes

O que Roza de Oliveira não nega é que tenha tido "milhões de encontros" com o embaixador Hoffman. Num deles, segundo o mesmo telegrama, terá dito que Ana Gomes "é uma senhora muito excitada que é pior que um rottweiler solto". O assessor rejeita esta frase: "O que posso ter dito, porque tinha um rottweiler na altura, é que a diferença entre Ana Gomes e um rottweiler é que este larga" aquilo a que se agarra. "Era uma expressão que eu usava", afirma.

A eurodeputada é protagonista noutra conversa, desta vez entre Hoffman e os dirigentes do PS José Lello e Paulo Pisco. "Lello expressou uma clara aversão a Gomes, embora tenha dito que o PS não pensava em expulsá-la porque seria contraproducente", escreve o diplomata. Na nota, sublinha que Lello assegurou que os principais líderes do PS, incluindo Sócrates, "são claramente pró-americanos", e desqualificou a ala esquerda do partido, que qualificou de "alegristas". Ao PÚBLICO, Lello diz não se lembrar da reunião, mas admite que "possa ter acontecido". E nega que possa ter dito que os dirigentes do PS são "pró-americanos". "Tenho a experiência diplomática suficiente para saber que jamais diria que sou pró-americano. O que não sou, isso sim, é anti-americano." Sobre as frases que lhe são atribuídas sobre Ana Gomes, Lello admite: "Não tenho aversão. Tive e tenho divergências políticas com Ana Gomes. Isso é público."

Já em Janeiro de 2007, o embaixador escrevia para Washington dando conta de um outro dado relevante: o assessor diplomático de Sócrates, Jorge Roza de Oliveira, tinha assumido que alguns voos da CIA sobrevoaram Portugal, o que "constitui o primeiro reconhecimento que nos foi feito até agora por um funcionário do Governo português", escreve o El País. Ao PÚBLICO, Roza de Oliveira, que já não desempenha aquelas funções, negou em absoluto que o tenha feito: "Não posso ter dito isso, porque nunca tive qualquer conhecimento, pessoal ou impessoal, sobre esse assunto. Como assessor diplomático do primeiro-ministro, não tinha mais conhecimento do que um jornalista e não ouvi mais que conversas de corredor", afirma.Entretanto, o Bloco de Esquerda enviou um requerimento ao primeiro-ministro, questionando-o sobre se o seu gabinete "teve conhecimento de voos, provenientes de Guantánamo, que tenham atravessado o espaço aéreo nacional ou utilizado instalações aeronáuticas". Os bloquistas querem ainda saber, em caso afirmativo, quais os voos, quando se realizaram, quem eram os passageiros e qual o destino. E se o Governo autorizou esses mesmos voos.

"Aversão" a Ana Gomes

O que Roza de Oliveira não nega é que tenha tido "milhões de encontros" com o embaixador Hoffman. Num deles, segundo o mesmo telegrama, terá dito que Ana Gomes "é uma senhora muito excitada que é pior que um rottweiler solto". O assessor rejeita esta frase: "O que posso ter dito, porque tinha um rottweiler na altura, é que a diferença entre Ana Gomes e um rottweiler é que este larga" aquilo a que se agarra. "Era uma expressão que eu usava", afirma.

A eurodeputada é protagonista noutra conversa, desta vez entre Hoffman e os dirigentes do PS José Lello e Paulo Pisco. "Lello expressou uma clara aversão a Gomes, embora tenha dito que o PS não pensava em expulsá-la porque seria contraproducente", escreve o diplomata. Na nota, sublinha que Lello assegurou que os principais líderes do PS, incluindo Sócrates, "são claramente pró-americanos", e desqualificou a ala esquerda do partido, que qualificou de "alegristas". Ao PÚBLICO, Lello diz não se lembrar da reunião, mas admite que "possa ter acontecido". E nega que possa ter dito que os dirigentes do PS são "pró-americanos". "Tenho a experiência diplomática suficiente para saber que jamais diria que sou pró-americano. O que não sou, isso sim, é anti-americano." Sobre as frases que lhe são atribuídas sobre Ana Gomes, Lello admite: "Não tenho aversão. Tive e tenho divergências políticas com Ana Gomes. Isso é público."

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