Da Literatura: PORQUÊ?

23-12-2009
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Hoje, na edição online do Público, o destaque vai para um extenso trabalho do jornalista José António Cerejo. Não está em causa a sua qualidade. O trabalho reporta a factos ocorridos, no essencial (isto é, o litígio entre a Eurominas e o Estado português), entre 1995 e 2001, ou seja, entre a ponta final do governo Cavaco e a ponta final do governo Guterres. História, portanto. Principais protagonistas: José Lamego, António Vitorino, Alberto Costa, Vitalino Canas, Narciso Miranda e José Junqueiro, o lote de socialistas que sucessivamente lidou com o dossiê, ora na qualidade de membros do governo, ora na de advogados das partes. E, claro, Cavaco, que em Maio de 1995 determinou a reversão para o domínio público dos terrenos da Eurominas (sem indemnização), e Guterres, que em Maio de 2001 caucionou o valor da indemnização que seria paga em 2002 e 2003, de acordo com o decidido (em 1999) por um tribunal. A reter: empresa lesada nos seus interesses recorre aos tribunais; ao fim de seis anos desiste das acções judiciais contra o Estado, sendo ressarcida do «prejuízo». Hot spot: Cavaco não pagou, Guterres pagou. Em vão procurei no DESTAQUE do Público de hoje (edição online) algo que fizesse a ponte entre os factos ocorridos entre 1995-2001 e a actualidade. Nada. Sim, a gente sabe que as eleições estão aí. Este tipo de episódio vem mesmo a calhar. Mas, ou muito me engano, ou a maralha não perde tempo nem se comove com minudências jurídico-administrativas. E como o assunto não é tratado à maneira dos tablóides da imprensa marron, sem um módico de escândalo, o mais certo é provocar um enorme bocejo. Eventuais destinatários do dossiê (vg. leitores «esclarecidos») não podem deixar de interrogar-se sobre a sua oportunidade editorial. Tudo começou há mais de dez anos. Tudo acabou há mais de quatro anos. Porquê hoje?Etiquetas: AAA

Hoje, na edição online do Público, o destaque vai para um extenso trabalho do jornalista José António Cerejo. Não está em causa a sua qualidade. O trabalho reporta a factos ocorridos, no essencial (isto é, o litígio entre a Eurominas e o Estado português), entre 1995 e 2001, ou seja, entre a ponta final do governo Cavaco e a ponta final do governo Guterres. História, portanto. Principais protagonistas: José Lamego, António Vitorino, Alberto Costa, Vitalino Canas, Narciso Miranda e José Junqueiro, o lote de socialistas que sucessivamente lidou com o dossiê, ora na qualidade de membros do governo, ora na de advogados das partes. E, claro, Cavaco, que em Maio de 1995 determinou a reversão para o domínio público dos terrenos da Eurominas (sem indemnização), e Guterres, que em Maio de 2001 caucionou o valor da indemnização que seria paga em 2002 e 2003, de acordo com o decidido (em 1999) por um tribunal. A reter: empresa lesada nos seus interesses recorre aos tribunais; ao fim de seis anos desiste das acções judiciais contra o Estado, sendo ressarcida do «prejuízo». Hot spot: Cavaco não pagou, Guterres pagou. Em vão procurei no DESTAQUE do Público de hoje (edição online) algo que fizesse a ponte entre os factos ocorridos entre 1995-2001 e a actualidade. Nada. Sim, a gente sabe que as eleições estão aí. Este tipo de episódio vem mesmo a calhar. Mas, ou muito me engano, ou a maralha não perde tempo nem se comove com minudências jurídico-administrativas. E como o assunto não é tratado à maneira dos tablóides da imprensa marron, sem um módico de escândalo, o mais certo é provocar um enorme bocejo. Eventuais destinatários do dossiê (vg. leitores «esclarecidos») não podem deixar de interrogar-se sobre a sua oportunidade editorial. Tudo começou há mais de dez anos. Tudo acabou há mais de quatro anos. Porquê hoje?Etiquetas: AAA

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