Entre as brumas da memória: Magister dixit?

05-08-2010
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Eu gostava que alguém me explicasse o que é que Anselmo Borges escreveu de tão extraordinário, no artigo publicado há dois dias no DN, para que tantas almas - cristãs, agnósticas ou ateias - o citem e louvem com incomensurável veneração. Disse o mínimo e o óbvio que milhares de pessoas repetiram, nos últimos dias e no mundo inteiro.
A diferença reside apenas no facto de ser do conhecimento público que ele é padre, eu sei, e é isso que contesto, porque é o velho argumento de pseudo-autoridade, que vem nestes momentos ao de cima, incrustado que está no mais profundo das nossas entranhas. Pseudo-autoridade já que, segundo julgo saber, ele não exerce qualquer função de chefia que lhe permita, amanhã, entregar um eventual padre pedófilo aos tribunais ou afastá-lo de funções. O cidadão Anselmo Borges - teólogo, filósofo e professor universitário -, limitou-se a escrever, e bem, um artigo de opinião, que não assina como padre. Mas o que passou a ter importância foi o que se sabe acerca do mensageiro e não propriamente a mensagem. Sem que  o dito mensageiro tenha qualquer responsabilidade, como é óbvio.
Se amanhã o padre Anselmo Borges vier dizer que, enquanto tal, se recusa a participar em cerimónias durante a visita de Bento16 a Portugal, ou pedir a resignação do papa e explicar porquê, aí, sim, citá-lo-ei com a maior das admirações.
P.S. - O Miguel Serras Pereira adaptou o texto dos dois comentários que aqui deixou e transformou-o em post publicado agora no Vias de Facto. A discussão passa para um outro patamar.

Eu gostava que alguém me explicasse o que é que Anselmo Borges escreveu de tão extraordinário, no artigo publicado há dois dias no DN, para que tantas almas - cristãs, agnósticas ou ateias - o citem e louvem com incomensurável veneração. Disse o mínimo e o óbvio que milhares de pessoas repetiram, nos últimos dias e no mundo inteiro.
A diferença reside apenas no facto de ser do conhecimento público que ele é padre, eu sei, e é isso que contesto, porque é o velho argumento de pseudo-autoridade, que vem nestes momentos ao de cima, incrustado que está no mais profundo das nossas entranhas. Pseudo-autoridade já que, segundo julgo saber, ele não exerce qualquer função de chefia que lhe permita, amanhã, entregar um eventual padre pedófilo aos tribunais ou afastá-lo de funções. O cidadão Anselmo Borges - teólogo, filósofo e professor universitário -, limitou-se a escrever, e bem, um artigo de opinião, que não assina como padre. Mas o que passou a ter importância foi o que se sabe acerca do mensageiro e não propriamente a mensagem. Sem que  o dito mensageiro tenha qualquer responsabilidade, como é óbvio.
Se amanhã o padre Anselmo Borges vier dizer que, enquanto tal, se recusa a participar em cerimónias durante a visita de Bento16 a Portugal, ou pedir a resignação do papa e explicar porquê, aí, sim, citá-lo-ei com a maior das admirações.
P.S. - O Miguel Serras Pereira adaptou o texto dos dois comentários que aqui deixou e transformou-o em post publicado agora no Vias de Facto. A discussão passa para um outro patamar.

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