A entrevista que o cardeal de Lisboa deu ao Sol, no passado Sábado, desencadeou dezenas de comentários nestes blogues que se lhe referiram em triangulação: Womenage à Trois, 5 Dias e Entre as brumas... (*).Li-os todos e julgo que vale a pena voltar à questão. Muito deles revelam uma preocupante relação entre «europeísmo» e xenofobia. (já nem falo de racismo).Acusam-nos, aos chamados «multiculturalistas», de estarmos dispostos a preservar tudo (natureza, caracóis ou raças de linces) menos a Europa. De não nos importarmos com o facto de «deixarmos de ver aquelas caras tipicamente suecas, para as vermos misturadas ao estilo do Brasil». (Daí o título deste post, com que iniciei uma das minhas respostas.)Deveríamos, portanto, tratar as etnias europeias como raças protegidas. Esquecendo que estamos a falar de pessoas e não de couves, baleias ou carapaus. E que os hipotéticos predadores são, neste caso, outras pessoas que procuram, onde podem, uma vida menos desgraçada, que fogem do tal «terror» e que são tão donos de todo o planeta como nós. Que a História se fez sempre com migrações. Que há muitos loiros no Minho porque vieram para cá celtas e que nós, os do Sul, parecemos realmente árabes por causa dos propriamente ditos. Que a França já olhou para os emigrantes portugueses como agora nós olhamos para os africanos. Que a Europa não pode, nem deve, recusar esta função acolhedora e generosa - mesmo que tenha de «perder» uma grande parte da sua identidade.-------------------------------------------------------------------------------(*) E em vários outros, como constatei em pesquisa rápida pela blogosfera, mas sem que tenha ido até aos Comentários.
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A entrevista que o cardeal de Lisboa deu ao Sol, no passado Sábado, desencadeou dezenas de comentários nestes blogues que se lhe referiram em triangulação: Womenage à Trois, 5 Dias e Entre as brumas... (*).Li-os todos e julgo que vale a pena voltar à questão. Muito deles revelam uma preocupante relação entre «europeísmo» e xenofobia. (já nem falo de racismo).Acusam-nos, aos chamados «multiculturalistas», de estarmos dispostos a preservar tudo (natureza, caracóis ou raças de linces) menos a Europa. De não nos importarmos com o facto de «deixarmos de ver aquelas caras tipicamente suecas, para as vermos misturadas ao estilo do Brasil». (Daí o título deste post, com que iniciei uma das minhas respostas.)Deveríamos, portanto, tratar as etnias europeias como raças protegidas. Esquecendo que estamos a falar de pessoas e não de couves, baleias ou carapaus. E que os hipotéticos predadores são, neste caso, outras pessoas que procuram, onde podem, uma vida menos desgraçada, que fogem do tal «terror» e que são tão donos de todo o planeta como nós. Que a História se fez sempre com migrações. Que há muitos loiros no Minho porque vieram para cá celtas e que nós, os do Sul, parecemos realmente árabes por causa dos propriamente ditos. Que a França já olhou para os emigrantes portugueses como agora nós olhamos para os africanos. Que a Europa não pode, nem deve, recusar esta função acolhedora e generosa - mesmo que tenha de «perder» uma grande parte da sua identidade.-------------------------------------------------------------------------------(*) E em vários outros, como constatei em pesquisa rápida pela blogosfera, mas sem que tenha ido até aos Comentários.